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João Carvalho Presidente CPL Porto, 13 de Março de 2008 O FUTURO DOS PORTOS NO CONTEXTO EUROPEU

Transcrição:

4.12.2009 Jornal Oficial da União Europeia C 295 E/67 22. Condena a chamada «Global Gag Rule» norte-americana, que impede as ONG estrangeiras que recebem financiamentos destinados ao planeamento familiar da USAID (Agência do Governo dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) de recorrerem aos seus próprios fundos, de proveniência não americana, para praticar, prestar aconselhamento médico ou advogar serviços legais de aborto; 23. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, aos governos e parlamentos dos Estados-Membros, ao Secretário-Geral das Nações Unidas, à União Interparlamentar e ao Comité de Ajuda ao Desenvolvimento da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Económico (OCDE). Comércio de serviços P6_TA(2008)0407 Resolução do Parlamento Europeu, de 4 de Setembro de 2008, sobre o comércio de serviços (2008/2004(INI)) (2009/C 295 E/17) O Parlamento Europeu, Tendo em conta o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS) que entrou em vigor em Janeiro de 1995, Tendo em conta a Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões intitulada «Europa global: competir a nível mundial (Uma contribuição para a Estratégia do Crescimento e do Emprego)» (COM(2006)0567), Tendo em conta a Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões intitulada «Europa global: uma parceria mais forte para um melhor acesso dos exportadores europeus aos mercados» (COM(2007)0183), Tendo em conta a proposta de decisão do Conselho relativa à assinatura e aplicação provisória do Acordo de Parceria Económica entre a Comunidade Europeia e os seus Estados-Membros, por um lado, e os Estados do CARIFORUM, por outro (COM(2008)0155), Tendo em conta a proposta de decisão do Conselho de celebração do Acordo de Parceria Económica entre os Estados do CARIFORUM, por um lado, e a Comunidade Europeia e os seus Estados-Membros, por outro (COM(2008)0156), Tendo em conta a sua Resolução de 22 de Maio de 2007 sobre a Europa global aspectos externos da competitividade ( 1 ), Tendo em conta a sua Resolução de 19 de Fevereiro de 2008 sobre a estratégia da UE para o acesso das empresas europeias aos mercados ( 2 ), Tendo em conta a sua Resolução de 13 de Dezembro de 2007 sobre as relações económicas e comerciais com a Coreia ( 3 ), Tendo em conta a sua Resolução de 8 de Maio de 2008 sobre as relações comerciais e económicas com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) ( 4 ), Tendo em conta a sua Resolução de 4 de Abril de 2006 sobre a avaliação da Ronda de Doha na sequência da Conferência Ministerial da OMC realizada em Hong Kong ( 5 ), ( 1 ) JO C 102 E de 24.4.2008, p. 128. ( 2 ) Textos Aprovados, P6_TA(2008)0053. ( 3 ) Textos Aprovados, P6_TA(2007)0629. ( 4 ) Textos Aprovados, P6_TA(2008)0195. ( 5 ) JO C 293 E de 2.12.2006, p. 155.

