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AZUL= TEXTO ORIGINAL COMISSÃO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA DE REFORMA DO JUDICIÁRIO VERDE= PROPOSTA NEPC ORIGEM 1º SUBSTITUTIVO PL 5139 VERDE GRIFADO COM AMARELO MOSTARDA= PROPOSTA NEPC ORIGEM 1º SUBSTITUTIVO PL 5139. CORREÇÃO NUMERAÇÃO ARTIGO LARANJA = PROPOSTA NEPC.ORIGEM 2º SUBSTITUTIVO PL 5139 ROXO: PROPOSTAS NEPC ROXO GRIFADO COM AMARELO MOSTARDA: PROPOSTAS NEPC. AGREGAÇÕES/CORREÇÕES APÓS A PRIMEIRA VERSÃO ROXO GRIFADO COM SALMÃO. PROPOSTAS NEPC. MODIFICAÇÕES DA REDAÇÃO ORIGINAL DO TEXTO-BASE DE REFERÊNCIA À PROPOSTA PRETO: PROPOSTA DE MINUTA CONCLUSIVA DO 1º CÍRCULO DE DEBATES EXCLUSÕES SUGERIDAS NO 1º CÍRCULO DE DEBATES alterações do 2º Círculo de Debates Alterações 3º Círculo de Debates DISCIPLINA O SISTEMA ÚNICO DE AÇÕES COLETIVAS BRASILEIRAS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações civis públicas e as demais ações coletivas destinadas à proteção: I do meio ambiente, da saúde, da educação, da previdência e assistência social, do trabalho, do desporto, da segurança pública, dos transportes coletivos, da assistência jurídica integral e da prestação de serviços públicos; II - do consumidor, do trabalhador, do idoso, da infância e juventude e das pessoas portadoras de deficiência; III da ordem social, política, econômica, urbanística, financeira e tributária, da economia popular, da livre concorrência, do patrimônio público, do patrimônio genético e do erário; IV - dos bens e direitos de valor artístico, cultural, estético, histórico, turístico e paisagístico; e

V de outros interesses ou direito difusos, coletivos ou individuais homogêneos. Art. 2º. A tutela coletiva abrange os interesses ou direitos: I - difusos, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas, ligadas por circunstâncias de fato; II - coletivos em sentido estrito, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; III - individuais homogêneos, assim entendidos aqueles decorrentes de origem comum, de fato ou de direito, que recomendem tutela conjunta a ser aferida por critérios como facilitação do acesso à Justiça, economia processual, preservação da isonomia processual, segurança jurídica ou dificuldade na formação do litisconsórcio. 1º. A tutela dos interesses ou direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos presume-se de relevância social, política, econômica ou jurídica. 2º. A análise da constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei ou ato normativo poderá ser arguida incidentalmente, como questão prejudicial, pela via do controle difuso. CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS DA TUTELA COLETIVA Art. 3º. A tutela coletiva rege-se pelos seguintes princípios: I amplo acesso à justiça e participação social; II duração razoável do processo, com prioridade no seu processamento em todas as instâncias; III tutela coletiva adequada, com efetiva precaução, prevenção e reparação dos

danos materiais e morais, individuais e coletivos, bem como punição pelo enriquecimento ilícito; IV motivação específica de todas as decisões judiciais, notadamente quanto aos conceitos indeterminados; V publicidade e divulgação ampla dos atos processuais que interessem à comunidade; VI dever de colaboração de todos, inclusive pessoas jurídicas públicas e privadas, na produção das provas, no cumprimento das decisões judiciais e na efetividade da tutela coletiva; VII exigência permanente de boa-fé, lealdade e responsabilidade das partes, dos procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo; VIII não taxatividade do objeto e dos meios de tutela dos interesses e direitos coletivos; IX - preferência do cumprimento da sentença coletiva sobre as execuções individuais fundadas em sentença coletiva; X criação de Juízos, Câmaras, Turmas e sistemas de gestão especializados. CAPÍTULO III DOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS E DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO COLETIVA Art. 4º. É competente para a causa o foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer o dano ou o ilícito, aplicando-se as regras da prevenção. 1º. Se a extensão do dano atingir a área da capital do Estado, será esta a competente; se também atingir a área do Distrito Federal será este o competente, concorrentemente com os foros das capitais atingidas. 2º. A extensão do dano será aferida conforme indicado na inicial. 3º. Havendo, no foro competente, juízos especializados em razão da matéria e juízos

especializados em ações coletivas, aqueles prevalecerão sobre estes. Art. 5º. A distribuição de uma ação coletiva induzirá litispendência para as demais ações coletivas que tenham o mesmo pedido, causa de pedir e interessados e prevenirá a competência do juízo para todas as demais ações coletivas posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto, ainda que diferentes os legitimados coletivos, quando houver: I conexão, pela identidade de pedido ou causa de pedir ou da defesa, conquanto diferentes os legitimados; II conexão probatória; III continência, pela identidade de interessados e causa de pedir, quando o pedido de uma das ações for mais abrangente do que o das demais. 1º. Na análise da identidade da causa de pedir e do objeto, será preponderantemente considerado o bem jurídico a ser protegido. 2º. Na hipótese de litispendência, conexão ou continência entre ações coletivas que digam respeito ao mesmo bem jurídico, a reunião dos processos poderá ocorrer até o julgamento em primeiro grau. Iniciada a instrução a reunião dos processos somente poderá ser determinada se não houver prejuízo para a duração razoável do processo. Art. 6º. São legitimados concorrentemente para propor a ação coletiva: I - o Ministério Público; II - a Defensoria Pública; III - as pessoas jurídicas de direito público interno, as Mesas das Casas do Poder Legislativo e as entidades e órgãos despersonalizados da Administração Pública, direta ou indireta, que tenham como finalidades institucionais a defesa dos interesses ou direitos coletivos.

