MOÇAMBIQUE. Gateway to Mozambique



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Transcrição:

MOÇAMBIQUE Gateway to Mozambique

FICHA TÉCNICA Título Moçambique: Manual do Empreendedor Gateway to Moçambique Data Novembro 2006 Promotor/Editor AIP/CCI Associação Industrial Portuguesa / Câmara de Comércio e Indústria Projecto Acção de Promoção Integrada aos Mercados PALOP`2005/2006 AIP/CCI Associação Industrial Portuguesa / Câmara de Comércio e Indústria AEP/CCI Associação Empresarial de Portugal / Câmara de Comércio e Indústria ICEP Portugal Autoria CESO CI, S.A. Coordenação Técnica Rui Miguel Santos (com a colaboração de Alzira Teixeira) Design da Capa mac it Design Interior, Paginação e Produção 5W Comunicação e Marketing Estratégico, Lda. Tiragem 500 Exemplares

MOÇAMBIQUE Gateway to Moçambique Mozambique

ÍNDICE CAP_1 A TERRA Geografia & Clima Organização Política e Administrativa CAP_2 AS PESSOAS População Força de Trabalho Indicadores Sócio Económicos HIV/SIDA Desenvolvimento Humano e Social CAP_3 OS RECURSOS Recursos Naturais Agricultura Pecuária Pescas Indústria Comércio Construção & Obras Públicas Energia Recursos Minerais Florestas Transportes e Comunicações Turismo Telecomunicações Sector Financeiro CAP_4 O CONTEXTO A SADC Relações com a UE Agoa CAP_5 A ECONOMIA Estrutura da Economia Quadro Macroeconomico Rating Internacional Impacto Macroeconómico do HIV/Sida Produção Global e Sectorial Sector Informal CAP_6 O EMPREENDEDOR Fazer Negócios Investir & Empreender 9 10 13 17 18 20 26 28 29 33 34 35 39 40 43 45 46 48 52 54 55 59 63 65 67 68 78 82 83 84 86 96 97 98 100 101 102 150 3

ÍNDICE DE TABELAS CAP_1 A TERRA Tabela 1 Organização Político-Administrativa Províncias / Distritos / Municípios 14 CAP_2 AS PESSOAS Tabela 2 População e Indicadores Demográficos Segundo Projecções Tabela 3 Evolução da Esperança da Vida ao Nascer por Sexo Tabela 4 Distribuição Percentual da População Economicamente Activa (PEA) de 15 Anos e mais (por Sexo Segundo Ramo de Actividade) Tabela 5 Distribuição Percentual da População de 15 e Mais Anos por Condição de Actividade Económica Tabela 6 Distribuição Percentual da População de 15 e Mais Anos Empregada por Condição Perante o Emprego na Actividade Económica Principal 2004/05 Tabela 7 Distribuição Percentual da População de 15 e Mais Anos Empregada por Conta Própria na Actividade Económica Principal, por Sector de Actividade 2004/05 Tabela 8 Taxas de Desemprego da População de 15 e Mais Anos (Definição Nacional) por Sexo Tabela 9 Taxas Específicas de Analfabetismo por Sexo e Idade Tabela 10 Taxas de Analfabetismo 19 19 20 21 22 23 24 27 27 CAP_3 OS RECURSOS Tabela 11 Quantidades Capturadas e Valores dos Principais Produtos na Pesca Industrial e Semi-Industrial Tabela 12 Quantidades e Valores dos Produtos da Aquacultura 2002-2003 Tabela 13 Quantidades Capturadas dos Principais Produtos da Pesca Artesanal por Província, 2003 Tabela 14 Taxas de Crescimento Anual (%) na Indústria de Minérios Tabela 15 Valor Global de Serviços de Transportes e Comunicações, 2002 e 2003 Tabela 16 Comunicações em Moçambique, 2004 42 42 42 52 55 63 CAP_4 O CONTEXTO Tabela 17 Etapas de Integração (RISDP) Tabela 18 Metas de Convergência Macroeconómica (RSIDP) CAP_5 A ECONOMIA Tabela 19 Crescimento dos Sectores Económicos (% Alterações no Volume de Produção) Tabela 20 Indicadores Económicos Comparados Tabela 21 Principais Indicadores Económicos Tabela 22 Balança de Pagamentos (em % do PIB) Tabela 23 Execução Orçamental (em % do PIB) Tabela 24 Resumo de Recursos Totais Tabela 25 Taxas de Juro, 2002-2006 Tabela 26 Produção Global e Sectorial: Taxas de Crescimento em Volume (%) 75 76 84 85 86 90 92 93 95 98 5

ÍNDICE DE TABELAS (Continuação) CAP_6 O EMPREENDEDOR Tabela 27 Rendimentos Colectáveis Anualmente Tabela 28 Lista de Mercadorias Sujeitas a Inspecção Pré-Embarque Tabela 29 Classificação da Actividade Industrial Tabela 30 Fluxos de IDE na África Austral (Milhões USD) Tabela 31 Vantagens Comparativas Reveladas no Espaço SADC Tabela 32 Ranking de Exportadores no Espaço SADC Ranking SADC em Matéria de Vantagens Comparativas Reveladas (por Categoria de Produtos SITC) Tabela 33 Vantagens Comparativas Reveladas Tabela 34 Formalidades Visando a Criação de Sociedades Tabela 35 Licenciamento de Actividade Tabela 36 Emprego Tabela 37 Registo de Propriedade Tabela 38 Acesso ao Crédito Tabela 39 Protecção dos Investidores Tabela 40 Fiscalidade Tabela 41 Import-Export Tabela 42 Resolução de Contratos Tabela 43 Encerramento de Actividade 115 118 126 150 154 155 156 159 160 162 163 164 165 166 167 168 169 6

ÍNDICE FIGURAS CAP_2 AS PESSOAS Figura 1 Densidade Populacional Figura 2 Densidade Populacional 18 18 CAP_3 OS RECURSOS Figura 3 Agricultura em Percentagem do PIB, Preços Constantes de 1996, 1996-2004 Figura 4 Indústria Transformadora em Percentagem do PIB, Preços Constantes de 1996, 1996-004 Figura 5 Produção Industrial por Ramo de Actividade, 1999-2003, a Preços Constantes, Milhares de Mtn (Excluindo a Produção da Mozal) Figura 6 Valor a Preços Correntes (Milhares de Mtn) no Sector da Construção e Reabilitação por Tipo de Obra 36 43 44 47 CAP_4 O CONTEXTO Figura 7 Relações Comerciais Moçambique / União Europeia Figura 8 Exportações para União Europeia Figura 9 Importações da União Europeia 78 79 79 CAP_5 A ECONOMIA Figura 10 PIB (% Variação Real Moçambique, Malawi, Zimbabué e África do Sul) Figura 11 PIB per Capita (USD Moçambique, Malawi, Zimbabué e África do Sul) Figura 12 Evolução do PIB Nominal 2004-2008 (10^6 USD) Figura 13 Crescimento Real do PIB (%) Figura 14 Inflação Média Anual (%) Figura 15 Índice Preços ao Consumidor Variação Mensal em % (2004-2006) Figura 16 Índice Preços ao Consumidor Maputo-Cidade Variação Mensal em % (2004-2006) Figura 17 Evolução Quota de Principais Exportadores para Moçambique em % (1998-2005) Figura 18 Evolução Quota de Principais Importadores de Moçambique em % (1998-2005) Figura 19 Evolução dos Recursos Totais (Milhões Contos MZM) Figura 20 Evolução dos Recursos Internos e Externos (Milhões Contos MZM) 85 85 88 88 88 89 90 91 91 93 94 CAP_6 O EMPREENDEDOR 7 Figura 21 Evolução do IDE em Moçambique (2000-2004) (USD Milhões) Figura 22 Constituição de uma IDE: Etapas Metodológicas Figura 23 Criação de Empresas Procedimentos e Duração Temporal Figura 24 Criação de Empresas Custo e Capital Mínimo Figura 25 Licenciamento de Actividade Duração Temporal Figura 26 Licenciamento de Actividade Custo (% do Rendimento per Capita) Figura 27 Emprego Contratação / Despedimento / Horário Laboral Figura 28 Emprego Índice de Rigidez / Custo Contratação / Custos de Despedimento Figura 29 Registo de Propriedade Duração Temporal Figura 30 Registo de Propriedade N.º de Procedimentos Figura 31 Acesso ao Crédito Índice de Direitos Legais 151 158 160 160 161 161 162 162 163 163 164

