RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (elaborado nos termos do art.º155º do C.I.R.E.)

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Transcrição:

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA (elaborado nos termos do art.º155º do C.I.R.E.) Notas prévias: Publicação do anúncio no Portal Citius em 30-10-2013 Reunião realizada com a administradora da insolvente em 11-12-2013 Visita à sede da insolvente efectuada em 03/01/2014 1. INCORPUS ESTÉTICA E SPA, LDA. NIPC: 508 506 727 DATA CONSTITUIÇÃO: 12-03-2008 NATUREZA JURÍDICA: Sociedade por Quotas SEDE: Rua Adelino Amaro da Costa, nº 330, 4470 225 Maia OBJECTO: Tratamento específico de corpo, rosto, relaxamento, manicura, pédicure e estética. CAE Principal: 96022-R3 CAPITAL: 5.000,00 Euros SÓCIOS Maria Emília Pereira da Silva Santos QUOTA: 3.000,00 Manuel Ferreira dos Santos QUOTA: 2.000,00 GERÊNCIA Albertina Rosa dos Santos Silva 1/9

2. ATIVIDADE A QUE SE DEDICOU NOS ÚLTIMOS 3 ANOS E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ATUAL - Artigo 155ª, nº 1, alínea a) do CIRE - Análise dos elementos incluídos no documento referido no artigo 24ª, nº 1, alínea c) do CIRE- A Atividade A insolvente é uma sociedade comercial, com a natureza jurídica de sociedade por quotas, matriculada na 2ª Conservatória do Registo Comercial da Maia, em atividade desde Março de 2008. O seu objeto social consiste no tratamento específico de corpo, rosto, relaxamento, manicura, pédicure e estética. Tem a sua sede na Rua Adelino Amaro da Costa, nº 330, 4470 225 Maia, sendo que o imóvel onde a insolvente desenvolvia a sua atividade é objeto de Contrato de Locação Financeira Imobiliária celebrado entre a Caixa Económica Montepio Geral e a insolvente em 06-06- 2008. Para o exercício da referida atividade, a insolvente contava, antes da sua declaração de insolvência, com a sua Gerente e com uma auxiliar, esta mediante um contrato de prestação de serviços. Até Maio 2011 a insolvente contava com o seu anterior Gerente Rui Miguel Lopes da Silva, que, de acordo com o que foi dito pela administradora da insolvente, efetuava a gestão financeira da insolvente. B Da situação de Insolvência A presente declaração de insolvência foi requerida pelo Credor J M Dias & Associada Sociedade Técnicos Oficiais de Contas, Lda., com fundamento a devedora e requerida tem uma situação de incumprimento generalizada ( ) desde há uns meses que a devedora encontra-se sem qualquer orientação e sem cumprir com as suas obrigações ( ) Desde logo, a devedora não cumpre com a aqui credora, nem com os demais credores ( ) a devedora tem dívidas há mais de seis meses à Segurança Social. A insolvente não juntou aos autos os documentos a que refere o artigo 24º do CIRE, pelo que apenas serão aqui atendidos os elementos obtidos por indagação e o que foi dito na reunião realizada com a gerente da insolvente. Sabe-se que: De acordo com o que foi dito pela gerente da insolvente, a insolvente iniciou a sua atividade em 2008, sendo que o período até 2010 foi de alguma dificuldade financeira. No momento da sua constituição, a insolvente recorreu a contratos de leasing e cartões de crédito de modo a obter o apoio financeiro necessário para se lançar no mercado, pelo que, desde o seu início que se encontrava subcarregada com obrigações financeiras. Porém, no período de 2010 e 2011 a insolvente mostrou-se em crescimento financeiro, tendo conseguido obter os proventos necessários para cumprir atempadamente as suas obrigações. 2/9