IV a Ordem dos Advogados do Brasil, inclusive as suas secções e subsecções; V - as entidades sindicais e de fiscalização do exercício das profissões, restritas as primeiras à defesa dos interesses e direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos ligados à categoria; VI - os partidos políticos com representação no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas ou nas Câmaras Municipais, conforme o âmbito do objeto da demanda, a ser verificado quando do ajuizamento da ação; VII - as associações civis e as fundações de direito privado legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano, para a defesa de interesses ou direitos relacionados com seus fins institucionais, dispensadas a autorização assemblear ou pessoal e a apresentação do rol nominal dos associados ou membros. VIII- a pessoa física, para a discussão coletiva de interesses individuais homogêneos de um grupo que integre. 1º. O juiz poderá dispensar o requisito da pré-constituição de um ano das associações civis e das fundações de direito privado quando haja manifesto interesse social evidenciado pelas características do dano ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. 2º. O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da ordem jurídica. 3º. Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os legitimados, inclusive formado por Ministérios Públicos entre si, por Defensorias Públicas entre si, ou entre uns e outros. 4º. As pessoas jurídicas de direito público, cujos atos sejam objeto de impugnação, poderão abster-se de contestar o pedido, ou atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. Art. 7º. É vedada a intervenção de terceiros nas ações coletivas e facultado a

qualquer legitimado coletivo habilitar-se como assistente litisconsorcial. A apreciação do pedido de assistência far-se-á em autos apartados, sem suspensão do feito, recebendo o interveniente o processo no estado em que se encontre. 1. O juiz rejeitará liminarmente o pedido de habilitação como assistente do membro do grupo, na ação em defesa de interesses ou direitos individuais homogêneos, quando o interessado não demonstrar, de plano, razões de fato ou de direito que assegurem utilidade à tutela coletiva e justifiquem a sua intervenção, podendo o juiz limitar o número de assistentes, quando este comprometer o bom andamento e a duração razoável do processo. 2º. As pretensões individuais, na fase de conhecimento do processo coletivo, somente poderão ser discutidas e decididas de modo coletivo, facultando-se o agrupamento em subclasses ou grupos. Art. 8º. Ocorrendo desistência infundada, abandono da ação coletiva ou não interposição do recurso de apelação, no caso de sentença de extinção do processo ou de improcedência do pedido, serão intimados pessoalmente o Ministério Público, a Defensoria Pública e, sempre que possível, outros legitimados conhecidos, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social, podendo qualquer legitimado assumir a titularidade, reabrindo-se-lhe o prazo para a prática do ato. Art. 9º. Não haverá extinção do processo coletivo, por ausência das condições da ação ou pressupostos processuais, sem que seja dada oportunidade de correção do vício em qualquer tempo ou grau de jurisdição ordinária ou extraordinária, inclusive com a substituição do autor coletivo, quando serão intimados pessoalmente o Ministério Público, a Defensoria Pública e, sempre que possível, outros legitimados para a adoção das providências cabíveis, em prazo razoável, a ser fixado pelo juiz. CAPÍTULO IV DO PROCEDIMENTO Art. 10. A ação coletiva de conhecimento seguirá o procedimento comum estabelecido no Código de Processo Civil, estatuído pela Lei nº 13.105/15, obedecidas as modificações previstas nesta lei. 1º. Até o momento da prolação da sentença, o juiz poderá adequar as fases e atos

processuais às especificidades do conflito, de modo a conferir maior efetividade à tutela do bem jurídico coletivo. 2º. A inicial deverá ser instruída com comprovante de consulta ao cadastro nacional de processos coletivos do Conselho Nacional de Justiça, sobre a inexistência de ação coletiva que verse sobre bem jurídico correspondente. 3º. Incumbe ao cartório verificar a informação constante da consulta, certificando nos autos antes da conclusão ao juiz. 3º Em caso de tutela provisória ou de impossibilidade justificada, a petição inicial poderá ser apresentada sem o comprovante de consulta, devendo o juiz ordenar sua ulterior apresentação. Art. 11. Nas ações coletivas, para instruir a inicial o interessado poderá requerer de qualquer pessoa, física ou jurídica, indicando a finalidade, as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias. 1º. Não fornecidas as certidões e informações referidas no caput, poderá a parte propor a ação desacompanhada destas, facultado ao juiz, após apreciar os motivos do não fornecimento, requisitá-las. 2º. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, a recusa, o retardamento ou a omissão, injustificados, de dados técnicos ou informações indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo juiz ou pelos órgãos públicos legitimados. Art. 12. Sendo incomensurável ou inestimável o valor dos direitos ou danos coletivos, o valor da causa será indicado pelo legitimado coletivo, segundo critério de razoabilidade, com a fixação em definitivo pelo juiz na sentença. Art. 13. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará sessão de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser expedida carta-convite ao réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência, a qual será instruída com cópia da

