CTENOCEPHALIDES CANIS E CTENOCEPHALIDES FELIS: REVISÃO DE LITERATURA



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Transcrição:

CTENOCEPHALIDES CANIS E CTENOCEPHALIDES FELIS: REVISÃO DE LITERATURA OLIVEIRA, Amanda Claudia de MACHADO, Juliane de Abreu Campos ANTÔNIO, Nayara Silva Acadêmicos da Associação Cultural e Educacional de Garça - FAMED. NEVES, Maria Francisca Docente da Associação Cultural e Educacional de Garça FAMED RESUMO A pulga Ctenocephalides spp causa problemas freqüentes em cães e gatos. Como não possui um hospedeiro definitivo ataca os animais domésticos causando dermatite, alergia, entre outros problemas. A falta de controle desse inseto pode causar problemas para os seres humanos devido o seu contato com animais infestados. Ela possui um ciclo evolutivo favorável facilitando a infestação do ambiente e de animais. Palavras-chave: cão, Ctenocephalides, dermatite, gato. Tema central: Medicina Veterinária ABSTRACT The flea Ctenocephalides spp cause frequent problems in dogs and cats. As it does not possess a definitive host attacks the domestic animals causing dermatitis, allergy, among others problems. If not eradicated can parasit humans beans because the contact of this with the infested. It possess a favorable cycle what she makes with that occurs its infestation easily Keywords: dog,ctenocephalides,dermatitis, cat. Track central: Veterinary Medicine 1. INTRODUÇÃO

As pulgas são insetos hematófagos pequenos, sem asa. Embora existam mais de 2.000 espécies e sub-espécies no mundo, a Ctenocephalides canis e Ctenocephalides felis são as espécies mais comuns em cães e gatos, respectivamente. Os sintomas normalmente são sazonais, principalmente em meses quentes, em zonas temperadas e freqüentemente não-sazonais em regiões tropicais e subtropicais, e pode ocorrer irritação devido à ação alérgica e tóxica da saliva no ato da picada. Alguns animais podem desenvolver no local da picadavuma hipersensibilidade resultando em prurido, dermatite crônica não específica e infestações secundárias. O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão de literatura sobre este inseto e os problemas que podem causar aos animais. 2. REVISÃO DE LITERATURA As pulgas são insetos achatados lateralmente, sem asas, pertencentes ao Filo Arthropoda, à classe Insecta e à ordem Siphonaptera (FORTES, 2004). Estes insetos podem ser vistos a olho nú e não demonstram claramente as delimitações normais entre as partes do corpo (cabeça, tórax e abdômen) como a maioria dos insetos. O terceiro par de pernas é bem mais largo e facilita o incrível potencial de salto destes insetos. Pulgas adultas são, normalmente, de coloração entre o marrom escuro e médio. Na medicina veterinária, as pulgas são comumente encontradas em cães e gatos, entretanto, elas também vivem em uma variedade de outros animais domésticos e pequenos selvagens. Em geral as pulgas se mudam para uma espécie diferente de hospedeiro se o hospedeiro preferencial está inacessível, além de os deixarem após a obtenção do alimento (SLOSS et al., 1999). Após o repasto sangüíneo, a fêmea deposita cerca de vinte ovos de cada vez que caem no chão ou são depositados. Mas, em fortes infestações, o corpo dos animais pode albergar ovos, larvas e adultos simultaneamente. As larvas alimentamse de detritos orgânicos, fezes e sangue seco provenientes das pulgas adultas, são freqüentes no pó doméstico e fendas de assoalho. Após alimentarem-se e

