NATAN BATISTA Direito Penal V Resumo e Questões DireitoFacilitado.com.br

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Transcrição:

NATAN BATISTA Direito Penal V Resumo e Questões

Sumário: Dos Crimes Contra a Família Página 1 1. Introdução Página 1 2. Bigamia (art. 235, CP) Página 1 2.1. Sistematizando Página 4 Página 5 3. Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento (art. 236, CP) 3.1. Sistematizando Página 7 Página 8 4. Conhecimento Prévio de Arrependimento (art. 237, CP) 4.1. Sistematizando Página 9 Página 10 5. Simulação de Autoridade para Celebração do Casamento (art. 238, CP) 5.1. Sistematizando Página 11 6. Simulação de Casamento (art. 239, CP) Página 12 6.1. Sistematizando Página 13 Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública Página 14 1. Dos Crimes de Perigo Comum Página 14 1.1. Incêndio (art. 250, CP) Página 14 1.1.1. Sistematizando Página 16 1.2. Explosão (art. 251, CP) Página 17 1.2.1. Sistematizando Página 19 1.3. Inundação (art. 254, CP) Página 20 1.3.1. Sistematizando Página 21 1.4. Perigo de Inundação (art. 255, CP) Página 22 1.4.1. Sistematizando Página 24 1.5. Desabamento ou Desmoronamento (art. 256, CP) Página 25 1.5.1. Sistematizando Página 26 2. Dos Crimes Contra a Saúde Pública Página 27 2.1. Epidemia (art. 267, CP) Página 27 2.1.1. Sistematizando Página 29 2.2. Envenenamento de Água Potável ou Substância Alimentícia ou Medicinal (art. 270, CP) Página 30 2.2.1. Sistematizando Página 32 2.3. Corrupção ou Poluição de Água Potável (art. 271, CP) Página 33 2.3.1. Sistematizando Página 35

2.4. Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Substância ou Produtos Alimentícios (art. 272, CP) Página 36 2.4.1. Sistematizando Página 38 2.5. Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Produto Destinado a Fins Terapêuticos ou Medicinais (art. 273, CP) Página 39 2.5.1. Sistematizando Página 42 Da Lei de Tóxicos Página 43 1. Introdução Página 43 2. Dos Crimes e Das Penas Página 43 2.1. Da Aplicação das Penas Página 43 2.2. Do Porte e Cultivo para Consumo (art. 28 da Lei de Tóxicos) Página 44 2.2.1. Sistematizando Página 46 2.3. Do Tráfico de Drogas (art. 33 da Lei de Tóxicos) Página 47 2.3.1. Sistematizando Página 50

Dos Crimes Contra a 1. Introdução Família O Direito tem como objetivo manter a paz social ou, se afetada, restabelecê-la. No só através da lei é que se mantém a paz social. Existem os chamados controles sociais informais, mecanismos não legais segundo os quais é possível uma formação moral do indivíduo voltada ao convívio harmônico. Podemos citar a família, a religião e a educação como os mecanismos principais. Por esse motivo os crimes contra a família são dispostos no Código Penal. 2. Bigamia (art. 235, CP) Introdução. Devido à herança Católica Apostólica Romana, entende-se o casamento como o marco inicial da família, ou seja, é através do casamento que se inicia a família. Por esse motivo a bigamia, crime contra o casamento, é o primeiro dispositivo deste Título (Título VII). Elementos do tipo: Objeto Jurídico Objeto Material Sujeito Ativo Sujeito Passivo Tipo Objetivo Preservação do casamento monogâmico e da ética referente à família. O casamento. Pessoa casada (crime próprio). Há divergência na doutrina, porém se entende ser: 1) Cônjuge do primeiro casamento; 2) Cônjuge do novo casamento, se de boa-fé; 3) Família; 4) Estado. Trata-se do verbo contrair (casamento), no sentido de contratar, convolar, formalizar, ajustar... 1

Tipo Subjetivo Dolo específico e direto (contrair casamento sem o desfazimento do casamento anterior). Tentativa É possível, uma vez que iniciadas as formalidades referentes à realização do casamento. Consumação Dá-se com a contração do segundo casamento através de meio efetivamente válido. Classificação 1) Crime próprio (cometido por pessoa específica. No caso, pessoa casada); 2) Crime comissivo (cometido através de ação positiva); 3) Crime plussubjetivo (exige a inclusão de mais uma pessoa, visto que o casamento é contraído por duas pessoas); 4) Crime plurissibsistente (é possível que se divida o iter criminis); 5) Instantâneo de efeitos permanentes (o crime de bigamia se consuma com a contração do casamento, permanecendo os efeitos do casamento e, em consequência, a incidência no crime por tempo indeterminado). Bigamia privilegiada ( 1º). O indivíduo que, enquanto solteiro, divorciado ou viúvo, contrair casamento com indivíduo casado, sabendo-o, cometerá o crime de bigamia privilegiada. O juiz poderá, de acordo com as circunstâncias judiciais, fixar a pena entre reclusão ou detenção, de um a três anos. Questão prejudicial heterogênea obrigatória ( 2º). Anulado ou nulo o primeiro casamento por motivo diverso da bigamia ou o segundo por qualquer motivo estará desconfigurado o crime de bigamia. Proposta a ação cível que discuta a validade de qualquer dos casamentos, é dever do juiz suspender o processo penal e a contagem de sua prescrição até que esta ação alcance o trânsito em julgado, visto se tratar de controvérsia no que se refere aos fundamentos do crime. Especificidades: 1) União estável: o texto de lei é claro em estabelecer a contração de novo casamento, uma vez que já esteja casado. Portanto, não incorpora a união estável; 2) Poligamia: há discussão sobre a sua proteção ante a lei, visto a utilização da expressão bigamia. A maioria, porém, entende também punir a poligamia; 3) Casamento religioso: apesar da omissão do texto legal, considerar-se-á novo casamento ou casamento anterior aquele que gera efeitos. O casamento religioso somente será elemento da constituição do crime, uma vez que gere efeitos (casamento religioso civilmente válido); 2

