Como orientar pacientes em precauções específicas: a importância da Comunicação Efetiva Luize Fábrega Juskevicius Enfermeira especialista em Controle & Prevenção de IRAS Mestre em Ciência da Saúde - EEUSP Doutoranda em Enfermagem em Saúde Coletiva EEUSP Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Epidemiologia e Tecnologias para Prevenção de Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde - PETIRAS www.webbertraining.com 4 de julho de 2019
A necessidade do diálogo com pacientes e Health literacy... ü ü OMS: Patient for Patient Safety; https://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/en/ ECDC publica a necessidade de acelerar em educação/envolvimento de pacientes; https://ecdc.europa.eu/en/health-communication/facts/health-literacy ü CDC divulga ações no tema em cada Estado dos EUA; https://www.cdc.gov/healthliteracy/guidelines.html ü Brasil - CVE: Plano de prevenção e controle de bactérias multi-r para os Hospitais do Estado de SP; http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/areas-devigilancia/infeccao-hospitalar/plano-estadual-prevencao-e-controle-de-bacterias-multiresistentes-bmr ü Artigo 8, Seção II. RDC 36: XVI - estimular a participação do paciente e dos familiares na assistência prestada. https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao
O que está associado a situação de Precaução? ü Eventos adversos Impactos psicológicos negativos (Day et al, 2013; Cardim, 2008). Tempo reduzido na assistência (Skyman et al, 2010; Morgan et al, 2013). ü Adesão Baixa adesão às medidas de precauções pelos PAS (Oliveira, Cardosoll e Mascarenhas, 2009). Adesão inadequada pelos visitantes (Oliveira, Cardosoll e Mascarenhas, 2009). ü Educação do indivíduo Informações fragmentadas (Kisten, 2012). Envolvimento dos familiares (Rabelo e Souza, 2009; Roidad e Khakoo, 2014).
Falhas na comunicação entre profissionais e pacientes.podem levar a um evento adverso (dano ao paciente)
Depressão Ansiedade Falhas na comunicação = Eventos adversos Outros Tempo de eventos prestação de serviço como queda Satisfação em relação aos cuidados e relacionamento com os profissionais
Situação de Precaução Vulnerabilidade aos eventos adversos Informações sobre Precauções Informações de qualidade, utilização de diálogo e a comunicação efetiva Capacidade de absorver informações Idade, grau de instrução, agravo... Utilização das informações para autoproteção Crenças, valores... Possibilidade de transformar em práticas Interesse Redução da Vulnerabilidade Individual aos eventos adversos relacionados a situação de PE
Foi realizado um estudo com o OBJETIVO: Elaborar e realizar validação de conteúdo de um roteiro contendo elementos essenciais para orientação sobre precauções específicas para indivíduos adultos em PE Juskevicius, Padoveze (2016).
Neste estudo foi aplicado um questionário a fim de saber qual o conhecimento e percepção de pacientes adultos internados em situação de PE. Foi desenvolvido e validado o Protocolo ComEfe-PE (Comunicação Efetiva em saúde para pacientes em PE).
COMO O PROTOCOLO PODE SER APLICADO? O roteiro aqui apresentado possui como finalidade primária sua utilização para a ação educativa por meio de diálogo com os usuários dos serviços de saúde. Define-se por diálogo uma mediação do processo social, onde educador e educando se encontram numa tarefa em que ambos são sujeitos do ato e assim recriam o conhecimento. Adicionalmente, poderá servir como base para o desenvolvimento de outras ferramentas educativas tais como vídeos, folhetos de orientação, cartazes, reuniões de grupos, etc.
ELABORAÇÃO DA AÇÃO EDUCATIVA Considerar a abordagem no momento em que as PE forem instituídas, pois proporciona mais possibilidade de exercer um comportamento protetor. Este material tem caráter educativo e não interferen na conduta clínica. Os PAS podem avaliar a pertinência de como e quando incluir a família nesta orientação.
COMO ABORDAR O INDIVÍDUO? Perguntar ao indivíduo o que ele conhece sobre seu diagnóstico, se é transmissível e como se transmite, levando a um resgate do conhecimento e experiências sobre sua condição de saúde. Perguntar sobre as internações anteriores e orientações recebidas sobre os cuidados durante a internação.
O QUE ABORDAR COM O INDIVÍDUO? Por que está em PE: Explicar a finalidade da instituição da PE, envolvendo o indivíduo, familiares e PAS frente o seu diagnóstico. Explicar o tempo de permanência em PE. Explicar a diferença entre colonização e infecção. Explicar o que os PAS devem utilizar como paramentação: Apresentar os EPI s para o quarto/leito e deixar que o indivíduo conheça e manipule os materiais e experimente-os. Explicar o que os familiares e visitantes devem utilizar como paramentação e quais cuidados específicos podem ser tomados.
O QUE ABORDAR COM O INDIVÍDUO Orientar o indivíduo sobre as condutas e paramentações para sair do quarto. A sugestão é que o indivíduo experimente os EPI s (neste momento os PAS devem referir-se aos procedimentos padronizados pela CCIH da sua instituição) Explicar como serão os procedimentos em caso de reinternação por bactérias multi resistentes. Perguntar sobre seus hábitos de higiene de mãos e reforçar a importância desta medida para sua proteção. Informar que a equipe está capacitada em relação ao uso de EPI s em de cada PE. Orientar o indivíduo a notificar o(a) enfermeiro(a) sobre qualquer inadequação no processo dos seus cuidados, como ausência de higiene de mãos e/ou não utilização de EPI s.
Captação da compreensão do indivíduo A captação poderá ser feita através do estimulo a verbalização sobre o que foi apreendido. Sugere-se também avaliar a captação da informação por meio da observação do comportamento do indivíduo, a fim de verificar se este é congruente com o que foi verbalizado/orientado. Recomenda-se que periodicamente seja realizada nova abordagem.
Enfª Luize Fábrega Juskevicius luizejuskevicius@gmail.com Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou sua construção Paulo Freire
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