Agronomia, Instituto Federal de Pernambuco, 2

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Transcrição:

INCLUSÃO SOCIAL PELO TRABALHO: EXPERIÊNCIAS REALIZADAS NO CHÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS DO SEMIÁRIDO. Apresentação: Pôster Adalberto Francisco da Silva Júnior 1 ; Andréa Renilda Silva Soares 2 ; Joanna Rafaella da Silva 3 ; Ana Patrícia Siqueira Tavares Falcão 4 ; Moacyr Cunha Filho 5 Introdução O estudo realizado possui enfoque na inclusão social através do trabalho. Teve como objetivo descrever experiências de fomento a inclusão social a partir de experiências realizadas em assentamentos rurais do semiárido. As vivências foram desenvolvidas nos assentamentos localizados no município de Serra Talhada - Sertão do Pajeú/PE. Por meio do projeto: Potencialidades do uso da água manejo florestal e suas implicações na qualidade de vida das mulheres adultas e idosas de comunidades do Sertão do Pajeú-PE, aprovado pelo Edital Nº 11/2014 com fomento do MDA/SPM/CNPq. Realizou-se, as oficinas de artesanatos e do sabonete do leite de cabra, o que possibilitou entre as mulheres a inclusão e o aumento da renda familiar, uma vez que o artesanato é uma atividade que proporciona trabalho e renda, sendo fundamental e importante no desenvolvimento dos arranjos produtivos locais. Foi realizado a aplicação de um questionário semiestruturado com ferramentas da DRP (Diagnóstico Rural Rápido Participativo) para saber as experiências e práticas desenvolvidas. A partir do levantamento buscou a qualificação da produção no campo das assentadas para, de forma prática e sustentável, proporcionar a ampliação da qualidade de vida no assentamento, através do processo de inclusão de mulheres e o compartimento de informações e para direcionar o planejamento das atividades a serem executadas. Com isso, observou-se um maior aproveitamento do leite de cabra que era desperdiçado, e o fortalecimento da cadeia produtiva da região. Após a fabricação artesanal do sabonete ocorreu a inclusão social entre as mulheres e visualizou-se iniciativas de comercialização nos próprios assentamentos e em lojas do município e a expressiva valorização e desenvolvimento dos territórios. Fundamentação Teórica 1 Agronomia, Instituto Federal de Pernambuco, adalbertofrancisco75@gmail.com 2 Agronomia, Instituto Federal de Pernambuco, deasoares18@gmail.com 3 Agronomia, Instituto Federal de Pernambuco, raffaelly_hta@hotmail.com 4 Doutora, Instituto Federal de Pernambuco e ESEF/UPE, apstfalcao@hotmail.com 5 Doutor, Universidade Federal Rural de Pernambuco, moacyr2006@gmail.com

A inclusão social tem se consagrado no mundo ocidental, especialmente a partir de 1980, como lema impulsionador de importantes movimentos sociais e ações políticas (SILVEIRA, 2011). Contudo, alguns autores veem a inclusão social como a participação ativa em vários segmentos e atividades da sociedade, e nos mais variados grupos de convivência social. Considerando que a grande importância no avanço da inclusão social pelo trabalho, é criar condições para que esta reserva de tempo de trabalho se transforme em trabalho efetivo e bem conduzida, cobrando resultados produtivos dos seus beneficiários e incentivando a lógica empreendedora dos assentados, com destaque para todas as formas de empreendedorismo coletivo cooperativas de produção, venda, poupança e crédito, outras formas de associativismo pode ampliar o setor da agricultura familiar viável gerando empregos e auto emprego a um custo inferior a qualquer alternativa urbana (IGNACY SACHS, 2008). Nos assentamentos do Sertão do Pajeú, o artesanato, derivados do leite de cabra e mel são atividades que gera trabalho e renda para assentados e proporciona a valorização e desenvolvimento dos arranjos produtivos locais. Contudo, o presente trabalho teve como objetivo descrever experiências de fomento a inclusão social a partir de experiências realizadas em assentamos rurais. Metodologia Do ponto de vista metodológico, este trabalho buscou promover a ação/reflexão sobre a realidade, visando orientar atividades que possam contribuir para a melhoria das condições de vida de mulheres dos assentamentos do Sertão do Pajeú a partir da inclusão social pelo trabalho. Adotamos, também, como recurso metodológico uma abordagem qualitativa, utilizando-se da pesquisa teórica e da pesquisa de campo, sendo adotados, como instrumento de coleta de dados, questionários, aplicados no início do projeto e ao final de cada oficina executada, sendo a oficina de fabricação de sabonete com leite de cabra e a de artesanato. Participaram do estudo, 113 mulheres dos assentamentos Poldrinho, Catolé, Poço do Serrote e Três irmãos localizados em Serra Talhada. Os questionários aplicados no início do projeto objetivaram estudar as demandas e necessidades dos assentados para ser possível programar, planejar e executar as oficinas aos assentados. Os demais questionários serviram de base para a verificação e os retornos das oficinas de inclusão desenvolvidas junto as mulheres assentadas. Resultados e Discussões A área de estudo foi à microrregião do Pajeú, localizada no centro-norte do estado de Pernambuco, próximo ao limite com o estado da Paraíba, e inserida na mesorregião do Sertão de Pernambuco.

