Oficina Regionalização: dividindo o espaço



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Docente: Willen Ferreira Lobato

Transcrição:

Caro Estudante: Oficina Regionalização: dividindo o espaço Oficina CH/EF Esta oficina tem como objetivo proporcionar reflexões sobre o ato de dividir um continente ou um país em partes ou pedaços, que recebem o nome de regiões. Regionalizar, ou seja, dividir em regiões é uma prática muito importante para o estudo da Geografia e das demais Ciências Humanas, e seu objetivo principal é facilitar nosso estudo e compreensão dos fenômenos humanos. Por meio da prática de regionalizar torna-se perceptível que cada região é dotada de uma história e de uma cultura que lhe é própria, mas que também interage com as outras regiões. Neste contexto, torna-se claro que dividir o espaço em pedaços nos faz perceber que existem histórias regionais. Para facilitar nossos estudos, nesta oficina, refletiremos sobre algumas regionalizações do Brasil. Como você já sabe, o território brasileiro é vasto. Tal vastidão faz do Brasil o quinto maior país em termos de dimensões territoriais. Disponível em: http://www.escalageografica.com/2011/02/mapas-mudos.html Acesso em: 11 abr. 2011 Assim sendo, cabe fazermos as seguintes perguntas: você conhece as formas como comumente o Brasil é regionalizado? Já parou para pensar nelas e se seria possível dividi-lo de outras formas? Será que tais divisões realmente nos ajudam a entender melhor o passado e o presente de nosso País? Esperamos que ao final das atividades propostas você se sinta apto para: Bom trabalho! Conhecer e identificar as diferentes formas de regionalizar o território brasileiro (complexos regionais e IBGE); Diferenciar, a partir de aspectos físicos, históricos, culturais e socioeconômicos, cada uma das regiões segundo a regionalização do IBGE e a divisão em complexos regionais; Refletir criticamente sobre os fatores históricos e econômicos que determinaram as desigualdades entre as regiões brasileiras. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 1 -

Regionalizar o espaço geográfico é dividi-lo em regiões, levando em conta as diferenças paisagísticas e a organização sócio-econômica das diversas áreas. É possível regionalizar espaços geográficos grandes ou pequenos. Pode-se regionalizar um bairro, dividindo-o em áreas residenciais, industriais, e comerciais. Pode-se também dividir o mundo inteiro, identificando, por exemplo, regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas. O espaço geográfico é um espaço diferenciado. Paisagens diversas aparecem aos olhos de quem se desloca, produzindo sensações de alegria, espanto, curiosidade etc. Viajando de carro ou de ônibus, observamos uma sucessão de imagens: montanhas e vales desaparecem e são substituídas por planícies, florestas verdejantes tomam o lugar de arbustos ressecados ou gramíneas rasteiras. Viajando de avião, abaixo da camada de nuvens, observamos campos cultivados que desenham formas geométricas, pastagens extensas quase vazias, montanhas recobertas de árvores. Quando o avião decola ou aterrissa, aparecem edifícios, favelas, ruas movimentadas, chaminés; o que se vê é uma típica paisagem urbana. Quais são as causas de todas essas diferenças? Por que o espaço geográfico apresenta paisagens tão variadas? A primeira causa da variedade de paisagens está na natureza. A natureza é bastante diversificada. Ela produz variações muito grandes no espaço geográfico. Climas, relevo, solos e vegetação são responsáveis pelo aparecimento de diferentes paisagens naturais. Lugares muito quentes e secos exibem vegetação pobre, de arbustos cinzentos e gramíneas esparsas. Lugares quentes e úmidos exibem vegetação florestal e grandes rios. Em lugares frios aparecem monótonas florestas de pinheiros. A segunda causa da variedade de paisagens está na sociedade. A produção de riquezas e as culturas diferenciam o espaço geográfico e as paisagens. Algumas áreas já se encontram ocupadas pela economia industrial há bastante tempo. Com isso, foram profundamente modificadas pelo trabalho social dos homens que ergueram cidades e indústrias, cultivaram os campos, construíram rodovias e ferrovias. Outras áreas dedicam-se à produção agrícola, que, em alguns lugares ocorre de forma tradicional e, em outros, de forma mecanizada. Segundo o geógrafo Lobato Corrêa, a noção de região pode ser definida como uma fração do espaço diferenciada pelo seu caráter de individualidade e singularidade seja natural, social econômico e político. Quando se faz referência à região amazônica, por exemplo, está explicito que se trata de uma porção do território brasileiro, mas que se diferencia do restante do País por possuir aspectos históricos e geográficos singulares que lhe são particulares, tais como a presença de uma densa floresta equatorial no presente e a ocorrência do ciclo da borracha no passado. Agora que sabemos o que é regionalizar, vamos pensar no caso de nosso país. Como podemos dividilo? Setor de Educação de Jovens e Adultos - 2 -

