Sítio sobre Cartografia - Glossário 1 / 8



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Sítio sobre Cartografia - Glossário 1 / 8 Este glossário de termos cartográficos foi construído a partir daquele que pode encontrar em Maria Helena Dias (1991) Leitura e comparação de mapas temáticos, CEG, Lisboa (www.ceg.ul.pt), estando a ser actualizado por Joaquim Seixas. Outros glossários a consultar: Glossário de termos cartográficos de Alves Gaspar; Glossário de termos cartográficos da Universidade do Texas em Austin. ASSOCIAÇÃO CARTOGRÁFICA (grau de) Relação existente entre fenómenos representados cartograficamente. O grau de associação depende dos factos representados e dos critérios utilizados na comparação dos mapas. ASSOCIAÇÃO CARTOGRÁFICA INTERNACIONAL (A. C. I.) Associação internacional, filiada na União Geográfica Internacional (U. G. I.), reagrupando as de carácter nacional para a promoção e cooperação no domínio da Cartografia. ATLAS Conjunto de mapas, com formato e apresentação normalizados, que cobre sistematicamente um espaço e temas escolhidos (em geral, associado a um índice). Os atlas distinguem-se por certas características, tais como o tema, o objectivo ou a forma de apresentação. Entre os tipos de atlas consideram-se, por exemplo, os mundiais, os nacionais, os regionais e os locais ou ainda os escolares e os históricos. CARTOGRAFIA A cartografia compreende, tradicionalmente, o conjunto de métodos e de técnicas que conduzem à representação da superfície terrestre ou de outro planeta, sob a forma de mapas, globos, blocos-diagrama, etc. A elaboração é feita a partir de observações no campo, de exploração de documentação variada e ainda de dados fornecidos por aparelhos que registamos fenómenos terrestres. Recentemente, a Cartografia passou a incluir também na sua definição os estudos teóricos sobre a utilização desses documentos (A. C. I., 1973). CARTOGRAFIA AUTOMÁTICA; CARTOGRAFIA ASSISTIDA POR COMPUTADOR Ramo da Cartografia que se ocupa da produção de mapas a partir de tratamento informático dos dados. CLASSE 1. Classe estatística: conjunto de valores numéricos agrupados, caracterizado por um certo intervalo de variação que é definido pelos limites de classe, resultante da subdivisão de uma variável; 2. Classe espacial ou «região»: subdivisão da superfície terrestre em áreas que comportam características comuns. CLASSIFICAÇÃO (de dados) Agrupamento de uma série de observações (qualitativas ou quantitativas) em «tipos», segundo concepções que podem ser muito diversas. COMPARAÇÃO DE MAPAS Operação pela qual dois ou mais mapas são confrontados entre si de modo a procurar as relações existentes entre as distribuições e eventualmente determinar-se o seu grau de associação cartográfica. Geralmente distinguem-se as comparações visuais das numéricas. COMPLEXIDADE CARTOGRÁFICA Atributo inerente a qualquer mapa, que traduz a dificuldade de apreensão da informação representada. A complexidade visual, que decorre da leitura do mapa, está estreitamente relacionada com os símbolos e o modo como se distribuem. Certos aspectos de que se reveste a complexidade cartográfica podem ser numericamente avaliados (complexidade «objectiva» ou mensurável), tais como a contiguidade dos símbolos cartográficos ou o tipo