ÍNDICE FIGURAS (Continuação) CAP_6 O EMPREENDEDOR Figura 32 Índice de Informação Creditícia Figura 33 Protecção dos Investidores Índices de Disclosure e de Responsabilização Figura 34 Protecção dos Investidores Índices de Acção Legal e Protecção do Investidor Figura 35 Fiscalidade N.º de Pagamentos e Horas Figura 36 Fiscalidade Impostos Totais (% Lucros Brutos) Figura 37 Import-Export N.º de Documentos Figura 38 Import-Export Duração Temporal Figura 39 Import-Export Custo por Contentor Figura 40 Resolução de Contratos N.º de Procedimentos Figura 41 Resolução de Contratos N.º de Dias Figura 42 Encerramento de Actividade Duração Temporal Figura 43 Encerramento de Actividade Custo Figura 44 Taxa de Recuperação (Cêntimos por USD) 164 165 165 166 166 167 167 168 168 169 169 170 170 8

CAP_1 A TERRA

Geografia & Clima CAP_1 A TERRA Moçambique, nação localizada na Costa Oriental de África, possui uma área de 799.380 km 2, dos quais 13.000 km2 são de águas interiores, que se estende entre os Rios Rovuma (paralelo 10º 27 S) e Maputo (paralelo 26º 52 S) e os meridianos 30º 12 e 40º 51 latitude Leste. A fronteira terrestre, com uma extensão de 4.330 km, é delimitada a Norte com a Tanzânia, a Ocidente com o Malawi, a Zâmbia, o Zimbabwé, a África do Sul (Província do Transval) e o Reino da Suazilândia e a Sul com a África do Sul (Província do Natal). A geografia é, simultaneamente, desafio e trunfo do empreendedor em Moçambique. A enorme distância entre os extremos Norte e Sul impõe desafios de natureza logística e operacional a quem pretender impor uma escala nacional às suas operações. A importante Costa Indica (2.515 km) é uma plataforma fundamental de internacionalização dos vizinhos do interior do Continente Africano e, em particular, da África do Sul, alavancando interessantes oportunidades de negócio. 10 As suas águas territoriais, contadas a partir da linha de base, vão até às 12 milhas marítimas e as águas jurisdicionais compreendem 200 milhas. Inclui igualmente no seu território um conjunto alargado de ilhas, das quais se podem destacar, pelo seu interesse histórico e turístico, as seguintes: O Arquipélago das Quirimbas, no qual se inclui a Ilha do Ibo (Província de Cabo Delgado); A Ilha de Moçambique, Património Cultural da Humanidade (Província de Nampula); A Ilha de Angoche (Província de Nampula); O Arquipélago de Bazaruto, na Baía com o mesmo nome, que inclui as ilhas do Bazaruto, Santa Carolina, Benguéra, Magaruque e Bangué (Província de Inhambane); As ilhas da Inhaca, dos Elefantes e da Xefina na Baía de Maputo (Província de Maputo).

Geografia & Clima CAP_1 A TERRA A maior parte do território de Moçambique localiza-se numa zona inter-tropical, influenciado pelas monções do Oceano Índico e pela corrente quente do Canal de Moçambique, sendo, de uma maneira geral, tropical e húmido, com uma estação seca que, no Centro/Norte, varia de quatro a seis meses enquanto que no Sul, com clima tropical seco, se prolonga por seis a nove meses. Sendo um país que se estende no sentido Norte-Sul, voltado para o Índico, é também um espaço em forma de anfiteatro a partir da zona litoral para o interior. Cerca de 40% do território dispõe de uma altitude até aos 200 metros, seguindo-se uma região que abrange áreas de Cabo Delgado, de Nampula e do interior de Inhambane onde se encontram planaltos com altitudes entre os 200 e os 600 metros, e que se prolonga, entre Manica e Sofala, para uma região mais elevada com altitudes a rondar os 1.000 metros. A esta zona segue-se uma faixa montanhosa junto às fronteiras terrestres de Moçambique onde se encontram os pontos mais elevados do país, 2.436 metros no monte Binga (Manica) e 2.419 metros nos picos Namule (Zambézia), para citar alguns. 11 A disposição orográfica associada a um clima tropical origina numerosos rios que correm para o Oceano Índico. Podem destacar-se cinco principais bacias hidrográficas: A Bacia do rio Rovuma (Províncias do Niassa e de Cabo Delgado), com 650 km de extensão. Nascendo na Tanzânia, uma pequena parte do rio é navegável e o seu principal afluente, proveniente de Moçambique é o Rio Lugenda; A Bacia do rio Lúrio (Províncias de Cabo Delgado e Nampula), com 605 km de extensão. Na sua maioria o rio não é navegável; A Bacia do Rio Zambeze (Províncias de Tete, Manica, Sofala e Zambézia), com 820 km de extensão. É deste rio que é produzida energia de origem hídrica pela central eléctrica da Barragem de Cahora Bassa, sendo navegável por embarcações médias ao longo de cerca de 420 Km e apresentando um delta de dimensões consideráveis;

Geografia & Clima CAP_1 A TERRA A Bacia do rio Save (Províncias de Gaza, Inhambane, Manica e Sofala), com 330 km. Como atravessa uma zona de grande instabilidade climatérica é um rio sujeito frequentemente a fortes variações no seu caudal. Não é navegável por embarcações de média dimensão; A Bacia do rio Limpopo, com cerca de 1600 km de extensão mas atravessando largas extensões da África do Sul, Botswana e Zimbabwe antes de entrar na Província de Gaza (Pafúri) e desaguar perto da cidade do Xai-Xai. Geralmente e porque também é sujeito a grandes flutuações de caudais, este rio também só é navegável por embarcações de dimensão média numa extensão de 50 km; Bacia do rio Incomati, sendo o maior rio da zona Sul do país, atravessa a África do Sul, a Suazilândia e entra em território Moçambicano na localidade de Ressano Garcia para desaguar na Baía de Maputo. È navegável por embarcações de média dimensão numa pequena extensão e está largamente aproveitado em termos de construções de barragens e diques quer para a produção de energia quer para irrigação agrícola. 12

