EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO CONSELHO SECCIONAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SEÇÃO PARANÁ. Conforme deliberação dos 47 Presidentes de Subseção no Colégio de Presidentes em Pato Branco, da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Paraná, realizado entre os dias 06 e 07 de Outubro de 2016, conforme declarado na Carta de Pato Branco, a Assembléia decidiu por encaminhar ao Conselho Seccional, consulta sobre Advocacia em Sindicatos e Associações, com o seguinte texto: (...) - encaminhar consulta sobre os limites de atuação dos advogados dentro de sindicatos com recomendação de oitiva da comissão de direito sindical e de fiscalização;(...) Para os Presidentes de Subseção é importante esclarecer sobre os limites da advocacia nos Sindicatos e Associações e entidades congêneres, pois tem causado a mercantilização da profissão e a captação ilegal prejudicado a classe, inclusive facilitando o exercício ilegal da profissão por não inscrito. Importante registrar que além dos questionamentos que eventualmente já foram formalizados acerca do tema, decorrente da Carta de Pato Branco, os 26 Presidentes abaixo assinados, que anuíram ao teor do presente expediente através do grupo institucional de whatsapp, apresentam a presente consulta para fins de complementação do procedimento já instaurado. Entretanto, caso não tenha sido instaurado até a presente data o procedimento acerca do tema invocado, protestamos pela abertura do mesmo consubstanciado nos termos aqui lançados. DOS LIMITES DA ATUAÇÃO DOS ADVOGADOS DENTRO DE SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES: O esclarecimento se faz necessário sua delimitação, nos termos do artigo 8º, inciso III da Constituição Federal; artigo 5º, incisos XXI, LXX, "b", e art. 103, IX, da Constituição Federal. Dentre esses dispositivos o artigo 8º, III da CF é norteador no que diz respeito a limitação, vejamos:
Artigo 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas Esse debate foi enfrentado pelo Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo, que firmou o seguinte posicionamento: SINDICATO DEPARTAMENTO JURÍDICO PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ADVOCACIA EM GERAL INADMISSIBILIDADE. O patrocínio dos advogados de sindicatos a seus filiados restringe-se aos interesses coletivos ou individuais da categoria. A regra do art. 8º, III, da Constituição Federal restringe a proteção dos sindicalizados às questões específicas da classe que representa. A atuação dos advogados, em matérias estranhas aos interesses da categoria, constitui captação de clientela, vedada pelo CED e passível de correção disciplinar. Nada impede a representação de pessoas físicas ou jurídicas, como clientes, perante a repartição de trânsito, munindo-se do instrumento procuratório. Entretanto, caso tais clientes sejam sócios do sindicato, esta situação impede a representação advocatícia, mesmo com mandato procuratório. Proc. E-2.513/01 v.u. em 18/04/02 do parecer do Rel. Dr. JAIRO HABER e complementação da ementa do Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF Rev. Dr. JOSÉ GARCIA PINTO Presidente Dr. ROBISON BARONI. No Paraná, o Conselho Seccional, respondeu Consulta formulada pelo Vice- Presidente na gestão 2013/2015, advogado Cássio Telles, registrada sob número 6081/2013 que abordou o tema, mas deve ser aprofundado diante de tantas questões levantadas sobre a atuação de advogados e escritórios de advocacia em sindicatos, associações, empresas de revisão e assessorias de aposentadorias. Contudo, requer-se seu aprofundamento, justamente porque há inúmeras associações, sindicatos e outras entidades atendendo seus associados e dependentes em todas as áreas do direito, com ampla publicidade e por vezes com Departamentos Jurídicos e cobrança de mensalidade. Por estes motivos os Presidentes de Subseção da Seccional da OAB/PR, formulam a presente Consulta com a apresentação dos questionamentos abaixo descritos: 1 - O advogado e ou escritório de advocacia que presta serviços jurídicos para Associação, Sindicato e congêneres, pode atender os associados e dependentes em todas as áreas do direito, além daquelas específicas de interesse da categoria? 2 - Quanto a forma de prestação do serviço jurídico, o advogado e ou escritório pode atuar de forma consultiva com informações gerais, ou também pode atuar no contencioso?
