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Transcrição:

CF 12/14 5 novembro 2014 Original: inglês P Relatório sumário do 4. o Fórum Consultivo sobre Financiamento do Setor Cafeeiro Antecedentes 1. O 4. o Fórum Consultivo sobre Financiamento do Setor Cafeeiro foi realizado durante a 113. a sessão do Conselho Internacional do Café, em Londres, Reino Unido, em 23 de setembro de 2014. O Fórum foi presidido pelo Sr. Juan Esteban Orduz, Presidente da Colombian Coffee Federation, Inc. O tema do Fórum foi Como os países produtores podem se engajar com eficácia com instituições financeiras multilaterais e doadoras e assegurar que o financiamento recebido dessas organizações atenda às necessidades dos produtores. O objetivo foi estabelecer um diálogo direto com as instituições multilaterais e bilaterais, doadores e financiadores sociais para discutir e implementar planos concretos para o alívio da pobreza e a criação de riqueza nas comunidades rurais que dependem da produção de café. 2. As apresentações e documentos básicos do Fórum podem ser encontrados no site da OIC (http://www.ico.org/forum4 p.asp).

RELATÓRIO SUMÁRIO DO 4. O FÓRUM CONSULTIVO SOBRE FINANCIAMENTO DO SETOR CAFEEIRO Boas vindas e palavras iniciais 1. O Diretor Executivo deu as boas vindas aos participantes do 4. o Fórum e notou que as três reuniões anteriores haviam coberto tópicos como a gestão de risco dos preços e os benefícios da agregação. O principal objetivo deste 4. o Fórum era discutir os desafios enfrentados pelos cafeicultores e desenvolver planos para lidar com essas questões. A volatilidade do mercado era um fator desestabilizador que tinha um efeito negativo para os cafeicultores, e esperava se que o acesso aos instrumentos de que os cafeicultores precisavam pudesse ser ampliado. 2. O Presidente deu suas boas vindas aos participantes e perguntou às instituições financeiras presentes: Como os Membros da OIC poderiam acessar os serviços oferecidos por elas?; e Quais as melhores formas pelas quais a OIC poderia facilitar um engajamento eficaz dos delegados com as instituições doadoras? Uma sessão de networking estava incluída na ordem do dia, e os Membros foram incentivados a aproveitar ao máximo esta oportunidade de dialogar individualmente com os representantes das instituições financeiras. Observações 3. O Chefe de Operações deu uma visão geral da evolução do Fórum: a primeira reunião cobrira os aspectos mais teóricos da gestão de risco dos preços; a segunda investigara como disponibilizar instrumentos de gestão de risco aos cafeicultores; e a terceira se concentrara especificamente na questão da agregação e organização dos agricultores. Este 4. o Fórum procuraria ser um evento mais prático e direto, e previa se uma discussão animada nos painéis e sessões de networking ao longo do dia. Introdução do estudo conjunto do Banco Mundial e da OIC sobre risco e financiamento 4. O Sr. Roy Parizat, do Banco Mundial, apresentou uma visão geral do estudo que o Banco fizera, em colaboração com a OIC, sobre risco e financiamento no setor cafeeiro. O estudo procurava responder à pergunta: Como a provisão de financiamento poderia ser melhorada? Seu foco recaía principalmente sobre os pequenos cafeicultores, mas, de maneira geral, também sobre toda a cadeia de valor. O estudo continha uma série de estudos de caso sobre a provisão de gestão de risco para facilitar os serviços financeiros. Notou se que as instituições financeiras hesitavam em disponibilizar financiamento ao setor