Organização Política e Administrativa CAP_1 A TERRA Moçambique é um Estado de democracia multipartidária, baseada na Constituição de 1990 e nas suas duas revisões posteriores, em 1996 e 2004. O poder executivo está investido num Presidente eleito por sufrágio universal e directo, que é ao mesmo tempo Chefe de Estado e Chefe do Governo. O Presidente nomeia o Governo e preside ao Conselho de Ministros. O Presidente, o Conselho de Ministros e cada Ministro têm autoridade para emitir decretos regulamentares, dentro das suas áreas de competência, que têm força de lei. A Assembleia da República, com 250 lugares, detém o poder legislativo. Os deputados são eleitos através de partidos e por círculos eleitorais Provinciais. Na actual legislatura, o partido maioritário FRELIMO detém 160 lugares e a coligação RENAMO UE 90 lugares. Existem 46 partidos políticos registados em Moçambique. O sistema judiciário nacional é geralmente considerado como frágil. Existem tribunais provinciais, distritais e municipais, mas falta formação e recursos para que possam efectivamente desenvolver o seu trabalho. O Tribunal Supremo é a última instância de apelação, consistindo em sete membros indicados pelo Presidente e aprovados pela Assembleia da República. Existe igualmente o Tribunal Constitucional. Moçambique é um Estado unitário. A divisão administrativa do país faz-se por 11 Províncias (Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Manica, Sofala, Inhambane, Gaza, Maputo e Maputo-cidade), Distritos (actualmente em número de 137 ver Tabela 1), que se subdividem em Postos Administrativos e estes em Localidades. Os Governadores das onze províncias são nomeados pelo Presidente. As Assembleias Provinciais são permitidas pela Constituição mas nunca foram instituídas. Em 1998 foram criados 33 municípios com respectivos presidentes e assembleias municipais eleitas. Em Novembro de 2003, todos os partidos concorreram às eleições municipais. O partido FRELIMO ganhou as presidências de quase todos os conselhos municipais excepto cinco (Beira, Nacala, Angoche, Marromeu e Ilha de Moçambique), e a maioria na generalidade das assembleias municipais, excepto em quatro municípios (Beira, Nacala, Angoche e Ilha de Moçambique). 13

Organização Política e Administrativa CAP_1 A TERRA Tabela 1 Organização Político-Administrativa Províncias / Distritos / Municípios Províncias Capital Distritos Municípios Maputo Cidade Maputo Distrito Urbano n.º 1 Distrito Urbano n.º 2 Distrito Urbano n.º 3 Distrito Urbano n.º 4 Distrito Urbano n.º 5 Distrito Municipal da Ilha da Inhaca Distrito Municipal da Catembe Maputo Maputo Matola Magude Manhiça Matutuíne Marracuene Boane Namaacha Moamba Matola Manhiça Gaza Xai-Xai Xai-Xai Chibuto Bilene Macia Guijá Massingir Chigubo Chókwè Massagena Mabalane Manjacaze/Mandlakazi Chicualacuala Xai-Xai Chibuto Chokwé Manjacaze/ Mandlakazi Inhambane Inhambane Govuro Inharrime Massinga Morrumbene Panda Vilankulos Zavala Homoíne Jangamo Funhalouro Inhassoro Mabote Inhambane Vilankulos Maxixe Sofala Beira Dondo Buzi Caia Chemba Cheringoma Nhamatanda Chibabava Gorongosa Marromeu Machanga Maringué Muanza Beira Dondo Marromeu 14 Manica Chimoio Manica Barue Gondola Guro Mossurize Sussundenga Tambara Machanze Macossa Chimoio Manica Catandica Tete Tete Changara Angónia Macanga Chiuta Mágoè Tsangano Cahora-Bassa Marávia Moatize Zumbo Mutarara Chifunde Tete Moatize Zambézia Quelimane Alto-Molócue Chinde Gilé Gurué Ile Lugela Maganja da Costa Milange Mocuba Mopeia Morrumbala Namacurra Namarrói Pebane Nicoadala Inhassunge Quelimane Mocuba Gurué Milange

Organização Política e Administrativa CAP_1 A TERRA Tabela 1 Organização Político-Administrativa Províncias / Distritos / Municípios Províncias Capital Distritos Municípios Nampula Nampula Angoche Eráti Nacala-a-velha Meconta Moma Monapo Mossuril Malema Nacarôa Ribáne Nacala-Porto Sanga Mavago Majune Mecanhelas Metarica Muembe Lago Lichinga Cuamba Metangula Nissa Cabo Delgado Lichinga Pemba Lichinga Cuamba Mandimba Marrupa Maúa Mecula N Gaúma Nipepe Mocímboa da Praia Palma Quissanga Meluco Pemba Metuge Balama Muidumbe Nangade Pemba Montepuez Mocímboa da Praia Ancuabe Ibo Montepuez Namuno Macomia Mueda Mecufi Chiúre Fonte Carta de Recursos Geológicos de Angola 15

CAP_2 AS PESSOAS

População CAP_2 AS PESSOAS As últimas estimativas Governamentais apontam para que a população Moçambicana se aproxime dos 20 milhões de habitantes, dos quais cerca de 52% do sexo feminino. Cerca de 62% da população vive nas zonas rurais, de forma dispersa, o que dificulta um adequado provimento e acesso aos serviços sociais básicos. Em contrapartida, nas zonas urbanas, observa-se uma forte concentração populacional, facto que gera grandes pressões sobre as infra-estruturas básicas. Figura 1 Densidade Populacional hab/km 2 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Niassa Cabo Delgado Figura 1 Densidade Populacional Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gasa Maputo Total Fonte Instituto Nacional de Estatística (INE), 2006 18 De acordo com as estatísticas das Nações Unidas (ONU), a população de Moçambique, apesar de ter crescido a um ritmo lento durante a segunda metade dos anos 80, em especial devido à guerra civil, cresceu rapidamente após o acordo de paz de 1992 e o subsequente regresso dos refugiados moçambicanos de países vizinhos. Contudo, continua a verificar-se, em especial na zona sul do país, um grande fluxo migratório, essencialmente masculino, para a África do Sul. O INE estima que a actual taxa de crescimento da população se tenha estabilizado por volta dos 2,5% ao ano. POPULAÇÃO POR PROVÍNCIA, 2006 Gaza 7% Inhambane 7% Sofala 8% Manica 7% Figura 2 Densidade Populacional Maputo 12% Tete 8% Niassa 5% Zambézia 19% a Previsões Fonte Instituto Nacional de Estatística (INE), 2006 Cabo Delgado 8% Nampula 19%

