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COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 28.04.2004 C (2004) 1755 Assunto: Auxílio estatal n N 615/2003 - Portugal Auxílios à formação a favor da Infineon Technologies, Portugal, S.A. Excelência, PROCEDIMENTO 1. Por carta da sua Representação Permanente com a referência n.º 3959, de 24 de Dezembro de 2003, registada na Comissão em 5 de Janeiro de 2004, as Autoridades portuguesas notificaram à Comissão o auxílio estatal referido em epígrafe. 2. Por carta enviada à Representação Permanente de Portugal, com a referência D/50362, de 21 de Janeiro de 2004, os serviços da Comissão solicitaram informações adicionais. Por carta da sua Representação Permanente com a referência n.º 704, de 3 de Março de 2004, registada na Comissão em 8 de Março de 2004, as Autoridades portuguesas completaram a notificação. DESCRIÇÃO DO AUXÍLIO 3. O referido auxílio será concedido no âmbito da medida 1.2. do Programa Operacional da Economia 1 que abrange acções na área da qualificação dos recursos humanos. 4. O beneficiário é a Infineon Technologies, Portugal, S.A. (a seguir designada "Infineon Portugal"), uma grande empresa que fabrica produtos semicondutores para memórias 1 Auxílio estatal N 667/1999, carta SG (2000) D/106085 de 8 de Agosto de 2000. Sua Excelência Dr. Teresa GOUVEIA Ministra dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas Largo do Rilvas P - 1354 - LISBOA CODEX Commission européenne, B-1049 Bruxelles / Europese Commissie, B-1049 Brussel - Bélgica. Telefone: (32-2) 299 11 11.

localizada em Vila do Conde, região assistida nos termos do n.º 3, alínea a), do artigo 87.º do Tratado CE. A Infineon Portugal é uma unidade de produção back-end, essencialmente responsável pelo teste e embalagem de memórias DRAM (Dynamic Random Access Memory) produzidas em unidades de front-end pertencentes ao grupo Infineon. 5. As acções de formação são essencialmente dirigidas aos 584 novos trabalhadores a contratar no contexto de um projecto de investimento inicial relacionado com a expansão da produção de memórias DRAM 2, mas os 1 189 trabalhadores actuais seguirão igualmente alguns cursos de formação geral. As acções de formação começaram em 1 de Outubro de 2003 e prosseguirão até 30 de Setembro de 2006, coincidindo com o período de realização do investimento. 6. O número total de cursos de formação a ser oferecido é de 162, correspondendo a 5 775 horas de formação e a 8 282 formandos. Deste total, 225 formandos serão pessoas desempregadas, na perspectiva da sua integração futura nos quadros da Infineon Portugal. Os subsídios a estes formandos serão suportados pela Infineon Portugal ao abrigo de contratos de formação a assinar pelas partes. 7. Em conformidade com o previsto na Decisão da Comissão relativa ao auxílio estatal N 667/1999 e com o artigo 5.º do Regulamento (CE) n.º 68/2001 da Comissão, de 12 de Janeiro de 2001, relativo à aplicação dos artigos 87. e 88. do Tratado CE aos auxílios à formação 3 (em seguida designado Regulamento relativo aos auxílios à formação"), o auxílio tem de ser individualmente notificado à Comissão, uma vez que excede o valor de um milhão de euros. O pedido de auxílio da Infineon Portugal foi introduzido antes do início das acções de formação. 8. O auxílio assumirá a forma de um subvenção a fundo perdido, a pagar ao beneficiário em prestações contra a prova de que as acções de formação foram realizadas conforme o previsto. O montante global do auxílio a conceder é de 3 056 869 euros, dos quais 2 292 651 euros serão financiados pelo FSE. Este montante de auxílio não pode ser cumulado com outros auxílios estatais relativos aos mesmos custos elegíveis. 