1-) IBGE e Complexos regionais: as duas formas mais usadas de regionalizar o Brasil Oficina CH/EF O território do Brasil já passou por diversas divisões regionais. A primeira proposta de regionalização foi realizada em 1913 e dividia o país em cinco regiões: Setentrional, Norte Oriental, Oriental, Central e Meridional. Você já tinha ouvido falar dela? Diferente, não é mesmo? Observe-a, com atenção, no mapa abaixo: BRASIL DIVISÃO EM REGIÕES DE 1913 Disponível em: http://www.brasilescola.com/upload/e/divisao1%20.jpg Acesso em: 11 abr. 2011 Após essa regionalização, outras propostas surgiram por conta da constante tentativa de se encontrar uma divisão em regiões capaz de dar conta das principais características econômicas, culturais, físicas e sociais dos Estados da Federação. A percepção de que existe uma história das regionalizações do Brasil é importante para que não tenhamos a falsa impressão de que existe apenas uma ou duas formas únicas de se regionalizar o País. Na verdade, uma vez que toda regionalização é uma classificação, é possível criarmos vários tipos diferentes de regionalizações, todas certas ao mesmo tempo e cada uma evidenciando um determinado aspecto realidade da realidade! Na atualidade, existem duas divisões mais utilizadas: IBGE e Complexos Regionais. Como estudante de Ciências Humanas da EJA você deve ser capaz de diferenciar, a partir de aspectos físicos, históricos, culturais e socioeconômicos, cada uma das regiões segundo a regionalização do IBGE e a divisão em complexos regionais. Vamos retomá-las, então? Setor de Educação de Jovens e Adultos - 3 -

Pois bem, dentre as duas regionalizações utilizadas em nossos dias, a mais conhecida e difundida nos meios de comunicação foi proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na década de 1970 e recebeu adaptações em 1990, em razão das alterações da Constituição de 1988. Ela se caracteriza por dividir o território em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste, Sul. Outra característica marcante é que ela respeita as fronteiras estabelecidas entre os Estados da Federação. Observe-a, com atenção, no mapa abaixo: BRASIL -REGIÕES SEGUNDO O IBGE O mapa ao lado demonstra as cinco regiões brasileiras, segundo o IBGE: Número 1: Região Centro-Oeste Número 2: Região Nordeste Número 3: Região Norte Número 4: Região Sudeste Número 5: Região Sul Disponível em: http://vocesabendomais.blogspot.com/2009/03/asregioes-geograficas-do-brasil.html Acesso em: 11 abr. 2010 A divisão do Brasil em regiões, proposta pelo IBGE, é usada para vários fins, dentre os quais o próprio censo demográfico, fundamental para que possamos conhecer a realidade do nosso País. Vale destacar também que os dados obtidos pelo censo funcionam como facilitadores de todo processo de investimentos feitos pelo governo federal e também pelos governos estaduais e municipais. O problema apresentado por essa proposta é justamente o de não considerar os problemas socioeconômicos de cada Estado brasileiro. Para entender melhor isso, vamos pensar juntos: o norte do Estado de Minas Gerais se parece mais com a Bahia ou com Belo Horizonte, sua capital? E o Maranhão, afinal, é floresta ou não é? Por meio dessas duas perguntas torna-se claro que a divisão do IBGE coloca, numa mesma região, Estados brasileiros com problemas sociais e ambientais distintos. Noutros termos, estas demarcações foram construídas com bases em aspectos naturais, que não refletem a realidade social do país. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 4 -