População CAP_2 AS PESSOAS Em Moçambique, cerca de 44% da população tem menos de 15 anos. Esta estrutura bastante jovem da população requer a provisão de serviços sociais básicos, como a educação e a saúde, ao ritmo de crescimento específico deste grupo populacional. Adicionalmente, face à pandemia do HIV/SIDA, cuja taxa média de infecção estimada é de cerca de 15%,exige-se a tomada de acções imediatas e mais eficazes com vista a não influenciar negativamente as tendências do desenvolvimento humano futuro do país. Como resultado das políticas públicas prosseguidas, regista-se uma progressiva melhoria do bem-estar da população. Estimativas recentes apontam para uma redução dos índices de pobreza nos últimos 6 anos, tendo passado de 69,4% em 1996-97, para 54,1% em 2002-2003. Por áreas de residência, esta redução no mesmo período foi de 62,0% para 51,5% nas áreas urbanas e de 71,3% para 55,3 % nas áreas rurais. Tabela 2 População e Indicadores Demográficos Segundo Projecções Descrição 2000 2005 2010 2015 2020 1. População total (em milhares) 2. População, homens (em milhares) 3. População, mulheres (em milhares) 4. População, 0-14 (em milhares) 5. População, 15-64 (em milhares) 6. População, 65 e + (em milhares) 7. Mulheres, 15-49 (em milhares) 8. Índice de dependência 9. Índice de masculinidade (por 100 mulheres) 10. Idade mediana da população (em anos) 11. Densidade demográfica (em km2) 12. Taxa de crescimento geométrico (%) 13. Taxa bruta de natalidade ( ) 14. Taxa bruta de mortalidade ( ) 15. Taxa de mortalidade infantil, total ( ) 16. Taxa de mortalidade infantil, homens ( ) 19. Taxa de mortalidade infantil, mulheres ( ) 20. Taxa global de fecundidade (n.º de filhos por mulher) 21. Esperança de vida, total (em anos) 22. Esperança de vida, homens (em anos) 23. Esperança de vida, mulheres (em anos) Fonte INE, 2006 17.240,7 19.420,0 21.854,4 24.517,6 27.439,0 8.281,3 9.368,4 10.591,0 11.937,4 13.419,7 8.959,4 10.051,6 11.263,4 12.580,2 14.019,3 7.699,5 8.476,4 9.314,1 10.312,4 11.326,7 9.067,3 10.429,5 11.963,7 13.533,6 15.316,1 473,8 514,1 576,5 671,5 796,3 4.288,6 4.898,3 5.573,3 6.234,2 6.930,7 90,1 86,2 82,7 81,2 75,6 92,4 93,2 94,0 94,9 95,7 17,5 17,7 18,3 18,6 19 21,6 24,3 27,3 30,7 34,3 2,4 2,4 2,3 2,3 2,2 42,9 40,5 38,6 36,5 34,3 19,1 16,4 15,2 13,7 11,8 130,4 107,9 93,3 70,7 60,4 136,9 113,2 97,0 72,5 61,3 123,7 102,4 89,6 68,9 59,5 5,7 5,4 5,1 4,8 4,5 44,3 47,1 48,5 50,6 54,0 42,5 45,2 46,7 48,7 52,0 46,1 49,0 50,5 52,7 56,0 19 Tabela 3 Evolução da Esperança da Vida ao Nascer por Sexo Homens Mulheres 1980 42,1 45,0 1997 40,6 44,0 2000 42,5 46,1 2004 44,8 48,6 2005 45,2 49,0 Fonte INE, Censo 1980, Censo 1997, Projecções 1997-2010

Força de Trabalho CAP_2 AS PESSOAS De acordo com o Banco Mundial, a força de trabalho activa rondava os 9,6 milhões de pessoas em 2002, 48,4% das quais mulheres. A agricultura, pesca e actividades florestais empregavam cerca de 80% da população economicamente activa.o sector formal conta para uma pequena parcela do total do emprego, particularmente quando comparado com o grande dinamismo do sector informal. Estima-se que a maioria da População Economicamente Activa com mais de 15 anos (cerca de 95,8% das mulheres e 37,9% dos homens) trabalha ou por conta própria ou para o seu agregado familiar, segundo o IAF 2002/2003 do INE. Tabela 4 Distribuição Percentual da População Economicamente Activa (PEA) de 15 Anos e Mais (Por Sexo Segundo Ramo de Actividade) Ramo de Actividade Mulheres 2002/3 Homens Agricultura, Silvicultura e Pesca Industria Extractiva Industria Manufactureira Construção Transportes Comercio e Vendas Serviços Administrativos Outros Serviços 89,9 69,3 0,1 1,0 0,1 1,5 0,1 4,5 0,1 2,1 5,2 9,2 0,3 2,1 4,2 10,4 20 Fonte Censo, 1997, IAF 2002/3

Força de Trabalho CAP_2 AS PESSOAS Tabela 5 Distribuição Percentual da População de 15 e Mais Anos por Condição de Actividade Económica Características Seleccionadas Total Área de residência Urbano Rural Região Norte Centro Sul Províncias Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Província Maputo Cidade Nível de educação Nenhum Primário 1º Grau Primário 2º Grau Secundário e mais Estado Civil Solteiro(a) Casado(a) União marital Divorciado(a)/Separado(a) Viúvo(a) Condição de Actividade 31-12-2003 PEA a 30-06-2004 30-06-2004 a 31-12-2004 PNEA 2 31-12-2004 a 30-06-2005 Total 91,8 8,2 100,0 84,3 15,7 100,0 95,8 4,2 100,0 93,6 6,4 100,0 92,7 7,3 100,0 88,4 11,6 100,0 94,2 5,8 100,0 92,0 8,0 100,0 94,2 5,8 100,0 94,1 5,9 100,0 94,9 5,1 100,0 89,9 10,1 100,0 89,9 10,1 100,0 92,3 7,7 100,0 90,1 9,9 100,0 90,3 9,7 100,0 80,6 19,4 100,0 94,1 5,9 100,0 95,0 5,0 100,0 85,9 14,1 100,0 79,2 20,8 100,0 76,5 23,5 100,0 96,1 3,9 100,0 97,5 2,5 100,0 95,2 4,8 100,0 86,0 14,0 100,0 21 Notas 1 PEA População Economicamente Activa; segundo recomendações internacionais, é considerada como população que participa na actividade económica e que tenha 15 anos de idade ou mais. Dito por outras palavras, é o conjunto de pessoas em idade de trabalho, de ambos os sexos, que já se encontram ocupadas (a trabalhar) e as que procuram claramente um trabalho (desocupados), incluindo aquelas que o fazem pela primeira vez 2 PNEA População Não Economicamente Activa; por oposição à definição anterior Fonte IFTRAB, 2004/05, INE