4) Concurso de crime: em tese, o crime de bigamia somente poderá ser cometido em concurso com o crime de falsidade ideológica. Contudo, este crime é absorvido por aquele, uma vez que se trata de crime-meio. Além disso, é totalmente possível a ocorrência de concurso material de crimes e a incidência de crime continuado; 5) Termo inicial do prazo de prescrição: há divergência na doutrina, porém a maioria entende que o prazo inicia sua contagem do momento em que autoridade competente para julgar, processar e apurar o crime tenha conhecimento. 3

2.1. Sistematizando 4

3. Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento (art. 236, CP) Legislação. Art. 236 do Código Penal. Elementos do tipo. São os elementos: Objeto Jurídico Preservação do casamento monogâmico e da ética referente à família. Objeto Material O casamento. Sujeito Ativo Qualquer pessoa solteira, pois o novo casamento sem o desfazimento do anterior incide em bigamia. Sujeito Passivo Primariamente: 1) Estado; 2) Família. Secundariamente: 1) Cônjuge. Tipo Objetivo Contrair, no sentido de contratar, convolar, formalizar, ajustar... Induzir, no sentido de levar a..., enganar, persuadir... Ocultar, no sentido de obnubilar, esconder, acobertar... Tipo Subjetivo Dolo direto. Tentativa Não se admite. Consumação Dá-se com a contração do casamento através de meio efetivamente válido. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime material (causa alteração no mundo exterior estado civil); 3) Crime comissivo (cometido através de ação positiva); 4) Crime doloso (ação consciente); 5) Crime de forma livre (pode ser praticado de inúmeras maneiras); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissibsistente (é possível que se divida o iter criminis); 8) Crime Instantâneo (a consumação não se alonga no tempo). Norma penal em branco homogênea. Os conceitos de erro essencial e impedimento se encontram no Código Civil. Erro essencial. Disposto no art. 1.557 do Código Civil, diz respeito ao erro sobre: 5 1) Identidade, honra e boa fama; 2) Cometimento de crime;

3) Defeito físico irremediável (exceto deficiência ou moléstia grave e transmissível). Impedimento. Disposto no art. 1.521 do Código Civil, diz respeito à impossibilidade de casamento entre: 1) Ascendentes e descendentes; 2) Afins em linha reta; 3) Adotante com o cônjuge do adotado; 4) Adotado com adotante; 5) Irmãos e demais colaterais (até terceiro grau); 6) Adotado com o filho do adotante; 7) Cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio (ou tentativa) do seu consorte. Ação penal e condição de procedibilidade (parágrafo único). A ação penal será privada personalíssima (único caso do Direito Penal brasileiro) e somente poderá ser prestada a queixa-crime após o trânsito em julgado da ação cível que anular o casamento. Início da contagem do prazo prescricional e decadencial. Ambos se iniciam após o trânsito em julgado da ação cível que anular o casamento. 6

3.1. Sistematizando 7

4. Conhecimento Prévio de Impedimento (art. 237, CP) Elementos do tipo. São os elementos: Objeto Jurídico Preservação do casamento monogâmico e da ética referente à família. Objeto Material O casamento. Sujeito Ativo Qualquer pessoa solteira, pois o novo casamento sem o desfazimento do anterior incide em bigamia. Sujeito Passivo Primariamente: 1) Estado; 2) Família. Secundariamente: 1) Cônjuge. Tipo Objetivo Contrair, no sentido de contratar, convolar, formalizar, ajustar... Tipo Subjetivo Dolo direto. Tentativa Teoricamente admissível, uma vez que tenham sido iniciados os procedimentos para a realização do casamento. Consumação Dá-se com a contração do casamento através de meio efetivamente válido. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime material (causa alteração no mundo exterior estado civil); 3) Crime comissivo (cometido através de ação positiva); 4) Crime doloso (ação consciente); 5) Crime de forma livre (pode ser praticado de inúmeras maneiras); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissibsistente (é possível que se divida o iter criminis); 8) Crime Instantâneo (a consumação não se alonga no tempo). Norma penal em branco, erro essencial e impedimento. Idem ao tipo penal anterior. Ação penal. Pública incondicionada. 8

4.1. Sistematizando 9

5. Simulação de Autoridade para Celebração do Casamento (art. 238, CP) Elementos do tipo. São eles: Objeto Jurídico Preservação do casamento monogâmico e da ética referente à família. Objeto Material O casamento. Sujeito Ativo Qualquer pessoa. Sujeito Passivo Primariamente: 1) Estado; 2) Família. Secundariamente: 1) Os nubentes. Tipo Objetivo Atribuir-se, no sentido de dar a si mesmo determinada qualidade. Tipo Subjetivo Dolo. Tentativa É admitido. Consumação Momento em que o indivíduo se atribui autoridade, ainda que o casamento não se efetive. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (a consumação não importa a celebração do casamento, mas tal ato resulta no exaurimento do crime); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime plurissubjetivo (exige a participação de mais de uma pessoa); 5) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 6) Crime instantâneo (produz efeitos imediatos). Subsidiariedade expressa. Somente se aplicará tal dispositivo, uma vez que não se tenha, através da conduta em questão, configurado crime mais grave. 10

