6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

Documentos relacionados
COAGULANTE QUÍMICO SULFATO DE ALUMÍNIO PARA O TRATAMENTO DO EFLUENTE ORIGINADO DA LAVAGEM DE VEÍCULOS

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO REAGENTE DE FENTON NO TRATAMENTO DO EFLUENTE DE LAVAGEM DE UMA RECICLADORA DE PLÁSTICOS PARA FINS DE REUSO

TRATAMENTO DE EFLUENTE DE LAVAGEM DE CARROS POR ELETROCOAGULAÇÃO/ELETROFLOTAÇÃO USANDO ELETRODOS DE FERRO

APLICAÇÃO DA REAÇÃO DE FENTON NA REMOÇÃO DA COR E DA DQO DE EFLUENTES TÊXTEIS

ESTUDO DA REMOÇÃO DE ÓLEOS E GRAXAS EM EFLUENTES DE PETRÓLEO UTILIZANDO BAGAÇO DA CANA

VALIDAÇÃO DO MODELO DE ELETROCOAGULAÇÃO FLOTAÇÃO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL VISANDO À REMOÇÃO DE DQO, UTILIZANDO REATOR EM BATELADA.

EFICIÊNCIA DE DIFERENTES REAGENTES NA DEGRADAÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA DE EFLUENTES LÍQUIDOS

ISSN Outubro Avaliação de processos oxidativos avançados para o tratamento de águas residuais de banhos carrapaticidas

Universidade de São Paulo. Instituto de Química. Proposta de experimento didático para a disciplina QFL 3201

Pós-Graduação Exatas

AVALIAÇÃO DA AGITAÇÃO E DA AERAÇÃO NA PRODUÇÃO DE β- GALACTOSIDASE POR Kluyveromyces marxianus CBS 6556 A PARTIR DE SORO DE QUEIJO

EQUILÍBRIO DE FASE PARA O SISTEMA QUEROSENE/TENSOATIVO/CO-TENSOATIVO/ÁGUA

PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS E FÍSICO-QUÍMICOS APLICADOS NA REMEDIAÇÃO DE EFLUENTES TÊXTEIS

QUÍMICA. 4. Um professor, utilizando comprimidos de antiácido efervescente à base de NaHCO 3, realizou quatro procedimentos, ilustrados a seguir:

H = +25,4 kj / mol Neste caso, dizemos que a entalpia da mistura aumentou em 25,4 kj por mol de nitrato de amônio dissolvido.

ESTUDO DA CINÉTICA DE REDUÇÃO DO AZUL DE METILENO

2 o CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO & GÁS

Determinação de Material Orgânica no Solo por Espectrometria no Visível

DECANTAÇÃO DO RESÍDUO DA LAVAGEM DE BATATAS DA LINHA DE BATATAS-FRITAS

APLICAÇÃO DE PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS NO TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA DE PETRÓLEO

3º Congresso Internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente. Bento Gonçalves RS, Brasil, 25 a 27 de Abril de 2012

PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS (POA) NO TRATAMENTO IN SITU DE CORPOS DE ÁGUA SUPERFICIAIS. Marco Antonio Fernandes Locatelli, Dr.

IMPACTO DA ADIÇÃO DE CROMO HEXAVALENTE NA ATIVIDADE MICROBIANA E REDUÇÃO EM CONDIÇÕES DE INCUBAÇÃO

PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES NO TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS E EFLUENTES INDUSTRIAIS

O USO DO COAGULANTE NATURAL MORINGA NO TRATAMENTO DE ÁGUAS PROUZIDAS NA EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO EM COMPARAÇÃO AO SULFATO DE ALUMÍNIO

GOMA XANTANA COMO AUXILIAR DE FLOCULAÇÃO NO TRATAMENTO DE ÁGUAS PARA ABASTECIMENTO

Escola Secundária Dom Manuel Martins

RECIRCULAÇÃO DE EFLUENTE AERÓBIO NITRIFICADO EM REATOR UASB VISANDO A REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO REMOÇÃO DOCOBRE DE EFLUENTE GALVÂNICOAPLICANDO TENSOATIVOS DERIVADO DE ÓLEOS VEGETAIS