Força de Trabalho CAP_2 AS PESSOAS Tabela 6 Distribuição Percentual da População de 15 e Mais Anos Empregada por Condição Perante o Emprego na Actividade Económica Principal 2004/05 Características Seleccionadas Assalariado Condição Perante o Emprego 31-12-2003 Trabalhador 30-06-2004 Familiar Conta Própria a 30-06-2004 sem a 31-12-2004 Remuneração 31-12-2004 Total a 30-06-2005 22 Total Sexo Homens Mulheres Área de residência Urbano Rural Região Norte Centro Sul Províncias Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Província Maputo Cidade Nível de educação Nenhum Primário 1º Grau Primário 2º Grau Secundário e mais Fonte IFTRAB 2004/05, INE 13,3 62,1 24,6 100,0 22,2 68,7 9,1 100,0 5,8 56,4 37,8 100,0 36,2 52,3 11,5 100,0 4,8 65,7 29,5 100,0 7,7 61,7 30,6 100,0 10,0 66,4 23,6 100,0 26,6 55,2 18,2 100,0 7,5 58,2 34,3 100,0 6,7 70,2 23,1 100,0 8,3 58,0 33,7 100,0 5,1 71,4 23,5 100,0 9,7 57,0 33,3 100,0 12,3 62,5 25,2 100,0 20,9 66,1 13,1 100,0 10,7 59,7 29,6 100,0 14,2 66,7 19,1 100,0 40,9 48,2 10,9 100,0 59,9 36,3 3,8 100,0 3,4 66,6 30,0 100,0 9,4 65,5 25,1 100,0 25,8 56,8 17,4 100,0 62,4 28,5 9,1 100,0

Força de Trabalho CAP_2 AS PESSOAS Tabela 7 Distribuição Percentual da População de 15 e Mais Anos Empregada por Conta Própria na Actividade Económica Principal, por Sector de Actividade 2004/05 Características Seleccionadas 31-12-2003 Na a Agricultura 30-06-2004 Sector de Actividade 30-06-2004 Fora da a Agricultura 31-12-2004 31-12-2004 a 30-06-2005 Total Total 85,6 14,4 100,0 Sexo Homens Mulheres Área de residência Urbano Rural Região Norte Centro Sul Províncias Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Província Maputo Cidade Nível de educação Nenhum Primário 1º Grau Primário 2º Grau Secundário e mais Fonte IFTRAB 2004/05, INE 83,0 17,0 100,0 88,3 11,7 100,0 55,8 44,2 100,0 94,4 5,6 100,0 90,5 9,5 100,0 88,8 11,2 100,0 71,7 28,3 100,0 90,8 9,2 100,0 92,4 7,6 100,0 89,2 10,8 100,0 93,7 6,3 100,0 91,4 8,6 100,0 80,6 19,4 100,0 79,0 21,0 100,0 81,0 19,0 100,0 89,8 10,2 100,0 56,2 43,8 100,0 13,5 86,5 100,0 95,1 4,9 100,0 86,8 13,2 100,0 63,4 36,6 100,0 38,1 61,9 100,0 23

Força de Trabalho CAP_2 AS PESSOAS Tabela 8 Taxas de Desemprego da População de 15 e Mais Anos (Definição Nacional) por Sexo 24 Características Seleccionadas Total Área de residência Urbano Rural Região Norte Centro Sul Províncias Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Província Maputo Cidade Nível de educação Nenhum Primário 1º Grau Primário 2º Grau Secundário e mais Sem infor. Estado Civil Solteiro(a) Casado(a) União marital Divorciado(a)/Separado(a) Viúvo(a) Fonte IFTRAB, 2004/05, INE Sexo 31-12-2003 Homens a 30-06-2004 30-06-2004 a 31-12-2004 Mulheres 31-12-2004 a 30-06-2005 Total 14,7 21,7 18,7 25,6 35,7 31,0 9,1 15,7 12,9 10,4 22,0 16,6 12,0 19,6 16,2 25,6 24,5 25,0 23,2 38,4 31,7 5,4 15,5 10,9 9,9 21,0 15,7 8,3 13,5 11,2 10,3 21,7 16,5 20,8 26,3 23,9 14,8 26,4 21,2 11,7 11,3 11,5 18,0 15,4 16,3 35,5 37,1 36,3 35,2 44,2 40,0 8,0 15,7 13,9 11,6 21,1 16,5 20,2 38,1 27,0 27,7 45,8 34,2 0,0 9,6 5,5 37,0 39,9 38,1 5,0 20,3 13,1 7,3 22,3 15,5 19,7 12,9 14,0 7,5 8,6 8,5

Força de Trabalho CAP_2 AS PESSOAS MIGRAÇÕES As migrações de trabalhadores para a África do Sul é desde há muito tempo um importante fenómeno no sul de Moçambique, e acredita-se que se acelerou no período da guerra civil. De acordo com as estatísticas oficiais, mais de 75.000 moçambicanos estão actualmente legalmente registados como trabalhadores na África do Sul, mais de 60.000 destes nas minas. Contudo, estes números grandemente subestimam os números da emigração actual, que é crescentemente informal. De acordo com um estudo dos padrões de migração, cerca de 1 milhão de moçambicanos podem estar a trabalhar legal ou ilegalmente na África do Sul, quatro vezes mais do que o previamente estimado. Tais números implicam que o benefício económico das remessas dos salários (que oficialmente totalizam US$41m em 2001) pode ser muito mais alto que o indicado nas estatísticas oficiais. Isto inclui um previsível desconhecido grupo, os ilegais legais Moçambicanos que obtiveram documentação Sul Africana fraudulentamente e estão essencialmente a viver como cidadãos locais. Prevê-se que estes números venham a reduzir-se, mercê a redução de contratações para minas e da actuação das autoridades da África do Sul contra a imigração ilegal. 25

Indicadores Sócio Económicos CAP_2 AS PESSOAS EDUCAÇÃO Assiste-se a uma substancial melhoria na quantidade e na qualidade da educação transmitida, desde o final da guerra civil. A literacia masculina aumentou de 49% em 1990 para 77% em 2004 e a taxa de literacia feminina de 18% para 49% no mesmo período. Um aumento sustentado do fornecimento de serviços sociais básicos é um dos aspectos principais da estratégia de redução da pobreza do governo (PARPA). 26 O número de estudantes cresceu de 1,2m em 1992 para 4,1m em 2005, com uma grande maioria a frequentar a escola primária. Os gastos com a educação como percentagem do orçamento de estado têm crescido ao longo dos anos, e atingiram 20,7% em 2004. Um estudo do Governo de Moçambique estimou que, em 2003, 17% dos professores estavam infectados pelo HIV/SIDA, levando previsivelmente à morte de 9.200 professores até 2010. Existem somente 35 escolas secundárias fornecendo ensino pré-universitário no país. Como resultado da escassez de formação técnica e vocacional existe uma grande falta de trabalhadores especializados. Moçambique tem sete instituições de ensino superior público, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM 1962), a maior universidade do país com 11.517 estudantes matriculados em 2005, e que detém um pólo em Inhambane; A Universidade Pedagógica (UP 1985), vocacionada para a formação de professores e quadros da educação de nível superior, com um total de 5264 estudantes matriculados em 2005, e que dispõe de pólos nas cidades de Maputo, Beira, Quelimane e Nampula; O Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI 1986), situado em Maputo; A Academia de Ciências Policiais (ACIPOL 1999), situada na Província de Maputo; O Instituto Superior de Ciências da Saúde (ISCISA 2003); Academia Militar (AM 2003), na cidade de Nampula; Escola Superior de Ciências Náuticas (ESCN 2004). Adicionalmente existem mais 8 instituições de ensino superior privado em Moçambique: O Instituto Superior de Ciências e Tecnologias de Moçambique (ISCTEM 1996); O Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC 1999); O Instituto Superior Politécnico e Universitário (ISPU 1995), que possui igualmente um pólo na Cidade de Quelimane; A Universidade Católica de Moçambique (UCM 1995), dispõe actualmente de 4 pólos universitários situados na Beira (Economia, Gestão e Medicina), Nampula (Direito, Teologia e Ciências da Educação e comunicação), e Pemba (Turismo e Tecnologias da Informação); A Universidade Mussa Bin Bique (UMBB 1998), situada na cidade de Nampula; A Universidade Técnica de Moçambique (UDM 2002); a Universidade São Tomás de Moçambique (2004); e, a Universidade Jean Piaget de Moçambique (2004).Segundo o portal do Governo de Moçambique (Julho 2006), existem igualmente mais 8 escolas de ensino superior privadas que não são consideradas de grau universitário: Escola Superior de Economia e Gestão (ESEG); Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria (ISCAM); Instituto Superior Politécnico de Tete (ISPT); Instituto Superior de Formação, Investigação e Ciência (ISFIC); Instituto Politécnico de Manica (ISPM); Instituto Superior Cristão (ISC); Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG); Instituto Superior de Educação Tecnológica (ISET). Estima-se que no ano lectivo de 2005 se tenham matriculado cerca de 30.000 estudantes no ensino superior, 67% dos quais no ensino público.