A economia dos municípios do Sertão do Pajeú é direcionada à produção de mel e a do artesanato tendo como principais atividades, a criação de caprino-ovinocultura, assim como em menor escala a produção de rapadura. Fazendo-se conhecer principalmente pela qualidade da sua produtividade. Figura 1: Cadeia produtiva dos municípios do Sertão do Pajeú PE Fonte: Dados do questionário semiestruturada aplicado nos assentamentos do Sertão do Pajeú, Serra Talhada 2015. A partir dos dados obtidos na figura 1 foi possível perceber que a apicultura é uma atividade que promove a inclusão social em assentamentos do Sertão do Pajeú. Onde são produzidas 65 toneladas/ano de mel, e estão envolvidos nessa atividade 200 apicultores gerando emprego a partir de práticas realizadas por assentados, sendo uma atividade que desperta grande interesse por parte dos agricultores, pelo fácil manuseio das colmeias e não exigir muito tempo e dedicação por parte do apicultor. Com isso, essa atividade gera ocupação e renda para as famílias, incluindo jovens e mulheres dos assentamentos estudados. De acordo com Pereira (2003) a cadeia produtiva da apicultura propicia a geração de inúmeros postos de trabalho, empregos e fluxo de renda, principalmente no ambiente da agricultura familiar, sendo, dessa forma, determinante na melhoria da qualidade de vida e fixação dos indivíduos no meio rural.

A segunda atividade de inclusão social desenvolvida no assentamento é o aproveitamento do leite de cabra que era desperdiçado, essa atividade contribui para o fortalecimento da cadeia produtiva da região. Após a fabricação artesanal do sabonete ocorreu a inclusão social entre as mulheres nas práticas desenvolvidas. A cadeia produtiva do leite é formada por um conjunto de atores que interagem entre si. Nesta cadeia, o início se dá com a produção de insumos, da qual fazem parte empresas fabricantes de matéria prima, equipamentos, crédito, serviços e pesquisa. O elo seguinte desta cadeia produtiva refere-se à produção leiteira propriamente dita, envolvendo assim os produtores, os animais, o desenvolvimento genético, a qualidade e o preço de produtos. A indústria representa o terceiro elo desta cadeia, fazendo parte da mesma as empresas que transformam a matéria-prima, além das responsáveis pela logística do recolhimento do leite e distribuição dos produtos industrializados. O último elo da cadeia produtiva do leite é o consumidor, que adquire os produtos derivados do leite (SPAREMBERGER et al., 2009). A terceira atividade de inclusão social pelo trabalho foi o artesanato, que envolve toda a produção de maneira artesanal da matéria prima, onde as mulheres assentadas fazem a partir de restos de tecidos tapetes, bolsas e bonecas, bem como a fabricação de rapadura que tem um valor de mercado muito bom o que proporcionam a geração de renda. Duarte e Silva (2013) consideram o artesanato como uma das indústrias criativas que formam um conjunto de setores e atividades que utilizam como principais insumos da produção um amplo conjunto de bens criativos, talento e habilidades humanas. É um fator de valorização das tradições locais e um propulsor de uma nova classe de trabalhadores e de empreendedores, e apresenta um elevado potencial para a geração de ocupações, renda e desenvolvimento local. Através dessas atividades foi possível observar o fortalecimento da cadeia produtiva na região e a ampliação da inclusão social pelo trabalho através de práticas desenvolvidas por mulheres como a fabricação artesanal do sabonete de cabra, a produção de mel, e a expressiva valorização do artesanato no desenvolvimento dos territórios e as iniciativas de comercialização desses subprodutos nos próprios assentamentos e em lojas do próprio município do Sertão do Pajeú. Conclusões As oficinas possibilitam um aumento da produtividade a partir de produtos da própria região, contribuindo para a inclusão social a partir do trabalho, além de incentivo ao aumento da renda familiar a partir do trabalho das mulheres e a valorização e desenvolvimento dos arranjos produtivos locais. Referências

DUARTE, M. F.; SILVA, A. L. A experimentação do risco na carreira criativa: o caso de mestres da cultura do artesanato cearense. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM), v. 12, n. 2, p. 22-38, mai./ago. 2013. PEREIRA, F. M. Produção de mel. Teresina, 2003. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/fonteshtml/mel/spmel/index.htm>. SACHS, Ignacy. Desenvolvimento: sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Ed. Garamond, p.150, 2008. SPAREMBERGER, A.; BÜTTENBENDER, P. L.; ZAMBERLAN, L.; HOFLER, C.E. Inovações tecnológicas nas cadeias do agronegócio de alimentos da região fronteira noroeste do Rio Grande do Sul, COINI - Congresso Argentino de Engenheira Industrial, 2009. SILVEIRA, M. J. M. ANTINO, M. E. F. Inclusão social de pessoas com deficiências e necessidades especiais: cultura, educação e lazer. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.20, n.2, p. 377-378, 2011.