5.1. Sistematizando 11

6. Simulação de Casamento (art. 239, CP) Elementos do tipo. São eles: Objeto Jurídico Preservação do casamento monogâmico e da ética referente à família. Objeto Material O casamento. Sujeito Ativo Qualquer pessoa. Sujeito Passivo Primariamente: 1) Estado; 2) Família. Secundariamente: 1) Aqueles que forem enganados. Tipo Objetivo Simular, no sentido de fingir. Tipo Subjetivo Dolo. Tentativa É admitido. Consumação No momento em que ocorre a celebração do casamento simulado. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime material (exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime plurissubjetivo (exige a participação de mais de uma pessoa); 5) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 6) Crime instantâneo (produz efeitos imediatos). Subsidiariedade expressa. Somente se incidirá neste crime aquele que, mediante a conduta, não configurar crime mais grave. 12

6.1. Sistematizando 13

Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública 1. Dos Crimes de Perigo Comum Incolumidade. Preservação da segurança. Incolumidade pública. Proteção da ordem pública. Perigo comum. Ameaça que traz perigo a pessoas indeterminadas, não sendo necessário o dano efetivo. 1.1. Incêndio (art. 250, CP) Elementos do tipo. São eles: Objeto Jurídico A Incolumidade Pública. Objeto Material Aquilo que fora incendiado. Sujeito Ativo Qualquer pessoa. Sujeito Passivo A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Tipo Objetivo Causar, no sentido de dar origem, provocar, originar Tipo Subjetivo Dolo ou culpa ( 2º). Elemento Constante na incidência do 1º, I, do artigo em questão, sendo o subjetivo intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou específico alheio. Tentativa É admitido. Consumação No momento em se provoca o incêndio, sendo necessário que haja perigo concreto e real (omitido no tipo penal). Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido de inúmeras maneiras); 5) Crime de perigo concreto (deve ser comprovada a situação de perigo); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis). 14

Incêndio. Fogo descontrolado, subsistente por si mesmo. Perícia. Em tal crime é necessário a constatação de perigo comum através de perícia (art. 173 do CPP). Elemento fundamental. A incidência neste crime é confirmada pela resposta positiva em relação a seguinte pergunta: houve concreto e real perigo em relação à vida, integridade física ou propriedade de pessoa indeterminada? Aumento de pena ( 1º). Aumento de 1/3 nos seguintes casos: 1) Intuito de obter vantagem em proveito próprio ou alheio; 2) Incêndio em casa habitada ou destinada a habitação; 3) Incêndio em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; 4) Incêndio em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; 5) Incêndio em estação ferroviária ou aeródromo; 6) Incêndio em estaleiro, fábrica ou oficina; 7) Incêndio em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; 8) Incêndio em poço petrolífero ou galeria de mineração; 9) Incêndio em lavoura, pastagem, mata ou floresta. Crime culposo ( 2º). Cometido por negligência, imprudência ou imperícia. Qualificadoras (art. 258, CP). São elas: 1) Incêndio doloso: a. Se resulta lesão corporal grave ou gravíssima - +1/2; b. Se resulta morte x2. 2) Incêndio culposo: a. Se resulta lesão corporal - +1/2; b. Se resulta morte pena do 121, 3º, +1/3. 15

1.1.1. Sistematizando 16

1.2. Explosão (art. 251, CP) Elementos do tipo. São eles: Objeto Jurídico A Incolumidade Pública. Objeto Material Engenho explosivo. Sujeito Ativo Qualquer pessoa. Sujeito Passivo A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Tipo Objetivo Expor, no sentido de arriscar, submeter; Explodir, no sentido de promover abalo de forte ruído, capaz de causar abrupto deslocamento do ar; Arremessar, no sentido de atirar, jogar, projetar; Colocar, no sentido de posicionar. Tipo Subjetivo Dolo ou culpa ( 3º). Tentativa É admitido, uma vez que os tipos objetivos sejam impedidos por ações alheias à vontade do sujeito ativo. Consumação Quando ocorre a explosão, quando o engenho é arremessado ou quando é colocado em local determinado. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido de inúmeras maneiras); 5) Crime de perigo concreto (deve ser comprovada a situação de perigo); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (consuma-se e exaure seus efeitos no mesmo momento). Omissão legislativo. Deixou o legislador de mencionar se tratar de perigo concreto e real. Substância de efeito análogo. Substância que produz efeito igual ou semelhante à dinamite. Crime privilegiado. Dar-se-á com a utilização de engenho diverso da dinamite ou às substâncias de efeito análogo. Neste caso, há pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa. Exigência de perícia. O perigo bem como a substância utilizada são constatados por meio de perícia. 17

