Regulamento Interno A Santa Casa da Misericórdia de Alenquer é uma Instituição Particular de Solidariedade Social de inspiração católica fundada em 1527, pelo Rei D. João III, decimo quinto rei de Portugal. A riqueza da nossa instituição arrasta até hoje um legado imaculado de vivências e generosidade que fazem da Santa Casa um espaço privilegiado de testemunhos, saberes e afetos. O Serviço de Apoio Domiciliário é a resposta social que consiste na prestação de cuidados e serviços a famílias e ou pessoas que se encontrem no seu domicilio, em situação de dependência física e ou psíquica e que não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e ou a realização das atividades instrumentais da vida diária, nem disponham de apoio familiar para o efeito. Sejam bem-vindos. O Provedor, João Mário Ayres D Oliveira 2
CAPITULO I Natureza e Objetivos Artigo 1º (Natureza) O S.A.D. da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, insere-se no âmbito da promoção e desenvolvimento da acção social junto da comunidade local, tendo como destinatários as pessoas de ambos os sexos. 1. São atribuições do S.A.D.: Artigo 2º (Objetivos) a) Concorrer para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e famílias; b) Contribuir para a conciliação da vida familiar e profissional do agregado familiar; c) Contribuir para a permanência dos utentes no seu meio habitual de vida, retardando ou evitando o recurso a estruturas residenciais; d) Promover estratégias de desenvolvimento da autonomia; e) Prestar os cuidados e serviços adequados às necessidades dos utentes, sendo estes objeto de contratualização; f) Facilitar o acesso a serviços da comunidade; g) Reforçar as competências e capacidades das famílias e de outros cuidadores. 3
CAPITULO II Admissão dos Utentes Artigo 3º (Condições de admissão) 1. Podem ser admitidos idosos de ambos os sexos residentes no concelho de Alenquer, sempre dentro da capacidade de resposta da Instituição. 2. Não poderão ser admitidas pessoas que sofram de doenças infecto-contagiosas. Artigo 4º (Prioridade de Admissão) 1. Na admissão observar-se-á a seguinte ordem de prioridades: a) O isolamento dos idosos; b) Desajustamentos familiares graves, nomeadamente a não prestação de cuidados pela família; c) As pessoas idosas de maior carência económica; d) Os idosos irmãos desta Santa Casa; e) A data de inscrição 2. Não será feita qualquer discriminação com base na condição social, sexo, raça, situação económica, convicção política ou religiosa. 3. As inscrições de idosos em número superior à capacidade da resposta social, constarão da lista de espera organizada por ordem de recepção, segundo a alínea 1 do artigo 4º. 4. Os casos omissos serão decididos pela Mesa Administrativa. 4
Artigo 5º (Inscrição) 1. O processo de admissão tem início com o preenchimento da respectiva ficha de inscrição que deve ser acompanhada dos seguintes documentos: a) Cartão de Cidadão/B.I.; b) Cartão de Contribuinte; c) Cartão de Beneficiário da Segurança Social d) Cartão do Utente do Serviço Nacional Saúde; e) Comprovativo de Rendimentos; f) Atestado médico 2. O familiar responsável pelo utente, nomeadamente pelo pagamento da comparticipação familiar, deverá ainda apresentar os seguintes documentos: a) Cartão de Cidadão/B.I.; b) Cartão de Contribuinte; c) Comprovativo de morada 3. A Inscrição deve ser efectuada na Secretaria-geral da Santa Casa da Misericórdia. Artigo 6º (Admissão) 1. Após a comunicação de existência de vaga ao inscrito e/ou familiar responsável, deverão ser apresentados os seguintes documentos: a) Resultado dos exames médicos e análises clínicas, discriminadas no Anexo I ao presente Regulamento; b) Declaração médica do estado de saúde, nomeadamente, que ateste não sofrer de doença infecto-contagiosa ou de doença mental; c) Após a recolha dos documentos referidos, a admissão do idoso será submetida a despacho da Mesa Administrativa. 5