petição inicial. 1o. O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na sessão de conciliação ou de mediação, observando o disposto nos artigos 165 a 175 da Lei 13.105/2015, no que couber, bem como as disposições da lei de organização judiciária. 2o. Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição entre partes. 3o. A intimação do autor para a sessão será feita: I - na pessoa de seu advogado, no caso de ação coletiva proposta pelos legitimados do artigo 6º, incisos III a VIII; II- pessoalmente, se no polo ativo estiverem quaisquer dos legitimados do artigo artigo 6º. I e II. 4o. A sessão de conciliação ou mediação não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. 5o. O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da sessão, caso em que a carta-convite inicial convola-se em citação, correndo o prazo contestacional a contar da data inicialmente aprazada para a sessão de conciliação ou de mediação. 6º. Em caso de litisconsórcio: I- necessário unitário, a manifestação de qualquer dos litisconsortes quanto ao desinteresse na realização da sessão de conciliação ou mediação afeta todos os demais litisconsortes. Neste caso, o prazo contestacional, para o litisconsorte recusante, fluirá do protocolo da petição de recusa. Os demais litisconsortes deverão ser intimados da não realização da sessão, correndo, a partir desta intimação, os

prazos contestacionais respectivos. II- facultativo, o prazo contestacional fluirá, se for caso, do protocolo da petição de cada litisconsorte recusante, sem prejuízo da realização da sessão em relação aos demais, cujo prazo da contestação iniciar-se-á da realização da última sessão de conciliação ou mediação. 7o. A sessão de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. 8o. O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à sessão de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. 9o. As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos, salvo em relação ao Ministério Público e à Defensoria Pública. 10. Caso as partes não compareçam acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos, o juiz nomear-lhes-á defensor para o ato. 11. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. 12. Observada a natureza disponível do direito em discussão, a questão poderá ser encaminhada à avaliação neutra de terceiro, de confiança das partes, obtida no prazo fixado pelo juiz, sigilosa, inclusive para este, e não vinculante para as partes, tendo por finalidade exclusiva orientá-las na tentativa de composição amigável do conflito. (origem: 2º do artigo 20 da Minuta Comissão MJ) 13. Quando indisponível o bem jurídico coletivo, as partes poderão transigir sobre o modo de cumprimento da obrigação. (origem: 3º do artigo 20 da Minuta Comissão MJ) 14. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.

15. A pauta das sessões de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 16. Não obtida a conciliação ou a mediação, o demandado será citado no ato, fluindo o prazo contestacional da data da sessão. Art. 14. Em se tratando de interesses ou direitos individuais homogêneos, a intimação pessoal do Ministério Público e da Defensoria Pública, bem como a comunicação dos interessados, titulares dos respectivos interesses ou direitos objeto da ação coletiva, para que possam exercer, até a publicação da sentença, o seu direito de exclusão em relação ao processo coletivo, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social. Parágrafo único. A comunicação dos membros do grupo, prevista no caput, poderá ser feita pelo correio, inclusive eletrônico, por oficial de justiça ou por inserção em outro meio de comunicação ou informação, como contracheque, conta, fatura, extrato bancário e outros, sem obrigatoriedade de identificação nominal dos destinatários, que poderão ser caracterizados enquanto titulares dos mencionados interesses ou direitos, fazendo-se referência à ação e às partes, bem como ao pedido e à causa de pedir, observado o critério da modicidade do custo. Art. 15. O juiz fixará o prazo para a resposta nas ações coletivas, que não poderá ser inferior a 30 (trinta) ou superior a 60 (sessenta) dias, atendendo à complexidade da causa ou ao número de litigantes. Parágrafo único. Ao prazo previsto neste artigo não se aplicam os artigos 180 e 229 da Lei 13.105/15. Art. 16. A citação válida nas ações coletivas interrompe o prazo de prescrição das pretensões individuais direta ou indiretamente relacionadas com a controvérsia, desde a distribuição até o final do processo coletivo, ainda que haja extinção do processo sem resolução do mérito. Art. 17. Aplicam-se ao processo coletivo as disposições constantes do Livro V,

referentes à tutela provisória, da Lei n. 13.105, de 16/03/2015, no que couber, não se incluindo, nesta previsão, as regras do procedimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente. Art. 18. Nas ações coletivas, a requerimento do autor ou do Ministério Público, até o encerramento da fase postulatória, o juiz poderá permitir a alteração do pedido ou da causa de pedir, desde que realizada de boa-fé e que não importe em prejuízo injustificado para a parte contrária, devendo ser observado o 2º do artigo 10 desta Lei e preservado o contraditório, mediante a possibilidade de manifestação específica do réu, em prazo não inferior a 30 (trinta) ou superior a 60 (sessenta) dias. Parágrafo único. Ressalvadas a ação de improbidade administrativa e a ação popular de proteção ao erário, a causa de pedir e o pedido serão interpretados em conformidade com o bem jurídico a ser protegido. Art. 19. Configuradas as hipóteses dos artigos 355, I e II ou 356, I e II da Lei 13.105/15, o julgador proferirá, respectivamente, sentença com resolução integral ou parcial de mérito. único. Sendo caso de julgamento parcial do mérito, serão observadas, no que couber, os parágrafos 1º a 5º do artigo 356 da Lei 13.105/15. Art. 20. Não sendo o caso de julgamento antecipado de mérito, deverá o juiz, em decisão de saneamento e organização do processo: I decidirá se o processo tem condições de prosseguir na forma coletiva; II poderá separar os pedidos em ações coletivas distintas, voltadas à tutela, respectivamente, dos interesses ou direitos difusos e coletivos, de um lado, e dos individuais homogêneos, do outro, desde que a separação represente economia processual ou facilite a condução do processo; III decidirá a respeito do litisconsórcio e da assistência; IV fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, podendo atribuir o ônus da prova e/ou o seu custeio ao réu;

