Sexualida na 3ª ida: conhecimento idosos a respeito IST/HIV/Aids Ellen Monick Moreira dos Santos 1 Ana Lívia Souza Barbosa 2 Beatriz Queiroz Fonteles 3 Lizianne Melo Gaudêncio Torreão 4 Ezymar Gomes Cayana 5 RESUMO O presente trabalho busca, através do estudo diversas pesquisas relacionadas à tática, instigar a reflexão sobre o nível conhecimento idosos a respeito IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) /HIV/Aids. Foram gerados 110 artigos, 11 foram selecionados para análise. Notou-se então que alguns conhecimentos cunho científico e social a respeito stas probláticas ainda são precários, visto que muitos stes idosos não tiver uma educação sexual capaz conscientizá-los. Foi possível observar também uma resistência alguns grupos com relação ao ta. Alguns estudos ressaltaram os preconceitos ainda existentes, como a preconização do idoso como um sujeito s necessidas ou sejos sexuais. Após obtenção dos resultados cunho quantitativo e qualitativo, nota-se a necessida bates com relação ao ta, forma que profissionais da saú possam repensar o idoso numa perspectiva não apenas física, mas também social, psicológica e sexual. Palavras-chave: sexualida e idosos, IST/DST, HIV/Aids. INTRODUÇÃO Com os avanços dos estudos relacionados à saú e técnicas que favorec uma longevida maior à população geral, houve, nas últimas décadas, uma significativa melhora no processo envelhecimento humano. Nesse sentido, os idosos não só tiveram importante aumento na perspectiva vida, mas também puram sfrutar atividas que englobam sua realida e que, infelizmente, ainda são pouco discutidas, tais como a sexualida e suas atribuições.¹ Segundo a Organização Mundial da Saú, idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. 2 Apesar alguns estudos revelar seus interesses assuntos relacionados ao conhecimento e práticas dos idosos relacionadas à sexualida, pouco se discute sobre esse assunto, visto que os números casos IST s (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e Aids são crescentes. 1 10 Isso se ve principalmente ao tabu da socieda nesta vertente, pois ainda acredita-se que idosos não praticam relações sexuais e que, portanto, não é válido tal 1 Graduando do Curso Medicina da Universida Feral Campina Gran, ellenmonick07@gmail.com; 2 Graduando do Curso Medicina da Universida Feral Campina Gran, analiviabjs@gmail.com; 3 Graduando do Curso Medicina da Universida Feral Campina Gran, beafonteles@gmail.com; 4 Graduando do Curso Medicina da Universida Feral Campina Gran, lizianne.m.g.t@gmail.com; 5 Professor orientador: Doutor, Universida Feral Campina Gran, egcayana@gmail.com.
discussão. 7 Outra barreira para tal aumento é o pouco acesso ao conhecimento que o idoso adquiriu ao longo sua vida a respeito das IST s, visto que boa parte ste conhecimento é relativamente atual e que, há algumas décadas, pouco se discutia sobre este assunto, visto que aspectos religiosos dominavam muitas populações 3. Ao analisar o significante número casos IST s na população idosa, houve um crescente número artigos e pesquisas abordando tal ta, no intuito analisar e compreenr o conhecimento que essa população t a respeito métodos contraceptivos, características das principais infecções e as consequências na saú e qualida vida stes. O resultado é unânime: gran parte ssa população não possui conhecimentos básicos ou não se preocupam com tal bate. 4 5 8 11 O presente estudo se propõe a analisar publicações existentes a respeito do conhecimento idosos sobre IST/HIV/AIDS, no intuito estimular a criação projetos que possam atenuar os numerosos casos infecções nesta população. É preciso pensar para além da longevida da população, mas na qualida vida e b estar, seja nas práticas sociais, físicas ou sexuais. METODOLOGIA Levou-se consiração a busca artigos que tivess foco na população idosa, suas práticas e conhecimentos a respeito das infecções transmitidas sexualmente, além do uso métodos contraceptivos, a partir da base dados SciElo. Além disso, foram incluídos apenas estudos nacionais, e priorizaram-se estudos realizados nos últimos 15 anos, para que fosse possível ter uma análise tporal e abrangente. Foi escolhida a base dados Scielo e textos nacionais por retratar a tática ntro uma perspectiva Brasileira, objeto nosso estudo. Utilizaram-se as palavras chaves: sexualida e idosos; IST/DST e idosos; HIV/Aids e idosos. Foram obtidos 110 artigos na base scrita e, após filtro e leitura dos resumos, foram selecionados 11 artigos para compor o presente estudo. Foram incluídos estudos que abordass a tática objeto sta revisão. Foram excluídos estudos internacionais ou idiomas que não foss o português.