CAPITULO III Direitos e Deveres Artigo 7º (Direitos) 1. Constituem direitos dos utentes: a) Igualdade de tratamento, independentemente da raça, religião, nacionalidade, idade, sexo ou condição social. b) Serem tratados em boas condições de higiene, segurança e alimentação. c) Respeito pela sua identificação pessoal e reserva da intimidade privada e familiar. d) Não ser sujeito a coação física e psicológica. 1. Constituem deveres dos utentes: Artigo 8º (Deveres) a) Pagar mensalmente a comparticipação que lhe tiver sido atribuída; b) Tratar com respeito e urbanidade os colaboradores; 2. A violação reiterada dos deveres dos utentes é sancionável com o cancelamento da admissão e a suspensão do serviço prestado. CAPITULO IV Mensalidades Artigo 9º (Critérios de fixação) As comparticipações dos utentes ou das suas famílias pela utilização dos serviços prestados são calculadas de acordo com os rendimentos declarados 6
pelos utentes ou pelo agregado familiar e revistas sempre que decorram alterações aos rendimentos. Artigo 10º (Determinação da comparticipação) 1. A comparticipação familiar é determinada sobre o rendimento per capita do agregado familiar, pelos seguintes critérios percentuais: a) Alimentação 25% b) Higiene Pessoal 5% c) Higiene Habitacional 5% d) Tratamento de Roupas e outros serviços 5% 2. O rendimento per capita é calculado de acordo com o rendimento mensal líquido do agregado familiar, depois de deduzidas as despesas fixas, devidamente comprovadas. 3. A fórmula de cálculo do rendimento per capita consta do Anexo II ao presente Regulamento. Artigo 11º (Conceito de agregado familiar) Para efeito da aplicação deste regulamento, o agregado familiar é constituído pelas pessoas ligadas entre si por vínculos de casamento, parentesco, adopção, afinidade ou outras situações assimiláveis, desde que vivam em economia comum. Artigo 12º (Pagamento) 1. O pagamento da comparticipação familiar será efectuado até o dia 8 de cada mês, devendo no entanto e no acto da admissão, ser efectuado desde logo o pagamento antecipado do mês em causa. 2. Os utentes que façam a sua entrada depois do dia 15, pagarão nesse mês apenas 50% da comparticipação familiar que for estipulada. 3. Quando a comparticipação familiar, por motivos não justificados, for paga fora do prazo estipulado, sofrerá um acréscimo de 20% sobre o valor que for devido. 7
4. O atraso injustificado do pagamento da comparticipação familiar superior a 60 dias, poderá ser sancionado com a suspensão do serviço e posterior cancelamento. CAPITULO V Da Organização Artigo 13º (Pessoal) O S.A.D. da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer a que se aplica o presente regulamento interno é dotado com o seguinte pessoal: a) Diretor delegado; b) Diretora Técnica; c) Coordenadora de serviços; d) Ajudantes Familiares; e) Motoristas; f) Administrativos Artigo 14º (Admissão) A admissão do pessoal é feita de harmonia com as regras de contratação aplicáveis ao sector e é da responsabilidade da Mesa Administrativa. Artigo 15º (Categorias e Retribuição) As categorias e remuneração do pessoal técnico, administrativo e auxiliar são realizadas de acordo com a Convenção Colectiva de Trabalho celebrada entre esta Instituição e as federações sindicais representativas das categorias profissionais dos trabalhadores ao seu serviço. 8
Artigo 16º (Faltas e licenças) Todo o pessoal da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer está sujeito ao regime de faltas e licenças previstas na CCT referida no artigo anterior. Artigo 17º (Competências e atribuições) As competências e atribuições do pessoal da Santa Casa da Misericórdia, estão previstas na legislação em vigor para o sector, nomeadamente na CCT publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, 1ª Série, nº 47, de 22 de Dezembro de 2001. Artigo 18º (Horários) 1. O horário de funcionamento é definido de acordo com as exigências locais de modo a satisfazer as necessidades dos utentes e familiares. 2. O horário de funcionamento do estabelecimento é o seguinte: Abertura Encerramento 08H30 17H30 3. O S.A.D. funcionará diariamente de segunda a sábado de cada semana, exceptuando os dias de feriado nacional e municipal, véspera de Natal e terçafeira de Carnaval. Artigo 19º (Alimentação) 1. É assegurada a alimentação a todos os utentes inscritos, cuidando pela higiene e qualidade dos alimentos e da sua confecção; 2. As refeições são confeccionadas diariamente na cozinha da E.R.P.I.; 3. As refeições são fornecidas aos utentes entre as 12H00 e as 13H30. 9
