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Transcrição:

ECLI:PT:TRL:2010:3281.03.4TVLSB.A.L1.7.C1 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:trl:2010:3281.03.4tvlsb.a.l1.7.c1 Relator Nº do Documento Luís Espírito Santo rl Apenso Data do Acordão 23/03/2010 Data de decisão sumária Votação unanimidade Tribunal de recurso Processo de recurso Data Recurso Referência de processo de recurso Nivel de acesso Público Meio Processual Decisão Agravo provido Indicações eventuais Área Temática Referencias Internacionais Jurisprudência Nacional Legislação Comunitária Legislação Estrangeira Descritores execução; suspensão da instância; penhora; pensão de reforma; Página 1 / 5 13:56:21 21-07-2019

Sumário: I - A utilidade da execução afere-se pela obtenção do resultado típico que esta acção processual serve : o pagamento do crédito exequendo. II - A suspensão da instância nos termos do artº 276º, nº 1, alínea c), do Cod. Proc. Civil - ( ) quando o tribunal ordenar a suspensão - corresponde a um poder funcional, devendo o juiz determinar a suspensão do processo sempre que as circunstâncias fundadamente o justifiquem. III - Sendo previsível que a pensão auferida pelo executado, actualmente penhorada na parte possível até Abril de 2014, passe a partir de então a poder satisfazer o crédito exequendo, e tendo sido já promovidas todas as diligências com vista ao pagamento do mesmo, as quais resultaram infrutíferas, impõe-se o deferimento do pedido de suspensão da instância até Abril de 2014. IV - Não se compreende, nestas circunstâncias, que seja o Tribunal a contribuir para o comprometimento de tal ( possível ) objectivo, com a alegação de que a distância temporal que nos separa desse acontecimento torna menos segura a sua efectiva concretização, empurrando o exequente para a deserção da instância. (Sumário do Relator) Decisão Integral: Acordam os Juízes do Tribunal da Relação de Lisboa ( 7ª Secção ). I RELATÓRIO. No âmbito da acção executiva que D ( Portugal ) move a C, veio o exequente requerer : A presente execução deu entrada em juízo em 3 de Abril de 2003. Até à presente data apenas foram penhorados os bens móveis existentes na residência dos executados, os quais foram antecipadamente vendidos pelo montante de 200,00 ( duzentos euros ), quantia que se encontra depositada à ordem do processo e que é manifestamente insuficiente para liquidar a quantia exequenda e demais custas processuais. Todas as demais diligências de penhora requeridas frustraram-se, tendo o Tribunal apurado que nas bases de dados da Conservatória do Registo Automóvel, Predial e Base de dados Patrimonial das Finanças não constam automóveis ou imóveis, respectivamente, registados a favor dos executados. Frustrou-se também a penhora de depósitos bancários e dos seguros capitalizáveis existentes em nome dos executados. Pelo que a penhora da pensão que o executado C aufere, ainda que apenas possa ter início em Abril de 2014, é a única forma que a exequente dispõe para ver o seu crédito ressarcido. Pelo exposto, requer-se que, nos termos do disposto na alínea c), do nº 1, do artº 276º, do CPC, se ordene a suspensão da presente instância executiva, até Abril de 2014, data em que terá início a penhora da pensão do executado, ordenada nos presentes autos, por consubstanciar a única forma da exequente ser ressarcida do montante que lhe é devido. ( cfr. fls. 26 a 27 ). Foi proferida a seguinte decisão : O escopo da acção executiva é a realização coativa do direito, o que se faz, nas acções executivas para pagamento de quantia certa, através da penhora de bens e venda de bens do executado. Mas tal desiderato não é ilimitado. Só é possível de ser realizado se existem bens livres e Página 2 / 5

