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Transcrição:

1

SUMÁRIO MENSAGEM INICIAL 1. HIGHLIGHTS icfo 4 Trimestre de 2017 4 2. O ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CFO icfo 5 3. RELATÓRIO ANALÍTICO 7 A. Principais preocupações 7 B. Expectativas macroeconômicas 8 C. Perspectivas de investimentos 9 D. Perspectivas de financiamentos 12 E. Perspectivas de resultados Nível setor e nível empresa 14 2

MENSAGEM INICIAL A mensuração do nível de confiança de uma economia é um dos elementos centrais para o processo decisório de qualquer executivo. Sua formação se dá pela soma das confianças de todos os agentes econômicos, que são pessoas, empresas, governos nacionais e estrangeiros, que no conjunto de suas expectativas determinam um nível de confiança para sustentar suas ações. Nesse contexto, o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP) e a Saint Paul Escola de Negócios, unem representatividade e rigor técnico, e apresentam a toda a comunidade de executivos de finanças e à sociedade brasileira o Índice de Confiança do CFO, o icfo. O IBEF-SP contribuirá com sua representatividade, visto que a riqueza gerada pelos seus associados supera 20% do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico. A Saint Paul, com o time acadêmico e de pesquisa de uma das melhores escolas para executivos do mundo. Juntos, temos o objetivo de apresentar à sociedade a perspectiva de confiança dos executivos de finanças na economia brasileira, nos setores produtivos da economia e no desempenho esperado para suas organizações. Assim, IBEF-SP e a Saint Paul cumprem seus respectivos propósitos, de contribuir com seus stakeholders e com a sociedade. Prof. Dr. José Cláudio Securato, presidente da Saint Paul Escola de Negócios 3

1. Highlights icfo 4º trimestre 2017 O icfo referente ao 4º trimestre de 2017 ficou no patamar de 136,0 pontos (ante os 124,4 pontos no trimestre anterior), dentro de uma escala que varia de 20 a 180, sendo 100 a neutralidade quanto à confiança dos CFOs. Verifica-se, assim, considerável aumento no nível de otimismo dos CFOs na comparação entre o 3º e o 4º trimestre de 2017. Como principal aspecto desta edição percebe-se que no quarto trimestre a confiança dos CFOs ganhou força, e o icfo apresentou um aumento de 18,6 pontos em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse efeito se percebe para os três componentes do icfo: (i) as percepções quanto ao mercado causaram um aumento de 12,1 pontos no icfo M, que atingiu o patamar de 135,9 (ante 123,8 no trimestre anterior); (ii) as percepções quanto ao setor aumentaram 12,2 pontos, atingindo o patamar de 135,2 pontos (ante 123,0 no trimestre prévio); (iii) e as percepções quanto a empresa, por sua vez, levaram a um aumento no icfo E de 10,8 pontos, chegando a 137,0 ante 126,2 no período anterior. No que se refere às preocupações dos CFOs, percebe-se que no 4º trimestre de 2017 os principais receios foram o ambiente política e a demanda dos mercados internos. Em conjunto, esses fatores somam uma importância de 32,8% dentre as preocupações dos CFOs. Com relação aos investimentos previstos para os próximos doze meses, os executivos definiram com a principal categoria de destino desses investimentos a criação de novas linhas ou unidades de negócio, que com 20,7% de participação no volume total de investimentos ganhou 7,7 p.p. de representatividade em relação ao período anterior, indicando o otimismo dos executivos na retomada do crescimento de seus negócios. Verifica-se uma forte mudança das expectativas quanto a quadro de colaboradores e terceirizados, quando comparados os resultados desta edição em relação aos trimestres anteriores. Os CFOs apresentam postura mais positiva em relação ao quadro de funcionários, com 48% dos respondentes apresentando expectativa de aumento nos quadros (ante 38% no trimestre anterior). Já 45% dos respondentes esperam manutenção de quadros. Dados sobre receitas, expectativas de inflação e expectativas sobre rentabilidade, em conjunto, apontam para melhora da rentabilidade, que pode ser decorrente da expectativa de reposição de margens dada a perspectiva de aumento dos níveis de preço e aumento das receitas. 4