C 295 E/68 Jornal Oficial da União Europeia 4.12.2009 Tendo em conta a sua Resolução de 12 de Outubro de 2006 sobre as relações económicas e comerciais entre a UE e o Mercosur com vista à conclusão de um Acordo de Associação Inter-regional ( 1 ), Tendo em conta a sua Resolução de 1 de Junho de 2006 sobre as relações económicas transatlânticas UE-EUA ( 2 ), Tendo em conta a sua Resolução de 13 de Outubro de 2005 sobre as perspectivas das relações comerciais entre a UE e a China ( 3 ), Tendo em conta a sua Resolução de 28 de Setembro de 2006 sobre as relações económicas e comerciais entre a UE e a Índia ( 4 ), Tendo em conta o artigo 45. o do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão do Comércio Internacional e os pareceres da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários e da Comissão do Mercado Interno e da Protecção dos Consumidores (A6-0283/2008), A. Considerando que a UE constitui o actor mais competitivo no que diz respeito ao comércio de serviços; considerando que a UE é o maior exportador e prestador de serviços a nível mundial, com mais de 28 % do total de exportações mundiais, e que, consequentemente, tem um interesse importante em assegurar a abertura de novos mercados de bens, serviços e investimentos, B. Considerando que, em 2007, o sector dos serviços constituía mais de 75 % do PIB da UE-25; considerando que, em 2007, a parte do sector dos serviços no PIB era de cerca de 78 % na América do Norte, 52 % em África e 60 % na Ásia, C. Considerando que, até agora, o comércio de serviços representa 25 % do comércio mundial; considerando que este sector tem um enorme potencial e que no seu âmbito são criados mais postos de trabalho do que em qualquer outro sector da economia, D. Considerando que o desenvolvimento de empregos de qualidade anda de mão dada com o aumento quantitativo dos empregos; constata que é no sector dos serviços que se cria o maior número de empregos a tempo parcial não escolhidos e de empregos precários, e que é necessário que o desenvolvimento deste sector económico tenha em conta as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), E. Considerando que o sistema de comércio multilateral, materializado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), continua a constituir o quadro mais eficiente para a prática do comércio leal e equitativo de mercadorias e de serviços a nível global desenvolvendo regras adequadas e garantindo o seu cumprimento; considerando que o papel da OMC no que se refere ao GATS tem de levar em conta a diferente natureza do sector dos serviços que não se presta a medições quantitativas do seu grau de liberalização ou dos obstáculos remanescentes ao comércio, F. Considerando que o GATS é e deve continuar a ser o quadro multilateral para a regulação do comércio de serviços; considerando que tal não impede os Estados e, nomeadamente, a UE de negociarem acordos bilaterais de maior alcance temporal relativamente a compromissos específicos, tendo no entanto em conta que os acordos bilaterais podem afectar negativamente o avanço e a importância do quadro multilateral, G. Considerando que a existência de uma infra-estrutura de serviços eficiente constitui uma condição prévia para o sucesso económico; considerando que o acesso a serviços de classe mundial ajuda os exportadores e os produtores de bens e serviços dos países em desenvolvimento a capitalizarem a sua capacidade competitiva; considerando que um certo número de países em desenvolvimento também puderam, a partir de investimentos e prestações especializadas do exterior, avançar nos mercados internacionais de serviços; considerando que a liberalização dos serviços se tornou, assim, um elemento fundamental de muitas estratégias de desenvolvimento, H. Considerando que os obstáculos ao comércio e as barreiras por detrás das fronteiras não só limitam o comércio de mercadorias, como também afectam significativamente o comércio de serviços e a participação em contratos públicos, ( 1 ) JO C 308 E de 16.12.2006, p. 182. ( 2 ) JO C 298 E de 8.12.2006, p. 235. ( 3 ) JO C 233 E de 28.9.2006, p. 103. ( 4 ) JO C 306 E de 15.12.2006, p. 400.