Sítio sobre Cartografia - Glossário 2 / 8 de distribuição espacial. CONTEÚDO; TEMA (do mapa) Conjunto de factos representados num mapa que constitui o assunto central, geralmente mencionado no título. Num mapa temático, distingue-se o conteúdo, que o caracteriza, do fundo, que suporta a representação do tema. CONTRASTE (do mapa) Este aspecto, condição fundamental de legibilidade cartográfica, raramente é definido; considera-se intuitivamente que o conceito compreende um conjunto de diferenças percebidas ou medidas (contraste visual ou «objectivo»), que resulta do contraste dos símbolos e da extensão e distribuição espacial desses símbolos no mapa. COR 1. Propriedade psicofisiológica que caracteriza a sensação resultante da percepção visual de radiações provenientes de uma superfície, iluminada por luz branca (A. C. I., 1973). Utilizase, por vezes, no mesmo sentido de tonalidade; 2. Em Cartografia, a utilização da cor (proveniente de tintas) permite distinguir e exprimir fenómenos; por isso, a cor é considerada um tipo de símbolo cartográfico. CORES HIPSOMÉTRICAS Sequência de cores espectrais destinadas representar classes de altitude. Nesta sequência, a cor encontra-se geralmente ordenada do verde (menor altitude) ao castanho-avermelhado (maior altitude), sendo o azul reservado à representação batimétrica. CROQUIS OU ESBOÇO REGIONAL / MAPA DE SÍNTESE OU SINTÉTICO Mapa temático, essencialmente concebido com fins explicativos, que representa, de forma muito generalizada, fenómenos geográficos no seu conjunto, realçando as suas relações espaciais. O mapa de síntese ou mapa sintético constitui uma variante mais generalizada do «croquis» ou esboço regional. DIMENSÕES PSICOLÓGICAS DA COR Referem-se às três características que definem a cor em qualquer sistema de identificação das cores baseado nas reacções humanas, como é o caso do sistema de MUNSELL (A. H. ROBINSON, 1967; A. ROBINSON et al., 1978). Estas dimensões são geralmente referidas neste sistema por cor ou tonalidade, croma (equivalente ao conceito de intensidade) e «valor». DISPOSIÇÃO; ARRANJO (da trama) Forma como se organizam os elementos gráficos que constituem as tramas regulares. Se estas forem de pontos, a disposição pode ser em quadrado ou em triângulo, formando as linhas imaginárias que unem os pontos (linhas ou eixos visuais) ângulos de 90º ou de 60º; numa disposição em quadrado há dois eixos visuais, ao longo dos quais os olhos tendem a organizar os pontos, enquanto eles são três numa disposição triangular. DIVISÃO EM CLASSES (em Cartografia) Designa geralmente o processo particular de classificação de dados, em que há partição de um conjunto de valores numéricos (variável) que passam a estar agrupados num certo número de categorias ou classes. De um ponto de vista cartográfico, o principal objectivo deste tratamento prévio dos dados resulta da necessidade de reduzir a informação a representar, facilitando a elaboração e a leitura do mapa. ELEMENTOS DO MAPA As várias partes que acompanham e integram o mapa. Geralmente distinguem-se os elementos fundamentais (título, legenda e escala), imprescindíveis à leitura do mapa, e os acessórios (esquadria, rede de coordenadas, orientação, etc.), que o acompanham secundariamente e que variam de mapa para mapa. ESCALA (do mapa)

Sítio sobre Cartografia - Glossário 3 / 8 Razão entre uma distância no mapa e a distância real correspondente. A escala pode ser numérica ou gráfica. No primeiro caso, o numerador da fracção (distância no mapa) corresponde a 1 e o denominador indica a distância real, na mesma unidade de medida; para a exprimir, utiliza-se geralmente uma das seguintes notações: 1/50 000 ou 1:50 000, sendo preferível a segunda forma à primeira. FUNDO (do mapa) 1. Conjunto de informações representadas que serve de suporte ao conteúdo do mapa temático, como os limites administrativos, os cursos de água ou a linha de costa. O fundo de um mapa pode ser constituído por elementos significativos, relativamente ao tema abordado, ou por meras referências espaciais; 2. Este conceito surge, por vezes, referido em sentido mais lato, para exprimir a superfície sobre que assenta ou que envolve um mapa ou os símbolos cartográficos. GRÁFICO; DIAGRAMA Representação geométrica da estrutura ou da evolução de um fenómeno. Existem