2. O índice de confiança do CFO - icfo O icfo tem como objetivo captar a confiança dos CFOs quanto ao desempenho futuro do país e dos negócios no Brasil. Para tanto são verificadas as suas expectativas quanto a macroeconomia, o seu setor de atuação e a sua empresa de atuação, para os próximos 12 meses. A periodicidade do icfo é trimestral e essa edição refere-se ao quarto trimestre de 2017. Índice de Confiança do CFO - icfo 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 87,4 93,0 107,6 117,4 122,8 117,7 124,4 136,0 60,0 40,0 20,0 icfo - 1T16 icfo - 2T16 icfo - 3T16 icfo - 4T16 icfo - 1T17 icfo - 2T17 icfo - 3T17 icfo - 4T17 O icfo referente ao 4º trimestre de 2017 ficou no patamar de 136,0 pontos, dentro de uma escala que varia de 20 a 180, sendo 100 a neutralidade quanto à confiança dos CFOs. Verifica-se uma retomada no nível de otimismo dos CFOs entre o 3º e o 4º trimestre do ano de 2017. Quando analisando todo o histórico de índices da pesquisa, percebe-se a continuidade na elevação da confiança do CFO. O crescimento médio do índice ficou em 5,7% (CAGR do icfo desde o início da pesquisa, 1T16). Nota-se, portanto, que o CFO permanece otimista em relação ao desempenho do futuro do país, setor e empresa para os próximos 12 meses. O icfo é composto por 3 diferentes indicadores, que têm o objetivo de capturar 3 distintas dimensões da percepção da confiança dos respondentes: i. icfo m : índice de confiança em relação à macroeconomia; ii. icfo s : índice de confiança em relação ao setor de atuação de sua empresa; iii. icfo e : índice de confiança em relação à empresa em que atua. 5

icfo: Macroeconomia, Setor e Empresa 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 icfo - 4T16 icfo - 1T17 icfo - 2T17 icfo - 3T17 icfo - 4T17 icfom icfos icfoe icfo - 4T16 icfo - 1T17 icfo - 2T17 icfo - 3T17 icfo - 4T17 icfo 117,4 122,8 117,7 124,4 136,0 icfo M 113,6 121,2 117,2 123,8 135,9 icfo S 115,6 121,3 114,9 123,0 135,2 icfo E 123,0 126,0 121,1 126,2 137,0 O gráfico acima apresenta as magnitudes dos três componentes do icfo, bem como sua evolução em relação às edições anteriores. Na comparação com o trimestre anterior, percebese que os três componentes apresentaram melhora significativa, atingindo o maior patamar da série histórica para todos os casos. Os três componentes do icfo encontram-se em estágio otimista pelo sexto trimestre consecutivo - as perspectivas para os próximos 12 meses encontram-se acima da neutralidade (100 pontos) no que se refere à economia, setor e também empresa, reforçando o otimismo continuado dos CFO s. Como principal aspecto desta edição percebe-se que no quarto trimestre a confiança dos CFOs ganhou força, e o icfo apresentou um expressivo aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse efeito se percebe para os três componentes do icfo: (i) as percepções quanto ao mercado causaram um aumento de 12,1 pontos no icfo M, que atingiu o patamar de 135,9 (ante 123,8 anteriormente); (ii) as percepções quanto ao setor aumentaram 12,2 pontos, atingindo o patamar de 135,2 pontos (ante 123,0 no trimestre prévio); (iii) e as percepções quanto a empresa, por sua vez, levaram a um aumento no icfo E de 10,8 pontos, chegando a 137,0 ante 126,2 no caso anterior. 6