V - distribuirá a responsabilidade pela produção da prova, levando em conta os conhecimentos técnicos ou informações específicas sobre os fatos detidos pelas partes ou segundo a maior facilidade em sua demonstração; VI - poderá ainda distribuir essa responsabilidade segundo os critérios previamente ajustados pelas partes, desde que esse acordo não torne excessivamente difícil a defesa do direito de uma delas; VII poderá, a todo momento, rever o critério de distribuição da responsabilidade da produção da prova, diante de fatos novos; VIII - esclarecerá as partes sobre a distribuição do ônus da prova; e IX poderá determinar de ofício a produção de provas, observado o contraditório. Parágrafo único. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação coletiva e a defesa, inclusive as provas por amostragem, por estatísticas e os diagnósticos sociais. Art. 21. Em sendo necessária a realização de prova pericial requerida pelo legitimado ou determinada de ofício, o juiz nomeará o perito, preferencialmente, dentre servidores públicos especializados na matéria da prova. Parágrafo único. Não havendo servidor público apto a desempenhar a função pericial, competirá ao juiz indicar e nomear o perito, bem como decidir sobre o pagamento de seus honorários e das despesas processuais decorrentes da nomeação, podendo determinar o seu custeio com recursos do fundo de que trata o artigo 79 desta Lei. Art. 22. Em qualquer tempo e grau do procedimento, o juiz ou tribunal poderá submeter a questão objeto da ação coletiva a audiências públicas, que poderão ser divulgadas pelos meios de comunicação social, ouvindo especialistas no assunto e membros da sociedade, de modo a garantir a mais ampla participação social possível e a adequada cognição judicial.

CAPÍTULO V DAS TÉCNICAS DE TUTELA COLETIVA Art. 23. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei são admissíveis todas as espécies de ações e provimentos capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela. Art. 24. Na ação que tenha por objeto a imposição de conduta de fazer, não fazer, pagar ou entregar coisa, o juiz determinará a prestação ou a abstenção devida, bem como a cessação da atividade nociva, em prazo razoável, sob pena de cominação de multa e de outras medidas indutivas, coercitivas e subrogatórias, independentemente de requerimento do autor. 1º Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. (fonte: art. 497, único NCPC). 2º. A conversão em perdas e danos somente será admissível se inviável a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente e, no caso de interesses ou direitos coletivos ou individuais homogêneos, se houver interesse do grupo titular do direito. 3º. A indenização por perdas e danos far-se-á sem prejuízo da multa, quando cabível. Art. 25. Na ação reparatória dos danos provocados ao bem indivisivelmente considerado, sempre que possível e independentemente de pedido do autor, a condenação consistirá na prestação de obrigações específicas, destinadas à reconstituição do bem, mitigação e compensação do dano sofrido. Parágrafo único. Dependendo das características dos bens jurídicos afetados, da extensão territorial abrangida e de outras circunstâncias, o juiz poderá determinar, em decisão fundamentada e independentemente do pedido do autor, as providências a serem tomadas para a reconstituição dos bens lesados, podendo indicar, dentre outras, a realização de atividades tendentes a minimizar a lesão ou a evitar que se repita.

Art. 26. Na ação que tenha por objeto a condenação ao pagamento de quantia em dinheiro, deverá o juiz, sempre que possível, em se tratando de valores a serem individualmente pagos aos prejudicados ou de valores devidos coletivamente, impor a satisfação desta prestação de ofício e independentemente de cumprimento de sentença, valendo-se da imposição de multa e de outras medidas indutivas, coercitivas e subrogatórias. Art. 27. Em razão da gravidade do dano coletivo e da relevância do bem jurídico tutelado e havendo fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, ainda que tenha havido o depósito das multas e prestação de caução, poderá o juiz determinar a adoção imediata, no todo ou em parte, das providências contidas no compromisso de ajustamento de conduta ou na sentença. 1º. Quando o cumprimento da sentença envolver parcelas ou prestações individuais, sempre que possível o juiz determinará ao réu que promova dentro do prazo fixado o pagamento do valor da dívida, sob pena de multa e de outras medidas indutivas, coercitivas e subrogatórias, independentemente de habilitação judicial dos interessados. 2º. Para fiscalizar os atos de liquidação e cumprimento da sentença coletiva poderá o juiz nomear pessoa qualificada, que terá acesso irrestrito ao banco de dados e à documentação necessária ao desempenho da função. 3º. Na sentença condenatória à reparação pelos danos individualmente sofridos, sempre que possível, o juiz fixará o valor da indenização individual devida a cada membro do grupo ou um valor mínimo para a reparação do dano. 4o. Quando o valor dos danos individuais sofridos pelos membros do grupo for uniformes, prevalentemente uniformes ou puder ser reduzido a uma fórmula matemática, a sentença coletiva indicará esse montante, ou a fórmula de cálculo da indenização individual e determinará que o réu promova, no prazo que fixar, o pagamento do valor respectivo a cada um dos membros do grupo. 5º. O membro do grupo que divergir quanto ao valor da indenização individual ou à