Aumento de pena. Haverá aumento de 1/3 quando: 1) Intuito de obter vantagem para si ou para outrem; 2) Se o crime atinge casa habitada ou destinada a habitação; 3) Se o crime atinge edifício público ou destinado a uso público, bem como a obra de assistência social ou de cultura; 4) Se o crime atinge embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; 5) Se o crime atinge estação ferroviária ou aeródromo; 6) Se o crime atinge estaleiro, fábrica ou oficina; 7) Se o crime atinge depósito de explosivo, combustível ou inflamável; 8) Se o crime atinge poço petrolífero ou galeria de mineração; 9) Se o crime atinge lavoura, pastagem, mata ou floresta. Crime culposo. Negligência, imprudência e imperícia. Qualificadoras (art. 258, CP). São elas: 1) Incêndio doloso: a. Se resulta lesão corporal grave ou gravíssima - +1/2; b. Se resulta morte x2. 2) Incêndio culposo: a. Se resulta lesão corporal - +1/2; b. Se resulta morte pena do 121, 3º, +1/3. 18

1.2.1. Sistematizando 19

1.3. Inundação (art. 254, CP) Elementos do tipo. São eles: Objeto Jurídico Objeto Material Sujeito Ativo Sujeito Passivo A Incolumidade Pública. Água liberada pela ação do sujeito ativo. Qualquer pessoa. A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Causar, no sentido de dar origem, fazer acontecer. Dolo ou culpa. É admitido, em tese. Efetivação da inundação, causando perigo concreto. 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva) ou omissivo impróprio (quando o sujeito ativo tem o dever legal de agir com a devida diligência); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido de inúmeras maneiras); 5) Crime de perigo concreto (deve ser comprovada a situação de perigo); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (consuma-se e exaure seus efeitos no mesmo momento). Inundação. Alagamento atual de um local de considerável extensão e não Tipo Objetivo Tipo Subjetivo Tentativa Consumação Classificação destinado a receber águas. Perícia. A existência de perigo comum será atestada pela perícia. Crime culposo. Negligência, imprudência ou imperícia. Qualificadoras (art. 258, CP). São elas: 1) Incêndio doloso: a. Se resulta lesão corporal grave ou gravíssima - +1/2; b. Se resulta morte x2. 2) Incêndio culposo: a. Se resulta lesão corporal - +1/2; b. Se resulta morte pena do 121, 3º, +1/3. 20

1.3.1. Sistematizando 21

1.4. Perigo de Inundação (art. 255, CP) Elementos do tipo. São eles: Objeto Jurídico Objeto Material Sujeito Ativo Sujeito Passivo A Incolumidade Pública. Obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação. Qualquer pessoa. A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Remover, no sentido de alterar a colocação, tirar do local em que se encontrava; Destruir, no sentido de aniquilar, obliterar, desintegrar; Inutilizar, no sentido de afastar do fim ao qual se destina. Dolo. Não se admite. Dar-se-á com a prática de qualquer das ações descritas. 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva) ou omissivo impróprio (quando o sujeito ativo tem o dever legal de agir com a devida diligência); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido de inúmeras maneiras); 5) Crime de perigo concreto (deve ser comprovada a situação de perigo); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (consuma-se e exaure seus efeitos no mesmo momento); 9) Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado (ainda que a ação incida em mais de um tipo objetivo, somente haverá um delito). Inundação. Idem ao tipo anterior. Tipo Objetivo Tipo Subjetivo Tentativa Consumação Classificação Obstáculo natural. Formação natural que impede o deslocamento das águas. Sua remoção causa a inundação. Obra destinada a impedir inundação. Edificação responsável por represar/ conter as águas, impedindo a inundação. Perícia. Constatará a existência de perigo concreto e real. Qualificadoras (art. 258, CP). São elas: 22

1) Incêndio doloso: a. Se resulta lesão corporal grave ou gravíssima - +1/2; b. Se resulta morte x2. 2) Incêndio culposo: a. Se resulta lesão corporal - +1/2; b. Se resulta morte pena do 121, 3º, +1/3. 23

1.4.1. Sistematizando 24

1.5. Desabamento ou Desmoronamento (art. 256, CP) Legislação. É disposto no art. 256 do Código Penal. Elementos do tipo. São eles: Objeto Jurídico Objeto Material A Incolumidade Pública. Construção, morro, pedreira ou semelhante que desaba ou desmorona. Qualquer pessoa. A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Causar, no sentido de dar origem, dar causa, fazer acontecer. Dolo ou culpa. É possível. Dar-se-á quando do desmoronamento ou desabamento. 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime material (exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva) ou omissivo impróprio (quando o sujeito ativo tem o dever legal de agir com a devida diligência); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido de inúmeras maneiras); 5) Crime de perigo concreto (deve ser comprovada a situação de perigo); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (consuma-se e exaure seus efeitos no mesmo momento). Desabamento. Queda de construções em geral. Sujeito Ativo Sujeito Passivo Tipo Objetivo Tipo Subjetivo Tentativa Consumação Classificação Desmoronamento. Queda de formações telúricas/naturais. Perícia. Deve constatar o perigo concreto e real. Não havendo este elemento, caracterizado estará a contravenção disposta no art. 29 da Lei das Contravenções. Crime culposo. Negligência, imprudência ou imperícia. Pena, detenção, de seis meses a um ano. Qualificadoras (art. 258, CP). São elas: 25 1) Incêndio doloso: a. Se resulta lesão corporal grave ou gravíssima - +1/2;

b. Se resulta morte x2. 2) Incêndio culposo: a. Se resulta lesão corporal - +1/2; b. Se resulta morte pena do 121, 3º, +1/3. 1.5.1. Sistematizando 26