2 cafeeiro, porque frequentemente era difícil quantificar o risco. O objetivo do relatório era oferecer mais informações e preencher esta lacuna, examinando o que poderia ser feito no setor cafeeiro. O relatório também dava ênfase ao que os governos podiam fazer para incentivar os investimentos no setor, aos benefícios mútuos que a provisão de instrumentos financeiros poderia trazer e à implementação sustentável dos mesmos. Ainda não se publicara o relatório, mas, se ele fosse aprovado, esperava se difundi lo com o uso de moderna tecnologia e fazê lo quanto mais útil possível. Apresentações por representantes de instituições multilaterais Sr. Panos Varangis, Corporação Financeira Internacional (CFI) 5. A CFI era o braço do Banco Mundial para o setor privado. Um de seus pilares estratégicos era o agronegócio, e ele trabalhava usando um enfoque integrado da cadeia de valor. O principal objetivo era alcançar os pequenos agricultores e as empresas pequenas e médias, trabalhando com parceiros locais. Quanto ao café, tratava se claramente de um produto básico vital para os mercados emergentes, e a maior parte de sua produção provinha de pequenos cafeicultores. O café também era uma fonte importante de receita para os países de baixa renda em desenvolvimento e de receita agrícola para os países produtores. O CFI implementara uma série de projetos em vários países, e a principal lição aprendida era que se precisava formar parcerias com intervenientes nos países produtores. O financiamento não era só um meio para atingir um fim, mas, para ter eficácia, precisava ser combinado com assistência técnica e treinamento. Sr. a Mona Sur, Banco Mundial 6. O Banco Mundial tratava o setor cafeeiro de forma temática, concentrando se no aumento da produtividade, no estabelecimento de elos entre cafeicultores e mercados, na redução do risco e na ampliação dos serviços ambientais e da sustentabilidade. O Banco lidava principalmente com governos, apoiando programas nacionais, mas, dependendo do projeto, frequentemente disponibilizava empréstimos ou doações a outras instituições. Em Papua Nova Guiné, por exemplo, o Banco, em colaboração com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), vinha implementando um projeto de US$35 milhões através de parcerias locais. Numerosos agricultores haviam recebido treinamento através desse projeto, que dava especial relevo à inclusão de mulheres, a quem frequentemente cabia grande parte do trabalho agrícola. O projeto, portanto, era talhado para obter o envolvimento de mulheres nos serviços de extensão referentes ao café.

3 Sr. a Naomi Chakwin, Banco Asiático de Desenvolvimento (BAsD) 7. O BAsD disponibilizava cerca de US$2 bilhões por ano para o financiamento agrícola e atualmente tinha projetos em curso no Laos, trabalhando com o FIDA no desenvolvimento da cadeia de valor. Era importante conseguir o funcionamento eficaz das parcerias público privadas, usando as parcerias comunitárias em apoio da descentralização. Até o momento, 3.500 famílias de agricultores haviam recebido atenção e alcançado resultados claros, em termos de melhores condições de subsistência e maior produtividade. O aumento das instalações para processamento e armazenagem também resultara em melhores preços de porta de fazenda para os agricultores e, portanto, em maiores receitas pecuniárias. Esperava se que esses projetos pudessem se estender para além do Laos, alcançando mais agricultores. Sr. Parvindar Singh, Fundo Comum para os Produtos Básicos (FCPB) 8. O FCPB financiava sobretudo pequenos projetos, dando grande ênfase à reciclagem de fundos. A análise da cadeia de valor era conduzida em tudo que o Fundo fazia, e parcerias sempre eram estabelecidas com instituições locais. No passado, o FCPB concedia financiamento na forma de doações, mas estas recentemente haviam sido substituídas por empréstimos. Na área do café, o FCPB financiara 38 projetos, com um valor total de US$106,8 milhões, com US$56,8 milhões vindos diretamente do FCPB. A questão mais importante era o direcionamento preciso das intervenções, no contexto de eventuais restrições que se identificassem. Sr. Ricardo Vargas del Valle, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) 9. O BID aprovara US$15 bilhões de empréstimos para a agricultura na América Latina e no Caribe desde 1961. Toda a região apresentava possibilidades abundantes para a expansão da produção, e 75% de seus pobres rurais dependiam da agricultura como principal fonte de renda. No entanto, o setor agrícola enfrentava uma série de desafios. O crescimento da produtividade da agricultura fora lento, em comparação com o dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e a distribuição dos benefícios do crescimento fora desigual. As mudanças climáticas também constituíam uma ameaça significativa ao crescimento futuro. O enfoque estratégico do Banco na região se concentrava em quatro áreas de intervenção: a eliminação de obstáculos nos mecanismos de transmissão de preços; a melhoria da eficácia, cobertura e qualidade da despesa pública rural, para promover os investimentos; o apoio à provisão de serviços agrícolas modernos e de infraestrutura rural; e a promoção de apoio temporário direto a programas centrados na adoção de tecnologias.