3. Relatório analítico A. Principais preocupações da liderança Demanda mercado interno Ambiente Político Competitividade e atuação da concorrência Estrutura tributária Câmbio Custo da mão-de-obra Atração, retenção e motivação de talentos Acesso a recursos financeiros (funding) Políticas governamentais / setoriais Juros Custo dos insumos Aspectos regulatórios Liquidez Demanda mercado externo Inflação 0,0% 0,8% 1,7% 4,2% 4,2% 4,2% 3,4% 7,6% 6,7% 5,9% 5,9% 10,9% 11,8% 16,8% 16,0% Em relação às preocupações da liderança no 4º trimestre de 2017, alguns pontos merecem destaque: i. As preocupações com relação ao ambiente político continuam latentes, e voltaram à segunda posição em importância. As preocupações com políticas governamentais e setoriais, por sua vez, continuam despriorizadas, em nona colocação. Já a apreensão com o ambiente político, que ficou em segundo lugar, indica a insegurança dos executivos em relação à conjuntura política, mas com uma sensação de estabilidade em relação às políticas governamentais. A estabilização política associada à aproximação do período eleitoral parece contribuir bastante para essa percepção. ii. As preocupações com indicadores macroeconômicos de juros e inflação diminuíram sensivelmente. O maior destaque, entretanto, deve ser dado em relação às preocupações com a inflação, que permaneceram nulas no 4% trimestre de 2017, reforçando o otimismo em relação à estabilização das pressões inflacionárias promovida pelo Banco Central. iii. As reduções em importância atribuídas a questões políticas e macroeconômicas (juros e inflação) foram compensadas em um aumento de preocupação em fatores de competitividade e demanda dos mercados. Em conjunto, os fatores demanda do mercado interno e competitividade e atuação da concorrência somam no quarto trimestre a importância de 28,6% de frequência dentre as preocupações dos CFOs. no trimestre anterior, esses fatores tinham a importância de 34,7%. Percebe-se, assim, que à luz de uma certa estabilização nas preocupações dos respondentes em relação a fatores econômicos, os CFOs estão então voltando suas atenções para efeitos mais relacionados às suas dinâmicas setoriais e concorrenciais de seus business. 7

B. Expectativas macroeconômicas IPCA Resultados 4º trimestre 2017 Resultados 3º trimestre 2017 Taxa de Câmbio (R$/US$) Selic Meta PIB IPCA Taxa de Câmbio (R$/US$) Selic Meta MÉDIA 3,6% 3,3 7,0% 1,9% 3,5% 3,2 7,5% 1,0% DESVIO 0,7% 0,1 1,0% 0,8% 0,7% 0,2 0,8% 0,6% COEFICIENTE DE VARIAÇÃO 0,2 0,0 0,1 0,4 0,2 0,0 0,1 0,6 PIB As expectativas com relação à inflação e à taxa de juros mantém o ritmo de estabilidade e queda, respectivamente, impulsionadas pelo esforço promovido pelo Banco Central. As expectativas para o crescimento do PIB apresentaram melhora significativa na comparação com o trimestre anterior, partindo de 1,0% para 1,9%. Vale ressaltar que 36% dos respondentes projetam crescimento do PIB acima de 2,0%. Além disso, chama a atenção o baixo nível de coeficiente de variação (CV) nas expectativas de crescimento do PIB - isso indica uma maior homogeneidade das expectativas dos CFOs quando ao desempenho do PIB para os próximos 12 meses. As expectativas para a SELIC corroboram a tendência de queda na taxa de juros verificada ao longo dos últimos meses: este é o quarto trimestre consecutivo em que as expectativas de juros permaneceram abaixo de dois dígitos. As expectativas para a taxa de câmbio permaneceram estáveis, passando de R$3,2 no terceiro trimestre de 2017 para R$3,3 no quarto. Após um período de muitas incertezas verificado no trimestre anterior, a variação das respostas diminuiu, o que indica que as expectativas dos gestores estão mais alinhadas e apontam para um ritmo gradual de recuperação da atividade econômica. Esse efeito se nota através da análise dos coeficientes de variação. Assim como verificado e já destacado nos itens anteriores do relatório, também neste momento se nota que as respostas dos CFOs nesta edição apresentam sinais de menores níveis de preocupação e maior estabilidade do que identificado no trimestre anterior. 8