crescerem passam para o próximo estádio e formam casulos (pupa) (LEITÃO e MAIRELES, 1983). Estes insetos são parasitas temporários que resistem muito tempo ao jejum. Os proprietários dos animais de estimação, no regresso a casa, após período de férias, são por vezes atacados por pulgas famintas. Nota-se também um intervalo entre a morte do cão e do gato de estimação numa residência e o ataque das pulgas aos seus proprietários, é o tempo entre a postura dos ovos e da saída de novos insetos adultos dos casulos (LEITÃO e MAIRELES, 1983). Os cães que não são alérgicos a pulgas podem não manifestar sintomas, portadores assintomáticos, mas desenvolvem anemia, teníase, irritação cutânea discreta, dermatite piotraumática e/ou dermatite acral por lambedura. Em cães alérgicos as lesões incluem erupções pruriginosas, pápulas, crostas, eritema, seborréia, alopecida, escoriações, piodermatite, hiperpigmentação e/ou liquineficação secundárias. As lesões localizam-se principalmente na região lombosacra dorsocaudal, dorso da inserção da cauda, porção caudomedial da coxa, abdome e flancos (MEDLEAU e HNILICA, 2003). Os gatos que não alérgicos também podem não apresentar sintomas, mas desenvolvem anemia, teníase ou irritação cutânea discreta. Já em gatos alérgicos comumente apresenta-se como dermatite miliar pruriginosa com escoriações, crostas e alopecia secundárias no pescoço, região lombosacra dorsal, porção caudomedial da coxa e/ou região ventral do abdome. Outros sintomas incluem alopecia simétrica secundária ás lesões do complexo granuloma eosinofílico (MEDLEAU e HNILICA, 2003). O Ctenocephalides é o único gênero importante no cão e no gato. Ocorrem Ctenocephalides canis e C. felis, porém o C. felis é bem mais disseminada, e em muitas regiões é a espécie dominante em cães e no homem, bem como em gatos. Ambas as espécies podem atuar como hospedeiros intermediários do cestóide comum nestes animais domésticos Dipylidium caninum e do filarídeo de cães Dipetolonema reconditun. Embora a pulga adulta possa adquirir a infestação por filarídeos mediante a ingestão de microfilárias num repasto sanguíneo, as peças bucais especializadas não permitem a ingestão dos ovos de Dipylidium, e esta

infestação pode ser adquirida apenas pela larva da pulga, cujas peças bucais são mastigadoras. O desenvolvimento do cestóide ocorre simultaneamente ao da pulga, de tal maneira que o adulto contêm o cisticercóide (LEITÃO e MAIRELES, 1983; MEDLEAU e HNILICA, 2003). Além disso, o gênero Ctenocephalides é o responsável pela ocorrência de dermatite alérgica à picada de pulga em cães e gatos (URQUHART, 1998). Atualmente existem muitas medidas profilaticamente para se controlar esse inseto, como coleiras, inseticidas devendo-se ter o cuidado com reação alérgica e/ou tóxica. Nos locais das picadas usar antibióticos, corticosteróides e anti-histamínicos. Além disso, deve-se combater as pulgas também no meio ambiente já que a maior parte do seu ciclo de vida ocorre no meio ambiente. Para animais hipersensíveis pode se recorrer a dessensibilização com antígenos de pulgas. Em gatos não esquecer a grande sensibilidade aos organocloretados (LEITÃO e MAIRELES, 1983). 3. CONCLUSÃO Segundo o que foi exposto nessa revisão pode-se conclui que, a melhor maneira de se controlar infestação por pulgas é tratar os animais e também as áreas que ele permanece a maior parte do tempo. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS FORTES, E. PARASITOLOGIA VETERINÁRIA. Editora Ícone, 4 ed., p. 215-220, 2004. LEITÃO, J.L.S; MAIRELES, J.A.F.S. DOENÇAS PARASITÁRIAS DO CÃO E DO GATO. Editora Litexa Portugal, p. 98-100, 1983. MEDLEAU, L; HNILICA, K.A. DERMATOLOGIA DE PEQUENOS ANIMAIS. Editora Roca, p. 78-80/113-115, 2003. SLOSS, M.W; ZAJAC, A.M; KEMP, R.L. PARASITOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA. Editora Manole. 6 edição. p. 134-135, 1999.

UQUHART, G.M; ARMOUR, J; DUNCAN, J.L; DUNN, A.M.; JENNINGS, F.W. PARASITOLOGIA VETERINÁRIA. Editora Guanabara koogan, 2 ed, p.154-155, 1998.