9. São considerados elegíveis os seguintes custos: custos salariais dos formadores; custos de deslocação dos formadores e dos formandos; outras despesas correntes, nomeadamente material e fornecimentos; amortização dos instrumentos e equipamento, na medida em que forem utilizados exclusivamente no projecto de formação; custos de serviços de consultoria e orientação relativos à acção de formação; custo dos subsídios a pagar aos formandos desempregados; custos de pessoal dos formandos, até ao montante total dos custos elegíveis supracitados. Para este efeito, só serão tidas em consideração as horas em que os trabalhadores participem efectivamente na formação, deduzidas as horas de produção ou o seu equivalente. 2 Auxílio estatal N 614/2003 notificado em 5 de Janeiro de 2004 e actualmente em apreciação. 3 JO L 10 de 13 de Janeiro de 2001, pp. 20-29. 2

10. O quadro seguinte mostra a repartição da formação e dos montantes dos custos elegíveis e dos auxílios entre as acções de formação geral e de formação específica, bem como a intensidade dos auxílios para cada categoria: Formação geral Formação específica Total Quantidade de formação (n.º de horas X n.º de formandos) Custos elegíveis (em euros) Montante do auxílio (em euros) Intensidade de auxílio (em ESB) 146 021 270 984 417 005 2 855 462 3 838 833 6 694 295 1 713 277 1 343 592 3 056 869 60% 35% 46% 11. A intensidade máxima de auxílio para as acções de formação (46% ESB) corresponde à média ponderada das intensidades de auxílio em relação às acções de formação geral (60% ESB) e às acções de formação específica (35% ESB). 12. A Comissão nota que as acções de formação geral e específica são individualmente identificáveis e podem ser separadas para se calcular a intensidade do auxílio. Neste contexto, por "formação geral" entende-se a formação que consiste num ensino não vocacionado exclusiva ou principalmente para a posição actual ou futura do trabalhador na empresa beneficiária, conferindo qualificações em grande medida transferíveis para outras empresas ou para outros domínios de actividade profissional, e que, por conseguinte, reforça consideravelmente a empregabilidade do trabalhador. Por formação específica entende-se a formação que consiste num ensino directa e essencialmente vocacionado para a posição actual ou futura do trabalhador na empresa beneficiária e que confere qualificações que não são transferíveis para outras empresas ou para outro domínio de actividade profissional, ou que o são apenas numa medida limitada. 13. As acções de formação geral previstas, que consistem principalmente na aquisição de competências linguísticas e informáticas, incluindo ainda outras áreas como a segurança no local de trabalho e as ciências sociais e comportamento, foram reconhecidas enquanto tal pelas entidades públicas a que Portugal conferiu os poderes necessários. A classificação foi estabelecida com base em 13 critérios relativos a 4 vertentes diferentes que avaliam o grau em que as acções de formação são transferíveis. Estas quatro vertentes são: o grau de aplicabilidade ao posto de trabalho existente ou às necessidades da empresa beneficiária, a natureza obrigatória de certos conteúdos de cursos por força de disposições normativas nacionais ou internacionais, a possibilidade de partilhar as qualificações decorrentes das acções de formação com outras empresas e a contribuição das acções de 3

formação para as aptidões pessoais dos formandos (nos domínios da literacia, informática e comportamento). APRECIAÇÃO DO AUXÍLIO 14. O n.º 1 do artigo 87.º do Tratado CE prevê que, salvo disposição em contrário, os auxílios que falseiem ou ameacem falsear a concorrência, favorecendo certas empresas ou certas produções são, na medida em que afectem as trocas comerciais entre os Estados- Membros, incompatíveis com o mercado comum. 