2. Dos Crimes Contra a Saúde Pública Saúde Pública. Preservação de condições saudáveis para a subsistência. Condições saudáveis. Resume-se em quatro elementos: 1) Água potável; 2) Alimento íntegro; 3) Ar puro; 4) Medicamento eficaz. Crimes contra a sociedade. Crimes contra a coletividade, contra pessoas indeterminadas ou indetermináveis. 2.1. Epidemia (art. 267, CP) Legislação. Art. 267 do Código Penal. Elementos do tipo. São os elementos: 27 Objeto Jurídico Objeto Material Sujeito Ativo Sujeito Passivo Tipo Objetivo Tipo Subjetivo Tentativa Consumação Classificação A Saúde Pública. O germe patogênico. Qualquer pessoa. A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Causar, no sentido de dar origem, dar causa, fazer acontecer. Dolo ou culpa. É possível na modalidade dolosa, se por fato alheio à vontade do sujeito ativo o crime não se consumar. Somente se dará com a infecção efetiva de várias pessoas ao mesmo tempo. Não se consumando, portanto, quando da propagação. 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime material (exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma vinculada (a consumação se dá de forma determinada, qual seja, a propagação de germes patológicos); 5) Crime de perigo concreto (deve ser comprovada a situação de perigo); 6) Crime de dano (vem a lesar pessoas indeterminadas); 7) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 8) Crime unissubsistente (não é possível a segmentação do iter criminis) ou plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis);

9) Crime instantâneo (a consumação não se alonga no tempo); 10) Crime de efeitos permanentes (enquanto não houver a efetiva cura da doença). Epidemia. São os elementos característicos: 1) Atinge grande número de pessoas; 2) Atinge local determinado; 3) Permanece por curto período de tempo. Endemia. São os elementos característicos: 1) Atinge grande número de pessoas; 2) Atinge local determinado; 3) Ocorre com frequência considerável. Pandemia. São os elementos característicos: 1) Atinge grande número de pessoas; 2) Atinge local indeterminado; 3) Permanece por curto período de tempo. Germes patogênicos. Microrganismos capazes de transmitir doenças infectocontagiosas. Crime doloso. São os elementos: 1) Não havendo morte: pena de 10 a 15 anos de reclusão; 2) Havendo morte: pena aplicada em dobro crime hediondo. Crime culposo. Praticado por negligência, imperícia ou imprudência. 1) Não havendo morte: pena de 1 a 2 anos de detenção; 2) Havendo morte: pena de 2 a 4 anos de detenção. Resultado lesão corporal. Não há qualquer exasperação. Vítima determinada. Configura-se o crime de perigo de contágio de moléstia grave. 28

2.1.1. Sistematizando 29

2.2. Envenenamento de Água Potável ou Substância Alimentícia ou Medicinal (art. 270, CP) Legislação. Art. 270 do Código Penal. Elementos do tipo. São os elementos: Objeto Jurídico A Saúde Pública. Objeto Material A água potável, a substância alimentícia ou medicinal. Sujeito Ativo Qualquer pessoa. Sujeito Passivo A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Tipo Objetivo Envenenar, no sentido de tornar algo tóxico com a utilização de veneno. Tipo Subjetivo Dolo ou culpa. Tentativa É, teoricamente, admissível. Consumação Consuma-se no momento em que a água potável, a substância alimentícia ou medicinal deixam de estar aptas ao consumo em decorrência da adição de veneno. Não é necessário, portanto, que cause efetivo dano. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido por meios diversos); 5) Crime de perigo comum abstrato (coloca número indeterminado de pessoas em perigo, sendo a gravidade estipulada a partir da força do veneno em questão); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (a consumação não se alonga no tempo). Água potável. Própria para beber ou produzir alimentos. Uso comum. Proveniente de serviço público ou meio natural. Uso particular. Encontra-se em propriedade privada. Substância medicinal. Destinada a curar ou dirimir sintomas de doença. Substância alimentícia. Destinada à nutrição e sustentação do humano. 30

Destinação ao consumo. Destinada ao consumo humano, não incluindo animais. Crime culposo. Negligência, imprudência ou imperícia. Neste caso, a pena será de detenção, de seis meses a dois anos. Qualificadora. Art. 285 c/c art. 267 do Código Penal: 1) Diante do crime doloso: a. Se resulta lesão: aumenta-se de 1/2; b. Se resulta morte: aplica-se a pena em dobro. 2) Diante do crime culposo: a. Se resulta lesão: aumenta-se de 1/2; b. Se resulta morte: aplica-se a pena do homicídio culposo (art. 121, 3º, CP), aumentado de 1/3. Sujeito passivo determinado. Configurado estará o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem. Envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal Corrupção ou poluição de água potável. Na primeira há contaminação por veneno; na segunda, porém, a contaminação ocorre em decorrência de qualquer outra substância. 31