DESENVOLVIMENTO Ainda que ocorram alterações sexuais ambos os sexos no correr da ida, a vida sexual, ao contrário do que gran parte da socieda imagina, ainda permanece ativa forma adaptativa. 3 Nesse sentido, o sinteresse da população geral nessas questões t trazido consequências para saú do idoso. Não há planejamento para que informações importantes chegu a esse grupo. 7 12 Consequentente, a sinformação e a herança patriarcal que o sexo serve apenas para perpetuação da espécie geram o scuido e aumentam os índices IST/HIV/Aids. 6 9 Pesquisas apontam que a contaminação por HIV na população americana acima 60 anos aumentou cerca cinco vezes na última década. No Brasil não é diferente. Dados do Ministério da Saú informam que os casos mulheres infectadas pelo vírus da Aids na terceira ida aumentaram mais 75% nos últimos 14 anos. 13 Além disso, segundo o Boletim Epidiológico HIV/Aids 2017, foram registrados 2.217 casos aids no Brasil 2016, entre pessoas com 60 anos ida ou mais. Em 2015, houve 2.152 casos. 14 Isso donstra o scuido crescente ssa população relação a métodos preventivos, b como o scaso profissionais da saú não atenr essa população através programas ação preventiva. Entre os homens com mais 50 anos, o número infectados pelo vírus HIV subiu 43% 1998 a 2012; acordo com o assessor técnico do Departamento DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saú, Gil Casimiro, o número casos aids entre as pessoas que têm mais 50 anos aumentou por uma razão simples: elas têm muita resistência usar o preservativo. (ROCHA, 2012) Para análises estatísticas e epidiológicas, pesquisas são feitas vários territórios do país. Uma las, realizada com 510 idosos 14 municípios do Estado do Rio Gran do Sul, chamou atenção pela precarieda conhecimento sse grupo acerca questões gerais a respeito da Aids. 4 Algumas ssas questões estão expostas no quadro 1 a seguir. Quadro 1- questões conhecimentos gerais a respeito da Aids analisadas e aplicadas forma um questionário municípios do Rio Gran do Sul. Questão Verdairo Falso Não sabe A pessoa com vírus da Aids spre apresenta sintomas da doença 49,4% 21% 29,2%
O vírus da Aids po ser transmitido por abraço, beijo no rosto e beber no mesmo copo O vírus da Aids po ser transmitido por picada mosquito 22% 65,1% 12,7% 41,4% 36,5% 21,7% O uso camisinha impe a transmissão do vírus da Aids 80,8% 11,4% 7,8% Fonte: própria pesquisa, 2019. Analisando o quadro, é possível notar que ainda há um sconhecimento a respeito do ta, o que explica gran aumento infecções sexualmente transmissíveis entre os idosos. Outras pesquisas mostram resultados selhantes; 224 idosos do município Anápolis, no estado Goiás, foram entrevistados, sendo os resultados preocupantes: a maioria acredita que a transmissão da Aids po se dar também pela picada mosquito e pelo compartilhamento sabonetes e toalhas. 11 Adais, vale ressaltar a não inclusão ssa população quando se trata educação sexual. Nesse sentido, as propagandas com base na prevenção, promoção e assistência doenças sexualmente transmissíveis são stinadas apenas ao público jov. Outras pesquisas mostram que há também uma negligência por parte dos mais velhos com relação a atitus simples, como ao uso preservativos, mas que evitariam a transmissão infecções. 6 No estudo feito Anápolis, por explo, 67% dos idosos que possu vida sexual ativa não faz uso camisinha. 11 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após utilização dos critérios exclusão e inclusão, restaram apenas 11 artigos, como exposto previamente. Com o propósito donstrar um resumo geral dos resultados obtidos a partir dos trabalhos estudados, foi senvolvido o quadro 2 abaixo com particularidas dos dados analisados para melhor compreensão e facilitar a discussão. Quadro 2- Dados dos estudos analisados. TÍTULO AUTOR TIPO DE ESTUDO ANO PRINCIPAIS RESULTADOS Comportamento Bertoncini 2007 O presente estudo