desembaraçados. Se, como é o caso, sobre a pensão do executado já incide uma penhora, sendo a parte restante impenhorável e se tal pensão só está liberta em 2014, não há qualquer utilidade ou conveniência processual em suspender a instância durante anos tendo em vista aguardar-se o termo da penhora anterior, já que tal libertação no referido prazo é uma álea. Em face ao exposto, indefere-se o requerido.. Apresentou o exequente recurso desta decisão, o qual foi admitido como de agravo ( cfr. fls. 40 ). Juntas as competentes alegações, a fls. 1 a 9, formulou o agravante as seguintes conclusões : 1ª - A presente execução deu entrada em juízo em 3 de Abril de 2003, para cobrança da quantia exequenda de 27.014,28. 2ª - Todas as diligências de penhora requeridas pelo exequente/recorrente frustraram-se, com excepção de reforma que o executado C aufere, cujo início foi agendado para Abril de 2014. 3ª - A pensão de reforma auferida pelo executado C é assim a única forma do exequente/recorrente ver ressarcido o seu crédito, pois é o único bem penhorável que integra o património dos executados. 4ª - A realização coactiva do direito do exequente, através da acção executiva, apenas se encontra limitada pelos direitos do executado e pela existência de bens penhoráveis. 5ª - A lei não coloca qualquer limite temporal à acção executiva, nem criou como causa extintiva da obrigação, o facto de um bem ter sido penhorado à ordem de outro processo, pelo contrário, criou mecanismos que permitem a satisfação dos direitos de vários credores através do mesmo bem. 6ª - A pensão que o executado aufere encontra-se livre e desembaraçada para ser penhorada à ordem do presente processo a partir de 2014, pelo que resta aguardar. 7ª - O processo executivo é estabelecido em função do exequente, com a finalidade deste ser ressarcido dos seus créditos ; se o único bem passível de penhora apenas está disponível daqui a cinco anos, o exequente tem interesse directo e inquestionável a manter a execução e a penhora. 8ª - A suspensão da execução até à data em que se iniciam os descontos sobre a pensão de reforma auferida pelo executado C é aquela que, no caso concreto, melhor serve os interesses da justiça, do Tribunal e da exequente. 9ª - À data de Abril de 2014 pode já não existir pensão de reforma para penhorar. Mas nessa circunstância, extingue-se efectivamente a possibilidade de cobrança da dívida exequenda, por virtude de inexistência de bens penhoráveis que integrem o património do devedor e não por decisão judicial, como sucede com o despacho recorrido ). 10ª - Se é verdade que a suspensão da instância nos termos do disposto na alínea c), do artº 276º, e 2ª parte, do nº 1, do artº 279º, do Cod. Proc. Civil, com fundamento na ocorrência de motivo justificado, é deixada ao critério do julgador, não é menos verdade que esta e torna imperativa se a alternativa for, como se verifica no caso concreto, a violação de um direito fundamental do credor : o direito de ver o seu crédito ressarcido pelo património do devedor. 11ª - Neste caso existe, efectivamente, motivo justificado : garantir ao credor a possibilidade de ver o seu crédito satisfeito, sem onerar de forma injustificada quer o Tribunal, quer o exequente/recorrente com a realização de diligências de penhora inúteis. 12ª - Com o despacho sob impugnação o Tribunal a quo criou uma situação juridicamente anómala que onerará o exequente e o Tribunal, violando os princípios de aproveitamento da instância e da economia processual, bem como o disposto no artº 601º, do Código Civil. 13ª - A correcta interpretação das normas em causa impunha que o Tribunal a quo suspendesse a instância até se iniciar a penhora da pensão de reforma do executado, ou até se verificar qualquer Página 3 / 5