Artigo 20º (Transportes) 1. O itinerário dos transportes é estabelecido periodicamente de acordo com os locais de residência dos utentes inscritos. CAPITULO VI Disposições finais Artigo 21º (Disposições finais) 1. Os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pela Mesa Administrativa recorrendo à Convenção Colectiva de Trabalho celebrada entre esta Instituição e as federações sindicais representativas das categorias profissionais dos trabalhadores ao seu serviço, publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, 1ª Série, nº 47, de 22 de Dezembro de 2001 e à legislação em vigor aplicável ao sector; 2. O incumprimento das disposições deste regulamento por parte do utente ou dos familiares responsáveis pelo mesmo, será passível de ser sancionado com a anulação da inscrição daquele. 3. Este Regulamento Interno foi aprovado em reunião da mesa administrativa de 06 de Fevereiro de 2014. O presente regulamento entra em vigor no dia seguinte ao da sua aprovação 10
ANEXO I Nos termos da alínea a) do nº 1 do artigo 6º, do presente regulamento, a listagem dos exames médicos e análises clínicas é a seguinte: 1. Exames: 2. Análises: a) Electrocardiograma; b) Radiografia do Tórax. a) Hemograma; b) Ureia; c) Glicemia; d) Colesterol; e) Triglicéridos; f) HDL; g) LDL; h) Urina tipo II. Nota: Os exames médicos e análises clínicas acima discriminadas, deverão ser acompanhadas por declaração médica que ateste o estado de saúde do utente. 11
ANEXO II Nos termos do nº 4 do artigo 10º, do presente regulamento, o cálculo do rendimento per capita, é obtido pela seguinte fórmula: R= RF - D N Em que: R= Rendimento per capita RF= Rendimento mensal líquido do agregado familiar; D= Despesas fixas anuais; N= Número de elementos do agregado familiar. Despesas Fixas Anuais Consideram-se despesas fixas anuais do agregado familiar: a) O valor das taxas e impostos necessários á formação do rendimento líquido designadamente do imposto sobre o rendimento e da taxa social única. b) O valor da renda de casa ou da prestação devida pela aquisição de habitação própria. c) Os encargos médicos mensais com transportes públicos. d) As despesas com a aquisição de medicamentos de uso continuado, em caso de doença crónica. 12
ANEXO III Normas Gerais de Utilização das Viaturas 1. As viaturas são afectas às várias valências da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, de acordo com as características das mesmas e a especificidade do transporte a efectuar; 2. Os casos particulares de utilização das viaturas carecem de autorização expressa da Mesa Administrativa, mediante pedido por escrito; 3. A utilização das viaturas será, sempre que possível, efectuada pelo motorista a quem a mesma está distribuída, ou, na impossibilidade deste, por motorista a designar pela Mesa Administrativa ou ainda, em casos urgentes, pelo responsável pela valência; 4. Todos os motoristas deverão preencher o impresso de registo do serviço diário existente, para o efeito, na viatura a seguir as inscrições nele designadas, bem como preencher as requisições de combustível; 5. Em caso de acidente ou avaria grave ou quaisquer outras anomalias, o motorista deverá participar a ocorrência ao responsável da valência; 6. Os detalhes das ocorrências devem ser mencionados no registo de serviço diário acima referido; 7. Em caso de sinistro não deverão ser assinados acordos amigáveis, devendo participar de imediato às autoridades competentes mais próximas; 8. No caso de haver feridos graves deve fazer-se de imediato comunicação à Mesa Administrativa; 9. Toda e qualquer infracção ao Código da estrada é da inteira responsabilidade do motorista; 10. As viaturas devem ser sempre estacionadas no local previamente designado pela Mesa Administrativa; 11. Os motoristas são responsáveis pela conservação do estado geral da viatura que lhe estiver distribuída, nomeadamente a sua limpeza. 13