sexual et al; scritivo donstrou que a principal adultos maiores transversal. via infecção na amostra 50 anos estudada foi a sexual. infectados pelo Dentre os fatores que HIV pod ter propiciado a infecção, a falta asão ao uso do preservativo foi crucial. Sexualida na Manoela 2011 A partir ste estudo, terceira ida: Busato caráter notou-se que gran parte medidas Mottin prospectivo. dos entrevistados t vida prevenção para Maschio. sexual ativa e poucos doenças faz uso medidas sexualmente prevenção contra DST s e transmissíveis e AIDS. AIDS O conhecimento Lazzarotto 2006 O estudo revelou a HIV/Aids na et al; transversal. existência lacunas no terceira ida: conhecimento sobre HIV/aids indivíduos da epidiológico terceira ida nos domínios no Vale dos conceito, transmissão e Sinos, Rio vulnerabilida. Gran do Sul, Brasil Sexualida na Rissardo et 2008 Concluiu-se na pesquisa terceira ida: al; Quantitativo que gran parte dos idosos nível Abordag não usa preservativo nas conhecimento Descritiva. relações sexuais, dos idosos evinciando, assim, falhas relação às DST s quanto ao trabalho
profissionais da saú saú coletiva. Perfil da Souza et al; 2012 Mudanças na sexualida e população idosa scritivo. os avanços tecnológicos na que procura o saú (como drogas que Centro atuam no spenho Referência sexual, reposições DST/Aids hormonais, injeções e Passos/MG próteses penianas) aumentaram a qualida e a frequência das relações sexuais Uso cartilha Laysa Revisão 2016 O estudo afirma que a na orientação ao Bianca bibliográfica. análise do conhecimento idoso quanto as Gomes que os idosos possu IST e HIV/AIDS Lima. sobre o ta promove mudanças práticas, ajudando na implentação políticas públicas, contribuindo para prevenção e o diagnóstico precoce, com efeito no número idosos infectados. Sexualida do Mariana 2011 A pesquisa aponta que os idoso: Fonseca qualitativo. idosos entrevistados são comportamento Laroque. conhecedores da para a prevenção importância do DST/AIDS preservativo, porém há gran resistência ao seu uso, parte corrente
das concepções errôneas acerca da transmissão e contágio. Representações Ana Alay 2008 A partir da análise dos sobre a Aids na Werba Quantitativo dados da pesquisa, ficou velhice por Saldanha. Abordag claro como a compreensão coornadoras Descritiva. da vulnerabilida grupos da idosos ainda está ancorada terceira ida. apenas nas relações tidas como promíscuas, que os idosos do sexo masculino não se previn e acabam, posteriormente, transmitindo o vírus a suas esposas. Doenças Marinês Pesquisa do tipo 2007 Quanto ao conhecimento sexualmente Tambara transversal, sobre HIV/Aids, os transmissíveis e Leite. quantitativa, participantes do trabalho HIV/AIDS na exploratória e donstraram possuir bom opinião scritiva. nível informação, mas idosos que alguns itens chamam a participam atenção, como o fato grupos uma pessoa aparência terceira ida saudável por estar infectada pela patologia, 5,76% disseram que não e 19,24% responram que não sab. Conhecimento Gisella 2010 A população estudada sobre HIV/Aids Souza caráter encontra-se risco para a participantes Pereira. scritivo. aquisição do HIV/AIDS,
um grupo uma vez que a maioria dos idosos idosos (67%) que relataram Anápolis-Goiás ter vida sexual ativa não faz uso do preservativo. Além disso, outros comportamentos risco são encontrados nessa população, como o uso drogas ilícitas (17,4%) e sexo com profissionais do sexo (18,4%). HIV/aids Cassétte et Pesquisa 2016 Nas falas todos os idosos: estigmas, al; qualitativa profissionais saú trabalho e caráter entrevistados, maior ou formação exploratório. menor grau saú profundida, é possível constatar a percepção da presença cotidiana dos estereótipos, dos estigmas e preconceitos relação ao HIV/aids na realida dos idosos e o impacto sses nos processos saúadoecimento. Fonte: própria pesquisa, 2019. Analisando as 11 publicações escolhidas para o presente estudo, é possível avaliar que estas traz pesquisas realizadas com grupos idosos diversas regiões do país. Tais estudos mostram que o nível conhecimento sta população ainda é preocupante. Muitos sconhec vários métodos contraceptivos, como o uso da camisinha finina e o modo transmissão diversas infecções, como o HIV 4.