C. Perspectivas de investimentos I. Fatores determinantes nas decisões de investimentos Crescimento do mercado interno Custo operacional Carga tributária Aspectos regulatórios Taxa de câmbio Taxa de Juros (Selic Meta) Risco de Crédito Risco Brasil Taxa de Inflação Taxa de juros do mercado internacional Crescimento do mercado externo 10% 5% 18% 3% 15% 8% 13% 18% 28% 15% 25% 20% 33% 15% 33% 15% 30% 25% 28% 35% 38% 25% 30% 45% 45% 58% 55% 53% 53% 70% 80% 78% 85% Muito Importante / Importante Média Importância Pouca importância / Sem importância Os principais fatores determinantes nas decisões de investimentos sofreram poucas modificações em relação à edição anterior da pesquisa, e os 4 fatores mais relevantes para os respondentes continuam sendo: Crescimento do mercado interno, Custo operacional, Carga tributária e Aspectos regulatórios. Percebe-se que os fatores determinantes nas decisões de investimento se alteram pouco a cada nova edição, indicando que os CFOs permanecem consideravelmente estáveis ao longo do tempo em relação às definições gerais de investimentos no Brasil, ao menos ao longo dos últimos 8 trimestres. Ainda assim, com relação às preocupações em relação ao ambiente macroeconômico, o controle da inflação e a queda nas taxas de juros ocorridos ao longo dos últimos meses mostram impacto positivo nas opiniões dos gestores. As preocupações com a taxa de inflação no longo prazo, impactando as decisões de investimento, aumentaram sensivelmente: no 3º trimestre de 2017, 31% dos respondentes consideravam esse fator como muito importante. No trimestre atual, 45% têm essa opinião. Essa percepção pode ser decorrente das incertezas políticas pelas quais o país irá adentrar neste ano com as eleições presidenciais. 9

II. Destino dos investimentos 7,1% 3,4% 20,7% Novas linhas / unidades de negócios Investimento em TI 7,7% Ampliação da capacidade instalada 9,9% Fusões e aquisições Outro 10,5% 20,7% Pesquisa e desenvolvimento (P&D) 20,0% Aquisição/modif. de terrenos, imóveis e veículos Abertura de novas unidades/lojas O gráfico acima mostra que a expectativa dos CFOs quanto ao destino dos investimentos apresenta relativa pulverização, o que é condizente com a formação da base de respondentes, composta por empresas dos mais diferentes segmentos da economia. As principais considerações a esse respeito são: Confirmando a tendência verificada no trimestre anterior, o primeiro destino dos investimentos continua a ser em Tecnologia da Informação. Para esta edição, 20,7% dos respondentes pretende destinar recursos às melhorias tecnológicas. Esse destino vem sendo consistentemente escolhido pelos respondentes como altamente relevante nas suas decisões, mostrando que questões tecnológicas estão dentre os fatores permanentemente em análise por empresas brasileiras. Empatado em primeiro lugar para destino de recursos temos a criação de novas linhas ou unidades de negócios, também com 20,7% de frequência, indicando o otimismo dos executivos na retomada do crescimento de seus negócios. O segundo lugar para destino de recursos continua a ser ampliação de capacidade instalada, com 20,0% de frequência, ante 19,8% no trimestre anterior. A destinação de recursos para abertura de novas lojas, ao contrário, continua a apresentar tendência de queda, passando de 4,5% no 3º trimestre de 2017 para 3,4% no 4º trimestre do mesmo ano. A destinação de recursos para Fusões e Aquisições apresenta nova alta, com 10,5% dos destinos no 4º trimestre de 2017, ante 7,9% no trimestre anterior. O aumento na relevância deste fator indica novamente uma ligeira intenção de retomada em operações no mercado de capitais para os próximos 12 meses, na percepção dos CFOs. 10