NORMAS PARA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DO CURSO DE QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL

11.1 EQUAÇÃO GERAL DOS BALANÇOS DE ENERGIA. Acúmulo = Entrada Saída + Geração Consumo. Acúmulo = acúmulo de energia dentro do sistema

QUÍMICA. Resolução: a) CH 4 b) Ligações de Hidrogênio. c) 3, L

UFMG º DIA QUÍMICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE VÁCUO NA DESSALINIZAÇÃO DE ÁGUAS SALOBRAS E SALINAS POR MEIO DE DESTILAÇÃO TÉRMICA

Olimpíada Brasileira de Química

OTIMIZAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE FÓSFORO E INÓCULO NO TRATAMENTO ANAERÓBIO DE EFLUENTE PROVENIENTE DE PROCESSO OXIDATIVO

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

AVALIAÇÃO DE TENSOATIVOS COMERCIAIS EM SISTEMAS MICROEMULSIONADOS NA QUEBRA DE EMUSÃO DE PETRÓLEO

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE TENSOATIVO NO TAMANHO DE BOLHAS E HOLDUP DE AR NA FLOTAÇÃO EM COLUNA

7 Considerações finais

P R O V A D E Q UÍMICA I. A tabela abaixo apresenta os pontos de ebulição e a solubilidade em água de alguns álcoois e éteres importantes.

Equipe de Química QUÍMICA

Prova de Química Resolvida Segunda Etapa Vestibular UFMG 2011 Professor Rondinelle Gomes Pereira

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

9. REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos

Concurso de Seleção NÚMERO DE INSCRIÇÃO - QUÍMICA

Instruções gerais para elaboração dos relatórios

Relatório de Teste. Monitoramento em tempo real da COR DA ÁGUA FINAL

3 Procedimento experimental

LISTA COMPLEMENTAR DE EXERCÍCIOS. Ensino Médio 3º ano. Cinética Química Equilíbrio Químico Equilíbrio Iônico

3. Materiais e Métodos

MF-0440.R-3 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO

Modelo de séries temporais aplicado à série de preços de etanol hidratado no estado de São Paulo

DEGRADAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA DA VINHAÇA UTILIZANDO O COAGULANTE NATURAL TANINO. Vitor Amigo Vive 1, Maria Cristina Rizk 2

ANALISE DA CONCENTRAÇÃO DE CLORO ATIVO EM ÁGUAS SANITÁRIAS COMERCIALIZADAS EM PARÁ DE MINAS SUBMETIDAS A DIFERENTES FORMAS DE ARMAZENAMENTO.

EFICIÊNCIA COM A SUBSTITUIÇÃO DO SULFATO DE ALUMÍNIO PELO SULFATO FÉRRICO E OTIMIZAÇÃO DO TRABALHO OPERACIONAL.

MF-1309.R-2 - MÉTODO DE LIXIVIAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS EM MEIO ÁCIDO - TESTE DE LABORATÓRIO

ESTUDO DE INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICAS ISOLADAS E CONECTADAS À REDE ELÉTRICA. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO CLORÍDRICO NA ATIVAÇÃO ÁCIDA DA ARGILA BENTONÍTICA BRASGEL

3. PESQUISA. 3.1.Tipo de Pesquisa

Indicador Faixa de ph Mudança de coloração Metilorange 3,2 a 4,4 Vermelho p/ amarelo Vermelho de Metila 4,8 a 6,0 Vermelho p/ amarelo

Sensor de Imagem Química para Detecção e Análise de Gases. 1/5

Equilíbrio Químico. PROF. NÚRIA Kc, Kp, Ka, Ki, Kb E ph

Tratamento Anaeróbio de Drenagem Ácida de Minas (DAM) em Reator UASB para Remoção de Sulfato

RECOMENDAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DE ENSAIOS DE DISSOLUÇÃO PARA FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS ORAIS DE LIBERAÇÃO IMEDIATA (FFSOLI)

ABSORÇÃO DE MICRONUTRIENTES APÓS APLICAÇÃO DE BIOSSÓLIDO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE EUCALIPTO

Palavras-chave: Planejamento de experimentos, fibra vegetal, celulose, nanocelulose.