Pensando numa forma diferente de regionalizar, que permitisse aproximar as realidades sociais brasileiras, e que considerasse as condições vividas pela população, dificuldades ligadas aos problemas regionais, surgiu outro modelo de divisão do Brasil em pedaços: os complexos regionais, também chamados de regiões geoeconômicas. Ela foi elaborada em 1967, pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. Esta regionalização divide o país em três partes, considerando as proximidades sociais, culturais e econômicas dessas três porções territoriais. Tal classificação foi proposta levando em conta que a sociedade, a indústria e as cidades, dentre outros fatores, formularam uma nova configuração do espaço brasileiro no decorrer do século XX (1901 2000 d.c.). Os nomes dados às regiões foram: Amazônia, Nordeste e o Centro-Sul. Observe-as, com atenção, no mapa abaixo: O mapa ao lado demonstra as regiões geoeconômicas do Brasil. O número 1 corresponde à região da Amazônia, a número 2 à região Centro- Sul e o número 3 à região Nordeste. Observe, no mapa, que o Nordeste engloba o norte do Estado de Minas Gerais, assim como o Mato Grosso encontra-se inserido na região Norte. Isto o ocorre devido aos critérios de regionalização, que levam em conta a inserção econômica de cada Estado. Disponível em: http://saber.sapo.ao/w/thumb.php?f=brazil Geoecons.svg&w=300&r=1 Acesso em: 11 abr. 2010 É importante que você estudante tenha claro que cada uma das regiões geoeconômicas apresenta características dentro de si mesmas, ou seja, aspectos estruturais parecidos. Além disso, o geógrafo Pedro Geiger levou em consideração o processo histórico de formação do território brasileiro em especial a industrialização, associada aos aspectos naturais. Como você pôde perceber pela observação do mapa, a divisão em complexos regionais não respeita o limite entre os estados. O leste do Maranhão encontra-se no Nordeste, enquanto o oeste encontra-se na Amazônia. O sul de Tocantins e do Mato Grosso encontra-se no Centro-Sul, mas a maior parte desses Estados pertencem ao complexo da Amazônia. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 5 -

Como as estatísticas econômicas e populacionais são produzidas por estados, essa forma de regionalizar é muito útil para a geografia, porque ajuda a contar a história da produção do espaço brasileiro. O Nordeste foi o pólo econômico mais rico da América portuguesa, com base na monocultura da cana de açúcar, usando trabalho escravo. Tornou-se, no século XX, uma região economicamente problemática, com forte excedente populacional. As migrações de nordestinos para outras regiões atestam essa situação de pobreza. O Centro-Sul é na atualidade o núcleo econômico do país. Ele concentra a economia moderna, tanto no setor industrial como no setor agrícola, além da melhor estrutura de serviços. Nele se também a capital política do país. A Amazônia brasileira é o espaço de povoamento mais recente, ainda em estágio inicial de ocupação humana. A área está coberta por uma densa floresta, com clima equatorial, que dificulta o povoamento. Os movimentos migratórios na direção desse complexo regional partem tanto do Centro-Sul como do Nordeste, sendo que hoje a região mais recebe população. Essa regionalização também é uma visão superficial da organização do espaço geográfico brasileiro. Ela resume as principais características naturais e humanas de cada uma dessas regiões. Por serem vastas áreas, verdadeiros complexos regionais, o Nordeste, o Centro-Sul e a Amazônia registram profundas desigualdades naturais, sociais e econômicas. As regiões apresentam diferenças entre si e variedade interna de paisagens geográficas. Em meio à pobreza tradicional, o Nordeste abriga imensos recursos econômicos e humanos, que apontam caminhos para a superação de uma crise que já se prolongou demais. As transformações introduzidas nas zonas irrigadas do Vale do São Francisco e a criação de zonas industriais na área litorânea comprovam essa possibilidade. A geração de riquezas no Centro-Sul tornou essa região a mais rica do país, estabelecendo um pólo de atração populacional que, no século XX, originou as maiores metrópoles nacionais. O ritmo acelerado desse crescimento criou disparidades sociais gravíssimas, como desemprego, e problemas ambientais de difícil solução. Áreas significativas da Amazônia já foram ocupadas, especialmente aquelas situadas na parte oriental da região ou nas margens dos rios. Hoje esse povoamento se acelerou muito, a tal ponto que os conflitos pela posse da terra se tornaram tristemente comuns. Formaram-se também grandes cidades, caracterizadas pelo crescimento explosivo e por profundos desequilíbrios sociais e econômicos. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 6 -