Indicadores Sócio Económicos CAP_2 AS PESSOAS Tabela 9 Taxas Específicas de Analfabetismo por Sexo e Idade Escalões Etários Homens 2001 31-12-2003 a 30-06-2004 Mulheres 2002/3 30-06-2004 31-12-2004 a 31-12-2004 Homens a 30-06-2005 Mulheres 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60 + 30,1 51,0 27,2 48,0 37,0 65,7 36,0 61,1 37,7 72,8 29,8 68,2 42,0 83,7 34,5 82,6 51,8 91,6 45,8 88,1 67,0 94,9 64,0 94,3 Fonte QUIIB-2001, IAF-2002/3 Tabela 10 Taxas de Analfabetismo 1996/97 2002/03 Total 60,5 53,6 Homens 44,6 36,7 Mulheres 74,1 68,0 Fonte Ministério da Educação SAÚDE Como no caso da política de educação, a política de saúde foi dirigida para a melhoria tanto do acesso como da qualidade dos serviços básicos. No período pós-guerra civil assistiu-se a um enorme incremento do investimento do estado no sector da saúde. Existiram também incrementos no estado nutricional da população, com a percentagem da população desnutrida a descer de 66% em 1992 para 44% em 2002. Apesar destes avanços e também porque melhorou a qualidade e rapidez do sistema estatístico relativamente ao sector da saúde, temos assistido a um aumento do reporte de casos de malária desde 1999, com 3-4m de pessoas infectadas só em 2005. Doenças infecciosas, tais como sarampo, disenteria e meningites, flutuaram nos anos mais recentes mas não diminuíram significativamente. 27

HIV/SIDA CAP_2 AS PESSOAS Moçambique está a sofrer o ataque devastador da epidemia do HIV/SIDA, apesar de em menor extensão que alguns dos seus vizinhos. Em 2005 um total de 6.608 novos casos de HIV/SIDA foram registados. Contudo, o nível preciso da infecção é difícil de aferir, o Ministério da Saúde estima que a taxa de infecção entre a população sexualmente activa (15-49 anos) tenha atingido os 16,2% no final de 2004, de acordo com o relatório de vigilância epidemiológica do CNCS (Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA). A taxa de prevalência varia muito ao longo do país, com 18,1% de infectados no sul, 20,4% no centro de Moçambique e 9,3% no Norte. As regiões mais severamente atingidas são aquelas com grande movimento fronteiriço, ou onde existe um grande número de migrações. A província de Sofala, no centro do país, tem a taxa mais alta, de 26,5%, ganha principalmente pela dispersão do vírus através do corredor que liga o Zimbabwe à Beira. A taxa de infecção de Moçambique é comparavelmente favorável em relação aos seus vizinhos do Zimbabwe (33,7%), Zâmbia (21,5%) e África do Sul (20,1%), reflectindo um nível mais baixo de mobilidade da população na última década. Contudo a UNAIDS já avisou que sem uma resposta mais agressiva ao espalhar do vírus, a esperança de vida está projectada para declinar de 42 anos em 2005 para 36 em 2010. 28 Olhando para os números precisos, o HIV/SIDA tornou-se um forte constrangimento ao desenvolvimento de Moçambique, com a ocorrência de 500 novas infecções/dia. De acordo com as projecções da ONU esta doença irá ter um dramático impacto na educação com cerca de 17% dos professores em risco de morrerem até 2010 e na administração, e vai aumentar a competição por trabalhadores qualificados. Para além disso, o número de órfãos da SIDA pode aumentar de um número estimado de 420.000 para 1,5m em 2010. Apesar do recente comprometimento do Governo do Brasil de construir no país uma fábrica para produzir medicamentos genéricos para combater o HIV/SIDA (Anti-Retrovirais), tais medicamentos irão continuar a ser muito caros para uma parte significativa dos esforços nacionais contra essa doença. O governo planeia fornecer drogas anti-retrovirais a 40.000 moçambicanos até ao final de 2006. Entretanto, as políticas continuarão baseadas em medidas de prevenção, incluindo campanhas de sensibilização pública e aumento da disponibilidade e distribuição de preservativos.

Desenvolvimento Humano e Social CAP_2 AS PESSOAS O Governo da República de Moçambique está fortemente empenhado na erradicação da pobreza e na promoção do desenvolvimento sustentável, tendo elaborado nesse sentido um Programa de Governo para o quinquénio 2005-2009, anualmente operacionalizado através do designado Programa Económico e Social (PES). Neste âmbito, o Governo concentrará os seus esforços na prossecução dos seguintes objectivos: A redução dos níveis de pobreza absoluta, através da promoção do crescimento económico rápido, sustentável e abrangente, focalizando a atenção na criação dum ambiente favorável ao investimento e desenvolvimento do empresariado nacional e da incidência de acções na educação, saúde e desenvolvimento rural; O desenvolvimento económico e social do país, orientado, prioritariamente, para as zonas rurais; A consolidação da Unidade Nacional, da Paz, da Justiça e da Democracia, bem como do espírito de auto-estima dos cidadãos, como condições indispensáveis para um desenvolvimento harmonioso do país; A valorização e promoção da cultura de trabalho, zelo, honestidade e prestação de contas; O combate à corrupção, à burocracia e à criminalidade; O reforço da Soberania e da Cooperação Internacional. Esta visão integra objectivos alcançáveis a níveis diferentes, no curto, médio e longo prazos, consubstanciados nos planos de desenvolvimento nacional e nas estratégias de combate à pobreza e ao HIV-SIDA, bem como nos programas de âmbito regional, continental e internacional, com maior destaque para a Nova Parceria de Desenvolvimento para África (NEPAD) e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). No seguimento das políticas económicas que têm sido seguidas nas últimas décadas, o Governo de Moçambique defende a economia de mercado como um dos catalisadores para o desenvolvimento económico sustentado do país. Para o efeito, pretende dar continuidade à implementação de acções que visem um desenvolvimento rápido e multisectorial em todos os quadrantes do País. Continuando a criar condições e incentivos para o aumento do investimento e o florescimento do sector privado em todo o território nacional. Dando igualmente ênfase ao aprofundamento dos laços de cooperação internacional com vista a consolidar a sua integração nos blocos económicos regionais e internacionais. 29 Neste âmbito, as áreas chave para a prossecução dos Objectivos do Programa do Governo, são: Educação Formação e expansão da capacidade humana, um activo primordial, uma infra-estrutura básica para a ocorrência, generalização e sustentação das inovações sociais, políticas e económicas, organizacionais, científicas e tecnológicas imprescindíveis para a superação dos constrangimentos actuais. Saúde Para além do importante objectivo de expansão do acesso aos serviços de saúde, colocam-se com cada vez mais premência as questões críticas da elevação da qualidade dos serviços de saúde, da maior efectividade e eficiência da provisão desses mesmos serviços. Em especial é notório o efeito na produtividade da economia moçambicana de endemias como a malária, a cólera e o HIV/SIDA.