É notório, portanto, uma urgente atenção a essa população, a fim acompanhar o senvolvimento que a ciência conceu para a melhoria da qualida vida e maior longevida à população, oferecendo aos idosos assistência quanto à prevenção infecções sexuais e promoção da saú e b estar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nas análises feitas e resultados obtidos, notou-se uma precarieda no conhecimento dos idosos a respeito IST/HIV/Aids, principalmente caráter científico. Além disso, os preconceitos sociais, o baixo nível escolarida e o sinteresse dos órgãos públicos e da socieda geral caracterizam intensa preocupação para a dissinação IST/HIV/Aids. Portanto, é notória a necessida criação medidas que propici uma educação sexual aos idosos todo país, visando, assim, uma redução nos altos índices idosos infectados por diversas doenças, especialmente pelo HIV. Adais, é imprescindível a atuação órgãos públicos e profissionais da área da saú para levar o conhecimento a respeito práticas preventivas aos idosos, através propagandas televisão, rádios (meio bastante utilizado por essa população), palestras e grupos sociais capazes proporcionar a dissinação ste conhecimento. Por fim, é extra importância o incentivo a mais pesquisas relação ao assunto abordado, pondo ser esta população meio programas extensão universitária. REFERÊNCIAS 1.BERTONCINI, Bruna Z; MORAES, Karla S. Comportamento sexual adultos maiores 50 anos infectados pelo HIV.2007. Disponível : <http://www.dst.uff.br/revista19-2-2007/3.pdf>. Acesso : 02 abr. 2019. 2.BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE.. Saú da pessoa idosa: prevenção e promoção à saú integral. Disponível : <http://www.sau.gov.br/sau--a-z/sauda-pessoa-idosa>. Acesso : 27 maio 2019. 3.MASCHIO, Manoela Busato Mottin. SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: medidas prevenção para doenças sexualmente transmissíveis e AIDS. 2011. Disponível : <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1983-14472011000300021>. Acesso : 02 abr. 2019.
4.LAZZAROTTO, Alexandre Ramos et al. O conhecimento HIV/aids na terceira ida: estudo epidiológico no Vale do Sinos, Rio Gran do Sul, Brasil. 2006. Disponível : <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1413-81232008000600018&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso : 02 abr. 2019. 5.RISSARDO, Leidyani Karina; FURLAN, Mara Cristina Ribeiro. SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: NIVEL DE CONHECIMENTO DOS IDOSOS EM RELAÇÃO AS DST S. 2008. Disponível : <http://www.sies.u.br/trabalhos/2009/97.pdf>. Acesso : 05 abr. 2019. 6.SOUZA, Nilzar R et al. Perfil da População Idosa que Procura o Centro Referência DST/Aids Passos/MG.2012. Disponível : <http://www.dst.uff.br/revista23-4-2011/10.perfil%20da%20populacao%20idosa.pdf>. Acesso : 05 abr. 2019. 7.LIMA, Laysa Bianca Gomes. Anais do VII fórum nacional mestrados profissionais enfermag: Uso cartilha na orientação ao idoso quanto as IST e hiv/aids. 2016. Disponível : <http://www.seer.unirio.br/inx.php/cuidadofundamental/article/viewfile/7660/6629>. Acesso : 05 abr. 2019. 8.LAROQUE, Mariana Fonseca. SEXUALIDADE DO IDOSO: comportamento para a prevenção DST/AIDS. 2011. Disponível : <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1983-14472011000400019>. Acesso : 05 abr. 2019. 9.SALDANHA, Ana Alay Werba. Representações sobre a Aids na velhice por coornadoras grupos da terceira ida. 2008. Disponível : <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicousf/v13n1/v13n1a12.pdf>. Acesso : 05 abr. 2019. 10.LEITE, Marinês Tambara. Doenças sexualmente transmissíveis e HIV/AIDS na opinião idosos que participam grupos terceira ida. 2007. Disponível : <https://www.redalyc.org/pdf/4038/403838775007.pdf>. Acesso : 05 abr. 2019. 11.PEREIRA, Gisella Souza. CONHECIMENTO SOBRE HIV/AIDS DE PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE IDOSOS, EM ANÁPOLIS-GOIÁS. 2010. Disponível : <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1414-81452010000400010>. Acesso : 05 abr. 2019.
12.CASSÉTTE, Júnia Brunelli et al. HIV/aids idosos: estigmas, trabalho e formação saú. 2016. Disponível : <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1809-98232016000500733&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso : 11 maio 2019. 13. ROCHA, Débora. Aumenta o número casos HIV na terceira ida. 2012. Disponível : <http://www.blog.sau.gov.br/iv1j9f>. Acesso : 16 maio 2019. 14. BRASIL. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim epidiológico HIV/Aids 2017.2017. Disponível : <http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/boletim-epidiologico-hivaids-2017>. Acesso : 27 maio 2019.