2-) Síntese da regionalização do IBGE Nome da regionalização: Quantidade de partes: Nome das regiões: Representação cartográfica REGIÃO NORTE REGIÃO NORDESTE REGIÃO CENTRO-OESTE REGIÃO SUDESTE IBGE 5 regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul Principais características Conta com sete Estados; É a região em que se localiza a floresta amazônica; A sua economia baseia-se no extrativismo vegetal de produtos como látex, açaí, madeiras e castanha do Brasil, essenciais à economia do Norte; A região também é rica em minérios, pois é onde estão localizadas a serra dos Carajás (Pará). Conta com nove Estados; É a região mais pobre do País; Mais de 60% do seu território é semi-árido e exposto a secas periódicas; A região é rica em recursos minerais. Os destaques são o petróleo e o gás natural produzidos nos estados da Bahia, de Sergipe e no Rio Grande do Norte. É composta de três Estados; É a última fronteira agrícola do País; Conta com uma ocupação econômica recente; É onde se localiza a capital do País Brasília/DF, a cidade com maior renda per capita; A agroindústria é o setor econômico mais importante da região, maior produtora de soja, sorgo, algodão. É composta de quatro Estados; É a região mais industrializada; A agricultura demonstra elevado padrão técnico e boa produtividade; Abriga mais de 40% da população brasileira e responsável por mais de 50% do produto interno bruto (PIB) nacional; REGIÃO SUL É composta por três Estados; Apresenta forte influência da imigração européia, que veio para o País nos séculos XIX e XX; Conta com uma agricultura competitiva e os melhores índices de qualidade de vida do País; A vegetação rasteira, típica da região, contribui para a criação de rebanhos bovinos, principalmente nos pampas gaúchos. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 7 -

IDH Oficina CH/EF Testando os seus conhecimentos Observe, com atenção, os gráficos abaixo, feito a partir de dados do IBGE dos anos de 2002, 2003, 2004 e do PNAD 2004 (valores arredondados): 0,82 0,8 0,78 0,76 0,74 0,72 0,7 0,68 0,66 0,64 0,62 Brasil - Regiões IDH 0,807 0,791 0,792 0,727 0,683 Sul Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste Brasil - Renda per capita (R$) 12.000 10.943 10.723 9728 10.000 8.000 6.000 5.295 4.306 4.000 2.000 0 Sul Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste Brasil - Regiões PIB (bilhões R$) 1.000 900 858 800 700 600 500 400 300 289 214 200 116 77 100 0 Sul Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste Brasil - Regiões - Mortalidade infantil (por mil) 60 53 50 40 35 30 22 20 19 10 0 Sul Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste 25 12 10 8 6 4 2 0 Brasil - Regiões (Desemprego %) 11 9 9 8 7 Sul Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste Setor de Educação de Jovens e Adultos - 8 -

Brasil - Regiões - (Analfabetismo%) 30 26 25 20 15 10 8 8 16 10 5 0 Sul Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste A partir da leitura dos gráficos sobre os indicadores socioeconômicos no Brasil, responda: 1. Região brasileira com os menores índices de desemprego: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste 2. Região brasileira com o IDH mais baixo: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste 3. Região brasileira com os maiores valores no PIB: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste 4. Região brasileira com a menor renda per capita: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste 5. Região brasileira com o menor percentual da população em estado de pobreza: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste 6. Região brasileira com os menores valores no PIB: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste Setor de Educação de Jovens e Adultos - 9 -

7. Região brasileira com o IDH mais elevado: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste 8. Regiões brasileiras com as menores taxas de analfabetismo: a) Norte e Sul b) Sul e Centro - Oeste c) Sudeste e Sul d) Nordeste e Sudeste e) Centro-Oeste e Nordeste 9. Região brasileira com os menores índices de mortalidade infantil: 10. Região brasileira com o maior percentual da população em estado de pobreza: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste 11. Região brasileira com as maiores taxas de analfabetismo: 12. Região brasileira com os maiores índices de desemprego: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste 13. Região brasileira com a maior renda per capita: 14. Região brasileira com os maiores índices de mortalidade infantil: a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste a) Norte b) Sul c) Sudeste d) Nordeste e) Centro-Oeste Setor de Educação de Jovens e Adultos - 10 -

15. Observe o mapa de divisão regional do Brasil e, em seguida, assinale a proposição correta: a) O número 5 assinala a região Sul, onde se concentram numerosos descendentes de europeus, que utilizaram a terra mantendo a cobertura vegetal original, adotando um sistema de agricultura extensiva e de autoconsumo. b) O número 1 corresponde à região de maior área, onde as condições naturais permitiram o estabelecimento de uma floresta temperada homogênea e que vem apresentando baixa extensão de áreas devastadas, porque ainda não utiliza modelos de desenvolvimento sustentável. c) O número 2 indica a região que teve menor importância econômico-social no período colonial e que, após o período áureo da mineração, caracterizou-se como a mais rica do país. d) O número 4 identifica a região que apresenta maior índice de industrialização, com destaque para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que polarizam as demais regiões brasileiras. e) O número 3 assinala a região Centro-Oeste, que não cresceu após a construção de Brasília, mesmo apresentando condições naturais adversas, advindas da presença do bioma caatinga. 16. Sobre a economia atual das regiões brasileiras, assinale a alternativa CORRETA. a) O Nordeste do Brasil concentra a maior produção industrial brasileira, com destaque para os setores de açúcar e álcool e de pesca e maricultura. b) Na região Sul, destacam-se apenas as atividades agrícolas e extrativistas, como a produção de papel e celulose. c) A região Norte não possui nenhum polo industrial, concentrando apenas atividades extrativistas de características de subsistência. d) Não se pode afirmar que existam diferenças entre as regiões brasileiras no que concerne às suas atividades econômicas. e) Na região Centro-Oeste, existe um grande polo econômico associado a atividades agroindustriais, como a produção de carne ligada a grandes frigoríficos, e a produção de grãos, como a soja. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 11 -