2.2.1. Sistematizando 32

2.3. Corrupção ou Poluição de Água Potável (art. 271, CP) Legislação. Art. 271 do Código Penal. Elementos do tipo. São os elementos: Objeto Jurídico A Saúde Pública. Objeto Material A água potável. Sujeito Ativo Qualquer pessoa. Sujeito Passivo A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Tipo Objetivo Corromper, no sentido de adulterar, estragar; Poluir, no sentido de sujar ou tornar prejudicial à saúde. Tipo Subjetivo Dolo ou culpa. Tentativa É, teoricamente, admissível. Consumação Consuma-se no momento em que a água potável deixa de estar apta ao consumo em decorrência da adição de veneno. Não é necessário, portanto, que cause efetivo dano. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido por meios diversos); 5) Crime de perigo comum abstrato (coloca número indeterminado de pessoas em perigo, sendo a gravidade estipulada a partir da força do veneno em questão); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (a consumação não se alonga no tempo). Água potável. Idem definição do tipo anterior. Uso comum. Idem definição do tipo anterior. Uso particular. Idem definição do tipo anterior. Destinação ao consumo. Consumo humano. Crime culposo. Negligência, imprudência e imperícia. Pena de detenção, de dois meses a um ano. Qualificadoras. Afirma o art. 285 c/c 258 do Código Penal: 33 1) Diante do crime doloso:

a. Se resulta lesão: aumenta-se de 1/2; b. Se resulta morte: aplica-se a pena em dobro. 2) Diante do crime culposo: a. Se resulta lesão: aumenta-se de 1/2; b. Se resulta morte: aplica-se a pena do homicídio culposo (art. 121, 3º, CP), aumentado de 1/3. Corrupção ou Poluição de Água Potável Envenenamento de Água Potável Substância Alimentícia ou Medicinal. O primeiro é configurado com o uso de qualquer substância, enquanto o segundo somente é configurado mediante o uso de veneno. Sujeito passivo determinado. Crime de perigo para a vida ou saúde de outrem (art. 132, CP). 34

2.3.1. Sistematizando 35

2.4. Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Substância ou Produtos Alimentícios (art. 272, CP) Legislação. Art. 272 do Código Penal. Elementos do tipo. São os elementos: Objeto Jurídico Objeto Material Sujeito Ativo Sujeito Passivo Tipo Objetivo Tipo Subjetivo Tentativa Consumação Classificação A Saúde Pública. Substância alimentícia ou produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. Qualquer pessoa. A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Corromper, no sentido de adulterar, estragar; Falsificar, no sentido de reproduzir, por meio de imitação; Adulterar, no sentido de deformar/deturpar; Alterar, no sentido de transformar/modificar; Fabricar, no sentido de criar/construir; Vender, no sentido de transferir coisa a outrem mediante pagamento; Expor à venda, no sentido de exibir para venda; Importar, no sentido de trazer de outro país, estado ou município; Ter em depósito, no sentido de manter/guarnecer; Distribuir, no sentido de disponibilizar para o consumo; Entregar a consumo, no sentido de dar coisa a terceiro com fim de que a consuma. Dolo ou culpa. É, teoricamente, admissível. São três os momentos consumativos: 1) Caput no momento em que a substância se torna nociva à saúde; 2) Caput no momento em que se reduz o valor nutricional da substância; 3) 1º-A com a incidência dos verbos deste parágrafo, quais sejam: vender, expor à venda, importar, ter em depósito, distribuir ou entregar a consumo. 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido por meios diversos); 36

5) Crime de perigo comum abstrato (coloca número indeterminado de pessoas em perigo, sendo a gravidade estipulada a partir da força do veneno em questão); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (a consumação não se alonga no tempo). Substância alimentícia. Toda substância destinada a fornecer ao organismo elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento. Destinado ao consumo. Consumo humano. Crítica. Inconstitucionalidade do preceito secundário? Não há o que se falar em inconstitucionalidade. Tipo objetivo do 1º-A. Não há a incorporação do verbo alterar. Há fato atípico por omissão legislativa? Não há posicionamento pacificado. Nesse sentido, aplicar-se-á os demais verbos do tipo. Norma Penal Explicativa. Também se aplica às bebidas. Crime culposo. Negligência, imprudência ou imperícia. Pena de detenção, de 1 a 2 anos, e multa. Qualificadora. Dispõe o art. 285 c/c 258 do Código Penal: 1) Diante do crime doloso: a. Se resulta lesão: aumenta-se de 1/2; b. Se resulta morte: aplica-se a pena em dobro. 2) Diante do crime culposo: a. Se resulta lesão: aumenta-se de 1/2; b. Se resulta morte: aplica-se a pena do homicídio culposo (art. 121, 3º, CP), aumentado de 1/3. 37

2.4.1. Sistematizando 38

2.5. Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Produto Destinado a Fins Terapêuticos ou Medicinais (art. 273, CP) Legislação. Art. 273 do Código Penal. Elementos do tipo. São os elementos: Objeto Jurídico Objeto Material Sujeito Ativo Sujeito Passivo Tipo Objetivo Tipo Subjetivo Tentativa Consumação Classificação A Saúde Pública. Produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, além das matérias-primas, insumos farmacêuticos, cosméticos, saneantes ou produtos de uso em diagnóstico. Qualquer pessoa. A sociedade (coletividade), visto se tratar de crime contra pessoa indeterminada ou indeterminável. Corromper, no sentido de adulterar, estragar; Falsificar, no sentido de reproduzir, por meio de imitação; Adulterar, no sentido de deformar/deturpar; Alterar, no sentido de transformar/modificar; Vender, no sentido de transferir coisa a outrem mediante pagamento; Expor à venda, no sentido de exibir para venda; Importar, no sentido de trazer de outro país, estado ou município; Ter em depósito, no sentido de manter/guarnecer; Distribuir, no sentido de disponibilizar para o consumo; Entregar a consumo, no sentido de dar coisa a terceiro com fim de que a consuma. Dolo ou culpa. É, teoricamente, admissível. Consuma-se na incidência dos tipos objetivos, além da incidência nos elementos descritos no 1º-B. 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido por meios diversos); 5) Crime de perigo comum abstrato (coloca número indeterminado de pessoas em perigo, sendo a gravidade estipulada a partir da força do veneno em questão); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 39