4.12.2009 Jornal Oficial da União Europeia C 295 E/69 I. Considerando que a abertura do mercado de serviços pressupõe que se faça uma distinção clara entre países industrializados e países em desenvolvimento e entre os países em desenvolvimento considerados individualmente, de modo a ter em consideração os diferentes níveis de desenvolvimento, J. Considerando que alguns países em desenvolvimento, e em particular os países menos avançados, devem reforçar a sua governação e criar estruturas e infra-estruturas eficientes para intensificar o comércio e expandir os mercados de serviços, K. Considerando ser importante que o Parlamento disponha atempadamente dos textos dos diversos mandatos de negociação conferidos à Comissão, Observações gerais 1. Recorda que um comércio internacional ao serviço do desenvolvimento e da diminuição da pobreza deve também contribuir para o progresso social e para o trabalho digno; que as regras do comércio devem respeitar as normas sociais estabelecidas pela OIT; recorda que a luta contra todas as formas de exploração no trabalho (nomeadamente a proibição do trabalho forçado e do trabalho infantil), assim como o respeito das liberdades sindicais, são essenciais para a organização de trocas equilibradas no interesse de todos; reafirma a necessidade de examinar a interacção entre o comércio e as questões sociais; 2. Chama a atenção para o elevado nível de competitividade dos prestadores de serviços da UE; solicita à Comissão que, no âmbito das negociações sobre o comércio internacional, procure obter uma abertura progressiva e recíproca do mercado de serviços e o estabelecimento de uma política de maior transparência e previsibilidade das regras e regulamentações, juntamente com regras e sanções estritas de combate à corrupção e aos monopólios, a fim de que os cidadãos e os empresários de ambas as partes num acordo possam ter acesso a uma gama mais ampla de serviços; 3. Reconhece inteiramente a distinção existente entre a diferente natureza dos serviços, e, mais particularmente, a necessidade de estabelecer uma distinção entre serviços comerciais e serviços não comerciais; sublinha a necessidade de uma abordagem diferenciada no âmbito da abertura dos mercados no sector dos serviços de interesse geral; 4. Recorda que a Comissão deve ter em conta os interesses dos diferentes Estados-Membros e dos países em desenvolvimento, bem como as desigualdades económicas entre categorias de cidadãos, ao negociar calendários vinculativos; 5. Considera que um mercado interno dos serviços plenamente operacional é importante para a competitividade global das empresas da UE; salienta que a aplicação atempada e adequada da legislação comunitária, incluindo da Directiva 2006/123/CE relativa aos serviços no mercado interno ( 1 ), se afigura importante para o efeito; 6. Realça o facto de o sector de serviços poder proporcionar muitas soluções para os problemas ambientais e crê que esse sector constitui um dos principais elementos de valor acrescentado na exportação de conhecimentos pela UE; sublinha que a importância do sector de serviços deve ser tida em consideração ao elaborar uma política para o desenvolvimento sustentável; 7. Congratula-se com a ênfase que a Comissão atribui à necessidade de garantir que os efeitos positivos da globalização sejam sentidos pelos consumidores; salienta que a concorrência leal no sector dos serviços é fundamental para garantir que os consumidores beneficiem do mercado liberalizado da UE; 8. Considera que os serviços desempenham um papel importante em qualquer economia e considera, portanto, que uma maior abertura do acesso ao mercado de serviços, que tome em consideração as diferentes realidades económicas, é importante não só para os países desenvolvidos mas também para os países em desenvolvimento; 9. Salienta a necessidade de a UE ter em conta os diferentes níveis de desenvolvimento ao exigir a desregulamentação e a liberalização dos serviços e salienta, por isso, que a UE não pode nem deve impor modelos de formato único a outros países; ( 1 ) JO L 376 de 29.12.2006, p. 36.