PROVA DESAFIO EM QUÍMICA 04/10/14

Aplicação de Nitrogênio em Cobertura no Feijoeiro Irrigado*

UFU 2014 VESTIBULAR DE MAIO 1ª FASE

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS NATURAIS NA ÁGUA DO RESERVATÓRIO DA BARRAGEM DO RIBEIRÃO JOÃO LEITE

CINÉTICA QUÍMICA CINÉTICA QUÍMICA EQUAÇÃO DE ARRHENIUS

SUMÁRIO. Daniel Bortolin02/02/2015 ÍNDICE: ÁREA. Número 80 Título. Aprovação comunicada para Cintia Kikuchi/BRA/VERITAS; Fernando Cianci/BRA/VERITAS

Soluções I e II. Soluções I e II Monitor: Gabriel dos Passos 28 e 29/05/2014. Material de apoio para Monitoria. 1. O que é uma solução?

REDUÇÃO NA DOSAGEM DE SULFATO DE ALUMÍNIO NA ETA GUARAÚ COM A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁGUA DE LAVAGEM DOS FILTROS

Efeito da temperatura de calcinação na atividade fotocatalítica do TiO 2 na degradação do fenol.

Inclusão de bagaço de cana de açúcar na alimentação de cabras lactantes: desempenho produtivo

IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAGOAS PARA TRATAMENTO DO ESGOTO DE LAGOA DA PRATA COM GEOMEMBRANA DE PEAD NEOPLASTIC LAGOA DA PRATA - MG

UTILIZAÇÃO DA REAÇÃO FOTO-FENTON PARA REMEDIAÇÃO DE EFLUENTE FENÓLICO EM REATOR PARABÓLICO

Escola de Engenharia de Lorena USP - Cinética Química Capítulo 05 Reações Irreversiveis a Volume Varíavel

Áreas de Conhecimento de Gerenciamento de Projetos

I TRATAMENTO DE EFLUENTES DE FÁBRICA DE PAPEL POR PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS EMPREGANDO FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO E OZÔNIO

SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO DE INSPEÇÃO DE

COTEQ A CONDUTIVIDADE CATIÔNICA COMO PARÂMETRO PARA CONTROLE DA PUREZA DO VAPOR Antonio Sergio B Neves 1, Francisco A Passos 2

INFLUÊNCIA DA ACIDEZ DA SOLUÇÃO DE SULFATO DE ALUMÍNIO NA EFICIÊNCIA DA COAGULAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA O CONTROLE DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO 1

Introdução. Material e Métodos

Resolução da Prova de Química Vestibular Verão UERGS/2003 Prof. Emiliano Chemello

TIJOLOS CRUS COM SOLO ESTABILIZADO

Planejamento - 7. Planejamento do Gerenciamento do Risco Identificação dos riscos. Mauricio Lyra, PMP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENG03108 MEDIÇÕES TÉRMICAS

Profº André Montillo

LOQ Físico-Química Capítulo 2: A Primeira Lei: Conceitos TERMOQUÍMICA Atkins & de Paula (sétima edição)

Processo Seletivo/UFU - Janeiro ª Prova Comum - PROVA TIPO 1 QUÍMICA QUESTÃO 32

A IMPORTÂNCIA DO PIBID NO CONTEXTO ENSINO APRENDIZAGEM REPORTADA POR ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ICTR 2004 CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Costão do Santinho Florianópolis Santa Catarina

Mariana de Faria Gardingo. Tratamento de águas e efluentes contento surfactantes através do sistema peróxido de hidrogênio / hipoclorito

Transcrição:

6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS TÍTULO DO TRABALHO: DEGRADAÇÃO DE SURFACTANTE ETOXILADO VIA PROCESSO FOTO-FENTON AUTORES: 1 Syllos Santos da Silva, 1 Ariano Brito de Farias, 1 Daniel Teixeira Antas Bezerra, 1 Osvaldo Chiavone- Filho, 1 Eduardo Lins de Barros Neto, 1 Douglas do Nascimento Silva, 2 Claudio Augusto Oller do Nascimento. INSTITUIÇÃO: 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Este Trabalho foi preparado para apresentação no 6 Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Petróleo e Gás- 6 PDPETRO, realizado pela a Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás-ABPG, no período de 09 a 13 de outubro de 2011, em Florianópolis-SC. Esse Trabalho foi selecionado pelo Comitê Científico do evento para apresentação, seguindo as informações contidas no documento submetido pelo(s) autor(es). O conteúdo do Trabalho, como apresentado, não foi revisado pela ABPG. Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme, apresentado, não necessariamente reflete as opiniões da Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás. O(s) autor(es) tem conhecimento e aprovação de que este Trabalho seja publicado nos Anais do 6 PDPETRO.

DEGRADAÇÃO DE SURFACTANTE ETOXILADO VIA PROCESSO FOTO- FENTON Abstract Due to different industrial applications of surfactants, they are easily found in large quantities in industrial waste can cause serious damage to the environment. The Advanced Oxidation Processes (AOP) are extensively used in the degradation of organic compounds in aqueous solution. An effluent containing non-ionic surfactant derived from lauryl alcohol was degraded via photo-fenton process in lamp reactor. A Central Composite Rotatable Design (CCRD) was proposed to study the influence of concentrations of ferrous ions and hydrogen peroxide on the efficiency of mineralization of organic load. The results were satisfactory with up to 99% degradation of the organic charge. The variable of greatest influence in this process was the concentration of hydrogen peroxide. The model was found explaining 93.8% of significant results. Introdução Os surfactantes são compostos amplamente usados em detergentes domésticos, produtos de higiene pessoal, recuperação de óleo, reagentes de flotação, tintas, polímeros, formulações de pesticidas, farmacêutico, mineração, celulose e papel, curtume e indústrias têxtil (Olmez-Hanci et al., 2011). Esta vasta utilização industrial gera como conseqüência o descarte de grandes quantidades de surfactantes no meio ambiente. Dentre os diferentes métodos encontrados na literatura para o tratamento deste tipo de resíduo (Aloui et al., 2009; Kowalska, 2008), destacam-se os Processos de Oxidação Avançada (POAs) com comprovada eficiência na oxidação de compostos recalcitrantes (Sakkas, et al., 2010; Silava et al., 2005). Alguns trabalhos têm se dedicado ao tratamento oxidativo do diferentes surfactantes (Amat et al., 2004; Eng et al., 2010). O processo foto-fenton consiste na oxidação da matéria orgânica por radicais hidroxilas gerados a partir da reação entre íons ferrosos e peróxido de hidrogênio (Equação 01) Fe 2+ 3+ + H 2O2 Fe + HO + OH (1) propagação HO + RH da cadeia produtos oxidados CO H O (2) 2 + 2 Os radicais hidroxilas, uma vez presentes no meio, oxidam a matéria orgânica e dependendo das condições experimentais conduzindo a completa mineralização da carga orgânica (Equação 2). Este trabalho tem como objetivo avaliar a degradação de tensoativo não-iônico em meio aquoso via processo foto-fenton.