muitos tipos de gráficos com designações apropriadas, como o histograma, o diagrama triangular, o gráfico de barras, a rosa-dos-ventos, etc. GRAFO Representação esquemática da distância topológica numa rede, constituída por nós ou vértices (pontos que correspondem a lugares) e por arcos, que estabelecem as ligações entre os primeiros; o seu objectivo principal é mostrar a estrutura das ligações. Um exemplo muito conhecido é a representação da rede do metropolitano, que orienta os seus utentes. IMAGEM (mental) Refere-se ao conjunto de informações conceptuais, provenientes da memória a longo prazo, e perceptivas, resultantes da experiência directa dos sentidos, que existem na presença dos objectos observados. Frequentemente confunde-se este conceito com representação mental. Mas este último é atribuído à evocação de objectos, na sua ausência, ou, caso estejam presentes, complementam o seu conhecimento perceptivo mas a partir de elementos que no momento não estão presentes. IMPLANTAÇÃO GRÁFICA Utilização do plano de representação, geralmente a folha de papel. Para exprimir graficamente os fenómenos, dispõe-se de três tipos de implantação: pontual, linear e em mancha. IMPRESSÃO CARTOGRÁFICA Reprodução do mapa por intermédio de processos de impressão, isto é, por deposição de substâncias coloridas (tintas) sobre um suporte de impressão. A impressão «offset» constitui um dos vários processos existentes. INTERPOLAÇÃO Operação pela qual se determina um conjunto de valores a partir de outros previamente conhecidos, entre os quais se colocam os primeiros. A interpelação é utilizada, por exemplo, para o traçado de isolinhas. INTERVALO DE CLASSE Designa as características das classes resultantes da aplicação de processos de divisão em classes. Os intervalos de classe podem ser constantes, mantendo iguais amplitudes, em progressão, se são progressivamente crescentes de acordo com uma certa razão, ou irregulares, se as amplitudes das várias classes variam sem regras definidas. ISOLINHA Linha que une pontos com o mesmo valor, determinado ou estimado, na representação de um fenómeno de carácter contínuo. As isotérmicas, as isoietas, as curvas de nível (ou isoipsas), as isóbaras, as isótimas e as isócronas são exemplos de isolinhas com

Sítio sobre Cartografia - Glossário 4 / 8 designação apropriada ao fenómeno representado. ISOPLETA Isolinha referida à representação de fenómenos cujos valores não se reportam a nenhum ponto particular do mapa. É o caso, por exemplo, do número de habitantes por km2. LEGENDA (do mapa) Um dos elementos do mapa, constituído pelos símbolos nele utilizados e por uma explicação sucinta do seu significado. Num mapa temático, distingue-se geralmente a legenda explícita da implícita: é nesta última que se consideram os símbolos do fundo do mapa que os leitores identificam sem necessidade de explicação (como sejam os cursos de água ou a linha de costa). LIMITES DE CLASSE Valores numéricos que caracterizam o intervalo de variação de uma classe: limites superior e inferior. MAPA; CARTA Representação gráfica plana de toda ou parte da superfície da Terra ou do Universo e de fenómenos concretos ou abstractos aí localizados. Em português, a expressão mapa é preferível a carta. MAPA COROGRÁFICO Mapa, na escala 1:100 000 ou mais pequena, que representa os traços gerais de uma região ou conjunto de regiões, de um país ou de vários. As suas características, no que respeita ao conteúdo e à representação, são muito semelhantes às dos mapas topográficos. MAPA COROPLETO Mapa temático que representa dados numéricos, geralmente agrupados em classes, referidos a unidades espaciais (administrativas ou outras), cujo conteúdo é representado por manchas, correspondentes à base espacial, através de sequências de símbolos que