7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (a consumação não se alonga no tempo) ou permanente (a consumação se prolonga no tempo). Medicamento ou produto de fim terapêutico. Substância com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Crime por equiparação e crítica ( 1º). Tem comete o crime quem importa, venda, expõe à venda, tem em depósito para vender, distribui ou entrega a consumo as substâncias. Extensão do objeto ( 1º-A): 1) Matéria-prima: Princípio ativo substância bruta essencial na fabricação; 2) Insumo farmacêutico: Material utilizado na composição do medicamento; 3) Cosmético: Produtos de uso externo, para proteção ou embelezamento; 4) Saneantes: destinados à higienização ou desinfestação/desinfecção; 5) Produto utilizado para fins de diagnóstico. Novos elementos e crítica (1º-B). Submete-se às mesmas penas quem realiza os tipos objetivos em medicamentos: 1) Sem registro no órgão de vigilância sanitária; 2) Em desacordo com a fórmula constante do registro no órgão de vigilância sanitária; 3) Sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; 4) Com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 5) De procedência ignorada; 6) Adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. As críticas são voltadas ao deslocamento quanto ao objetivo e função destinada ao tipo penal. Inconstitucionalidade do preceito secundário. Há inconstitucionalidade somente em relação ao 1º-B. Nesse caso, aplicar-se-á a pena do art. 33 da Lei de Drogas, devido à coincidência em relação a três elementos: 1) Ambos são crimes hediondos; 2) Ambos têm como objeto jurídico a saúde pública; 3) Ambos são crimes de perigo abstrato. Crime culposo. Negligência, imprudência e imperícia. Pena de detenção, de 1 a 3 anos. 40

Qualificadora. Dispõe o art. 285 c/c 258 do Código Penal: 1) Diante do crime doloso: a. Se resulta lesão: aumenta-se de 1/2; b. Se resulta morte: aplica-se a pena em dobro. 2) Diante do crime culposo: a. Se resulta lesão: aumenta-se de 1/2; b. Se resulta morte: aplica-se a pena do homicídio culposo (art. 121, 3º, CP), aumentado de 1/3. Crime hediondo. Art. 1º, VII-B, da Lei dos Crimes Hediondos. 41

2.5.1. Sistematizando 42

Da Lei de Tóxicos 1. Introdução Legislação. Trata-se da Lei 11.343, de 23.08.2006. Objetivo. São dois os objetivos: 1) Prevenção ao uso indevido de drogas; 2) Repreensão da produção e do tráfico destas substâncias. Drogas. Trata-se de produto ou substância capaz de gerar dependência física ou psíquica, cujo princípio ativo esteja registrado na Portaria nº 334 do Ministério da Saúde. Perigo abstrato. Não é necessário que causem, de fato, o risco, basta que gerem perigo à saúde pública. Cláusula proibitiva geral. Art. 2º da Lei de Tóxicos. Vedação ao plantio, cultura ou colheita de vegetais ou substratos extraídos ou utilizados para a produção de drogas. Exceto nos seguintes casos: 1) Autorização para pesquisa científica ou medicinal; 2) Feito em local e prazo determinados; 3) Existência de fiscalização; 4) Para fins ritualísticos-religiosos. 2. Dos Crimes e Das Penas 2.1. Da Aplicação das Penas A pena poderá ser (art. 27 da Lei de Tóxicos): 1) Aplicada isolada; 2) Aplicada cumulativa; 3) Dubstituída por pena mais adequada. 43

2.2. Do Porte e Cultivo para Consumo (art. 28 da Lei de Tóxicos) Legislação. Art. 28 da Lei de Tóxicos. Elementos do tipo. São os elementos: Objeto Jurídico A Saúde Pública. Objeto Material As drogas substâncias elencadas na Portaria 344/MS. Sujeito Ativo Qualquer pessoa. Sujeito Passivo A sociedade (coletividade), Tipo Objetivo Adquirir, no sentido de obter para si, a título oneroso ou gratuito; Guardar, no sentido de manter sob sua vigilância; Ter em depósito, no sentido de manter em local determinado; Transportar, no sentido de conduzir de um local para outro em um meio de transporte; Trazer consigo, no sentido de conduzir de um local para outro junto ao corpo; Semear, no sentido de lançar sementes para fazer germinar; Cultivar, no sentido de tratar a terra, lavrar, amanhar; Colher, no sentido de apanhar ou tirar, separando do ramo ou da haste. Tipo Subjetivo Dolo específico de usar para si. Tentativa É admissível em relação ao tipo adquirir, porém inadmissível em relação aos tipos trazer consigo, guardar, ter em depósito e transportar. Consumação Em relação à modalidade adquirir, o crime é instantâneo, isto é, consuma-se ao ser atingido o tipo. Em relação aos tipos trazer consigo, guardar, ter em depósito e transportar, porém, tratar-seá de crime permanente, consumando-se quando detém a droga, estendendo-se pelo tempo que a portar. Cabe informar, portanto, não se consumar com o consumo, mas com a incidência nos tipos objetivos. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido por meios diversos); 5) Crime de perigo comum abstrato (coloca número indeterminado de pessoas em perigo, sendo a gravidade estipulada a partir da força do veneno em questão); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 44

