Conjuntura da Construção n.º 54. Escassez de crédito estrangula Construção

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Transcrição:

Associações Filiadas: AECOPS Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços AICCOPN Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas Conjuntura da Construção n.º 54 Agosto / 2011 Escassez de crédito estrangula Construção O sector da Construção atravessa uma profunda crise, com quebras significativas na sua produção, no número de empresas e nos postos de trabalho que assegura. A redução acentuada da procura que lhe tem vindo a ser dirigida tem constituído um dos principais problemas com que o Sector se debate. Mas também os atrasos nos pagamentos às empresas de construção, muitos deles da responsabilidade do Estado, têm vindo a assumir enormes proporções e a ditar o encerramento de muitas empresas e o sacrifício de um número muito significativo de postos de trabalho. A agravar esta situação, surgem crescentes dificuldades de acesso ao crédito bancário, quer pelas empresas, que a ele recorriam para financiar a sua actividade, quer por parte das famílias, que, sem ele, vêm reduzidas as suas hipóteses de aceder ao mercado imobiliário, acentuando, dessa forma, a redução drástica da procura dirigida às empresas de construção. Efectivamente, a situação no que concerne à concessão de crédito é preocupante. Os resultados mais recentes do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, divulgados pelo Banco de Portugal, revelam uma crescente restritividade associada à concessão de crédito, quer a empresas, quer a particulares, nomeadamente, neste último caso, para aquisição de habitação. Seja pela deterioração nas condições de acesso dos próprios bancos ao financiamento, seja pelo aumento do custo do capital, ou ainda por maiores exigências ao nível da liquidez das entidades bancárias, o facto é que a concessão de crédito à economia é agora menor e, segundo as perspectivas dos próprios bancos, a restritividade na concessão de crédito vai ainda aumentar, de forma expressiva nalguns casos, durante os próximos meses. No que respeita à Construção em particular, os dados disponibilizados pelo Banco de Portugal mostram que o montante de crédito concedido pelas Instituições Financeiras às empresas de construção decresceu 3,4%, entre os primeiros cinco meses de 2010 e o mesmo período de 2011, fazendo diminuir de 21,4% para 20,7%, o peso desse crédito no valor total de crédito concedido à globalidade dos sectores de actividade. Por outro lado, a parcela do crédito à construção que é classificado como sendo de cobrança duvidosa é crescente (de 6,9% para 8,9%, no período analisado).

Já no que respeita ao crédito concedido a particulares para compra de habitação, ressalta o facto de se ter registado, até Maio, uma queda de 34% no montante global das novas operações de crédito concedido, face a igual período do ano anterior, o que é um claro reflexo da forte quebra verificada nas vendas de fogos habitacionais. Observou-se, assim, em Julho, um acentuar do pessimismo dos empresários, reflectido num novo agravamento do indicador de confiança calculado com base nas opiniões expressas através do Inquérito Mensal à Actividade da FEPICOP, o qual registou uma quebra de 14,9% no último trimestre apurado. No que respeita ao mercado de trabalho e de acordo com o IEFP, o número de desempregados oriundos do sector da Construção inscritos nos centros de emprego ultrapassava os 70,8 mil em Junho, representando 14,7% do total de desempregados. Este peso relativo tem-se revelado crescente ao longo do tempo, em linha com a tendência de redução observada pelo emprego do sector da construção no total de emprego da economia (9,2% no primeiro trimestre de 2011, face a 9,6% no mesmo período de 2010 e a 10,1% um ano antes). Ainda a confirmar o reduzido nível de actividade do Sector, destaca-se a quebra de 12,7% apurada para o consumo de cimento no mercado nacional ao longo dos primeiros seis meses do ano, o que coloca o consumo realizado deste material (2,4 milhões de toneladas) ao nível mais baixo da série iniciada em 1991. Para avaliar das grandes dificuldades sentidas no mercado residencial, importa destacar a quebra de 31% no número de fogos novos para habitação licenciados até Junho, face a igual período de 2010. Em média, foram licenciados 1.523 fogos por mês, no ano corrente, o que compara com 2.038 em 2010 e 2.251 em 2009. Neste enquadramento, os empresários da Construção portugueses continuam a revelar um pessimismo acentuado, contrariamente aos seus congéneres europeus, os quais, em termos médios, encaram o futuro com um razoável optimismo. A justificá-lo, estes últimos assinalam uma franca recuperação na dimensão das carteiras de encomendas das suas empresas, em contraste com a redução verificada no caso português.