Não obstante, e ainda segundo o que foi dito pela Gerente da insolvente, no decorrer do ano 2011 a atual Gerente veio a divorciarse de Rui Miguel Lopes da Silva, até então Gerente da ora insolvente. Nessa sequência, assumiu a gerência da insolvente após esta ter sido renunciada por aquele Rui Miguel Lopes da Silva. No exercício do cargo, a atual gerente da insolvente aferiu que a insolvente se encontrava subcarregada de obrigações, cujo montante se mostrava desajustado com o volume de negócios da insolvente, e para as quais a insolvente não conseguia obter os proventos financeiros necessários. Pela gerente da insolvente foi ainda dito quem tratava da gestão financeira era o Rui Miguel da Silva, sendo que nunca me inteirei dos assuntos financeiros da insolvente. Confrontada com a gerência e com o avultado valor de dívidas provenientes de cartões de crédito e a fornecedores, fui prosseguindo com a sua atividade no intuito de ir liquidando as obrigações vencidas e na expectativa de retorno da situação, tendo alienado alguns equipamentos para o efeito. Atualmente a insolvente encontra-se inactiva, e ainda segundo o declarado pela gerente da insolvente, a sociedade encerrou portas em Setembro de 2013. Da análise às petições de reclamação de créditos, verifica-se que, até à data, os únicos créditos reclamados dizem respeito a dívidas junto da Caixa Económica Montepio Geral, do Instituto da Segurança Social, Serviços de Contabilidade e à EDP, no valor global aproximado de 250.000,00. D Principais conclusões Da análise dos dados acima descritos, bem como das diligências efetuadas pela administradora de insolvência, conclui-se que a situação de insolvência da insolvente adveio, essencialmente, como corolário do excessivo peso das obrigações assumidas perante a Caixa Económica Montepio Geral, num montante aproximado de 209.500,00 que, aliado ao incumprimento de outras obrigações da insolvente, designadamente de gestão corrente, não permitiu continuar a honrar as obrigações assumidas considerando que a insolvente, desde logo face à sua estrutura, não gera liquidez financeira necessária para o cumprimento de tais obrigações. 3. ANÁLISE ESTADO DA CONTABILIDADE DO DEVEDOR E OPINIÃO SOBRE OS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA É Técnica Oficial de Contas da Insolvente Maria João Dias. - Artigo 155ª, nº 1, alínea b) do CIRE A insolvente não entregou à AI os elementos a que se refere a al. f) do nº1 do artigo 24º do CIRE. Sem embargo, por consulta às publicações on-line de atos societários no Portal da Justiça www.publicacoes.mj.pt, verifica-se que foram cumpridas pela insolvente as obrigações legais em termos de elaboração e depósito das contas anuais, legalmente obrigatórias, relativamente aos anos 2008, 2009, 2010 e 2011. Nada constando quanto à elaboração e depósito das contas relativas ao exercício de 2012. 3/9