fórmula para seu cálculo, estabelecidos na sentença coletiva, poderá propor ação individual de liquidação, no prazo de um ano, contado do trânsito em julgado da sentença coletiva. 6º. Se for no interesse do grupo titular do direito, as partes poderão transacionar, após a oitiva do Ministério Público, ressalvada aos membros do grupo, categoria ou classe a faculdade de não concordar com a transação, propondo nesse caso ação individual no prazo de um ano, contado da efetiva comunicação do trânsito em julgado da sentença homologatória, observado o disposto no parágrafo único do art. 14. Art. 28. O juiz poderá impor multa pessoal ao agente público ou representante da pessoa jurídica de direito privado responsável pelo cumprimento da decisão que impôs a obrigação, observados a necessidade de intimação pessoal e o contraditório prévio. Parágrago único. Caso o agente não seja o competente para a prática do ato, deverá indicar ao julgador a pessoa responsável. Art. 29. Não sendo possível a prolação de sentença condenatória líquida, a condenação poderá ser genérica, fixando a responsabilidade do demandado pelos danos causados e o dever de indenizar. Art. 30. O juiz poderá, a pedido da parte interessada ou do Ministério Público, quando figurar como custus legis, observado o rito dos artigos 133 a 137 da Lei 13.105.15, desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento dos interesses tratados nesta Lei, houver abuso de direito, excesso de poder, exercício abusivo do dever, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social, bem como falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica, provocados por má administração, ou sempre que a sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo à reparação dos prejuízos existentes.. 1º. Acolhido o pedido de desconsideração, o juiz determinará que a efetivação da responsabilidade da pessoa jurídica recaia sobre o acionista controlador, o sócio majoritário, os sócios-gerentes, os administradores societários, as sociedades que a integram, no caso de grupo societário, ou outros responsáveis que exerçam de fato a administração da empresa.. 2º. A desconsideração da personalidade jurídica poderá ser efetivada em qualquer

tempo ou grau de jurisdição, inclusive nas fases de liquidação e cumprimento da sentença.. 3º. Se o réu houver sido declarado falido, o administrador judicial será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este. CAPÍTULO VI DOS RECURSOS, DA COISA JULGADA COLETIVA E DA RELAÇÃO ENTRE DEMANDAS COLETIVAS E INDIVIDUAIS Art. 31. Os recursos interpostos nas ações coletivas serão recebidos no efeito meramente devolutivo, salvo quando sua fundamentação for relevante e da decisão puder resultar lesão grave e de difícil reparação, hipótese em que o juiz, a requerimento do interessado, ponderando os valores em questão, poderá atribuir-lhe o efeito suspensivo. Art. 32. A sentença que julgar improcedente o pedido em ação coletiva deverá ser submetida ao reexame necessário pelo Tribunal competente. Art. 33. A sentença coletiva fará coisa julgada erga omnes, independentemente da competência territorial do órgão prolator ou do domicílio dos interessados. Art. 34. Se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, qualquer legitimado poderá ajuizar outra ação coletiva, com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova ou prova nova, à qual não tenha tido acesso, justificadamente, até o encerramento da fase probatória. Art. 35. Os efeitos da coisa julgada coletiva na tutela de direitos individuais homogêneos não prejudicarão os direitos individuais dos integrantes do grupo, categoria ou classe, que poderão propor ações individuais. 1º. Não serão admitidas novas demandas individuais relacionadas com interesses ou direitos individuais homogêneos, quando em ação coletiva houver julgamento de

improcedência em matéria exclusivamente de direito, sendo extintos os processos individuais anteriormente ajuizados. 2º. Quando a matéria decidida em ação coletiva for de fato e de direito, aplica-se à questão de direito o disposto no 1º e à questão de fato o previsto no caput e no 6º do art. 38. 3º. Os membros do grupo que não tiverem sido devidamente comunicados do ajuizamento da ação coletiva, ou que tenham exercido tempestivamente o direito à exclusão, não serão afetados pelos efeitos da coisa julgada previstos nos 1º e 2º. 4º. A alegação de falta de comunicação prevista no 3º incumbe ao membro do grupo, mas o demandado da ação coletiva terá o ônus de comprovar a comunicação. Art. 36. No caso de extinção dos processos individuais como efeito da decisão prolatada em ações coletivas, não haverá condenação ao pagamento de novas despesas processuais, custas e honorários, salvo a atuação de má-fé do demandante. Art. 37. Nas ações coletivas que tenham por objeto interesses ou direitos difusos ou coletivos, as vítimas e seus sucessores poderão proceder à liquidação e ao cumprimento da sentença, quando procedente o pedido. Parágrafo único. Aplica-se à regra do caput à sentença penal condenatória. Art. 38. O ajuizamento de ações coletivas não induz litispendência para as ações individuais que tenham objeto correspondente, mas haverá a suspensão destas, até o julgamento da demanda coletiva em primeiro grau de jurisdição. 1º. Durante o período de suspensão, poderá o juiz perante o qual foi ajuizada a demanda individual, conceder medidas de urgência. 2º. Cabe ao réu, na ação individual, informar o juízo sobre a existência de demanda coletiva que verse sobre idêntico bem jurídico, sob pena de, não o fazendo, o autor individual beneficiar-se da coisa julgada coletiva mesmo no caso de o pedido da ação individual ser improcedente.