15. A subvenção a fundo perdido a conceder por Portugal, no montante de 3 056 869 euros, provém de recursos estatais e conferirá uma vantagem à empresa, que de outra forma teria de suportar a totalidade dos custos das acções de formação. Dado que no sector dos semicondutores há concorrência e comércio, as vantagens financeiras que favorecem uma empresa relativamente aos seus concorrentes podem distorcer a concorrência e afectar o comércio entre os Estados-Membros. Consequentemente, a Comissão considera que as medidas em apreço devem ser consideradas como auxílios estatais na acepção do supracitado artigo. 16. A Comissão nota que as Autoridades portuguesas cumpriram as regras de notificação dos auxílios estatais e que a região em que se situa o projecto é inteiramente elegível para auxílios estatais com finalidade regional, nos termos do n.º 3, alínea a), do artigo 87.º do Tratado CE, até ao final de 2006. Uma vez que a medida de auxílio se refere a acções de formação, a Comissão avaliou a sua compatibilidade com base no Regulamento relativo aos auxílios à formação. 17. O auxílio será concedido a acções de formação cujo carácter geral ou específico foi determinado pelas entidades públicas a que Portugal conferiu os poderes necessários. A Comissão considera que a classificação das acções de formação como gerais ou específicas está de acordo com as definições relevantes constantes das alíneas d) e e) do artigo 2.º do Regulamento relativo aos auxílios à formação. 18. Os custos elegíveis das acções de formação estão em conformidade com o n.º 7 do artigo 4.º do Regulamento relativo aos auxílios à formação. Neste contexto, a Comissão nota que os subsídios a pagar pela Infineon Portugal às pessoas desempregadas não são expressamente mencionados no Regulamento relativo aos auxílios à formação. Contudo, uma vez que o objectivo é contratar estas pessoas depois de terem seguido os cursos de formação, no essencial estes custos não diferem dos custos de pessoal dos formandos que já são trabalhadores da empresa. Além disso, caso a Infineon Portugal acabe por não contratar estes formandos desempregados, o apoio público aos seus subsídios de formação não constitui um auxílio estatal na acepção do n.º 1 do artigo 87.º do Tratado, uma vez que não haveria qualquer benefício para a empresa, mas apenas para os próprios formandos. 19. As intensidades de auxílio da medida em apreço (60% ESB para a formação geral e 35% ESB para a formação específica) correspondem exactamente aos previstos no programa subjacente anteriormente citado e às intensidades de auxílio máximas previstas nos n.ºs 2 e 3 do artigo 4.º do Regulamento relativo aos auxílios à formação, para os projectos de formação desenvolvidos por grandes empresas nas regiões assistidas nos termos do n.º 3, alínea a), do artigo 87.º do Tratado CE. 4

20. Portugal apresentará um relatório anual sobre a execução das acções de formação. CONCLUSÃO 21. Com base na avaliação que precede, a Comissão decidiu, nos termos do artigo 87.º do Tratado e tendo em consideração as disposições do Regulamento relativo aos auxílios à formação, não levantar qualquer objecção ao regime notificado, dado que a medida de auxílio prevista preenche os critérios para poder ser considerada compatível com o mercado comum, nos termos do n.º 3, alínea c), do artigo 87 do Tratado. 22. Caso a presente carta contenha elementos confidenciais que não devam ser divulgados a terceiros, a Comissão deve ser informada desse facto no prazo de quinze dias úteis a contar da data de recepção da presente. Se a Comissão não receber um pedido fundamentado nesse sentido no prazo indicado, presumirá que existe acordo quanto à divulgação a terceiros e à publicação do texto integral da carta, na língua que faz fé, no sítio Internet http://europa.eu.int/comm/secretariat_general/sgb/state_aids/. O referido pedido deve ser enviado por carta registada ou por fax para: Comissão Europeia Direcção-Geral da Concorrência, Registo dos auxílios estatais Rue de la Loi / Wetstraat, 200 B-1049 Bruxelles Fax n.º: +32.2.2961242 Queira Vossa Excelência aceitar a expressão da minha mais elevada consideração. Pela Comissão Mario MONTI Membro da Comissão 5