C 295 E/70 Jornal Oficial da União Europeia 4.12.2009 10. É de opinião que, para garantir resultados positivos, qualquer liberalização de um novo sector dos serviços, nomeadamente nos países em desenvolvimento, deverá ser necessariamente acompanhada de novas regulamentações e de mecanismos de supervisão e de aplicação que permitam limitar os efeitos negativos na população e no ambiente, bem como os abusos de posição dominante ou de concentração; ser faseada e coadjuvada pelas medidas complementares que se imponham; 11. Está consciente de que as novas disciplinas propostas em matéria de regulamentação interna serão incorporadas no GATS sob a forma de anexo, o que exige uma modificação do acordo; solicita à Comissão que mantenha o Parlamento informado sobre o desenrolar da actividade do grupo de trabalho do GATS sobre regulamentação interna e que submeta qualquer decisão de modificação do GATS à apreciação do Parlamento, no âmbito do processo de co-decisão; 12. Reconhece a soberania dos Estados e, portanto, o seu direito de regulamentarem todas as áreas do sector dos serviços, em particular os serviços públicos, independentemente de terem assumido ou não compromissos no âmbito do GATS, na condição de tal regulamentação ser conforme com o Artigo VI do GATS, relativo à regulamentação interna; considera que os mercados de serviços necessitam de uma regulamentação clara e juridicamente inequívoca para funcionarem eficientemente; 13. Considera que os ganhos de eficiência que podem ser obtidos com a abertura dos mercados à concorrência no sector dos serviços, quando acompanhada por medidas regulamentares internas, iriam permitir aos países menos desenvolvidos a prestação de uma maior variedade de serviços aos seus cidadãos; insiste na importância de respeitar a necessidade de assegurar serviços públicos universais, acessíveis e sustentáveis, a preços comportáveis e com normas de elevada qualidade para todos; 14. Sublinha a necessidade de regras e normas para reger a liberalização; incentiva a implementação de normas ambientais e de qualidade de forma ponderada e objectiva, sem que estas constituam barreiras desnecessárias ao comércio; 15. Congratula-se com o facto de a Comissão ter publicado o pacote de oferta comunitária no âmbito das actuais negociações do GATS; considera, porém, que a Comissão deverá debater de forma mais pormenorizada os desenvolvimentos em curso com o Parlamento e as suas comissões relevantes; 16. Entende que o comércio de serviços corresponde, em grande medida, à transferência de competências entre países, pelo que o livre comércio de serviços constitui um elemento importante da estratégia de desenvolvimento ao tornar possível uma ampla transferência de conhecimentos rápida e eficaz; 17. Reconhece que, com demasiada frequência, alguns dos problemas relacionados com a equidade e a transparência na prestação de serviços em alguns países em desenvolvimento são apenas provocados com a cumplicidade de empresas de economias desenvolvidas; 18. Solicita à Comissão uma análise circunstanciada sobre sectores de serviços específicos como os do software, dos filmes, da logística e dos serviços financeiros, que desempenham um papel crucial em determinados países em desenvolvimento e que são fornecidos e distribuídos a nível mundial; solicita ainda à Comissão uma análise circunstanciada dos efeitos que isso tem no mercado de serviços europeu; 19. Solicita à Comissão uma descrição circunstanciada de dados substanciais relacionados com os serviços de mineração que estão a operar à escala global; solicita ainda à Comissão informação circunstanciada sobre a localização, os operadores, a dimensão e a qualidade dos serviços neste sector; A Ronda de Doha para o Desenvolvimento e o GATS 20. Recorda que, nos termos do artigo XIX do GATS, todas as partes signatárias devem participar em rondas de negociações sucessivas, com início, o mais tardar, cinco anos após a entrada em vigor do Acordo da OMC, e periodicamente daí em diante, a fim de conseguir progressivamente um maior nível de liberalização; recorda que tais negociações têm lugar no quadro do princípio do compromisso único e, consequentemente, é preciso que tenham também em conta os interesses em presença noutras áreas de negociações;