17. Analise o quadro abaixo, relativo à distribuição da produção industrial no Brasil e, em seguida, marque a afirmativa INCORRETA: a) Até os anos 70, observa-se um forte processo de concentração industrial em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que respondiam por cerca de 80% de toda a produção industrial brasileira. b) A partir dos anos 70, observa-se um processo de desconcentração industrial no Brasil, com uma redução do poder relativo da indústria paulista sobre a produção total brasileira. c) Mesmo que haja um processo de desconcentração industrial em curso no Brasil, ainda predomina, na atualidade, uma forte concentração no sudeste brasileiro, com mais de 50% da produção industrial total. d) Nas regiões Sul e Nordeste, verifica-se uma estabilidade na distribuição da produção industrial, mantendo-se em posições de absoluto destaque a indústria gaúcha e a pernambucana. 18. O desenvolvimento industrial brasileiro, que teve início no final do século XIX, ocorreu de forma desigual nas diferentes regiões do Brasil, pois houve uma concentração da atividade industrial, particularmente, nos Municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. Dentre outras razões, explicam esse fato: a) a formação de um mercado externo na região Sudeste e a criação de casas de importação por emigrantes estrangeiros. b) o domínio da cafeicultura no Sudeste, a conseqüente acumulação de capital e a imigração estrangeira que se dirigiu para essa região. c) o domínio da mineração em São Paulo e a fundação de casas de exportação que tinham como objetivo abastecer o mercado brasileiro de produtos nacionais. d) o desenvolvimento de empresas de extração mineral em São Paulo, que permitiu a acumulação de capital, e o conseqüente fluxo de emigrantes que para lá se dirigiu. e) a abolição da escravidão e a concentração da população na região Sudeste, fato que estimulou a criação de casas de importação Setor de Educação de Jovens e Adultos - 12 -

3-) Síntese das regiões geoeconômicas (complexos regionais) Nome da regionalização: Regiões geoeconômicas ou complexos regionais Quantidade de partes: Nome das regiões: Representação cartográfica AMAZÔNIA 3 regiões Amazônia, Nordeste, Centro-Sul Principais características É a mais extensa região geoeconômica; Possui o menor número de habitantes do País; Ocupa uma área de aproximadamente 5,1 milhões de km² (cerca de 60% do território brasileiro), distribuído em nove Estados; Possui uma economia bastante fraca, predominando o extrativismo animal, vegetal e mineral; Possui também o 2º menor PIB do Brasil, perdendo apenas para o Nordeste; Alguns pólos industriais se destacam na região: Pólo Petroquímico da Petrobrás e a Zona Franca de Manaus ; Muitas multinacionais estão instaladas principalmente na serra dos Carajás, no Pará, de onde se retira quase todo o ferro do Brasil; Nela existem regiões de "vazios demográficos", pois a maior parte da população é de origem indígena ou está localizada nas duas principais capitais da região: Manaus e Belém; No rio Tocantins, no Estado do Pará, encontra-se a usina hidrelétrica de Tucuruí, a maior da região. Existem ainda usinas menores, como Balbina, no rio Uatumã (Amazonas), e Samuel, no rio Madeira (Rondônia); O governo federal oferece incentivos fiscais para a instalação de indústrias no Estado do Amazonas, especialmente montadoras de produtos eletroeletrônicos; A região é o principal reduto de povos indígenas e palco de graves problemas fundiários (questões de acesso à terra), problemas ecológicos (desmatamento, queimadas) e problemas sociais (invasões de domínios indígenas), dentre outros; A Amazônia apresenta-se ainda como fronteira da expansão agropecuária. Em conseqüência da ocupação populacional, houve intenso desmatamento; Algumas previsões indicam que, se for mantido o ritmo atual, 42% da Amazônia estará desmatada até 2020. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 13 -