3 - A atuação dos advogados de Sindicatos, Associações e Congêneres, em matérias estranhas aos interesses da categoria, constitui captação de clientela, vedada pelo Código de Ética e Disciplina, e passível de representação disciplinar? 4 - O advogado ou escritório do sindicato ou associação pode estampar nas petições e outros documentos a logo do escritório e ou fazer referências ao contrato? 5 - O Sindicato e ou Associação e outras entidades congêneres podem cobrar mensalidade e vincular seu pagamento a continuação da prestação serviços jurídicos? 6 Quanto ao serviço jurídico assistencial do Sindicato, da Associação ou entidades Congêneres cabe o pagamento de honorários? 7 O Sindicato e ou Associação e outras entidades Congêneres podem indicar o advogado contratado por elas para atender questões da categoria e questões de ordem pessoal? 8 As empresas e ou pessoas físicas que prestam serviços de assessoria previdenciária, revisão de contratos bancários e cálculos, não estão exercendo atividades privativas da advocatícia e, portanto, caracterizam captação ilegal e exercício ilegal da advocacia? Requer ainda que sejam tomadas as seguintes providências: a) Existindo algum procedimento administrativo em tramitação acerca do tema e decorrente da Carta de Pato Branco, que seja anexado e unificado ao presente procedimento eletrônico para fins de prosseguimento; b) Que sejam os 26 Presidentes abaixo indicados, cadastrados no presente processo eletrônico na qualidade de Consulentes, bem como que sejam intimados de todos os atos do presente processo, inclusive das datas de reunião das comissões que irão manifestar no caso em testilha, bem como da reunião do Conselho Seccional que julgará o presente procedimento administrativo; c) Que seja o presente procedimento encaminhado à Comissão de Direito Sindical para que a mesma se manifeste acerca do tema, em prazo previamente fixado, sob pena de preclusão;
d) Que seja o presente procedimento encaminhado à Comissão de Fiscalização do Exercício Profissional para que a mesma se manifeste acerca do tema, em prazo previamente fixado, sob pena de preclusão; e) Anexados os pareceres das Comissões de Direito Sindical e de Fiscalização do Exercício Profissional, requer que seja a presente consulta submetida ao crivo do Conselho Seccional, para fins de serem respondidas objetivamente as 8 perguntadas supra e retro formuladas, além de outras que porventura já existam. Curitiba, 22 de março de 2017. SUBSEÇÃO DE WENCESLAU BRAZ RICARDO DOS SANTOS LOBO SUBSEÇÃO DE BANDEIRANTES PAULO BUZATO SUBSEÇÃO DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS JAIDERSON RIVAROLA PEREIRA SUBSEÇÃO DE LONDRINA ELITON ARAUJO CARNEIRO SUBSEÇÃO DE APUCARANA CARLOS ANTONIO STOPPA SUBSEÇÃO DE ARAUCÁRIA ANDRE CARNEIRO DE AZEVEDO SUBSEÇÃO DE ASSIS CHATEAUBRIAND ROQUE BARBOSA DE OLIVEIRA SUBSEÇÃO DE CAMPO LARGO IVO CEZARIO GOBBATO DE CARVALHO SUBSEÇÃO DE CASTRO JOAO CARLOS LOZESKI FILHO SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU VALTER CANDIDO DOMINGOS
SUBSEÇÃO DE FRANCISCO BELTRÃO MARCELO BIENTINEZ MIRÓ SUBSEÇÃO DE GOIOERÊ CASSIANO RICARDO BOCALAO SUBSEÇÃO DE GUAÍRA LUIZ CLAUDIO NUNES LOURENCO SUBSEÇÃO DE GUARAPUAVA MARCOS ANTONIO MAIER CARVALHO SUBSEÇÃO DE IRATI LUÍS AUGUSTO POLYTOWSKI DOMINGUES SUBSEÇÃO DE IVAIPORÃ LUIZ HENRIQUE MACIEL BRANCO SUBSEÇÃO DE JACAREZINHO JAZIEL GODINHO DE MORAIS SUBSEÇÃO DE LAPA DIEGO TIMBIRUSSU RIBAS SUBSEÇÃO DE PALOTINA CLEVERTON CREMONESE DE SOUZA SUBSEÇÃO DE PARANAGUÁ NAZARENO ANTONIO VILARINHO PIOLI FILHO SUBSEÇÃO DE PATO BRANCO EDUARDO MUNARETO SUBSEÇÃO DE PRUDENTÓPOLIS LUIS CARLOS ANTONIO SUBSEÇÃO DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA PEDRO PAVONI NETO SUBSEÇÃO DE TELÊMACO BORBA MAICOW RÉGIS DE FREITAS MERCER SUBSEÇÃO DE UMUARAMA ALDO HENRIQUE ALVES SUBSEÇÃO DE UNIÃO DA VITÓRIA LAURY ANGELO FURLAN FAGUNDES