Desenvolvimento Humano e Social CAP_2 AS PESSOAS Infra-estruturas (incluindo estradas, energia, água, investigação, transportes e comunicações) Este é um ponto essencial para a viabilização das actividades económicas. Associando-se à elevação da eficiência dos processos e consequente redução de custos e expansão de mercados. Agricultura As actividades agro-silvo-pecuárias são as principais fontes de subsistência da maioria da população. Mas, em simultâneo, deve considerar-se o potencial agrícola que o país apresenta para funcionar como fornecedor de uma indústria transformadora nacional e para o aumento das exportações. O Governo de Moçambique tem como estratégias principais para esta área: (i) a capacitação de produtores para aumentar a produtividade e rentabilizar a suas explorações; (ii) tornar as instituições públicas como facilitadoras e servidoras dos produtores, através do desenho de políticas agrárias e da provisão de serviços essenciais para assegurar o crescimento e desenvolvimento do sector. Desenvolvimento Rural Estando a maioria da população moçambicana concentrada nas zonas rurais e dependentes das actividades económicas que aí ocorram, este domínio é considerado pelo Governo de Moçambique como um dos esteios mais importantes para o desenvolvimento social e económico do país. Contudo, esta aposta só pode ser ganha se o mundo rural tiver acesso ao mercado, ao exterior e tiver à sua disposição serviços, técnicas e tecnologias adequadamente aplicadas ao seu desenvolvimento e sustentabilidade. 30 Boa Governação, Legalidade e Justiça O Governo de Moçambique está consciente que para que todos os objectivos, estratégias e programas governamentais sejam bem sucedidos será necessário proceder-se a profundas mudanças na postura, métodos, e capacidade das instituições públicas no sentido de passarem a servir de maneira mais efectiva e eficiente os cidadãos e suas instituições. É assim considerado imperioso pelo Governo proceder-se à reforma do sector público em especial nos aspectos de: (i) desconcentração e descentralização para os níveis provinciais e distritais; (ii) elevação da qualidade dos serviços prestados pela administração da justiça; (iii) revisão da lei laboral, tendo em vista uma maior flexibilização do mercado de trabalho, reforma dos regulamentos e organismos de licenciamento e inspecção de actividades económicas no sentido de reduzir os constrangimentos aos negócios; (iv) elevação da capacidade negocial e de fiscalização dos contratos por parte do Estado nos processos de concessionamento, garantindo a necessária defesa dos interesses do Estado e o respeito de regras para a manutenção do equilíbrio ambiental; (v) combate à corrupção, através da moralização da sociedade, do reforço do sistema judicial, da consolidação do Estado de Direito e da modernização da Administração Pública. Políticas Macroeconómicas, Financeiras e de Comércio Internacional. Continuar a pugnar por uma gestão macroeconómica rigorosa; pela manutenção de níveis adequados de abertura da economia, permitindo os fluxos necessários de ajuda, tecnologia, comércio e investimento; pela manutenção da estabilidade e desenvolvimento do sector financeiro. Ganham aqui relevância acções relativas à consolidação e reforma das finanças públicas, da gestão monetária, do fortalecimento da supervisão bancária, da actividade seguradora e dos sistemas de segurança social. Continua a ser prosseguida, nomeadamente através da participação activa de Moçambique nos processos do sistema de comércio internacional e nas negociações para o acesso aos mercados, uma inserção efectiva, e a um nível aceitável, do país no mercado mundial. Para tal considera o

Desenvolvimento Humano e Social CAP_2 AS PESSOAS Governo que a integração económica com os países da África Austral, no contexto da União Africana, poderá ser o baby step necessário para se dar um impulso consistente na ampliação de mercados que, com o desenvolvimento das políticas acima mencionadas no país, poderão ampliar efectivamente a viabilidade de uma produção nacional, permitindo o desenvolvimento de economias de escala e, por conseguinte, a modernização e o aumento da competitividade do parque industrial e o fortalecimento de investimentos partilhados na região. A estratégia do Governo de Moçambique considera assim que continuará a ser necessário o influxo de recursos externos concessionais (créditos), no médio e longo prazo. A superação da dependência na ajuda externa terá que ser gradual para não sufocar o tecido empresarial que se instale em território nacional, passando por isso pela elevação da eficiência da administração tributária, e da elevação da efectividade e eficiência na utilização dos recursos orçamentais colocados à disposição do Governo. Ciência, Tecnologia e Inovação Perante o desafio de o país participar activamente na produção de conhecimento e na resolução dos seus problemas específicos, o Governo de Moçambique está consciente que é necessário incutir na sociedade, nas pessoas e nas instituições a cultura científica, através da participação directa na produção, divulgação e uso do conhecimento. Neste âmbito, o Governo implementará a Política de Ciência e Tecnologia que tem por objectivo geral desenvolver um sistema integrado de produção e de gestão do conhecimento virado para as necessidades nacionais de forma a impulsionar o desenvolvimento sustentável do país. As tecnologias de Informação e Comunicação continuarão a constituir uma aposta fundamental para a melhoria da qualidade do ensino, bem como, para imprimir maior dinâmica aos actos administrativos, garantindo a eficiência no atendimento das preocupações das populações. Assim, continuar-se-á a promover a inovação científica e tecnológica, para tornar Moçambique mais competitivo ao nível regional e mundial. Neste sentido, o Governo de Moçambique tem os seguintes objectivos a serem atingidos: Desenvolver um sistema de investigação cientifica e de inovação integrado, dinâmico e de qualidade; Contribuir para desenvolver um sistema nacional de ciência e tecnologia; Contribuir para desenvolver o reforço do Sistema Nacional de Educação e Formação Profissional na componente de criação de capacidades cientificas e tecnológicas; Incentivas o ensino da ciência nas escolas; Promover a capacidade inovadora do sector produtivo nacional, incentivando a sua ligação com as instituições de investigação; Desenvolver um sistema de aquisição, disseminação e comunicação do conhecimento científico e tecnológico, aproveitando também as novas tecnologias de informação e comunicação; Difundir e popularizar a ciência e a tecnologia através do apoio a entidades de promoção de eventos. 31 Em termos gerais e na perspectiva do empreendedor importa reter que estes compromissos assumidos pelo Governo para os próximos cinco anos reflectem um forte investimento no capital humano necessário e indispensável à construção da competitividade do País. Encontramos, pois, a preocupação central de aliviar a pobreza e, em particular, a pobreza extrema, mas da qual derivam benefícios objectivos para o empreendedor nacional e estrangeiro. O combate à pobreza é um desafio do presente, mas a sua erradicação futura somente será possível se o país conseguir criar riqueza.