Questionada a TOC da insolvente se têm sido cumpridas todas as obrigações legais em termos de matéria fiscal, nomeadamente a elaboração e depósito das contas anuais, a AI foi informada: só assumi a responsabilidade pela contabilidade até 31/12/2012, dai para a frente não sei quem é o responsável ( ) até 31/12/2013, todas as obrigações fiscais estavam cumpridas, no entanto tinha dividas para com a segurança social. 4. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA DO DEVEDOR, NO TODO OU EM PARTE, DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA, E DAS CONSEQUENCIAS DECORRENTES PARA OS CREDORES NOS DIVERSOS CENÁRIOS FIGURÁVEIS - Artigo 155ª, nº 1, alínea c) do CIRE Pelo que foi possível apurar, decorrente das diligências efetuadas, inclusive das buscas efetuadas junto da Administração Tributária e Serviços de Registo Predial e Automóvel, verifica-se que: 1. Sob o ponto de vista da propriedade, a insolvente não é titular de nenhum bem imóvel ou bem móvel sujeito a registo; 2. Figura como Locatária no Contrato de Locação Financeira Imobiliária celebrado com a Caixa Económica Montepio Geral em 06-06-2008, para a aquisição da Fração Autónoma designada pela letra "A", inscrita na matriz predial urbana sob o artigo 3259 e descrita na 1ª CRP de Maia sob o nº 01431, pelo montante global de 170.400,00; 3. Relativamente ao contrato supra, o capital vencido corresponde a 22.397,14, sendo o capital vincendo de 139.250,08, acrescido do valor residual de 42.600,00; 4. Em 03-01-2014 a AI dirigiu-se à sede da insolvente, acompanhada pela gerente da sociedade insolvente, tendo aferido nessa data que o espaço se encontrava vazio, sem qualquer equipamento, designadamente interruptores, tomadas, ar condicionado, louças de casa de banho etc.; 5. Neste seguimento, a gerente da insolvente informou a AI que os bens móveis (equipamentos) com os quais a insolvente exercia a sua atividade (identificados no ponto 6. deste relatório) foram todos alienados e o veículo automóvel, por ser objecto de um contrato de leasing, foi entregue à locadora em 2011; 6. Com exceção do Aparelho de Cavitação e Radiofrequência/Magic Station Plus, objeto de Contrato de Locação Financeira Mobiliária celebrado com a Caixa Económica Montepio Geral em 13-05-2010, pelo preço de 8.505,37 + IVA; 7. Relativamente ao contrato supra, o capital vencido corresponde a 6.352,13, sendo o capital vincendo de 1.934,32, acrescido do valor residual de 510,32. 8. Na sequência dos atos de alienação, a insolvente ficou desprovida de qualquer património. 4/9

Em suma: I. A insolvente, à data, encontra-inativa, de portas encerradas, sem trabalhadores ao seu serviço, sem clientes e sem qualquer giro comercial; II. Considerando que o activo da insolvente se encontra abrangido por contratos de leasing (extensamente por cumprir), e sem qualquer atividade produtiva e comercial, esta não dispõe de meios suficientes para fazer face ao seu passivo exigível; III. Pelo que não existem, assim, condições para a elaboração de um plano de recuperação minimamente credível e exequível, tendo em conta o valor do passivo da sociedade insolvente face ao ativo existente e à ausência de atividade; IV. A gerente da devedora também não demonstrou à administradora de insolvência qualquer vontade de propor a recuperação da empresa, e também não há conhecimento de movimentação de grupos de senhores credores que, nos termos do art.º 193º do C.I.R.E. façam tenções de apresentar plano de insolvência; Pelo que, Nestes termos, e sem qualquer base de apoio, a administradora de insolvência não apresenta à Assembleia plano de recuperação. 5. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO - Artigo 155ª, nº 1, alínea e) do CIRE Ponto I. Bens Imóveis: Conforme referido anteriormente, a insolvente celebrou com a Caixa Económica Montepio um contrato de Locação Financeira Imobiliária, para a aquisição do Prédio Urbano: Fração Autónoma designada pela letra A, inscrita na respetiva matriz predial urbana sob o artigo 3259 e descrita na 1ª CRP de Maia sob o nº 01431. a. O contrato foi celebrado pelo montante de 170.400,00. b. Atualmente encontra-se vencido o capital de 22.397,14 c. O capital vincendo corresponde a 139.250,08 d. Com um valor residual de 42.600,00. À data de 02-01-2014, a referida fração apresenta um valor patrimonial de 163.074,25. Nestes termos, Atenta a inatividade da insolvente, atento o montante das rendas vencidas e vincendas e ainda o valor residual acordado, atento o atual estado do mercado imobiliário com a constante desvalorização dos imóveis, aliado ainda à redução dos valores de venda 5/9