8% 14% 18% 14% 21% 20% 19% 28% 24% 23% 27% 27% 24% 39% 38% 38% 48% 48% 45% 48% 56% 53% 57% 67% Esses efeitos e demais variações em relação à mesma pesquisa no trimestre anterior podem ser analisados na tabela a seguir, que sintetiza as principais variáveis consideradas no gráfico anterior. DESTINO DOS INVESTIMENTOS 1T17 4T16 Variação Novas linhas / unidades de negócios 20,7% 13,1% 7,7 p.p. Investimento em TI 20,7% 22,8% -2,1 p.p. Ampliação da capacidade instalada 20,0% 20,7% -0,7 p.p. Fusões e aquisições 10,5% 8,3% 2,2 p.p. Outros 9,9% 11,7% -1,8 p.p. Pesquisa e desenvolvimento (P&D) 7,7% 11,1% -3,4 p.p. Aquisição/modif. de terrenos, imóveis e veículos 7,1% 7,9% -0,8 p.p. Abertura de novas unidades/lojas 3,4% 4,5% -1,1 p.p. III. Variações no quadro de funcionários e terceiros O gráfico a seguir compara as expectativas de variação no quadro de funcionários / terceirizados. Redução Manutenção Aumento 1º trim16 2º trim16 3º trim16 4º trim16 1º trim17 2º trim17 3º trim17 4º trim17 Neste quesito verifica-se uma relevante mudança das expectativas quando comparados os resultados da pesquisa nos trimestres anteriores. Os CFOs passaram a apresentar uma postura mais positiva em relação ao quadro de funcionários, com 48% dos respondentes apresentando expectativa de aumento nos quadros. Esse perfil mais otimista pode estar associado à diminuição das incertezas e à melhora do ambiente macroeconômico. 11

D. Perspectivas de financiamentos I. Origens de recursos para o Financiamento dos Investimentos (CAPEX) Recursos em caixa Reinvestimentos de lucros 24,7% 24,7% Empréstimos bancários 15,5% Operações estruturadas Aportes de capital de sócios 12,4% 11,3% Emissões de dívidas no mercado doméstico 8,2% Emissões de dívidas no mercado internacional 3,1% Emissões de ações no mercado internacional Emissões de ações no mercado doméstico 0,0% 0,0% Em relação às fontes de financiamentos, ao somar Reinvestimentos de lucros, Aporte de capital dos sócios e Emissões de ações, totaliza-se 36,1% das frequências totais, indicando que o uso de capital próprio é a primeira opção que mais aparece nas respostas dos CFOs como fontes de financiamentos dos investimentos para os próximos doze meses. O número é estável em relação à edição anterior, de 35,9%. Os endividamentos (Emissões de dívidas nos mercados locais e internacionais e também Empréstimos bancários) se encontram com 26,8%, o que representa um ligeiro aumento na composição verificada no trimestre anterior, de 25,7%. Por fim, verifica-se uma diminuição na perspectiva de uso de Recursos em caixa, com 24,7% das frequências (ante 25,7%), e uma manutenção das Operações estruturadas, com 12,4% (ante 12,6%). Alinhado ao cenário de queda na taxa de juros, conforme discutido anteriormente, as perspectivas de emissão de dívida no mercado doméstico aumentaram de 4,8% para 8,2%, assim como empréstimos e financiamentos bancários (indo de 15,5% para 17,8%). 12

ORIGEM DOS INVESTIMENTOS 4T17 3T17 Variação Reinvestimentos de lucros 24,7% 19,9% 4,9 p.p. Recursos em caixa 24,7% 25,5% -0,7 p.p. Empréstimos bancários 15,5% 16,8% -1,3 p.p. Operações estruturadas 12,4% 11,8% 0,6 p.p. Aportes de capital de sócios 11,3% 14,9% -3,6 p.p. Emissões de dívidas no mercado doméstico 8,2% 5,0% 3,3 p.p. Emissões de dívidas no mercado internacional 3,1% 4,3% -1,3 p.p. Emissões de ações no mercado doméstico 0,0% 0,6% -0,6 p.p. Emissões de ações no mercado internacional 0,0% 1,2% -1,2 p.p. Com relação ao custo do endividamento, a maior parcela dos gestores prevê aumento nos custos de endividamento na comparação com o último trimestre, contradizendo as quedas recentes nas taxas de juros. A proporção de CFOs que prevê aumento nos custos de endividamento aumentou de 12,3% para 21,2%, na comparação trimestre contra trimestre. Esse resultado pode estar associado ao período de incertezas políticas e econômicas pelo qual o Brasil passará no médio prazo com as eleições presidenciais de 2018. Custo do Endividamento 44,6% 43,1% 42,4% 36,4% 21,2% 12,3% Redução Manutenção Aumento icfo - 3º trim 17 icfo - 4º trim 17 13