expressam a variação das classes (ou dos próprios dados, no caso de serem estes representados); estes mapas são, portanto, reservados à representação de fenómenos descontínuos. «Choros» e «plethos», provenientes do grego, correspondem a lugar e magnitude ou importância, respectivamente. MAPA DE BASE 1. Mapa que serve de suporte à representação do mapa temático. Neste sentido, os topográficos e os corográficos são exemplos de mapas de base; 2. Série das folhas do mapa topográfico que constitui a cobertura sistemática de um país, do qual derivam outros mapas. É o caso, em Portugal, das folhas do mapa topográfico, na escala 1:25 000, do Instituto Geográfico do Exército. MAPA DE CÍRCULOS PROPORCIONAIS Mapa temático que representa um fenómeno de natureza quantitativa por intermédio de círculos, cuja superfície é geralmente proporcional aos dados. MAPA DE FLUXOS Mapa temático que representa, através de linhas com largura variável (geralmente em relação com os valores numéricos ou classes de valores), características de fenómenos lineares e em movimento (exemplos: número de veículos nas estradas; comércio externo). MAPA DE ISOLINHAS Mapa temático que representa fenómenos, que são contínuos no espaço, através de isolinhas. Ver mapa isopleto. MAPA DE PONTOS Mapa temático que representa um fenómeno de natureza quantitativa por intermédio de

Sítio sobre Cartografia - Glossário 5 / 8 pontos de valor constante (ou pontos de valor unitário) e de igual tamanho, repartidos uniformemente ou não (implantação gráfica pontual ou em mancha). MAPA ESTATÍSTICO Expressão que foi utilizada durante muito tempo (mas que caiu em desuso) para designar qualquer mapa temático que represente valores numéricos, geralmente referidos a unidades administrativas (A.C.I., 1973). Este conceito abrangia vários tipos de mapas temáticos, hoje conhecidos por termos específicos. MAPA HIPSOMÉTRICO Mapa que representa classes de altitude através de sequências cromáticas convencionais, conhecidas como cores hipsométricas. MAPA ISOPLETO Mapa temático que representa fenómenos através de isopletas, cujo traçado se faz, por interpelação., a partir de um número limitado de valores, geralmente referentes a uma certa base espacial e atribuídos ao seu centro administrativo ou geométrico. Ver mapa de isolinhas. MAPA-MUNDI Mapa que representa toda a superfície da Terra (ou de outro planeta), com separação de dois hemisférios distintos representados por círculos. Ver planisfério. MAPA TEMÁTICO Mapa que representa, sobre um fundo mais ou menos simplificado (mapa topográfico ou informações recolhidas deste ou doutros tipos de mapas), fenómenos localizáveis de qualquer natureza, qualitativos ou quantitativos. O uso desta expressão exclui convencionalmente os mapas topográficos (A.C.I., 1973). MAPA TOPOGRÁFICO; CARTA TOPOGRÁFICA Mapa cuja finalidade principal é representar os aspectos altimétricos e planimétricos da superfície da Terra, tão fielmente quanto a sua escala o permita (A.C.I., 1973). Os mapas definem-se também pela escala, geralmente compreendida entre 1:10 000 e 1:50 000 (ou 1:100 000). PLANISFÉRIO Mapa que representa toda a superfície da Terra (ou de outro planeta), sem separação de hemisférios. Ver mapa-mundo. PRECISÃO CARTOGRÁFICA Rigor da representação da informação no mapa. A precisão depende, entre outros factores, da escala do mapa e da qualidade do levantamento, das técnicas de desenho e de reprodução e da acuidade visual. Ao contrário do que acontece nos mapas topográficos, este atributo não é fundamental na maioria dos mapas temáticos, embora nunca se atinja a precisão absoluta porque os erros gráficos (técnicos ou humanos) são inevitáveis. PRODUÇÃO CARTOGRÁFICA 1. Em sentido amplo, inclui todas as etapas do processo da elaboração do mapa, desde a sua