em sede de venda forçada a AI não vislumbra interesse no cumprimento do presente contrato de Locação pelo que coloca à consideração da Assembleia de Credores a sua resolução. Ponto II. Bens Móveis conhecidos à insolvente: 1. No que concerne às diligências de inventário e apreensão de bens, a AI apenas logrou agendar visita com a Gerente da insolvente no dia 02-01-2014, dado que todas as comunicações anteriormente remetidas para o efeito (via e-mail e CTT) foram infrutíferas; 2. Assim, somente no dia 03-01-2014 é que a AI teve acesso ao interior das instalações da insolvente; 3. Nessa sequência, o único bem conhecido à insolvente é um Aparelho de Cavitação e Radiofrequência /Magic Station Plus, objeto de Contrato de Locação Financeira Mobiliária celebrado com a Caixa Económica Montepio Geral em 13-05-2010, pelo preço de 8.505,37 + IVA; 4. Relativamente ao contrato supra, atento o montante já vencido ( 6.352,13) o capital vincendo ( 1.934,32) o montante residual ( 510,32), por confronto com o valor de aquisição, não se figura vantajoso para a massa insolvente o cumprimento do referido contrato, pelo que a AI coloca à consideração da Assembleia de Credores a sua resolução; 5. Relativamente aos restantes bens com os quais a insolvente exercia a sua actividade, a Gerente da insolvente informou a AI de que foram todos alienados; 6. Encontrando-se desprovida de qualquer ativo. Ponto III. Bens Móveis constantes dos elementos contabilísticos: 1. Conforme referido anteriormente, no dia da visita à sede da insolvente, foi dito pela Gerente da Insolvente que todos os bens que eram propriedade da insolvente foram alienados; 2. Porém, uma vez solicitados os elementos subjacentes às referidas transmissões, a Gerente informou a AI de que não dispõe de elementos contabilísticos subjacentes às supostas transmissões operadas, por terem sido feitas a um particular ; 3. Questionada a TOC da insolvente, esta informou a AI que só assumi a responsabilidade pela contabilidade até 31/12/2012 ( ) dos elementos que solicita apenas consigo imprimir os que poder extrair dos programas de contabilidade e imobilizado, porque os restantes foram todos entregues à sócia - gerente Dª Albertina Santos, no início deste ano ; 4. Assim, dos elementos remetidos pela TOC da insolvente (Balancete e Mapa de Imobilizado) afere-se o seguinte: Por consulta ao mapa de depreciações e amortizações do período de 2012, foi declarado pela insolvente o seguinte ativo: 6/9

Designação dos elementos do ativo Data Aquisição Valor contabilístico/valor aquisição ( ) Televisores LCD SONY KDL 40 2010 660,33 Decorações de interiores inc. Tapeçarias 2010 10.000,00 LOUÇAS DE CASA DE BANHO 2008 4.000,73 APARELHO DE RADIOFRQUENCIA BIPOLAR 2008 18.902,09 VAPORIZADOR C/ OZONO 2008 724,30 MARQUESA MULTIFUNCIONAL 2008 8.473,12 TERMO ESTIMULAÇÃO BIOACTIVA 2008 6.604,17 APARELHO PRESSOTERAPIA - 240 2008 5.712,47 LUPA REDONDA 5 DIOPT 2008 121,82 BELEX 07 ALTA FREQUENCIA 2008 907,57 CARRINHO RODADO MADEIRA 2008 1.112,01 AQUECEDOR DE TOALHAS C/ CESTAS 2008 494,68 TORRE MICRONIZADO C/ TURBINA 2008 2.390,00 ROUPOES MOD MALMEQUER II 2008 403,75 TOALHAS COR CHOCOLATE 2008 483,85 POLTRONA VENEZIA CLUBE 2008 2.277,00 POLTRONA VENEZIA BROWN 2008 429,00 MESA LATERAL VENEZIA C/ VIDRO 2008 564,00 PORTATIL ASUS F3SC 2009 1.450,00 IMPRESSORA MUKTI FUNÇOES LJ 1522 2009 280,00 IMPRESSORA POS EPSON TM-T88IV 2009 330,00 MONITOR TFT ASUS VN171D 2009 150,00 TELEFONE NOKIA E71 2008 255,00 PROGRAMA GIC LIGHT 2009 895,00 SISTEMA DE ALARME ANTI INTRUSAO 2008 530,00 SISTEMA DE DETECÇAO INCENDIO 2008 480,00 SISTEMA DE CCTV 2008 840,00 SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO 2009 19.142,12 FRIGORIFICO TFI 130 2008 373,82 TV SAMSUNG LCD T240 HD 2009 320,83 CORTINAS MODELO RDS 2008 1.749,17 MOBILIARIO 2010 131,24 ESPELHOS 2010 3.176,89 SECADOR DE PE RAP HAIR 2 V 2010 150,64 VIATURA SMART 90-IR-26 2010 12.758,10 MAGIC STATION PLUS 2010 8.505,37 Imóvel Fração A Estabelecimento 2008 160.000,00 Acresce no entanto que, 5. Considerando o alegado pela Gerente da insolvente ausência na sua posse de qualquer elemento contabilístico subjacente às alienações operadas a AI remeteu comunicação à Ilustre Mandatária da insolvente com vista a serem remetidos todos os elementos/esclarecimentos entendidos por oportunos quanto às referidas alienações; 6. Nessa sequência, foi a AI informada do seguinte: 7/9