3º. A ação individual somente poderá ter prosseguimento, a pedido do autor, se demonstrada mediante fundamentos idôneos a existência de graves prejuízos decorrentes da suspensão, caso em que não se beneficiará do resultado da demanda coletiva. 4º. A suspensão do processo individual perdurará até a prolação da sentença da ação coletiva, facultado ao autor, no caso de procedência desta e decorrido o prazo concedido ao réu para cumprimento da sentença, requerer a conversão da ação individual em liquidação provisória ou em cumprimento provisório da sentença coletiva, para apuração ou recebimento do valor ou pretensão a que faz jus. 5. No prazo de 90 (noventa) dias contados da intimação do trânsito em julgado da sentença coletiva, a ação individual suspensa será extinta, salvo se postulada a sua conversão em liquidação ou cumprimento de sentença coletiva. 6º. Em caso de julgamento de improcedência do pedido em ação coletiva de tutela de direitos ou interesses individuais homogêneos, por insuficiência de provas, a ação individual será extinta, salvo se for requerido o prosseguimento no prazo de 90 (noventa) dias contados da intimação do trânsito em julgado da sentença coletiva. Art. 39. Na hipótese de sentença de improcedência, havendo suficiência de provas produzidas, qualquer legitimado poderá intentar ação revisional, com idêntico fundamento, no prazo de um ano contado do conhecimento geral da descoberta de prova técnica nova, superveniente, que não poderia ser produzida no processo, desde que idônea para mudar seu resultado. 1º A faculdade prevista no caput, nas mesmas condições, fica assegurada ao demandado da ação coletiva com pedido julgado procedente, caso em que a decisão terá efeitos ex nunc. 2º Para a admissibilidade da ação prevista no 1º, deverá o autor depositar valor a ser arbitrado pelo juiz, que não será inferior a 10% (dez por cento) do conteúdo econômico da demanda. Art. 40. Atendidos os pressupostos da relevância social e da dificuldade de formação do litisconsórcio, o juiz, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública

ou dos legitimados referidos no art. 6º deste Código, ouvido o autor, poderá converter em coletiva a ação individual que veicule pedido que: I - tenha alcance coletivo, em razão da tutela de bem jurídico difuso ou coletivo, assim entendidos aqueles definidos pelo artigo 2º, I e II deste Código, e cuja ofensa afete, a um só tempo, as esferas jurídicas do indivíduo e da coletividade; II - tenha por objetivo a solução de conflito de interesse relativo a uma mesma relação jurídica plurilateral, cuja solução, por sua natureza ou por disposição de lei, deva ser necessariamente uniforme, assegurando-se tratamento isonômico para todos os membros do grupo; III tenha por objeto a solução de interesses individuais homogêneos, consoante definidos no artigo 2º, III deste código, sempre que o tratamento molecular da controvérsia consolide política de efetividade do acesso à jurisdição enquanto espaço do processo justo, útil, adequado, isonômico e prestado em tempo razoável. Art. 41. A ação rescisória objetivando desconstituir sentença ou acórdão de ação coletiva, cujo pedido tenha sido julgado procedente, deverá ser ajuizada em face do legitimado coletivo que tenha ocupado o pólo ativo originariamente, podendo os demais co-legitimados atuar como assistentes. Parágrafo único. No caso de ausência de resposta, deverá o Ministério Público ocupar o pólo passivo, renovando-se-lhe o prazo para responder. CAPÍTULO VII DA LIQUIDAÇÃO, cumprimento da sentença E CUMPRIMENTO DE SENTENÇAS COLETIVAS Art. 42. É competente para a liquidação e cumprimento da sentença coletiva o juízo da ação de conhecimento, o foro do local onde se encontrem bens sujeitos à expropriação ou do domicílio do executado. Parágrafo único. Sempre que possível, a liquidação e o cumprimento da sentença serão coletivas, sendo promovidas por qualquer dos legitimados à ação coletiva.

Art. 43. É competente para a liquidação e cumprimento individual da sentença coletiva, o foro do processo de conhecimento, do domicílio do autor da liquidação ou do cumprimento da sentença, ou do local onde se encontrem bens sujeitos à expropriação, não havendo prevenção do juízo da ação coletiva originária. 1º. Quando a competência para a liquidação não for do juízo da fase de conhecimento, o executado será intimado, na pessoa do seu procurador, seguindo o cumprimento da sentença o procedimento do art. 509 e seguintes da Lei nº 13.105/15. 2º. Na hipótese do 1º o executado será intimado para o cumprimento da sentença após a penhora. Art. 44. A liquidação e o cumprimento da sentença da sentença coletiva poderão ser promovidos pelos legitimados coletivos, pelas vítimas ou seus sucessores. Art. 45. Na liquidação da sentença condenatória à reparação dos danos individualmente sofridos, deverão ser provados, tão só, o dano pessoal, o nexo de causalidade e o montante da indenização. Art. 46. A liquidação da sentença poderá ser dispensada quando a apuração do dano pessoal, do nexo de causalidade e do montante da indenização depender exclusivamente de prova documental, hipótese em que o pedido de cumprimento da sentença por quantia certa será acompanhado dos documentos comprobatórios e da memória do cálculo. Art. 47. Os valores destinados ao pagamento das indenizações individuais serão depositados, preferencialmente, em instituição bancária oficial, abrindo-se conta remunerada e individualizada para cada beneficiário, regendo-se os respectivos saques pelas normas aplicáveis aos depósitos bancários. Parágrafo único. Será determinado ao réu, além da ampla divulgação nos meios de comunicação, a comprovação da realização dos depósitos individuais e a notificação aos beneficiários com endereço conhecido.