NORDESTE A região é a mais pobre do País; Aproximadamente 50% da população tem renda familiar de meio salário mínimo; O relevo nordestino é caracterizado por planaltos, depressões e planícies. A rede fluvial do Nordeste é composta por muitos rios temporários, que secam durante boa parte do ano; O rio principal, o São Francisco, é um dos maiores do Brasil. Ele é de extrema importância para o Nordeste o abastecimento de milhões de habitantes do sertão nordestino. Também é utilizado para transporte de cargas e pessoas e irrigação de lavouras; Nos últimos anos, a região tem apresentado expressivas modificações em sua estrutura econômica, que, no entanto, não alteram substancialmente o calamitoso quadro social; No campo industrial, vem ocorrendo um processo de industrialização, juntamente com a descentralização do Sudeste, constituindo, portanto, uma industrialização dependente, ligada em grande parte à concessão de incentivos fiscais. Apesar disso, mantêm-se a indústria açucareira, a petroquímica e a do petróleo, explorado no litoral e na plataforma continental e processado na refinaria Landulfo Alves, em Candeias, e no Pólo Petroquímico de Camaçari, ambos no Estado da Bahia. Na Bahia, recentemente, também vem crescendo muito a área de automóveis; O complexo regional do Nordeste tem uma vegetação que reflete quase que fielmente as características climáticas. Na área em que o clima é tropical, com altas temperaturas o ano todo e uma estação de seca e outra chuvosa, a vegetação encontrada é a de cerrado, caracterizada por árvores de pequeno porte e arbustos; Na faixa de terra, em que encontramos o clima semi-árido, está a caatinga. As altas temperaturas e a pouca quantidade de chuvas dão à vegetação um aspecto desértico, com cactos e plantas secas; Na zona oeste, encontramos a Mata dos Cocais, cuja proximidade com o clima equatorial promove um maior desenvolvimento das plantas. Uma das fontes de renda das pessoas dessa região é a extração de babaçu (das palmeiras de babaçu) e os coqueiros de carnaúba; Por fim, no litoral, predomina o clima tropical úmido, caracterizado por altas temperaturas também e altas taxas pluviométricas, em decorrência da grande evaporação de água, por conta do calor. Nela, está o tipo de vegetação mais devastado do Brasil, a Mata Atlântica. Nessa mata fechada, há (ou havia) árvores com madeira de alta qualidade, como o pau-brasil, para exportação e consumo interno dos nobres. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 14 -

CENTRO-SUL Compreende aproximadamente 2,2 milhões de km² (cerca de 25% do território brasileiro). Possui o maior número de habitantes do País, chegando a mais de 110 milhões e tendo uma densidade superior a 20 hab/km². Contrasta com partes que possuem pequena densidade, como o interior de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que chegam de 3 a 5 hab/km². Possui a economia mais dinâmica do País, produzindo a maior parte do PIB brasileiro. Uma das bases de sua economia é a agricultura de exportação, chamada de plantations; a outra base é a indústria. Possui o maior número de indústrias, que vão desde indústrias de base até de informática. As de base localizam-se em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. As automobilísticas encontram-se na Região do ABC Paulista, onde estão instaladas montadoras como a Ford, Chevrolet e Volkswagen. Possui a maior rede rodoviária, com quase 90% das estradas pavimentadas. Existem pedágios nas principais rodovias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e a maior rede aérea do País localiza-se em São Paulo, com os aeroportos internacionais de Congonhas e Cumbica; Rio de Janeiro, com o aeroporto internacional Santos Dumont; e Belo Horizonte, com o aeroporto internacional de Confins. Também possui a maior frota de veículos do Brasil, representando quase 80% de toda a frota brasileira. E a maior parte da frota encontra-se nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Possui o maior pólo técnico-científico do País, onde são realizadas as principais pesquisas e estudos genéticos e biológicos. É caracterizada por vários climas diferentes, mas apenas três predominam em grande parte dos Estados, sendo o clima subtropical em toda a região Sul e em parte do Estado de São Paulo; o clima tropical na maior parte do Centro-Sul; e o clima tropical de altitude em áreas serranas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nessa região, estão localizadas muitas das bacias hidrográficas mais importantes do País, destacando-se a bacia do rio Paraná, a bacia do Paraguai, a bacia do Uruguai e a bacia do Araguaia-Tocantins. Nessa região, também se encontra a nascente do Rio São Francisco, bem como alguns afluentes que compõem a bacia hidrográfica do São Francisco. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 15 -

Testando os seus conhecimentos 19. Compare os dois mapas das regionalizações brasileiras, determinando os critérios usados em cada divisão. Após isso aponte o que está mais de acordo com a formação histórico-econômica do país. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 16 -