1. Pessimismo dos empresários continua a acentuar-se Com a contínua redução das respectivas carteiras de encomendas, os empresários da construção manifestam um pessimismo crescente face ao futuro. O indicador de confiança apurado com base nas respostas recolhidas através do Inquérito Mensal à Actividade promovido pela FEPICOP, registou, no trimestre terminado em Julho, uma quebra de 15% face ao nível observado no período homólogo de 2010, em resultado de opiniões francamente desfavoráveis quanto à dimensão das carteiras de encomendas mas, também, relativamente à evolução esperada para o emprego nas suas empresas. Assim e enquanto o primeiro destes indicadores registou uma quebra de 12% no trimestre terminado em Julho e face ao período homólogo, a deterioração das perspectivas futuras de emprego atingiu os -15%, no mesmo período. A evoluir de forma igualmente desfavorável, o indicador relativo à situação financeira das empresas recuou 5% no trimestre terminado em Julho, em comparação com o período homólogo de 2010, em resultado da conjugação de múltiplos factores. De entre eles, não é possível deixar de destacar as crescentes dificuldades impostas no acesso ao crédito bancário, meio utilizado pelas empresas, até há poucos meses, para financiar a actividade corrente e contrabalançar a redução da procura e os crescentes atrasos nos pagamentos que lhe são devidos. Actualmente, a maior restritividade já imposta na concessão de crédito por parte do sistema financeiro, e que se antecipa crescente nos próximos meses, está a comprometer de forma decisiva o futuro de muitas empresas de construção.

2. Mais de 70 mil desempregados da Construção inscritos nos centros de emprego Eram 70,8 mil os antigos trabalhadores do sector da Construção que no final de Junho não tinham ocupação e se encontravam inscritos nos Centros de Emprego, segundo os dados divulgados pelo IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional). Este elevado número representava 14,7% do total de inscritos nesses centros e, mesmo tendo apresentado uma ligeira diminuição face ao mês anterior, esse movimento foi bem mais ténue do que o registado para o total da economia (-3,4% e -6,2%, respectivamente) evidenciando que a situação vivida por este sector é mais grave do que a observada pela média das actividades económicas em Portugal. Neste contexto, importa lembrar o peso crescente que o desemprego oriundo da Construção tem tido no total de desempregados, o que é ilustrado pelo aumento de 4,6 pontos percentuais entre Junho de 2008 e o mesmo mês do ano corrente, quando os pesos eram, respectivamente, de 10,1% e 14,7% do desemprego total. Perante o panorama tão desfavorável que actualmente caracteriza a actividade da Construção, os empresários mantêm-se bastante pessimistas, transmitindo opiniões negativas, através do Inquérito Mensal à Actividade da FEPICOP, relativamente à evolução futura da produção e do emprego das suas empresas (saldos de -31% e de -48%, respectivamente, até Julho).

3. Produção da Construção mantém-se em queda Da análise dos indicadores utilizados para avaliar do andamento da conjuntura da Construção, conclui-se por uma realidade muito desfavorável, que condiciona negativamente os níveis de produção actuais e futuros das empresas do Sector, quer elas se situem no segmento da construção de edifícios, quer se dediquem a obras de engenharia civil. Na vertente da construção de edifícios, tanto a componente residencial como a não residencial apresentam sinais de um fraco ritmo de produção actual, como se pode inferir pelas opiniões muito negativas expressas pelos empresários, através do Inquérito Mensal à Actividade promovido pela FEPICOP e relativas à actividade das suas empresas (saldos médios de -57% e de -44%, até Julho, nas respectivas questões). Quanto ao futuro, as perspectivas dos empresários revelam um acentuado pessimismo, confirmado, aliás, pelo reduzido nível de licenciamento de novas edificações, o que compromete qualquer possibilidade de recuperação da actividade destes segmentos no curto prazo. Assim, o licenciamento de novos fogos habitacionais, que vem a registar quebras anuais desde o ano 2000, concluiu o primeiro semestre de 2011 com uma redução homóloga acumulada de 31%, reflectindo uma média mensal de 1.523 fogos licenciados em Portugal, face a 2.038 em 2010 e 2.251 em 2009. Fonte: INE No que concerne ao licenciamento de espaços não residenciais, confirma-se igualmente uma redução homóloga, até Junho, da área licenciada total (-4,5%), não obstante se observarem