Metodologia Para preparação do efluente utilizou-se tensoativo comercial de álcool laurílico etoxilado contendo 7 grupos etóxi (Massa molar = 494 g. mol -1 ; Balanço Hidrofílico-Lipofílico =12,5). Os reagentes de Fenton, sulfato ferroso (FeSO 4.7H 2 O) e peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ; 30%), foram utilizados para promover a reação de Fenton. Uma solução inibidora contendo NaOH, Na 2 SO 3 e KI com concentração de 0,1 N foi adicionada nas amostras para interromper a reação. O ajuste do ph foi realizado utilizando uma solução concentrada de ácido sulfúrico (H 2 SO 4 ). Todos os reagentes utilizados foram de grau analítico. Foi empregado um reator lâmpada anular de fluxo ascendente com capacidade de 0,9 L (Figura 1). A radiação foi proveniente de uma lâmpada de vapor de mercúrio de 400 W de alta pressão (marca FLZ) posicionada no eixo longitudinal do reator, no interior de uma camisa de quartzo, com circulação de água refrigerada para evitar o sobreaquecimento da lâmpada e estabilizar a temperatura do meio reacional. A temperatura do sistema foi acompanhada por um termômetro introduzido no reator, no seio do efluente. Figura 01. Reator lâmpada anular de fluxo ascendente. O efluente sintético foi preparado a partir da dissolução do tensoativo em água destilada e, em seguida, foram realizados o ajuste de ph para valores entre 2,5 e 3,0, com solução concentrada de H 2 SO 4, e adição do sulfato ferroso (Nogueira et al., 2007). Em tempos pré-determinados (0, 5, 10, 15, 20, 30, 45, 60 e 90 min.), foram coletados 5 ml de amostras e estas foram diluídas em 5 ml de água destilada e adicionados 2mL de solução inibidora. Desta forma, por reação de iodometria o peróxido remanescente do processo oxidativo é seqüestrado e através da alcalinização do meio ocorre à remoção dos íons de ferro por precipitação e filtração (0,45 µm, Millipore). A dosagem da solução de peróxido de hidrogênio foi realizada em 3 partes iguais logo após as coletas das amostras dos tempos de 0, 20 e 45 min. As amostras foram acondicionadas em vials envoltos com papel alumínio e realizadas as leituras do Carbono Orgânico Dissolvido (COD) para monitoramento da cinética de mineralização (TOC-V CPH, Shimadzu). Um Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR) foi executado para avaliar o efeito das variáveis (concentração de Fe 2+ e H 2 O 2 ) sobre a eficiência de mineralização do surfactante EO 7, ou seja, um planejamento 2 2 incluindo 4 ensaios nas condições axiais e 3 repetições no ponto central, totalizando 11 experimentos. A Tabela 01 apresenta os níveis codificados das

variáveis estudadas. Os experimentos foram realizados para se obter a máxima eficiência de mineralização. Os experimentos foram realizados de maneira aleatória para evitar qualquer tipo de interferência nos resultados. Tabela 01. Valores utilizados no DCCR para degradação do EO 7. Variável Código -1,41-1 0 1 1,41 [Fe 2+ ] mm x 1 0,03 0,07 0,17 0,27 0,31 [H 2 O 2 ] mm x 2 2,56 6,75 16,88 27,00 31,19 Em geral, o modelo estatístico usado para estimar as respostas do planejamento fatorial é descrito pela Equação (3). Y = b + (3) 2 2 0+ b1 x1 + b2x2 + b12 x1x2 + b11 x1 b22 x2 Onde os coeficientes da equação b ij são os parâmetros do modelo estimados através do método dos mínimos quadrados, x i são as variáveis codificadas e Y consiste na resposta do modelo. Resultados e Discussão A Tabela 02 apresenta as respostas de degradação do EO 7 para 90 minutos de reação. Tabela 02. Matriz do delineamento e respostas de degradação do EO 7. Exp. x 1 x 2 degradação após 90 Eficiência de min. de reação (%) Exp. x 1 x 2 degradação após 90 Eficiência de min. de reação (%) 01-1,00 1,00 99 07 0,00-1,41 41 02-1,00-1,00 71 08 0,00 1,41 99 03 1,00-1,00 75 09 0,00 0,00 99 04 1,00 1,00 99 10 0,00 0,00 97 05-1,41 0,00 94 11 0,00 0,00 99 06 1,41 0,00 87 12 0,00 0,00 97