E. Perspectivas de resultados Nível setor e nível empresa Os gráficos abaixo contrastam as perspectivas dos CFOs verificadas na pesquisa referente ao 4º trimestre de 2017 comparadas com o 3º trimestre de 2017: Receitas - Setor 68,1% 77,5% 25,0% 20,0% 6,9% 2,5% Redução Manutenção Aumento icfo - 3º trim 17 icfo - 4º trim 17 O nível de confiança dos CFOs quanto às expectativas para as receitas em nível setorial dos próximos 12 meses apresentou aumento expressivo: maior parte dos respondentes projeta aumento do nível de receitas do setor (77,5% ante 68,1% no trimestre anterior) e menor porcentagem dos respondentes projeta redução (2,5% ante 6,9% no trimestre anterior). O aumento nos níveis de otimismo pode estar relacionado à diminuição das incertezas em relação a atividade econômica, conforme vem sendo mencionado ao longo deste relatório. Esse efeito está condizente com a recuperação do otimismo, que havia sido em partes prejudicado no terceiro trimestre do ano. O mesmo efeito foi verificado para as projeções de receita para a empresa. Nesta edição, mais gestores projetam aumento de receitas: 96,9% ante 73,2% verificados no trimestre anterior. Uma menor parcela dos respondentes prevê redução de receitas (0% ante 7%). Assim, verifica-se que o maior otimismo ocorre tanto em relação à própria empresa quanto em relação ao setor. As expectativas para o nível de preços, por sua vez, caminham em direção contrária à trajetória de estabilização dos níveis de inflação comentada nas seções anteriores o que pode ser decorrente da expectativa de reposição de margens perdidas durante os períodos anteriores de retração da atividade econômica. 14

Receitas - Empresa 96,9% 73,2% 19,7% 7,0% 0,0% 3,1% Redução Manutenção Aumento icfo - 3º trim 17 icfo - 4º trim 17 Nível de Preços - Setor 55,6% 42,5% 36,1% 52,5% 8,3% 5,0% Redução Manutenção Aumento icfo - 3º trim 17 icfo - 4º trim 17 A mesma tendência otimista se verifica para as expectativas quanto a rentabilidade de suas empresas para os próximos 12 meses. Houve um expressivo aumento na proporção de respondentes que esperam aumento do ROE (Return on Equity) 79,5% ante 58,8%, e a parcela de gestores que projetam manutenção de rentabilidade caiu de 33,8% para 15,4%. Em conjunto, os dados demonstram que o aumento de rentabilidade pode estar relacionado tanto a maiores volumes de vendas quanto a reposição de margens, pois os CFOs projetam aumento do nível de preços, ao mesmo tempo em que se projeta aumento de receitas. 15

Return on Equity - ROE 79,5% 58,8% 33,8% 7,4% 5,1% 15,4% Redução Manutenção Aumento icfo - 3º trim 17 icfo - 4º trim 17 16

COORDENAÇÃO Prof. Dr. Adriano Mussa, sócio e diretor acadêmico e de pesquisas da Saint Paul Escola de Negócios Rubens Batista Junior, vice-presidente de comunicação e marketing do IBEF SP EQUIPE Prof. Me. André Nardy Profa. Me. Bianca Piloto Sincerre Profa. Dra. Bruna Losada Pereira Profa. Me. Eliane Teixeira Profa. Me. Mariana Aparecida Calabrez Oreng Prof. Dr. Sydnei Marssal Contato: pesquisa@saintpaul.com.br 17