20. Porque existem tantos contrastes existentes nas regiões geoeconômicas brasileiras? Justifique sua resposta dando exemplos. 21. Justifique porque o norte do estado de Minas Gerais (ao sul da linha) está na mesma região que a Bahia (ao norte da linha). Em seguida, diga qual regionalização foi aplicada a esse mapa. 22. Complete as lacunas da frase abaixo com os termos corretos: A região que mais concentra os recursos econômicos, industriais e de telecomunicação segundo a regionalização geoeconômica é a. Porém vivemos num país com muitas disparidades, assim, há duas outras regiões mais pobres, que são chamadas de. Esta regionalização leva em considerações fatores histórico-sociais para a divisão. Entretanto, a divisão mais conhecida pelos brasileiros é a, delimitada pelo IBGE, sendo cinco regiões. São elas:. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 17 -

23. Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros. Sobre a temática dos Retirantes, Portinari também escreveu o seguinte poema: (...) Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos Doloridos como fagulhas de carvão aceso C2orpos disformes, uns panos sujos, Rasgados e sem cor, dependurados Homens de enorme ventre bojudo Mulheres com trouxas caídas para o lado Pançudas, carregando ao colo um garoto Choramingando, remelento (...) (Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1964.) Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do poema. a) 1 e 2 b) 1 e 3 c) 2 e 3 d) 3 e 4 e) 2 e 4 Setor de Educação de Jovens e Adultos - 18 -

24. Observando o mapa abaixo escreva quais são os Estados da Região Centro-Sul cortados pela divisão regional: 25. Cite as principais características da região Centro-Sul: Setor de Educação de Jovens e Adultos - 19 -

26. Embora a região Centro-Sul possua os melhores índices socioeconômicos do País, também apresenta algumas características negativas. Quais são elas? 27. Qual é o maior e o menor Estado da região Centro-Sul? 28. A partir do que foi apresentado sobre a região Centro-Sul, escreva um pequeno texto sobre um dos temas a seguir: industrialização, tecnologia, população, dinamismo econômico, poluição e violência. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 20 -

29. Observando o mapa abaixo escreva quais são os Estados da região geoeconômica nordestina cortados pela divisão regional? 30. Cite as principais características da região geoeconômica nordestina. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 21 -

31. Quais são os principais problemas socioeconômicos da região geoeconômica nordestina? 32. Qual é o maior e o menor Estado da região geoeconômica nordestina? 33. A partir dos conteúdos estudados sobre a região geoeconômica do Nordeste, escreva um pequeno texto sobre um dos temas a seguir: seca, fome, migração, desigualdade social, oportunidade de trabalho e distribuição de renda. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 22 -

34. Complete a cruzadinha abaixo: 1. Transição entre o Sertão e a Floresta Amazônica. 2. Único Estado efetivamente nordestino dividido pelos complexos regionais. 3. Sub-região nordestina mais pobre e com sérios problemas sociais. 4. Sub-região mais úmida e industrializada do Nordeste. 5. Apesar de fazer parte da região Sudeste, o norte deste Estado se parece muito mais com o Nordeste. 6. Principal rio nordestino. 7. Área de transição entre o Sertão e a Zona da Mata. 8. Problema comum entre os nordestinos principalmente do sertão. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 23 -

35. Observando o mapa abaixo escreva quais são os Estados da região geoeconômica da Amazônia cortados pela divisão regional? 36. Cite as principais características da região geoeconômica da Amazônia. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 24 -

37. Quais são os principais problemas socioeconômicos e ambientais da região geoeconômica da Amazônia? 38. Qual é o maior e o menor Estado da região geoeconômica da Amazônia? 39. A partir dos conteúdos estudados sobre a região geoeconômica da Amazônia, escreva um pequeno texto sobre um dos temas a seguir: diversidade ambiental, desenvolvimento sustentável, preservação, desmatamento, ocupação regional, disputa de terras. Setor de Educação de Jovens e Adultos - 25 -

40. Complete a cruzadinha abaixo: 1. Parte da Amazônia que abrange os Estados do Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre e Mato Grosso. 2. Principal problema ambiental da região. 3. Estado nordestino cuja parte oeste pertence à região da Amazônia. 4. Maior Estado da região. 5. Estado do Centro-Oeste cuja parte norte pertence à região da Amazônia. 6. Modelo de desenvolvimento econômico implantado pelo governo brasileiro, objetivando viabilizar uma base econômica na Amazônia e promovendo a melhor integração produtiva e social dessa região ao País. 7. Parte da Amazônia que abrange os Estados do Pará, Amapá, Tocantins e Maranhão. 8. Extinto órgão do governo federal, fundado em 1966, com a finalidade de promover o desenvolvimento da região amazônica, criando incentivos fiscais e financeiros especiais para atrair investidores privados, nacionais e internacionais. 1 A 2 M 3 A 4 Z 5 O 6 N 7 I 8 A Setor de Educação de Jovens e Adultos - 26 -

