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Transcrição:

2.3.2016 A8-0024/3 Alteração 3 Constance Le Grip, Barbara Matera, Monika Hohlmeier, Elissavet Vozemberg-Vrionidi, Michaela Šojdrová em nome do Grupo PPE Relatório Mary Honeyball A situação das mulheres refugiadas e requerentes de asilo na UE 2015/2325(INI) A8-0024/2016 Proposta de resolução alternativa (artigo 170.º, n.º 4, do Regimento) à proposta de resolução não legislativa A8-0024/2016 Resolução do Parlamento Europeu sobre a situação das mulheres refugiadas e requerentes de asilo na UE O Parlamento Europeu, Tendo em conta o artigo 2.º e o artigo 3.º, n.º 3, segundo parágrafo, do Tratado da União Europeia (TUE), Tendo em conta o artigo 8.º e o artigo 78.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), Tendo em conta o artigo 23.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, Tendo em conta a Convenção de 1951 e o Protocolo relativo ao Estatuto dos Refugiados, de 1967, Tendo em conta a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, Tendo em conta a Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), de 1979, e a Recomendação Geral n.º 32 do Comité para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres sobre as dimensões de género do estatuto de refugiado, o asilo, a nacionalidade e a apatridia das mulheres, de 14 de novembro de 2014, Tendo em conta a Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica (Convenção de Istambul), Tendo em conta a Declaração de Pequim e a Plataforma de Ação aprovada na IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre as Mulheres, realizada em 15 de setembro de 1995, e os subsequentes documentos finais adotados nas sessões especiais das Nações Unidas «Pequim+5», «Pequim+10», «Pequim+15» e «Pequim+20», Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 13 de maio de 2015, intitulada «Agenda europeia da migração» (COM(2015)240),

Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 27 de maio de 2015, intitulada «Plano de Ação da UE contra o tráfico de migrantes (2015-2020)», Tendo em conta as conclusões do Conselho sobre migração, de 12 de outubro de 2015, e, em particular, o compromisso assumido para com os direitos humanos das mulheres e das raparigas, Tendo em conta a Diretiva 2011/36/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril de 2011, relativa à prevenção e luta contra o tráfico de seres humanos e à proteção das vítimas, e que substitui a Decisão-Quadro 2002/629/JAI do Conselho, Tendo em conta a Diretiva 2012/29/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, que estabelece normas mínimas relativas aos direitos, ao apoio e à proteção das vítimas da criminalidade e que substitui a Decisão-Quadro 2001/220/JAI, Tendo em conta a Diretiva 2013/33/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013, que estabelece normas em matéria de acolhimento dos requerentes de proteção internacional, Tendo em conta a Diretiva 2008/115/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 2008, relativa a normas e procedimentos comuns nos Estados-Membros para o regresso de nacionais de países terceiros em situação irregular, Tendo em conta a Diretiva 2013/32/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013, relativa a procedimentos comuns de concessão e retirada do estatuto de proteção internacional, Tendo em conta a proposta de regulamento que estabelece uma lista comum da UE de países de origem seguros para efeitos da Diretiva 2013/32/UE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa a procedimentos comuns de concessão e retirada do estatuto de proteção internacional, e que altera a Diretiva 2013/32/UE, Tendo em conta o Regulamento (CE) n.º 862/2007 relativo às estatísticas comunitárias sobre migração e proteção internacional, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 604/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013, que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de um país terceiro ou por um apátrida, Tendo em conta as conclusões do Conselho intituladas «Plano de Ação sobre o Género para 2016-2020», de 26 de outubro de 2015, Tendo em conta a Comunicação da Comissão, 25 de março de 2015, sobre a execução da Política Europeia de Vizinhança em 2014 (SWD(2015)0076), Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento, A. Considerando que um número crescente e sem precedentes de homens, mulheres e