4.12.2009 Jornal Oficial da União Europeia C 295 E/71 21. Recorda que os princípios do GATS não interdizem a privatização nem a desregulamentação; salienta, portanto, que cada Estado é livre de liberalizar qualquer sector de serviços; salienta que os calendários do GATS dizem respeito aos compromissos vinculativos de cada membro da OMC em termos de comércio de serviços e que cada membro é livre de abrir o seu mercado para além dos seus compromissos no âmbito do GATS, desde que seja respeitado o princípio da nação mais favorecida consagrado no artigo II ou no artigo V do GATS relativo à integração económica; 22. Recorda que a Ronda de Doha para o Desenvolvimento deve concentrar-se sobre o desenvolvimento e que, assim, as negociações sobre o comércio de serviços devem servir simultaneamente os interesses da UE e o crescimento económico dos países mais pobres; 23. Destaca a necessidade de dar aos países em desenvolvimento uma margem de manobra política relativamente ao grau de reciprocidade na abertura das trocas, a fim de proteger os mais vulneráveis e permitir que sejam eles próprios a decidir sobre o alcance e o ritmo a que se pode processar a sua liberalização; 24. Toma nota do pedido formulado pelos países em desenvolvimento à UE e aos EUA, em particular para melhorarem as ofertas relativas ao Modo 4; considera necessário encontrar o justo equilíbrio para satisfazer ambas as partes; solicita que a Comissão o informe de eventuais alterações relativamente aos pedidos iniciais; Acordos bilaterais e regionais 25. Incentiva o estabelecimento de um nível claro e ambicioso de compromissos nos futuros acordos comerciais bilaterais e regionais e nos que estejam actualmente em negociação; sublinha a importância da inclusão das cláusulas relativas aos direitos humanos e das normas sociais nestes acordos; 26. Regista os resultados alcançados no âmbito do Acordo de Parceria Económica com o Fórum dos Estados ACP das Caraíbas (CARIFORUM); considera que o comércio de serviços constitui um veículo de desenvolvimento, na condição de estarem em vigor regulamentos internos sólidos e transparentes para reger os serviços; solicita que sejam garantidos a todas as pessoas serviços públicos universais, acessíveis e sustentáveis, a preços abordáveis e com normas de qualidade elevadas; 27. Assinala que o capítulo consagrado ao investimento no Acordo de Parceria Económica com o CARIFORUM garante aos investidores estrangeiros os benefícios previstos nos termos dos compromissos assumidos no âmbito deste acordo; 28. Apoia especificamente o acordo sobre o Modo 4 no Acordo UE-CARIFORUM; considera-o uma forma de evitar o desaparecimento de competências; 29. Considera, relativamente à negociação do Acordo de Comércio Livre (ACL) UE-ASEAN, que os aspectos deste últimos que abrangem os contratos, investimentos e serviços públicos deverão ter em conta o nível diferenciado de desenvolvimento dos membros da ASEAN e respeitar os direitos de todos os participantes a regulamentarem os serviços públicos nomeadamente os relativos às necessidades básicas; considera, porém, que tal não deverá impedir as empresas privadas de preencherem lacunas onde o Estado não puder prestar os serviços requeridos pelos cidadãos; 30. Está consciente, no que diz respeito à negociação do ACL UE-Coreia das dificuldades que as empresas estrangeiras têm no acesso ao mercado de serviços coreano, incluindo a actividade bancária, de seguros, de telecomunicações, novas agências e aconselhamento jurídico; insta igualmente a Comissão a ter em conta, quando tratar desta questão no âmbito das negociações sobre o ACL, a preocupação crescente que se regista na UE face às crises induzidas por um sector bancário e segurador cujo ritmo de liberalização não é acompanhado de uma regulamentação interna sã e transparente; 31. Salienta, relativamente à negociação do ACL UE-Índia, a importância da nossa parceria com a Índia e a necessidade de obter um acordo ambicioso com compromissos substanciais e abrangentes, com o menor número possível de restrições ao acesso ao mercado indiano em todos os modos de prestação; assinala que a liberalização do comércio de serviços deverá ser de pelo menos 90 % na cobertura sectorial e no volume de comércio, de acordo com o requisito de cobertura substancial previsto no artigo V do GATS; salienta que as restrições são particularmente graves nos sectores dos serviços financeiros, dos títulos, da contabilidade, das telecomunicações, da distribuição, dos serviços postais e dos serviços jurídicos;

