1.3 O nosso conhecimento do Universo. 1.3 Evolução do nosso conhecimento sobre o Universo



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Transcrição:

1.3 Evolução do nosso conhecimento sobre o Universo

Luz visível e luz não visível Luz Visível Aquela a que os nossos olhos são sensíveis. Não visível Luz à qual os nossos olhos não são sensíveis. Exemplos: luz ultravioleta, raios X, luz infravermelha, micro-ondas.

Modelos geocêntrico e heliocêntrico Modelo geocêntrico de Ptolomeu (séc. II d. C) Ptolomeu imaginava a Terra em repouso, no centro do Universo, rodeada por um número limitado de esferas móveis. As esferas transportavam a Lua, Mercúrio, Vénus, o Sol e os restantes planetas conhecidos na época e, finalmente, as estrelas. O movimento destas esferas permitia explicar o movimento de todos os astros vistos da Terra.

1.3 O nosso conhecimento do Universo Modelos geocêntrico e heliocêntrico Modelo heliocêntrico de Copérnico (séc. XVI) Nicolau Copérnico defendeu uma ideia revolucionária para a explicação do movimento dos astros no céu: todos se moviam em volta do Sol. Imaginou o Sol imóvel no centro do Universo, à sua volta rodavam todos os planetas e no seu limite encontrava-se a esfera móvel das estrelas.

Galileu, o telescópio e o modelo heliocêntrico Galileu foi pioneiro na utilização de telescópios para a observação de corpos celestes. Observou, por exemplo, que: Io Europa Ganimedes Calisto A superfície da Lua não era lisa. As quatro luas de Júpiter.

Galileu, o telescópio e o modelo heliocêntrico Galileu foi pioneiro na utilização de telescópios para a observação de corpos celestes. Observou, por exemplo, que: O planeta Vénus apresentava fases como acontece com a Lua. A Via Láctea mostrava milhões de estrelas vista com a luneta;

Telescópios Telecópios óticos Sensíveis à luz visível emitida pelos corpos celestes Quanto maiores forem mais luz conseguem captar Radiotelescópios São antenas recetoras de luz não visível, ondas de rádio/micro-ondas, emitidas pelos corpos celestes longínquos. Telescópios espaciais São sensíveis a luz visível e não visível emitida pelos corpos celestes. Observam os corpos celestes com maior nitidez sem a interferência da atmosfera terrestre.

Missões espaciais Além da observação por telescópios, são muito importantes para o conhecimento do Universo as missões espaciais, tripuladas e não tripuladas. Apollo 11 (1969, EUA) Missões Mercury (1962, EUA) Esta missão permitiu pousar astronautas na Lua pela primeira vez. Primeira cápsula tripulada enviada pelos EUA. Sondas Venera (1961-1984, ex-urss) Sondas enviadas ao planeta Vénus. Vostok 1(196, Ex-URSS) Primeira missão espacial tripulada. Sputnik 1 (1957, Ex- URSS) Primeira missão espacial não tripulada.

Missões espaciais Além da observação por telescópios, são muito importantes para o conhecimento do Universo as missões espaciais, tripuladas e não tripuladas. New Horizons (2006, NASA) Cassini-Huygens (1997, NASA, ESA, ASI) Será a primeira sonda a aproximar-se de Plutão em 2015. Missão conjunta para envio de uma sonda ao espaço mais longínquo do Sistema Solar. Sonda/veículo espacial Galileo (1989, EUA) Projeto da NASA que tem por principal função estudar Júpiter. Voyager 1 e 2(1977, EUA) Vaivéns espaciais (1981-2011, EUA) Veículos de lançamento da NASA, funcionavam como aviões efetuando viagens de ida ao espaço e de regresso à Terra. Programa criado para estudar os planetas gasoso do Sistema Solar.

Agências espaciais A NASA(National Aeronautics and Space Administration) é uma agência espacial governamental dos EUA. Fundada em 1958, desenvolveu muitos programas de exploração espacial. A ESA (Agência Espacial Europeia) é uma agência espacial intergovernamental fundada em 1975. Tem vinte estados-membros, entre os quais Portugal, e trabalha em colaboração com outras agências espaciais não europeias.

Observatórios no solo O ESO, Observatório Europeu do Sul, é uma organização intergovernamental criada em 1962 para proporcionar aos astrónomos europeus os mais avançados meios de observação do Universo em locais ideais para a observação. Está envolvido na construção e na utilização dos maiores telescópios do mundo, situados no Chile: VLT. ALMA. NTT.

Origem e evolução do Universo teoria do Big-Bang 300 mil anos 200 milhões anos Big-Bang Após: 10-32 s 10-9 s Pequena massa muito quente e densa O Universo torna-se transparente às radiações Começam a formar-se as primeiras galáxias A partir do Big-Bang o Universo tem estado em constante expansão.

Origem e evolução do Universo teoria do Big-Bang Será que o Universo vai continuar em eterna expansão, afastando-se as galáxias indefinidamente umas das outras? Será que, a partir de um certo momento, a expansão cessa e inicia-se a contração do Universo, voltando a unir-se todas as galáxias Big Crunch para recomeçar tudo de novo?

Em síntese Os corpos celestes emitem luz que pode ser: luz visível, a que os nossos olhos veem, e luz não visível, que os nossos olhos não veem. O Universo foi sendo imaginado de modo diferente ao longo dos tempos: o modelo geocêntrico, defendido por Ptolomeu, considerava que a Terra estava em repouso no centro do Universo e que todos os astros se moviam à sua volta; o modelo heliocêntrico, defendido por Copérnico e Galileu, considerava que o Sol ocupava o centro do Universo, movendo-se todos os outros astros, incluindo a Terra, à sua volta. Galileu foi pioneiro na utilização do telescópio (luneta) e efetuou descobertas que contribuíram para apoiar o modelo heliocêntrico.

Em síntese Os telescópios são meios de observação dos corpos celestes que detetam a luz por eles emitida ou refletida. Podem ser: telescópios óticos, se detetam luz visível, ou radiotelescópios, os de luz não visível; telescópios terrestres, que estão no solo, ou telescópios espaciais, que orbitam a Terra. As agências espaciais têm programas com missões tripuladas e não tripuladas e observatórios no solo que muito têm contribuído para a evolução do conhecimento sobre o Universo. De acordo com a teoria do Big-Bang, o Universo começou com uma enorme explosão a partir de uma pequena massa densa e quente que se foi expandindo e arrefecendo.