Confirmo que, à data em que a D. Albertina tomou posse da documentação (que se encontrava na empresa responsável pela contabilidade) me entregou e que se encontram na m/ posse diversas pastas referentes à contabilidade ( ) Efectivamente, posso adiantar que: Não existe nenhum veículo automóvel em posse da insolvente, porquanto existia um leasing celebrado com a Mercedes, relativamente a um smart, no entanto, esse veículo foi entregue à Mercedes ainda em 2011 ( ) do equipamento existente tenho conhecimento de que algum terá sido vendido para pagamento de despesas, nomeadamente, luz, água, funcionários, fornecedores, no entanto, como a sociedade já se encontrava de portas fechadas e sem contabilidade não foi emitido qualquer recibo/ factura. Até porque esse pouco dinheiro que terá entrado de imediato saiu. Outros bens moveis encontram-se na posse da D. Albertina, os quais foram retirados do local por se encontrar de portas fechadas e se recear algum acto de vandalismo e roubo. Assim, 7. Considerando que somente em 03-01-2014 é que a AI teve acesso ao interior das instalações da insolvente, comprovando nessa data a ausência do activo da insolvente, e considerando ainda que pela Gerente da insolvente não foi disponibilizado nenhum elemento subjacente às referidas transmissões a fim de ser aferida a identidade dos beneficiários, valores de venda e destino dado ao valor resultante das alienações, A AI PROPÕE à assembleia de Credores: a) A deliberação do encerramento definito da atividade da insolvente; b) A resolução do Contrato de Locação Financeira Imobiliária celebrado entre a insolvente e a Caixa Económica Montepio Geral e a insolvente em 06-06-2008; c) A resolução do Contrato de Locação Financeira Mobiliária celebrado entre a insolvente e a Caixa Económica Montepio Geral e a insolvente em 13-05-2010; d) A averiguação do paradeiro dos bens alienados pela insolvente mediante a identificação do(s) beneficiário(s) das transmissões e valores de alienação, bem como a averiguação do efetivo paradeiro dos bens que, de acordo com o referido pela Ilustre Mandatária da Insolvente, se encontram na posse da Gerente da insolvente Albertina Santos Silva, para, consequentemente, apurar se estamos ou não perante a insuficiência da massa insolvente para satisfazer as custas do processo e demais dívidas da massa insolvente. No caso de vir a ser deliberado o encerramento da atividade da insolvente, a Administradora de Insolvência, muito respeitosamente, requer a Vª Exa que, nos termos do disposto no artigo 65º nº3 do CIRE seja a Administração Fiscal oficiosamente notificada da extinção de todas as obrigações declarativas e fiscais. 8/9

5. QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA Face a todo o atrás exposto, designadamente à alienação do ativo da insolvente, a AI, muito respeitosamente, mais requer a V. Exa o seguinte: a) Que seja aberta o incidente da qualificação da insolvência ao abrigo do disposto no artigo 188º do CIRE. Pede deferimento, Muito atentamente, A administradora de insolvência Anexos: Lista provisória de credores Inventário de Bens 9/9