facto que, de forma permanente e definitiva, impeça o exequente/recorrente de cobrar o seu crédito. Não foi apresentada resposta Foi proferido despacho de sustentação conforme fls. 13. II FACTOS PROVADOS. Encontra-se provado nos autos que : Os indicados no RELATÓRIO supra. III QUESTÕES JURÍDICAS ESSENCIAIS. É a seguinte a questão jurídica fulcral que importa dilucidar : Possibilidade de suspensão da execução até ao momento - previsível - em que passe a ser penhorável a pensão auferida pelo executado. Passemos à sua análise : O exequente, havendo esgotado - sem êxito - todas as anteriores tentativas com vista, através das diligências executivas que requereu, a obter o pagamento do seu crédito, procurou, agora, prosseguindo o mesmo desiderato, a efectivação da penhora sobre a parte penhorável da pensão auferida pelo executado. Acontece que a mesma encontra-se actualmente afecta ao pagamento doutro crédito, mediante descontos realizados mensalmente, os quais terminarão, previsivelmente, em Abril de 2014. Confrontado com tal circunstância, pediu o exequente a suspensão desta execução até Abril de 2014, momento a partir do qual passará a referenciada pensão a ser penhorada à ordem dos autos. O juiz a quo indeferiu tal pretensão, argumentando que Se, como é o caso, sobre a pensão do executado já incide uma penhora, sendo a parte restante impenhorável e se tal pensão só está liberta em 2014, não há qualquer utilidade ou conveniência processual em suspender a instância durante anos tendo em vista aguardar-se o termo da penhora anterior, já que tal libertação no referido prazo é uma álea.. Apreciando : Não vislumbramos fundamento legal para o indeferimento do requerido. Desde logo, a invocação pelo juiz a quo da ausência de utilidade ou conveniência processual levanta sérias dúvidas quanto à verdadeira razão de fundo que subjaz ao ora impugnado indeferimento. Com efeito, A utilidade da execução afere-se precisamente pela obtenção do resultado típico que esta acção processual serve : o pagamento do crédito exequendo. Ora, O indeferimento decretado concorre, pelo contrário, para a inutilização prática do direito que o exequente pretende legitimamente efectivar. Neste mesmo sentido, não se alcança a inconveniência invocada, cujo único benefício prático Se assim poderá ser entendido. redundará no abatimento estatístico - mas inglório - dum processo pendente em juízo. Nos termos do artº 276º, nº 1, alínea c), do Cod. Proc. Civil, a instância suspende-se ( ) quando o tribunal ordenar a suspensão, o que corresponde a um poder funcional, devendo o juiz determinar a suspensão do processo sempre que as circunstâncias fundadamente o justifiquem. Tendo indiscutivelmente o exequente direito à efectivação, por via coactiva, do seu crédito, Página 4 / 5

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) requereu a penhora dum bem parcialmente penhorável. Embora neste momento tal penhora não seja possível, existem nos autos elementos objectivos que referenciam uma determinada data a partir da qual passará, em princípio, a ser possível efectivar tal penhora ( por extinção da anterior que afectava parcialmente a reforma auferida pelo executado ). Assim sendo, Não se existe aqui propriamente uma álea, no sentido empregue pelo juiz a quo como razão para o indeferimento do requerido - isto é, entendida como acontecimento incerto, de verificação fortuita, com o qual não se poderá contar no plano da probabilidade séria e razoável. Pelo contrário, Embora ninguém possa garantir, com segurança total e absoluta, que em Abril de 2014 a reforma auferida pelo executado estará em condições legais para ser penhorada em favor do exequente, o certo é que os elementos objectivos reunidos nos autos apontam, à partida, nesse sentido. A entidade pagadora informou precisamente que os descontos actualmente realizados cessarão em Abril de 2014 - o que permitirá, inclusivamente adverti-la, antecipadamente, de que, a partir desse momento, deverá a parte então desonerada ficar afecta ao pagamento do crédito exequendo. Faz assim todo o sentido, por ocorrer motivo justificado, a suspensão da execução até esse momento. Ao invés, O indeferimento do requerido - conjugado com a comprovada impossibilidade de obter o pagamento do crédito exequendo através doutras diligências - empurrará fatalmente o exequente para a deserção da instância ( artº 291º, do Cod. Proc. Civil ). Isto quando é projectável - num horizonte temporal distante, é certo - a forte possibilidade de vir a obter o pagamento do seu crédito, o que constitui o fim último e fundamental a propugnar através deste processo. Não se compreende que seja o Tribunal a contribuir para o comprometimento de tal ( possível ) objectivo, com a alegação de que a distância temporal que nos separa desse acontecimento torna menos segura a sua efectiva concretização. Muito menos podem aqui valer, como se viu, imprecisas motivações relacionadas com utilidade ou conveniência processual. O agravo merece, assim, provimento. IV - DECISÃO : Pelo exposto, acordam os Juízes desta Relação em conceder provimento ao agravo, revogando o despacho recorrido e substituindo-o por outro através do qual se determine a suspensão da instância executiva, nos termos requeridos. Custas pelo executado. Lisboa, 23 de Março de 2010. Luís Espírito Santo Pires Robalo Cristina Coelho Página 5 / 5