crianças pedem proteção internacional na UE, devido aos conflitos atuais, à instabilidade regional e às violações dos direitos humanos, como o recurso à violência em razão do género e à violação como arma de guerra; B. Considerando que as mulheres representam, em média, um terço dos requerentes de asilo; que, entre o início de 2015 e o mês de novembro do mesmo ano, cerca de 900 000 pessoas atravessaram o Mediterrâneo e chegaram à costa da Europa e que as mulheres e as crianças representam cerca de 38 % do total; que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) informou que, em janeiro de 2016, as mulheres e as crianças representavam 55 % das pessoas que chegaram à Grécia à procura de asilo na UE; C. Considerando que as mulheres e raparigas que requerem asilo têm necessidades de proteção específicas e preocupações diferentes das dos homens, pelo que a execução das políticas e dos procedimentos em matéria de asilo deve ser sensível às questões de género; D. Considerando que milhares de pessoas já perderam a vida durante as suas viagens para a Europa e que muitas dessas pessoas são mulheres; E. Considerando que o combate de uma crise tão maciça impõe solidariedade entre os Estados-Membros, no que respeita aos encargos financeiros e humanitários daí resultantes; F. Considerando que a cooperação com países terceiros é fundamental para a redução do afluxo de migrantes que arriscam as suas vidas para conseguir chegar à UE; G. Considerando que a agilização dos procedimentos de migração humanitária legal ajudaria a reduzir esse afluxo; H. Considerando que existem informações segundo as quais mulheres e crianças recorrem ao sexo de sobrevivência para pagar aos contrabandistas e assim prosseguir as suas viagens até à UE; I. Considerando que o reforço dos controlos nas fronteiras externas da União Europeia e o combate às atividades dos contrabandistas permitiria salvar vidas e melhorar a credibilidade das vias legais de acesso à UE; J. Considerando que os pedidos de asilo relacionados com situações de violência devem ser tratados de forma a prevenir a vitimização secundária das mulheres durante o procedimento de asilo; K. Considerando que, segundo o ACNUR, todos os anos cerca de 20 000 mulheres e raparigas provenientes de países que praticam a mutilação genital feminina pedem asilo em Estados-Membros da UE; que uma parte considerável das mulheres que apresentam um pedido de asilo é motivada pelo receio de sofrer uma mutilação genital feminina; que, de acordo com as estimativas do ACNUR, 71 % das mulheres requerentes de asilo na UE provenientes de países que praticam a mutilação genital feminina são sobreviventes desse ato; que a jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do

Homem pôs termo à expulsão de raparigas em risco de serem sujeitas a mutilações genitais, dado o risco de dano irreparável para a sua saúde física e psicológica; L. Considerando que a separação dos familiares expõe as mulheres e as crianças a maiores riscos; M. Considerando que as necessidades das mulheres a nível das condições de acolhimento e retenção são diferentes das dos homens, sobretudo porque se encontram muito mais expostas ao risco de violência em razão de género se as instalações e as medidas de acolhimento não forem ajustadas às suas necessidades; N. Considerando que as mulheres necessitam de zonas específicas onde possam cuidar das suas crianças e de outras pessoas dependentes; O. Considerando que as instalações de acolhimento e retenção de mulheres e raparigas refugiadas ou requerentes de asilo deveriam proporcionar cuidados de saúde prestados por pessoal habilitado para o efeito; P. Considerando que as raparigas que fogem dos conflitos e da perseguição correm um risco acrescido de tráfico, abuso e exploração sexual, nomeadamente por parte de redes criminosas que se aproveitam da situação dos requerentes de asilo e refugiados, bem como da vulnerabilidade das mulheres e das raparigas; Q. Considerando que existe uma ligação óbvia entre a atual crise migratória e o aumento do contrabando e do tráfico de seres humanos, que tem uma dimensão de género clara; R. Considerando que a integração social e cultural das mulheres e das raparigas refugiadas que necessitam de proteção internacional constitui uma forma de evitar o tráfico e outras formas de exploração; S. Considerando que se verifica uma falta de estatísticas que permitam avaliar de forma concreta a eficácia dos instrumentos existentes relacionados com a situação das mulheres e raparigas refugiadas; T. Considerando que, tratando-se de uma questão tão sensível, as competências dos Estados-Membros devem ser plenamente respeitadas, em conformidade com o princípio da subsidiariedade; 1. Insta a Comissão e os Estados-Membros, em cooperação com o Parlamento, a melhorarem a situação das mulheres e raparigas refugiadas e requerentes de asilo e a terem em consideração as suas necessidades específicas, em conformidade com as seguintes recomendações: UMA POLÍTICA DE MIGRAÇÃO DA UE QUE AJUDE AS MULHERES E OS HOMENS 2. Insta a que sejam tomadas medidas para reforçar a política de migração da UE, uma vez que todas as respostas à crise migratória devem ser globais e qualquer melhoria a nível da gestão dos fluxos de migrantes seria extremamente benéfica para as mulheres e