concepção até à divulgação do documento final; 2. Geralmente é utilizado em sentido restrito, para referir a fase mais técnica da elaboração cartográfica, isto é, do desenho e da reprodução do mapa. QUADRÍCULA 1. Sistema de referenciação espacial constituído por rectas que se intersectam perpendicularmente, com separação uniforme, delimitando quadrados (exemplo: quadrícula quilométrica UTM). Este sistema permite definir a posição de qualquer ponto no plano através de coordenadas rectangulares, qualquer que seja o sistema de projecção, em vez de os referir a partir da rede de paralelos e meridianos; 2. A utilização da quadrícula nos mapas

Sítio sobre Cartografia - Glossário 6 / 8 temáticos, como base espacial dos dados, tem vantagens relativamente a um fundo administrativo: características homogéneas das áreas que referendam o tema, facilidade de armazenar os dados e automatizar a produção dos mapas, entre outras.tomatizar a produção dos mapas, entre outras. REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA Refere-se à transcrição num mapa de objectos ou fenómenos por intermédio dos símbolos cartográficos (ver simbolização); acto de codificar a informação no mapa. REPRESENTAÇÃO QUALITATIVA Representação cartográfica de atributos não quantitativos dos fenómenos. REPRESENTAÇÃO QUANTITATIVA Representação cartográfica das características mensuráveis dos fenómenos. SEMIOLOGIA GRÁFICA Estudo dos símbolos gráficos, nas suas propriedades e relações com a informação que exprimem. No seu livro intitulado «Sémiologie graphique» (l.a ed., 1967), J. BERTIN definiu os conceitos-chave, sendo ainda hoje a obra mais notável sobre o tema. SEQUENCIA; PROGRESSÃO (em mapas coropletos) Conjunto ordenado de símbolos em mancha, geralmente em número restrito, que varia em toda ou parte da gama do «valor» ou ainda, secundariamente, noutros aspectos, com vista à representação de classes. SIMBOLIZAÇÃO Reserva-se à atribuição (escolha e elaboração) de símbolos para representar o tema (ou temas) em mapas temáticos; neste sentido, é um termo mais restritivo do que representação cartográfica, que envolve toda a representação no mapa. SÍMBOLO (cartográfico) Indicação gráfica de um objecto ou fenómeno, evocando-o de forma simplificado ou esquematizada, com representação mais ou menos rigorosa ou sugerindo a área que ocupa. Símbolo diferencia-se de elemento gráfico, pois que este último se refere aos constituintes unitários do primeiro. Consideram-se várias categorias de símbolos cartográficos: pontos, linhas ou manchas (consoante a sua forma de implantação gráfica), figurativos ou abstractos (mais ou menos evocadores da realidade), proporcionais, geométricos, etc. (segundo as características neles envolvidas). Não é usual, em Cartografia, utilizar a palavra sinal como sinónimo ou com significado aproximado; exceptua-se sinal convencional, que designa certos símbolos dos mapas topográficos ou afins que não poderiam ser representados a não ser com uma dimensão propositadamente exagerada em relação à escala do mapa. SÍMBOLO ABSTRACTO Símbolo cuja forma gráfica não tem relação com a aparência do objecto representado, não o evocando, ao contrário do símbolo figurativo. Os símbolos geométricos são muitas vezes abstractos. SÍMBOLO EM MANCHA Símbolo com aspecto uniforme (cor ou trama) que representa num mapa a área onde ocorre um fenómeno ou onde ele apresenta certas características. SÍMBOLO FIGURATIVO / PICTOGRAMA Símbolo, geralmente estilizado, que evoca pessoas, animais, objectos ou ideias. SÍMBOLO GEOMÉTRICO 1. Símbolo pontual correspondente a uma figura geométrica elementar (triângulo, quadrado, rectângulo, círculo ou semicírculo); 2. Símbolo em mancha constituído por elementos gráficos (pontos, linhas ou outros) regularmente repetidos; trama.