CAP_3 OS RECURSOS

Recursos Naturais CAP_3 OS RECURSOS Moçambique é predominantemente um território plano, ao nível do mar, crescendo no centro e norte até a um planalto de mais de 500 metros e montanhas de 2.600 metros de altitude. Na região sul a chuva é escassa, com excepção de uma estreita faixa litoral, mas o interior é essencialmente seco, savana com pendor árido onde a criação de animais é a principal actividade económica. A precipitação é maior e menos errática nas regiões centro e norte, que têm uma densidade populacional mais elevada e são essencialmente regiões produtoras de excedentes agrícolas. O país é atravessado por um grande número de rios, incluindo o Limpopo, o Lúrio, o Rovuma, o Save e o Zambeze. ABUNDÂNCIA DE RECURSOS ENERGÉTICOS E MINERAIS A abundância em hidro-electricidade é um dos recursos mais significativos do país, e ajuda a atrair investimento externo. Moçambique tem um potencial hidroeléctrico de cerca de 12,500 mw, 80% do qual concentrado ao longo da bacia do Zambeze. A produção hidroeléctrica está neste momento centrada na barragem de Cahora Bassa no Rio Zambeze. O gás natural também foi encontrado em quantidades comercialmente vantajosas e a exploração orientada para exportação já se iniciou. Moçambique, com a sua extensa linha costeira, tem significativos recursos marinhos, e os camarões eram o principal produto de exportação do país até ao desenvolvimento da indústria do alumínio. Recursos minerais são também substanciais (incluindo reservas de ouro, pedras preciosas, titânio, carvão, areias pesadas, hidrocarbonetos e bauxite). SECAS E CHEIAS SÃO FREQUENTES 34 Moçambique é propenso a severas secas e cheias. Tal como os países vizinhos, é provável estar a ser afectado pelas mudanças climatéricas globais uma vez que as mudanças sazonais da Zona de interconvergência Inter-Tropical responsável pelos padrões de precipitação do subcontinente estão a tornar-se cada vez mais erráticas. A seca de 1992 foi a pior de todo o século XX, contudo a precipitação foi superior à média para o resto dos anos 90, suportando um aumento da produção agrícola. Em 2000 uma enorme cheia atingiu as províncias do sul e centro de Moçambique, Maputo, Gaza, Inhambane, e Sofala, após pesadas chuvas que causaram o transbordo do leito dos seus rios. Para além de um número estimado de 700 mortos, mais de 1m de pessoas foram deslocadas e a actividade económica foi severamente afectada. Casas, fábricas e infra-estruturas críticas como estradas e pontes foram danificadas ou destruídas, realçando o quanto o país é vulnerável aos choques climatéricos. Uma vasta ajuda internacional foi recebida após as cheias de 2000 para reabilitação de infra-estruturas e reinstalação das populações. Os anos de 2003 e 2004 foram caracterizados por precipitação errática nas províncias do sul e centro, e em 2005 uma séria crise alimentar motivada pela seca emergiu no sul, afectando mais de 700,000 pessoas que foram alvo da assistência alimentar do PAM das Nações Unidas. A queda de chuva foi mais ou menos normalizada para a estação agrícola de 2005-2006, apesar de cheias localizadas e facilmente controláveis no sul e centro do país.

Agricultura CAP_3 OS RECURSOS Moçambique tem um elevado potencial agrícola, com uma área arável estimada de cerca de 36 milhões de hectares, dos quais apenas 10% são utilizados actualmente. A vasta diversidade de tipos de solos e condições climatéricas existentes no país tornam possível uma grande variedade de produções. A maioria da agricultura praticada no país é não-irrigada. Contudo, a rede de mais de 60 rios de Moçambique tem permitido a construção de pequenos esquemas de irrigação. O potencial total de área irrigável é de 3,3 milhões de hectares. Os principais sistemas de irrigação estão no Chókwe e nas plantações de açúcar do Incomati, Maragra, Buzi, Mafambisse e Luambo, cobrindo um total de cerca de 59.000 hectares. O vale do Zambeze tem grande potencial de investimento no sector agrário oferecendo um total de 5,5 milhões de hectares dos quais 2,5 milhões de hectares para a agricultura (podendo 1,5 milhões de hectares serem utilizados para agricultura intensiva, com regadios) e 2,2 milhões de hectares para silvicultura e florestas. Para promover o desenvolvimento desta área, o governo moçambicano criou o Gabinete do Plano e Desenvolvimento da região do Zambeze (GPZ), em 1995 com as funções de planificação, promoção, direcção, coordenação e supervisão do desenvolvimento da região abrangida pelo Vale do Zambeze. Para Moçambique a agricultura é factor de crescimento e a implementação do Programa Nacional de Desenvolvimento Agrário (PROAGRI), desde 1997, é fundamental na estratégia do Governo e dos doadores internacionais. O PROAGRI é um processo de reforma institucional cujo grande objectivo é a melhoria da eficiência entre os diferentes actores e o fornecimento de um enquadramento estratégico para o desenvolvimento agrário. Departamentos governamentais, organizações não governamentais e empresas estão a tentar promover a agricultura e aumentar os rendimentos das explorações agrícolas através de esquemas de out-grower, associações de agricultores e outras inovações para incentivar aumentos de produtividade. A modernização do sector agrícola é uma parte fundamental da estratégia de redução da pobreza do governo. As políticas actuais focalizam-se no incremento da produtividade e eficiência dos mercados rurais por forma a que os pequenos proprietários se envolvam mais em culturas para comercialização. 35 O retorno à paz nas zonas rurais, a restauração das redes rurais de comercialização e a melhoria geral do clima, permitiram um crescimento significativo do produto em finais da década de 1990 s. Contudo, muita da expansão na agricultura reflecte o rápido crescimento de catch-up do pós-guerra, e o sector continua a revelar muitas fraquezas, incluindo infra-estruturas insuficientes, baixa produtividade, fragmentação do mercado e condições climatéricas erráticas. Apesar da reabilitação de diversas estradas, a rede continua em más condições deixando grandes partes do país, particularmente as zonas mais férteis do norte, isoladas e muitas das vezes impenetráveis durante a estação das chuvas. Tal restringe em muito o potencial de venda de excedentes agrícolas. Dada a dimensão do país e as grandes distâncias, as províncias com maior défice alimentar são abastecidas de forma mais competitiva pela vizinha África do Sul. A agricultura representava ainda cerca de 22% do PIB em 2004, tendo contudo visto o seu peso no produto do país decrescer desde 1996 a 2000, registando-se nos anos seguintes algum incremento. A agricultura é o suporte da economia moçambicana empregando cerca de 75% da mão-de-obra e contribuindo para um valor estimado de 24,2% do PIB em 2005.