3-) Brasil um e Brasil dois: mais uma forma de regionalização do Brasil O Brasil é o quinto maior país do mundo em dimensão territorial (5,7% das terras do planeta) e em população (cerca de 170 milhões de habitantes, o correspondente a 2,8% da população da terra). O Brasil tem quase a metade de seu território coberta pela floresta Amazônica, principal reserva de biodiversidade na Terra. Maior país tropical do mundo, o Brasil apresenta grande variedade de paisagens, como o cerrado, a caatinga, a mata Atlântica e o Pantanal Mato-grossense. A população brasileira é resultado de intensa miscigenação, desde o século XVI, entre índios, brancos e negros - estes trazidos em massa durante a colonização e as primeiras décadas após a independência política. Nas regiões Sul e Sudeste, o País recebeu ainda forte influência da imigração européia nos últimos 150 anos. A cultura nacional expressa essa multiplicidade, em particular em festas como o Carnaval e na música popular brasileira, que é reconhecida internacionalmente. A economia brasileira é a oitava maior do mundo, totalizando, segundo os dados do relatório do PNUD 2001, US$ 1.182 trilhão (medida em termos de paridade de poder de compra). Essencialmente agrícola durante mais de 450 anos, o Brasil realizou, nas últimas cinco décadas, um intenso processo de industrialização, que tornou o setor secundário responsável por um terço do PIB nacional. As desigualdades sociais, porém, persistem, e o país registra uma das maiores concentrações de renda do mundo, de acordo com a ONU. Na virada para o ano 2001, 81.2% da população brasileira vivia em áreas urbanas, enquanto, de acordo com os dados do Censo de 1991, esse valor era de apenas 75.6%. Em 1999, o Congresso Nacional, na revisão do estudo "O Desequilíbrio Econômico Inter-Regional Brasileiro" dividiu o Brasil em dois países distintos: o "Brasil Um", ou seja, o Brasil Rico, e o "Brasil dois", o pobre. O BRASIL I (rico) O termo "Brasil Um" foi utilizado para identificar as regiões Sul, Sudeste e a parte desenvolvida do Centro-Oeste (Sul do estado de Goiás e estado do Mato Grosso do Sul). Segundo o Estudo, juntas elas abrangiam 26% do território nacional e concentravam 63% de toda a população do País. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1998, o PIB conjunto das regiões Sudeste e Sul totalizou 75,6% do PIB brasileiro. Essas duas regiões eram ainda responsáveis por 80% das exportações do País. O BRASIL II (pobre) Já o termo "Brasil Dois" denomina a região pobre compreendida pelo Norte, Nordeste e pelo estado do Mato Grosso (Centro-Oeste). Esta área concentra 37% da população do País e representa 74% do território nacional. Disponível em: http://www.sfiec.org.br/publicacoes/licoes_prog_desenv_br/dimensoes_continentais-texto.htm (adaptado) Acesso em: 11 abr. 2011 Setor de Educação de Jovens e Adultos - 27 -

Finalizando Propusemos esta oficina de regionalização para que você estudante entenda melhor a importância de conhecer as regiões brasileiras. Ao término dos trabalhos esperamos que tenha ficado claro que ao subdividirmos o espaço, criamos unidades regionais que facilitam bastante nossos estudos das Ciências Humanas. Todas as regionalizações apresentadas nesta oficina estão corretas, uma vez que partem de dados geográficos reais. Assim, ainda que sejam diferentes entre si, todas elas estão certas ao mesmo tempo, já que cada uma tem um foco, ou seja, um ponto de vista peculiar, a partir do qual olhamos o espaço geográfico brasileiro. Outro aspecto importante da oficina foi o trabalho feito em torno da interpretação de gráficos. Como estudante da EJA é muito importante que você saiba localizar e interpretar dados apresentados em forma de gráficos. Agora que você já treinou bastante, sempre que estiver lendo jornais e revistas, não deixe de ler, com atenção, os gráficos presentes. Essa é uma forma muito interessante de organizar as informações! E não se esqueça: O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário. Albert Einstein físico alemão Setor de Educação de Jovens e Adultos - 28 -