Sítio sobre Cartografia - Glossário 7 / 8 SÍMBOLO LINEAR / LINHA 1. Símbolo cuja largura é desprezível em relação ao comprimento, sendo utilizado para representar objectos ou fenómenos que seguem uma direcção dominante ou para delimitar informações. A isolinha é um símbolo linear; 2. Nos mapas temáticos podem ocorrer símbolos lineares cuja largura traduz a variação numérica da informação (exemplo: fluxos de veículos ou mercadorias). Ver mapa de fluxos. SÍMBOLO PONTUAL / PONTO 1. Elemento gráfico de dimensão mínima que permite representar objectos cujo tamanho real não é susceptível de tradução gráfica à escala; 2. Nos mapas temáticos, os símbolos pontuais são geralmente figuras geométricas, podendo adquirir superfícies consideráveis quando representam dados numéricos (caso dos mapas de círculos proporcionais, por exemplo). SÍMBOLO PROPORCIONAL Símbolo, muitas vezes pontual, cuja dimensão varia com a importância numérica do fenómeno representado. Ver, por exemplo, mapa de círculos proporcionais. SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO DAS CORES Conjunto de regras que descreve e especifica as cores, em termos numéricos, sem ambiguidade. Há vários sistemas, uns baseados na análise das características físicas da luz e outros nas reacções humanas a essas características. Entre os primeiros, situa-se o sistema CIE (Commission Internationale de l'éclairage); entre os últimos, o de MUNSELL é dos mais conhecidos e utilizados. Nestes sistemas, cada cor é definida em função de três características físicas (que são diferentes das percebidas) ou psicológicas (ver dimensões psicológicas da cor). SISTEMA DE MUNSELL Sistema de identificação de cores construído com base no modo como as cores são observadas; a designação deriva do seu criador (A. H. MUNSELL). Neste sistema, cada dimensão psicológica da cor é subdividida em intervalos iguais, do ponto de vista visual, contando actualmente com mais de 1500 espécies identificadas. SISTEMA DE PROJECÇÃO CARTOGRÁFICA Correspondência matemática entre os pontos de um elipsóide de referência ou de uma parte dele e os pontos de um plano. Para a representação cartográfica da superfície terrestre, esta é supostamente projectada no elipsóide de referência. As projecções cartográficas podem ser classificadas de diversos modos, atendendo, por exemplo, à superfície de projecção (azimutal, cónica, cilíndrica) ou à posição do seu eixo de simetria (normal, transversa, oblíqua) e às suas propriedades de conservação (equivalente, conforme e compensada ou afilática). TEXTURA (da trama) Espaçamento dos elementos gráficos de uma trama (pontos, linhas ou outros), expresso pelo número desses elementos que se repetem por unidade de comprimento (sendo geralmente utilizada a polegada linear). Numa trama regular de pontos, por exemplo, o espaçamento é medido entre os centros dos pontos. Uma textura fina apresenta um elevado número de linhas, isto é, de fiadas de pontos ou de elementos que se repetem, por polegada (geralmente compreendidas entre 60 e 100 ou mais); uma textura grosseira refere-se, pelo contrário, à existência de um número reduzido de fiadas (geralmente inferiores a 40) (H. W. CASTNER e A. H. ROBINSON, 1969). TÍTULO (do mapa) Conjunto de indicações escritas que identifica sucintamente o mapa, compreendendo o tema e, nalguns casos, o espaço representado ou outras informações. TONALIDADE

Sítio sobre Cartografia - Glossário 8 / 8 1. Comprimento de onda predominante numa cor;2. Propriedade que distingue uma cor da outra. TRAMA (cartográfica) Símbolo em mancha constituído por elementos gráficos (pontos, linhas ou outros) que se repetem regularmente, conferindo-lhe uma aparência uniforme. UNIDADE ESPACIAL (do mapa) Superfície delimitada que serve de suporte à recolha e armazenamento dos dados e à sua representação temática (ver mapa coropleto); corresponde geralmente a cada um dos elementos da divisão administrativa ou da quadrícula. UTILIZAÇÃO (do mapa) Refere-se ao processo que permite passar da informação do mapa à imagem mental da realidade; compreende três actividades principais: leitura (ou discriminação do que está representado), análise (ou detecção de estruturas interessantes) e interpretação (ou explicação das estruturas cartográficas observadas) (P. C. MUEHRCKE, 1978, p. 8). Este conceito é geralmente empregue em sentido mais amplo do que o da leitura do mapa. VALOR (da trama, da cor ou de outro símbolo cartográfico) Sensação de claro ou escuro, referendada a séries ordenadas de cinzentos conhecidas como escalas de cinzento. Corresponde à medida psicofísica da relação preto/branco. Este parâmetro, que descreve a negrura percebida, é referido de 0 (preto) até um limiar máximo (branco), que varia com o sistema de identificação das cores (sendo de 10 no de MUNSELL). Página desenvolvida por Joaquim Seixas. 2001-2006. Todos os direitos reservados