Os resultados de degradação da carga orgânica se mostraram satisfatórios com mineralização variando entre 41% e 99% da carga orgânica inicial. Estes valores estão dentro dos limites estudados por Kitis, Adams e Daigger (1999), que encontraram eficiência de 50% do processo Fenton no tratamento de efluentes contendo surfactantes etoxilados. Mais tarde, Tabrizi & Mehrvar (2006), estudaram a aplicação de POA na degradação do sulfonato linear alquilbenzeno obtendo 95% de mineralização. A eficiência de mineralização (η) é dada pela Equação 04. COD η (%) = 100 i x100 (4) COD0 A Figura 02 mostra a influência da concentração dos íons ferrosos na degradação do EO 7. Como pode ser observado, nas Figuras 02 (a) e (b), a concentração do sal de ferro pouco influenciou na eficiência de mineralização. Na Figura 02 (c), o aumento da concentração de íons ferrosos de 0,03 mm para 0,17 mm favoreceu ligeramente o rendimento da reação. No entanto, para uma concentração mais elevada, houve uma ligeira queda da eficiência para 87%, devido, possivelmente, ao aumento da turbidez reduzindo desta forma a penetração da luz (Silva et al., 2005). (a) (b) Figura 02. Influência da concentração de Fe (II) na mineralização do EO 7 para concentração de peróxido de hidrogênio de: (a) 27 mm; (b) 6,75 mm; (c) 16,88 mm. (c) Como pode ser vista na Figura 03 a concentração de peróxido de hidrogênio desempenha forte papel na eficiência de degradação do EO 7. Nas Figuras 03 (a) e (b) o aumento da concentração de

peróxido de hidrogênio de 6,75 mm para 27 mm conduziu a um aumento da eficiência de 68 para 99% e 71 para 99% para os níveis superior e inferior de concentração de Fe 2+ do planejamento experimental. A Figura 03 (c) mostra os perfis de remoção de COD para a concentração de Fe 2+ de 0,17 mm (ponto central do DCCR) onde é possível observar que o aumento da concentração de peróxido de 16,88 mm para 31,19 mm não provocou qualquer alteração no rendimento, mantendo a eficiência após 90 minutos de reação de 99% de mineralização. (a) (b) Figura 03. Influência da concentração de peróxido de hidrogênio na mineralização do EO 7 para concentrações de Fe (II) de: (a) 0,27 mm; (b) 0,07 mm; (c) 0,17 mm. (c) A superfície de resposta é aplicada quando se deseja entender o efeito sinergético das variáveis independentes sobre a resposta. A superfície de resposta e a curva de contorno (Figura 04) foram encontradas com o auxílio do software STATISTICA (7.0). Para os dados experimentais obtidos, a superfície de resposta e a curva de contorno mostram que, para a faixa de concentração de peróxido de hidrogênio, há uma região que conduz a máxima eficiência do processo (região de inflexão Figura 04 (b)). Quanto à concentração de íons ferrosos, pode-se observar na Figura 04 (b) que para toda faixa de concentração estudada não há uma variação significativa na eficiência. O modelo quadrático obtido em termos de eficiência de mineralização é dado na Equação 05 em termos dos fatores codificados. Onde x 1 e x 2 são os valores codificados das variáveis independentes das concentrações de Fe 2+ e H 2 O 2, respectivamente. 2 2 (%) = 97,72 0,56x1 1,93 x1 + 17,11x 2 11,98 x2 0, 66x1 x2 η (5)