Art. 48. Em caso de sentença condenatória genérica de danos sofridos por sujeitos indeterminados, decorrido o prazo prescricional das pretensões individuais, poderão os legitimados coletivos, em função da não habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano ou do locupletamento indevido do réu, promover a liquidação e o cumprimento da sentença da indenização pelos danos globalmente sofridos pelos membros do grupo, sem prejuízo do correspondente ao enriquecimento ilícito do réu. Parágrafo único. No caso de concurso de créditos decorrentes de ações em defesa de interesses ou direitos individuais homogêneos, coletivos e difusos, a preferência com relação ao pagamento será decidida pelo juiz, aplicando os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Art. 49. Havendo condenação em pecúnia, inclusive decorrente de dano moral coletivo, originária de ação relacionada com interesses ou direitos difusos e coletivos, a quantia será depositada em juízo, devendo ser fixada de acordo com o dano sofrido, ouvido o Ministério Público, e aplicada na recuperação específica dos bens lesados ou em favor da comunidade afetada. Parágrafo único. Na definição da aplicação da verba referida no caput, serão ouvidos o autor coletivo, o Ministério Público e, sempre que possível, em audiência pública, os membros da comunidade afetada. CAPÍTULO VIII DO COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA E DO INQUÉRITO CIVIL Art. 50. Os órgão públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante a fixação de deveres e obrigações, com as respectivas multas devidas no caso do descumprimento. Art. 51. O valor da cominação pecuniária deverá ser suficiente e necessário para coibir o descumprimento da medida pactuada. A cominação poderá ser executada imediatamente, sem prejuízo do cumprimento da sentença específica.

Art. 52. O compromisso de ajustamento de conduta terá natureza jurídica de transação, com eficácia de título executivo extrajudicial, sem prejuízo da possibilidade da sua homologação judicial, hipótese em que sua eficácia será de título executivo judicial. Parágrafo único. Não será admitida transação no compromisso de ajustamento de conduta que verse sobre bem indisponível, salvo quanto ao prazo e ao modo de cumprimento das obrigações assumidas. Art. 53. O cumprimento da sentença coletiva das obrigações fixadas no compromisso de ajustamento de conduta será feita por todos os meios. 1º. Quando o compromisso de ajustamento de conduta contiver obrigações de naturezas diversas, poderá ser ajuizada uma ação coletiva de cumprimento da sentença para cada uma das obrigações, sendo as demais apensadas aos autos do primeiro cumprimento da sentença proposto. 2º Nas hipóteses do 1º, as execuções coletivas propostas posteriormente poderão ser instruídas com cópias do compromisso de ajustamento de ajustamento de conduta e documentos que o instruem, declaradas autênticas pelo órgão do Ministério Público, da Defensoria Pública ou pelo advogado do exequente coletivo. 3º Qualquer um dos co-legitimados à defesa judicial dos direitos ou interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos poderá propor a liquidação e o cumprimento da sentença do compromisso de ajustamento de conduta, mesmo que tomado por outro co-legitimado. 4º Quando o ajustamento abranger interesses ou direitos individuais homogêneos, o indivíduo diretamente interessado poderá solicitar cópia do termo de compromisso de ajustamento de conduta e documentos que o instruem, para a propositura da respectiva ação individual de liquidação ou de cumprimento da sentença. 5º Nos casos do parágrafo 4º, o indivíduo interessado poderá optar por ajuizar a ação individual de liquidação ou de cumprimento da sentença do compromisso de ajustamento de conduta no foro do seu domicílio ou onde se encontrem bens do

devedor. Art. 54. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis. 1º. Os demais legitimados de direito público poderão instaurar procedimento administrativo, com amplos poderes requisitórios, visando a obtenção de elementos para a tomada de compromisso de ajustamento de conduta ou o ajuizamento de ação coletiva. 2º. O inquérito civil e o procedimento administrativo deverão contar com mecanismos de controle interno quanto ao processamento e à adequação da sua instauração. 3º. É autorizada a instauração de inquérito civil ou procedimento administrativo fundamentado em manifestação anônima, desde que instruída com elementos mínimos de convicção. Art. 55. Se, depois de esgotadas todas as diligências, o órgão do Ministério Público e os órgãos públicos legitimados, se convencerem da inexistência de fundamento para a propositura da ação coletiva, promoverão o arquivamento dos autos do inquérito civil, das peças informativas ou do procedimento administrativo, fazendo-o fundamentadamente, sem prejuízo da atuação dos demais co-legitimados com relação ao mesmo objeto. 1º. Os autos do inquérito civil, das peças de informação ou do procedimento administrativo arquivados serão remetidos ao órgão revisor competente, conforme dispuser o seu Regimento, no prazo de até 15 (quinze) dias, sob pena de se incorrer em falta grave. 2º. Até que o órgão revisor homologue ou rejeite a promoção de arquivamento, poderão os interessados apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito, anexados às peças de informação ou ao procedimento administrativo.