C 295 E/72 Jornal Oficial da União Europeia 4.12.2009 32. Está preocupado relativamente à negociação de um UE-Conselho de Cooperação do Golfo ACL com o nível de transparência e responsabilização em matéria de serviços financeiros e, em especial, na área dos investimentos feitos por fundos soberanos; Questões sectoriais específicas 33. Nota que ainda nenhum membro da OMC apresentou quaisquer compromissos relativamente ao sector da distribuição de água; salienta que, caso sejam apresentados tais compromissos, tal não impede os Estados de estabelecerem níveis de qualidade, segurança, preços ou outros objectivos políticos que considerem adequados, e que deverá ser aplicada aos prestadores estrangeiros a mesma regulamentação que aos prestadores locais; 34. Destaca a importância dos serviços culturais, tais como os sectores audiovisual, musical e da publicação, tanto para as indústrias da UE como para os nossos parceiros comerciais; exorta a Comissão a assegurar que o comércio no domínio dos serviços culturais seja por isso melhor equilibrado, respeitando em simultâneo a protecção dos direitos de propriedade intelectual; 35. Salienta que, especificamente, o sector do turismo contribui amplamente para a economia num certo número de países em desenvolvimento; considera, consequentemente, vital que a UE apoie este sector através da cooperação para o desenvolvimento e a assistência técnica; 36. Considera que, com base numa regulamentação interna sólida e transparente previamente estabelecida, uma abertura prudente e faseada do mercado dos serviços financeiros nos países em desenvolvimento pode proporcionar aos cidadãos e aos empresários acesso aos fundos para a criação de postos de trabalho locais e para aliviar a pobreza, uma vez que deixam de ser obrigados a recorrer a monopólios estatais ou a instituições; 37. Considera que, a fim de aumentar a sua competitividade externa, a UE deverá, no âmbito da sua política comercial, tomar medidas para reforçar a segurança das transacções e comércio electrónicos e para melhorar a protecção de dados; 38. Assinala que os serviços, em particular os serviços financeiros, afectam muitos domínios da concorrência, e sublinha que esta resolução se focaliza no comércio de serviços, ou seja, na concretização do acesso ao mercado através da abertura voluntária de mercados mediante a procura e a oferta do método de negociações; sugere que áreas como a supervisão e a regulação financeiras, e outras matérias atinentes a diferentes aspectos dos serviços financeiros, sejam tratadas na instância adequada; 39. Apoia fortemente a opinião da Comissão de que o acesso ao mercado e o livre comércio de serviços são uma componente essencial da Agenda de Lisboa para o crescimento e o emprego; sublinha que a abertura do mercado em conjugação com o livre comércio equilibrado e regulamentado dos serviços beneficiará todos os países e regiões participantes; 40. Assinala que as empresas da UE são cada vez mais activas a nível internacional, que o crescimento económico global é movido, em larga medida, por países terceiros, pelo que a melhoria do acesso ao mercado contribuiria para reforçar a competitividade da UE; 41. Considera que o comércio de serviços é um complemento necessário ao comércio de mercadorias, mas que estes dois sectores deveriam ser considerados distintos um do outro; 42. Considera que a economia dos serviços se tornou o sector económico mais importante em termos quantitativos nas economias da OCDE, e que o incremento das trocas comerciais e da disponibilidade de serviços farão aumentar o crescimento económico e facilitarão o crescimento e o desenvolvimento das empresas, melhorando o desempenho de outras indústrias, uma vez que os serviços proporcionam contributos intermédios essenciais, em especial, num mundo globalizado cada vez mais interligado; 43. Reconhece que a realização do acesso ao mercado dos serviços é um processo difícil nas negociações em curso da Agenda de Doha para o Desenvolvimento da OMC; convida a Comissão a conceber, no quadro multilateral da OMC, um pacote equilibrado, com uma oferta ambiciosa de serviços, nomeadamente de serviços financeiros, domínio em que a indústria da UE detém uma especialização competitiva e um forte potencial de crescimento; assinala que é necessária a observância das regras e das normas a fim de prevenir obstáculos não pautais, o que pode ser sensível no domínio dos serviços; 44. Convida a Comissão a ter plenamente em conta nas negociações sobre comércio a existência dos serviços de interesse geral e o potencial impacto da abertura dos mercados sobre a sua organização;