evoluções diferenciadas segundo os tipos de ocupação do edifício. Assim, a área destinada à indústria é a que mais cai (-32%), seguida da dedicada ao turismo (-25%) e ao comércio (-20%). Por outro lado, o licenciamento de áreas destinadas a outros fins (agricultura, transportes e outros destinos não especificados) evolui de forma positiva, crescendo, no seu conjunto, 23% face a igual período de 2010. As quebras verificadas no licenciamento de edifícios, aliadas aos resultados apurados, através do Inquérito Mensal à Actividade, na questão relativa à dimensão da carteira de encomendas medida em meses de produção assegurada apontam, claramente, para uma tendência negativa de evolução da produção do segmento da construção de edifícios. De facto, o número de meses de produção assegurada para o conjunto dos edifícios desceu de 8,5 para 7,3 meses, entre os primeiros sete meses de 2010 e o mesmo período do ano corrente, sendo a construção de espaços não residenciais a actividade que, actualmente, menos trabalho garante às empresas, apenas 7,0 meses. Também nos trabalhos de construção que resultam de investimento público (edifícios não residenciais públicos e obras de engenharia civil), as perspectivas são desanimadoras, tanto mais que a difícil conjuntura económica que o país atravessa está a conduzir a cortes substanciais do investimento público. Logo, não é de afastar a hipótese de se virem a acentuar, ainda mais, as actuais reduções observadas nas promoções de obras, que até ao final de Julho já registavam decréscimos homólogos, em valor, de 57% no caso dos edifícios públicos e de 21% nas obras de engenharia civil. Por outro lado e no que concerne às adjudicações de obras públicas, se bem que a informação disponível aponte para crescimentos homólogos dos valores dos concursos adjudicados até final de Julho, a verdade é que se adensam as preocupações relativamente à existência de meios financeiros disponíveis que permitam levar a cabo algumas dessas obras. No mesmo sentido, as opiniões emitidas pelos empresários que actuam no mercado das obras públicas quanto ao nível de produção das suas empresas e à conjuntura vivida actualmente no mercado são muito desfavoráveis, assistindo-se a uma forte deterioração das suas perspectivas de evolução da actividade no futuro próximo.

4. Em Portugal, carteira de encomendas da Construção evolui de forma contrária à da média europeia De acordo com os dados disponibilizados pela Comissão Europeia, o sector da Construção europeu conta, em termos médios, com uma carteira de encomendas em franca recuperação, contrariamente à situação vivida pelo Sector em Portugal. De facto, a par de um crescimento homólogo de 18%, no trimestre terminado em Julho, no indicador relativo à carteira de encomendas na Europa, em Portugal registou-se uma quebra de 12% em igual período, o que surge em linha com uma redução significativa no número de meses de produção assegurada para as empresas. Em linha com essa evolução, também o indicador de confiança calculado para Portugal revela um comportamento distinto do observado no caso da União Europeia a 27. De facto, enquanto se acentua o pessimismo dos empresários portugueses, reflectido numa quebra de 18% no indicador de confiança no trimestre terminado em Julho, em termos médios europeus manifestase um sensível optimismo, com o mesmo indicador a registar um crescimento de 7% no mesmo período.

INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO DA ANÁLISE DA CONJUNTURA DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS Indicador Unidade 2008 2009 2010 1.º T/11 2.º T/11 Abr.11 Mai.11 Jun.11 Jul.11 var. anual var. hom. Trimestral var. hom. acumulada Indicadores Macroeconómicos PIB (INE - CNT) v. real (%) 0,0% -2,5% 1,4% -0,6% FBCF - Total (INE - CNT) v. real (%) -1,8% -11,6% -4,8% -6,8% FBCF - Construção (INE - CNT) v. real (%) -5,9% -11,7% -5,8% -4,1% VAB - Construção (INE - CNT) v. real (%) -4,0% -9,2% -3,9% -2,5% Tecido Empresarial Índice Empresas Activas (FEPICOP)(Jan 2000=100) % -5,7% -9,0% 10,7% -7,9% -9,8% -8,4% -8,7% -8,9% -9,0% Indicador Confiança (FEPICOP/UE)(Jan_00 = 100)(1) % -0,8% -7,3% -12,7% -11,0% -17,9% -14,7% -14,8% -14,5% -14,8% Carteira Encomendas (FEPICOP/UE)(Jan_00 = 100)(1) % 5,1% -13,7% -21,7% -18,2% -18,5% -21,9% -24,1% -18,3% -17,4% Situação Financeira Empresas (FEPICOP/UE)(1) % -6,2% -7,9% 0,4% -1,0% -6,9% -4,0% -3,4% -4,0% -4,3% Emprego e Desemprego na Construção Nº Trabalhadores COP (INE - IE) (2) milhares 555,1 505,6 482,5 447,1 Nº Desempregados da COP (IEFP) milhares 44,1 61,3 70,9 74,1 72,0 73,8 73,5 73,0 Nº Trabalhadores COP (INE - IE) (2) % -2,8% 8,9% -4,6% - Nº Desempregados da COP (IEFP) % -0,2% 67,1% 18,6% -2,4% -4,0% -2,9% -3,1% -3,2% Taxa Desemprego na COP (FEPICOP) % 7,0% 12,0% 12,6% Perspectivas de Emprego (FEPICOP/UE)(1) % -2,2% -3,6% -7,6% -7,6% -16,4% -10,8% -10,2% -12,0% -12,5% Produção da COP por Segmentos de Actividade Engenharia Civil Índice Produção Obras Eng. Civil (FEPICOP) (3) % 3,9% 17,5% -25,3% -14,0% - -17,9% -13,8% - Nível Actividade Obras Eng. Civil (FEPICOP/UE)(1) % -3,1% -3,6% -16,5% -6,4% -4,4% -7,8% -5,6% -5,4% -4,1% Valor Obras Públicas Promovido (FEPICOP) (3) % 43,9% -29,5% 21,3% -34,1% - -49,5% - - Habitação Índice Prod. Edif. Habitação (FEPICOP) (3) % -9,9% -21,8% -16,5% -14,7% -20,5% -18,6% - Nível Actividade Edif. Habitação (FEPICOP/UE)(1) % -1,5% -11,8% 4,6% -6,5% -29,9% -14,2% -20,1% -19,2% -20,8% Área Licenciada Edif. Habitação (INE-nº) % -25,9% -36,1% -7,7% -19,8% -35,2% -23,9% -26,1% -27,9% Edifícios Não Residenciais Índice Produção Edif. N/ Residenciais (FEPICOP) (3) % 2,0% 14,5% -14,8% 2,7% - -3,0% 1,8% - Nível Actividade Edif. N/ Residenciais (FEPICOP/UE) (1) % 2,0% -4,3% -4,9% -16,7% -22,5% -19,6% -22,5% -19,6% -19,7% Área Licenciada Edif. N/ Residenciais (INE-nº) % 1,0% -24,3% -12,4% -2,3% -6,9% 7,9% -5,5% -4,5% Produção Global Nível Actividade Global (FEPICOP/UE)(1) % -1,1% -7,1% -5,3% -9,8% -19,8% -13,8% -16,2% -15,0% -15,1% Consumo de Cimento (Cimpor, Secil, outros) % -6,5% -15,4% -7,0% -6,6% -17,9% -10,2% -11,4% -12,7% A Construção Europeia FBCF Total (UE - Zona Euro) v. real (%) -2,2% -16,9% 3,1% Indicador Confiança Construção (UE - 27 países) % -16,6% -21,8% 6,2% 3,3% 4,5% 2,8% 3,2% 4,0% 4,5% Indicador Confiança Construção (UE - Portugal) % -1,2% -10,2% -10,5% -6,2% -20,0% -10,5% -11,1% -13,5% -13,8% Carteira de Encomendas COP (UE - 27 países) % -17,4% -28,3% 3,6% 2,9% 13,2% 3,7% 5,9% 8,2% 9,8% Carteira de Encomendas COP (UE - Portugal) % 8,6% -17,0% -14,9% 3,5% -16,3% -2,5% -2,5% -7,1% -6,8% Perspectivas Emprego COP (UE - 27 países) % -15,9% -16,4% 8,2% 3,6% -1,0% 2,2% 1,5% 1,2% 1,2% Perspectivas Emprego COP (UE - Portugal) % -6,0% -6,4% -8,3% -10,5% -21,8% -14,1% -14,8% -16,4% -17,0% Nota: Quadro construído com informação disponibilizada até 10 de Agosto de 2011 (1) Indicador que resulta das opiniões dos empresários expressas no Inquérito Mensal á Actividade realizado pela FEPICOP / UE (2) A partir do 1º trimestre de 2008 os resultados do emprego da construção são divulgados segundo a CAE Ver. 3.1. As variações homólogas de 2008 resultam da comparação entre resultados de 2007 (CAE Rev. 2.1) e os de 2008 (CAE Rev. 3.1). Quebra de série no 1º trimestre de 2011 devido a alterações metodológicas. var. hom. trimestral = [trimestre n / trimestre n-4] var. hom. acumulada = [índice (n) + índice (n+1) +... + índice (n+12)] / [índice (n-12) + índice (n-11) +...índice (n-1)] (3) Os índices de produção da FEPICOP foram suspensos temporariamente, em virtude de se estar a proceder a ajustamentos na metodologia de cálculo dos mesmos.