3º. Deixando o órgão revisor de homologar a promoção de arquivamento no inquérito civil ou peças de informação, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação ou a adoção de outras providências cabíveis e manifestação fundamentada. CAPÍTULO IX DO CADASTRO NACIONAL DE PROCESSOS COLETIVOS E DO CADASTRO NACIONAL DE INQUÉRITOS CIVIS E COMPROMISSOS DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA Art. 56. O Conselho Nacional de Justiça organizará e manterá o Cadastro Nacional de Processos Coletivos, com a finalidade de permitir que os órgãos do Poder Judiciário e os interessados tenham amplo acesso às informações relevantes relacionadas com a existência e o estado das ações coletivas. 1º. Os órgãos judiciários aos quais forem distribuídos processos coletivos remeterão, no prazo de 10 (dez) dias, cópia da petição inicial, preferencialmente por meio eletrônico, ao Cadastro Nacional de Processos Coletivos. 2º. No prazo de 90 (noventa) dias, a contar da publicação da presente Lei, o Conselho Nacional de Justiça, editará regulamento dispondo sobre o funcionamento do Cadastro Nacional de Processos Coletivos e os meios adequados a viabilizar o acesso aos dados e seu acompanhamento por qualquer interessado através da rede mundial de computadores. O regulamento disciplinará a forma pela qual os juízos comunicarão a existência de processos coletivos e os atos processuais mais relevantes sobre o seu andamento, como a concessão de antecipação de tutela, a sentença, o trânsito em julgado, a interposição de recursos e o cumprimento da sentença. Art. 57. O Conselho Nacional do Ministério Público organizará e manterá o Cadastro Nacional de Inquéritos Civis e de Compromissos de Ajustamento de Conduta, com a finalidade de permitir que os órgãos do Poder Judiciário, os co-legitimados e os interessados tenham amplo acesso às informações relevantes relacionadas com a abertura do inquérito e a existência do compromisso. 1º. Os órgãos legitimados que tiverem tomado compromissos de ajustamento de

conduta remeterão, no prazo de 10 (dez) dias, cópia, preferencialmente por meio eletrônico, ao Cadastro Nacional de Inquéritos Civis e de Compromissos de Ajustamento de Conduta. 2º. O Conselho Nacional do Ministério Público, no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da publicação da presente Lei, editará regulamento dispondo sobre o funcionamento do Cadastro Nacional de Inquéritos Civis e Compromissos de Ajustamento de Conduta, incluindo a forma de comunicação e os meios adequados a viabilizar o acesso aos dados e seu acompanhamento por qualquer interessado. CAPÍTULO X DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS E DOS DANOS PROCESSUAIS Art. 58. A sentença coletiva condenará o demandado, se vencido, ao pagamento das custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, bem como dos honorários de advogado, calculados sobre a condenação. 1º Tratando-se de condenação a obrigação específica ou de condenação genérica, os honorários advocatícios serão fixados levando-se em consideração a vantagem obtida para os interessados, a quantidade e qualidade do trabalho desenvolvido pelo advogado e a complexidade da causa. 2º Os legitimados coletivos não adiantarão custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, inclusive para o efeito de concessão de tutela provisória, nem serão condenados em honorários de advogados e periciais, custas e demais despesas processuais, salvo comprovada má-fé. Art. 59. O legitimado coletivo somente responde por danos processuais nas hipóteses em que agir com má-fé processual, independentemente da concessão de tutela provisória. Parágrafo único. O litigante de má-fé será solidariamente condenado ao pagamento das despesas processuais, em honorários advocatícios e em até o décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.

Art. 60. Quando se tratar de ação coletiva ajuizada por pessoa física, fundação privada, sindicato ou associação, deverá o juiz fixar, em caso de procedência do pedido, gratificação financeira, por equidade, levando em consideração a participação do legitimado na descoberta do ilícito e na resolução do conflito, a sua adequada atuação, entre outros fatores que demonstrem a utilidade de sua participação e a sua conduta exemplar, sem prejuízo da verba honorária que não poderá ser inferior à gratificação financeira. CAPÍTULO XI DO PROGRAMA EXTRAJUDICIAL DE PREVENÇÃO OU REPARAÇÃO DE DANOS Art. 61. O demandado, a qualquer tempo, poderá apresentar em juízo, proposta de prevenção ou reparação de danos a interesses ou direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos, consistente num programa extrajudicial. 1º. O programa poderá ser proposto no curso de uma ação coletiva ou ainda que não haja processo em andamento, como forma de resolução consensual de controvérsias. 2º. O programa objetivará a prestação pecuniária ou a obrigação de fazer, mediante o estabelecimento de procedimentos a serem utilizados no atendimento e satisfação dos interesses e direitos referidos no caput. 3º. Em se tratando de interesses ou direitos individuais homogêneos, o programa estabelecerá um sistema de identificação de seus titulares. Art. 62. A proposta poderá ser apresentada unilateralmente ou em conjunto com o legitimado ativo, no caso de processo em curso, ou com qualquer legitimado à ação coletiva, no caso de inexistir processo em andamento. Parágrafo único O programa estabelecerá o método de resolução da controvérsia, como a mediação, a avaliação neutra de terceiro ou outro meio adequado, garantidos a neutralidade da condução ou supervisão e o sigilo. Art. 63. Apresentado o programa, as partes terão o prazo de 120 (cento e vinte dias) para a negociação, prorrogável por igual período, se houver consentimento de ambas.

Art. 64. O acordo deverá necessariamente ser submetido à homologação judicial, após prévia manifestação do Ministério Público. CAPÍTULO XII DO MANDADO DE INJUÇÃO COLETIVO Art. 65. Conceder-se-á mandado de injunção coletivo sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania, à cidadania, relativamente a direitos ou interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Art. 66. É competente para processar e julgar o mandado de injunção coletivo: I - o Supremo Tribunal Federal, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal. Parágrafo Único Compete também ao Supremo Tribunal Federal julgar, em recurso ordinário, o mandado de injunção decidido em única ou última instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão. II - o Superior Tribunal de Justiça, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal. III - O Tribunal de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de Governador, Assembléia Legislativa, Tribunal de Contas local, do próprio Tribunal de Justiça, de órgão, entidade ou autoridades estadual ou distrital, da administração direta ou indireta. Art. 67. O mandado de injunção coletivo será impetrado, em litisconsórcio obrigatório, em face da autoridade ou órgão público competente para a edição da norma