4.12.2009 Jornal Oficial da União Europeia C 295 E/73 45. Assinala que, no que diz respeito aos serviços financeiros, a UE dispõe de um dos mercados mais abertos a nível mundial, mas sublinha que a UE tem de levar a cabo negociações mais ofensivas e equilibradas em matéria de comércio de serviços, e subscrever os princípios de abertura, desenvolvimento e reciprocidade; 46. Sublinha a importância de as autoridades dos serviços financeiros acompanharem todos os desenvolvimentos nos mercados dos serviços financeiros à escala europeia e global; exorta a Comissão e os Estados-Membros a reforçarem os quadros regulamentares europeus, bem como a intensificarem o diálogo sobre a regulamentação entre a UE e os seus parceiros comerciais, visando reduzir as barreiras comerciais; 47. Apela à Comissão para que se debruce sobre as práticas de offshore de países terceiros que prejudicam a abertura mutuamente benéfica dos mercados; 48. Convida os Estados-Membros a empenharem-se, em conjunto com a Comissão, por uma política comercial mais integrada e coerente, em particular na área dos investimentos; refere que os Estados-Membros não devem sobrestimar os riscos inerentes ao investimento estrangeiro, mas ter em vista uma abordagem comum em matéria de abertura das suas economias e de fundos soberanos; assinala a necessidade de avaliar questões como a segurança do abastecimento, nomeadamente no que diz respeito aos investimentos estrangeiros no sector da energia realizados por entidades estatais, e recorda que essa avaliação não pode ser usada como uma medida proteccionista; 49. Chama a atenção da Comissão para os riscos potenciais, no cumprimento das regras da concorrência na UE, decorrentes da falta de reciprocidade no acordo da OMC sobre contratos públicos; 50. Solicita à Comissão que intensifique a luta contra a contrafacção, designadamente, entre outras medidas, através da Internet, incentivando uma melhor cooperação entre as administrações nacionais; e reforçando os meios de observação e de avaliação do fenómeno da contrafacção; solicita, além disso, à Comissão que apresente ao Parlamento e ao Conselho uma proposta com o objectivo de facultar à Comunidade e aos seus Estados-Membros dados qualitativos e estatísticos a nível europeu sobre a contrafacção, nomeadamente através da Internet; 51. Subscreve o forte apoio da Comissão às negociações de comércio multilaterais, mas assinala que, em relação ao comércio de serviços, especialmente serviços financeiros, os acordos de comércio livre podem adequar-se melhor à realização do acesso ao mercado; considera que, quando forem ultimados os acordos de parceria económica globais com os países ACP, estes poderiam contemplar não só as mercadorias, mas também os serviços e o investimento, mas apenas se tal for o desiderato desses países; 52. Sublinha que um acesso eficaz ao mercado dos serviços financeiros cria melhores oportunidades de concorrência, transparência e diversificação; assinala que, em particular nas economias emergentes, um acesso eficaz ao mercado pode proporcionar um desenvolvimento mais forte do mercado financeiro local em favor das empresas que se pretendem estabelecer, assim como mais escolha e melhores produtos aos consumidores; 53. Consciente da frágil capacidade financeira, administrativa e institucional dos países ACP, convida a Comissão a assegurar o respeito das normas acordadas internacionalmente relativas à regulação e supervisão no sector dos serviços financeiros aquando da negociação e implementação de acordos comerciais com países que são considerados paraísos fiscais; 54. Considera que o acesso aos serviços financeiros (microcrédito, acesso a contas bancárias, serviços bancários básicos, hipotecas, locação e factoring, seguros, pensões e transferências locais e internacionais) é necessário, em particular, para os indivíduos em países em desenvolvimento, a fim de poderem levar a cabo actividades económicas básicas, pelo que solicita à Comissão que promova um melhor acesso ao mercado dos serviços financeiros em países em desenvolvimento e que incentive uma regulação prudencial adequada, o desenvolvimento de mercados concorrenciais e a educação em matéria de serviços financeiros. * * * 55. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, aos Governos e Parlamentos dos Estados-Membros e à Organização Mundial do Comércio e respectivos países membros.