raparigas refugiadas e requerentes de asilo, já que estas se encontram expostas a riscos acrescidos durante a sua viagem, nomeadamente através das seguintes ações: prossecução da luta contra os contrabandistas e traficantes que colocam em risco milhares de vidas e a rápida adoção, em cooperação com o Parlamento, do «Pacote Fronteiras», a fim de intensificar os controlos nas fronteiras externas da UE; assegurar que as vias seguras e legais de acesso à UE se encontrem à disposição dos refugiados e requerentes de asilo que fogem dos conflitos e da perseguição, no contexto de uma abordagem integrada da migração humanitária legal com contingentes claramente definidos; (iii) implementação dos programas de reinstalação sob os auspícios do ACNUR, uma vez que são programas humanitários consagrados e constituem um instrumento útil para gerir uma chegada organizada das pessoas que carecem de proteção internacional no território da UE; (iv) implementação das decisões do Conselho que estabelecem um mecanismo de recolocação temporária e excecional de pessoas, incluindo mulheres e raparigas, com clara necessidade de proteção internacional; (v) reforço das disposições relativas à lista de países de origem seguros, de modo a promover o tratamento expedito dos pedidos de asilo apresentados por pessoas originárias de países designados como seguros, bem como o regresso rápido das pessoas que se encontrem nessa situação; PROCEDIMENTOS DE ASILO SENSÍVEIS ÀS QUESTÕES DE GÉNERO 3. Solicita a aplicação de procedimentos de asilo que tenham devidamente em conta as necessidades específicas das mulheres e das raparigas, em conformidade com a legislação da UE e as normas internacionais, nomeadamente através das seguintes ações: autorizar e incentivar as mulheres e raparigas refugiadas e requerentes de asilo a procederem ao seu registo individual e assegurar o direito que lhes assiste de solicitar um entrevistador e um intérprete do sexo feminino, de realizar uma entrevista individual sem a presença de terceiros e de obter cuidados adequados para os seus dependentes e crianças durante esse processo; assegurar que os pedidos apresentados por razões específicas ao género sejam tratados por pessoal devidamente formado para essa tarefa, a fim de garantir a sua avaliação adequada; (iii) aquando da avaliação do seu pedido de asilo, prestar a devida atenção a atos de violência em razão de género que possam ter sido sofridos pela requerente, incluindo, por exemplo, a mutilação genital feminina; (iv) garantir que as mulheres e raparigas refugiadas e requerentes de asilo dispõem

atempadamente de todas as informações relevantes sobre os direitos que lhes assistem no âmbito de procedimentos de asilo e sobre os serviços específicos à disposição de mulheres que requerem asilo; INSTALAÇÕES SENSÍVEIS ÀS QUESTÕES DE GÉNERO 4. Solicita que as instalações de acolhimento e retenção de mulheres e raparigas sejam adaptadas às suas necessidades básicas, nomeadamente através das seguintes ações: disponibilização de instalações com casas de banho e dormitórios separados para mulheres e raparigas, que estejam igualmente equipadas com zonas adequadas para as mães e respetivas crianças; satisfação das necessidades específicas de higiene feminina sempre que as mulheres se encontrem em retenção, reforço da presença de agentes de segurança prisional do sexo feminino e ministração de cursos de formação a todos os funcionários que trabalhem com as mulheres retidas sobre as suas necessidades específicas de género e direitos humanos; (iii) disponibilização de cuidados de saúde adequados a mulheres e raparigas grávidas; LUTA CONTRA O TRÁFICO 5. Condena todas as formas de tráfico, exploração ou abuso sexual e apela à intensificação da luta contra este fenómeno, nomeadamente através das seguintes ações: assinar e ratificar a Convenção de Istanbul e garantir a aplicação integral da Diretiva 2011/36/UE relativa à prevenção e luta contra o tráfico de seres humanos e à proteção das vítimas e da Diretiva 2012/29/UE que estabelece normas mínimas relativas aos direitos, ao apoio e à proteção das vítimas da criminalidade; assegurar que o acolhimento de novos migrantes seja acompanhado de uma política de integração sólida (cursos de língua obrigatórios, formação sobre os valores e princípios aos quais a UE está profundamente ligada, como a dignidade de todos os seres humanos e a igualdade entre homens e mulheres); (iii) reforço da cooperação policial e judiciária, nomeadamente com a Europol, a Frontex, a Eurojust e o Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (EASO); (iv) disponibilização de instalações suplementares para o acolhimento de crianças, de modo a ajudar as mulheres refugiadas e requerentes de asilo a tornarem-se economicamente independentes; (v) preconizar os direitos das mulheres nos países africanos e do Médio Oriente e ajudar a melhorar a sua situação através da ajuda humanitária e da política de desenvolvimento; RECOMENDAÇÕES GERAIS 6. Insta a Comissão e os Estados-Membros a aplicarem estas recomendações de acordo

com as respetivas esferas de competência e salienta a importância do intercâmbio de boas práticas, em especial nos casos em que os Estados-Membros têm competência exclusiva; 7. Insta a Comissão a recolher dados estatísticos repartidos por género, em cooperação com as agência relevantes no domínio da Justiça e dos Assuntos Internos (JAI), com especial incidência nos elementos destinados a avaliar os efeitos dos procedimentos e da política de asilo para as mulheres e raparigas; 8. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão. Or. en