7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (a consumação não se alonga no tempo) ou permanente (a consumação se prolonga no tempo). Elemento subjetivo específico. Objetivo exclusivo de consumo próprio. Norma penal em branco. São drogas as substâncias registradas na Portaria nº 334/MS. Elemento normativo. É necessário que tal porte ou consumo seja realizado sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Critério de avaliação. São os critérios de avaliação: 1) Natureza e quantidade da substância; 2) Local e condição em que se desenvolveu a ação; 3) Circunstâncias sociais e pessoais; 4) Conduta e antecedentes. Pena. São as possíveis penas: 1) Advertência sobre os efeitos da droga; 2) Prestação de serviços à comunidade; 3) Medida educativa comparecimento a programa ou curso educativo; 4) Admoestação verbal; 5) Multa. A aplicação das penas dependerá da reincidência: 1) Primário: máximo 5 meses; 2) Reincidente: máximo 10 meses. 45

2.2.1. Sistematizando 46

2.3. Do Tráfico de Drogas (art. 33 da Lei de Tóxicos) Legislação. Art. 33 da Lei de Tóxicos. Elementos do tipo. São os elementos: Objeto Jurídico Objeto Material Sujeito Ativo Sujeito Passivo Tipo Objetivo Tipo Subjetivo Tentativa A Saúde Pública. As drogas substâncias elencadas na Portaria 344/MS. Qualquer pessoa. A sociedade (coletividade), Importar, no sentido de fazer entrar o entorpecente no País; Exportar, no sentido de enviar o entorpecente para outro país; Remeter, no sentido de deslocar a droga de um local para outro dentro do país; Preparar, no sentido de combinar substâncias não entorpecentes, resultando na criação de substância tóxica para o uso; Produzir, no sentido de criar, confeccionar; Fabricar, no sentido de produzir, por meio industrial; Adquirir, no sentido de obter para si, a título oneroso ou gratuito; Vender, no sentido de alienar, onerar; Expor à venda, no sentido de exibir o entorpecente para que se venda; Oferecer, no sentido de abordar alguém com o intuito de lhe dar/ lhe vender o entorpecente; Ter em depósito, no sentido de manter em local determinado Transportar, no sentido de conduzir de um local para outro em um meio de transporte; Trazer consigo, no sentido de conduzir de um local para outro junto ao corpo; Guardar, no sentido de manter sob sua vigilância; Prescrever, no sentido de receitar (segundo a doutrina majoritária, pode ser executado por qualquer indivíduo); Ministrar, no sentido de aplicar, inocular, introduzir (segundo a doutrina majoritária, pode ser executado por qualquer indivíduo); Entregar a consumo, no sentido de disponibilizar para que seja consumido; Fornecer, no sentido de proporcionar. Dolo. É admissível. 47

Consumação Em relação aos tipos objetivos vender, adquirir, oferecer etc., trata-se de crime instantâneo, ou seja, consumar-se-á diante da incidência nestes tipos. Em relação aos tipos transportar, trazer consigo, guardar, ter em depósito etc., trata-se de crime permanente, ou seja, consumarse-á durante toda a execução da ação descrita. Classificação 1) Crime comum (cometido por qualquer pessoa); 2) Crime formal (não exige o resultado naturalístico); 3) Crime comissivo (cometido por ação positiva); 4) Crime de forma livre (pode ser cometido por meios diversos); 5) Crime de perigo comum abstrato (coloca número indeterminado de pessoas em perigo, sendo a gravidade estipulada a partir da força do veneno em questão); 6) Crime unissubjetivo (pode ser cometido por uma única pessoa); 7) Crime plurissubsistente (é possível a segmentação do iter criminis); 8) Crime instantâneo (a consumação não se alonga no tempo) ou permanente (a consumação se prolonga no tempo). Crime de ação múltipla (tipo misto alternativo ou crime de conteúdo variado). Ainda que se atinja mais de um tipo objetivo somente se cometerá um crime. Norma penal em branco. Considera-se droga a substância catalogada na Portaria nº 334/MS. Elemento normativo do tipo. Sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Elementos considerados quando da fixação da pena. São os elementos: 1) Regra: circunstâncias judiciais art. 59 do Código Penal; 2) Exceção: sobreposição do art. 42 da Lei de Tóxicos em relação ao art. 59 do Código Penal possibilidade de fixar a pena-base acima do mínimo legal: a. Natureza da substância ou do produto; b. Quantidade da substância ou do produto; c. A personalidade do agente; d. A conduta do agente. Preceito secundário do caput. Reclusão, de 5 a 15 anos e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa. Além disso, observa-se o limite disposto no art. 43 da Lei de Tóxicos, sendo de 1/30 a 5 vezes o maior salário-mínimo para cada dia-multa. É possível que, mediante fundamentação por parte do juiz da ineficácia da aplicação máxima padrão (5x), se aplique 10 vezes o maior salário-mínimo para cada dia-multa. 48

Limite entre a incidência do crime de Porte e Cultivo para Consumo Próprio e o crime de Tráfico de Drogas. Segue a tabela: Tipos não coincidentes se caracterizados, ensejam a condenação pelo crime de tráfico de drogas Importar Exportar Remeter Preparar Fabricar Expor à venda Oferecer Prescrever Ministrar Entregar para consumo Fornecer Tipos coincidentes a sua caracterização enseja a análise de acordo com os elementos do 2º do art. 28 Adquirir Guardar Ter em depósito Transportar Trazer consigo 49

2.3.1. Sistematizando 50

Este resumo ainda está em desenvolvimento. Em breve novas atualizações. Fique ligado! 51