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Transcrição:

DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Questões e Processos Incidentes Prof. Gisela Esposel

- Previsão legal: artigo 118 124 do CPP - Durante o inquérito policial determina-se a apreensão dos instrumentos e objetos que tiveram relação com o crime - Artigo 6º do CPP logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais - Lavra-se um auto de apreensão e os instrumentos e demais objetos ficam sob custódia na polícia

- Assim, é o procedimento legal de devolução a quem de direito de objeto apreendido, durante diligência policial ou judiciária, não mais interessante ao processo criminal - A apreensão dos instrumentos utilizados para cometer o delito, bem como os demais objetos relacionados direta ou indiretamente com os motivos, meios ou resultados da conduta delituosa, é imprescindível - Artigo 118 do CPP antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo

- A contrario sensu, se não interessarem ao processo poderão ser restituídas - Portanto, ao longo da investigação preliminar, processo ou mesmo execução pode haver apreensão de coisas que interessem à prova ou mesmo á vítima ou terceiro de boa fé que tenha sido prejudicado pelo delito - O artigo 118 do CPP deve ser interpretado em consonância com o artigo 91, inciso II do Código penal

- Artigo 91, caput CP São efeitos da condenação: - II a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa fé: - a - Dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito - b do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso

- Assim, duas condições devem ser analisadas para que o objeto possa ou não ser restituído: - 1º - o interesse para o processo - 2º - a natureza da coisa - Artigo 119 do CPP disciplina as coisas a que se referem os artigos 74 e 100 do Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa fé

- Atenção: artigos 74 e 100 leia-se artigo 91, inciso II alíneas a e b do Código Penal - Exemplo: quando um carro for furtado, será ele objeto de apreensão (é o próprio corpo de delito, o objeto do crime). - Assim, documentada a apreensão e avaliado o bem poderá ele ser restituído à vítima, uma vez que não se trata de objeto cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito

- Mas se o bem apreendido for algo cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito (ex: substância entorpecente) somente será restituída se o imputado ou terceiro tiver uma autorização para possuir a substância para fins de pesquisa, estudo etc. - A restituição poderá ser ordenada até mesmo pela autoridade policial, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante - Mas havendo discussão deverá o pedido ser feito á autoridade judiciária, ainda que na fase do inquérito policial.

- Será sempre ouvido o Ministério Publico. - Em casos de dúvida, o pedido de restituição será processado em autos apartados, cabendo ao requerente no prazo de 05 dias, demonstrar sua propriedade ou documentos que autorizem a ter o objeto ou substãncia, conforme dispõe o artigo 120 parágrafo 1º CPP - Se a dúvida em torno de quem seja o verdadeiro dono for entre o terceiro de boa fé e a vítima, o juiz deverá remeter as partes para o juízo cível, determinando que o bem fique depositado até a resolução da questão (artigo 120 parágrafo 4º)

- Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis ou perecíveis, serão elas avaliadas e vendidas em leilão público, depositando-se em juízo o valor apurado até que se defina quem é o legítimo proprietário - Do prazo para requerer a restituição:tem a parte interessada na devolução do bem apreendido 90(noventa dias), após o trânsito em julgado da sentença condenatória, para requeres a restituição ou liberação da constrição. Caso ninguém se habilite, o juiz decreta a perda em favor da União do que foi apreendido, seja lícito ou ilícito, determinando seja tudo vendido em leilão, revertendo-se o dinheiro para os cofres públicos

- Por fim, os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com o artigo 91, inciso II do CP, serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se houver interesse na sua conservação - Assim, para as mãos do réu ou de outra pessoa não voltam, exceto em hipóteses excepcionais, como caso de leilão de armas proibidas ao particular, cujos interessados são colecionadores autorizados a possuí-las