100 90 80 70 60 50 (a) [H 2 O 2 ] 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0-0,2-0,4-0,6-0,8-1,0-1,2-1,4-1,4-1,2-1,0-0,8-0,6-0,4-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 [Fe II] (b) Figura 04. (a) Superfície de resposta e (b) curva de contorno DCCR para a degradação do EO 7. O sinal algébrico e o coeficiente dos termos codificados indicam a intensidade e a direção (positiva ou negativa) da influência desta variável independente na resposta. O aumento da concentração inicial de ferro desfavorece ligeiramente a eficiência (Figura 05). O aumento da concentração do oxidante (peróxido de hidrogênio) favorece o processo de mineralização, pois, seu termo linear é positivo. No entanto, concentrações elevadas do oxidante conduzem ao efeito contrário, uma vez que seu termo quadrático é negativo. Como é possível observar pelo gráfico de Pareto (Figura 05), a interação entre as duas variáveis não teve efeito significativo. O gráfico de Pareto apresenta os efeitos dos parâmetros do modelo, para um nível de confiança de 95%. Este Gráfico indica que os parâmetros das variáveis linear e quadrática referentes à concentração de peróxido de hidrogênio apresentaram uma influência estatística com boa significância. A variável quadrática referente à concentração de íons ferrosos apresentou pouca significância. (2) [H 2 O 2 ]( L) 33,4493 [H 2 O 2 ](Q) -20,947 [Fe II](Q) -3,38427 (1)[Fe II](L) -1,0939 1Lby 2L -,917423 p=,05 Standardized Effect Estimate (Absolute Value) Figura 05. Gráfico de Pareto para a degradação do EO 7. A concentração de peróxido de hidrogênio mostrou-se a variável mais influente no processo. O efeito de interação entre as duas variáveis independentes também não se mostrou significativo. Como pode ser visto, a concentração de peróxido em grandes quantidades, termo quadrático, desfavorece a mineralização. A precisão do modelo pode ser determinada pelo coeficiente de variação

(R 2 ) obtido no modelo gerado pelo software STATISTICA 7.0. No estudo em questão, o modelo explicou 93,8 % da variação total das respostas. Conclusões O processo foto-fenton se apresentou bastante eficiente para a degradação do EO 7 com até 99% de mineralização da carga orgânica inicial. Através de análise do modelo e do gráfico de Pareto é possível perceber que a variável de maior influência, na faixa de concentração estudada, foi a concentração de peróxido de hidrogênio. O modelo estatístico que descreve a mineralização obtido pelo software STATISTICA 7.0 representou satisfatoriamente os resultados experimentais e mostrouse estatisticamente significativo. Agradecimentos Os autores agradecem a ANP/PRH-14, ao CNPq, ao INCT de Estudos do Meio Ambiente e ao NUPEG-UFRN pelo suporte financeiro. Referências Bibliográficas ALOUI, F.; KCHAOU, S.; SAYADI, S. Physicochemical treatments of anionic surfactants wastewater: effect on aerobic biodegradability. J. of Hazardous Materials, v.164, p.353-359, 2009. AMAT, A., M.; ARQUES, A.; MIRANDA, M. A.; SEGUÍ, S. Photo-fenton reaction for the abatement of commercial surfactants in a solar pilot plant. Solar Energy, v. 77, p.559-566, 2004. ENG, Y. Y.; SHARMA, V. K.; RAY, A. K. Photocatalytic degradation of nonionic surfactant, Brij 35 in aqueous TiO 2 suspensions. Chemosphere v. 79, p.205-209. 2010. KITIS, M.; ADAMS, C. D.; DAIGGER, G. T. The effects of fenton's reagent pretreatment on the biodegradability of nonionic surfactants. Water research, v.33, n.11, p.2561-2568, 1999. KOWALSKA, I. Surfactant removal from water solutions by means of ultrafiltration and ionexchange. Desalination, v.221, p.351-357. 2008. NOGUEIRA, R. F. P.; TROVÓ, A. G.; SILVA, M. R.; VILLA, R. D. Fundamentos e aplicações ambientais dos processos fenton e foto-fenton. Química Nova,v.30, n.2, p.400-408, 2007. SAKKAS, V. A.; ISLAM, M. A.; STALIKAS, C.; ALBANIS, T. A. Photocatalytic degradation using design of experiments: A review and example of the Congo red degradation. Journal of Hazardous Materials v. 175, p.33-44, 2010. SILVA, D. N.; ZAGATTO, P. J. P.; GUARDANI, R.; NASCIMENTO, C. A. O. Remediation of Polluted Soils Contaminated with Linear Alkylbenzenes Using Fenton s Reagent. Brazilian Archives of Biology and Technology v. 48, p. 257-275.2005. TABRIZI, G. B.; MEHRVAR,.M. Pilot-plant study for the photochemical treatment of aqueous linear alkylbenzene sulfonate. Separation and Purification Technology, v.49, p.115 121, 2006.