4 Painel de discussão com representantes de instituições bilaterais 10. Esta sessão focalizou a questão de como os governos, o setor privado e outros podem se engajar com as agências bilaterais para prestar assistência financeira e técnica a atividades no setor cafeeiro, atendendo às necessidades dos produtores. Dela participaram representantes das seguintes entidades: Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), Centro para a Promoção de Importações dos Países em Desenvolvimento (CBI, Países Baixos), Deutsche Investitions und Entwicklungsgesellschaft (DEG, Alemanha), Companhia de Financiamento do Desenvolvimento dos Países Baixos (FMO), Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), Istituto Agronomico per l Oltremare (IAO, Itália), Instituto Italo Latino Americano (IILA, Itália) e Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). 11. A primeira pergunta feita foi: "Como os países podem se engajar com essas instituições?". O tipo de engajamento variava de uma instituição para outra, mas a maioria das agências trabalhava com uma combinação de parceiros dos setores público e privado. As parcerias público privadas eram um foco comum na canalização de fundos para os países produtores. Foram enfatizadas a importância do momento exato e a necessidade de os recipientes se manterem em estreito contato com as agências de financiamento. 12. O painel discutiu como o financiamento através de parcerias público privadas pode ser organizado por exemplo, nos casos em que se obteve apenas parte do financiamento. Em muitos casos, as contribuições dos países recipientes podem ser em espécie, em vez de em dinheiro. Além disso, há muitos tipos diferentes de parcerias, com exigências diferentes, mesmo dentro das mesmas instituições. Para muitos doadores, é importante que o projeto seja de interesse público e compatível com as prioridades nacionais de desenvolvimento. 13. Perguntas foram feitas ao painel, especificamente, sobre os respectivos programas atinentes a gênero, e em que medida a questão do gênero era levada em conta nas respectivas prioridades de financiamento. Para muitas instituições, qualquer programa de empréstimos devia incluir critérios específicos acerca do impacto sobre o gênero, e isso precisava ser levado em conta na avaliação de qualquer proposta. A questão era particularmente importante para o setor cafeeiro, pois, em muitos países produtores que haviam sofrido violência no passado, as mulheres administravam numerosas propriedades de café. Muitas instituições, assim, estavam empreendendo programas de apoio às cooperativas e associações de mulheres.

5 14. Finalmente, o painel discutiu quais, a seu ver, seriam as principais questões com que o setor cafeeiro se depararia no futuro próximo. Considerava se que o aumento da produtividade era vital para a melhoria das receitas dos cafeicultores, e que esta questão não poderia ser encarada de uma perspectiva de curto prazo. Havia preocupações com a hipótese de os cafeicultores médios simplesmente não conseguirem ganhar a vida com café, e isso precisava ser enfrentado através de colaboração entre países consumidores e produtores. Podia se lidar com esta questão através de assistência técnica, de forma a aumentar a produtividade e a qualidade e incentivar os cafeicultores a diversificar suas fontes de renda. Outra preocupação era o impacto das mudanças climáticas e a frequência cada vez maior de surtos de pragas e doenças, como, por exemplo, a atual crise da ferrugem do café na América Central. Para enfrentar uma variedade de ameaças como estas, os cafeicultores precisavam de acesso a financiamento; desafios como o tamanho das pequenas empresas agrícolas e a falta de garantias colaterais e de registros financeiros, portanto, também precisavam ser levados em conta. Painel de discussão Financiamento social e sustentável 15. O propósito desta sessão foi responder às perguntas Como os governos podem trabalhar com financiadores sociais e sustentáveis para ajudar a expansão dos financiamentos? ; Como os exportadores e comerciantes do setor privado podem colaborar com os financiadores sociais para disponibilizar financiamento a seus parceiros produtores? ; e Como as organizações de produtores podem acessar os serviços desses financiadores diretamente?. O painel, moderado pela Progreso Foundation, incluiu representantes das seguintes entidades: Iniciativa de Comércio Sustentável (IDH), Fundação Neumann, Fundo Rural Rabobank, ResponsAbility, Shared Interest, Triodos Invesment e Aliança para o Comércio Sustentável (FAST). 16. Muitos desafios obstam o acesso das organizações de produtores a financiamento. Para acessar financiamento comercial, por exemplo, um produtor precisa fornecer registros financeiros e a documentação necessária para provar sua capacidade creditícia. Algumas organizações estão numa fase de desenvolvimento que lhes permite satisfazer essas exigências, mas muitas não estão. Para outras, o foco recai sobretudo na demonstração de empenho para com o comércio e o desenvolvimento, dando destaque aos pequenos agricultores. Isso normalmente é conseguido através de trabalho com agências certificadoras, mas a identificação de organizações de produtores ainda pode ser difícil, e ainda há mais trabalho pela frente. Sugeriu se que a OIC poderia ajudar as instituições de financiamento a identificar as organizações de produtores apropriadas nos países produtores de café.

6 17. Outro desafio ao acesso a financiamento pode ser a falta de cooperação dos governos. O controle governamental pode dificultar as operações dos emprestadores sociais em certos países. Também têm surgido situações de desconfiança entre governos e instituições financeiras, devido ao não pagamento de empréstimos e ao confisco de colaterais. Neste terreno, também, a OIC poderia contribuir para o engajamento com os governos e ajudar a reconstruir a confiança. 18. Por último, o painel discutiu o que a OIC deveria estar fazendo para apoiar os pequenos cafeicultores no mercado. Notou se que os preços baixos e, por conseguinte, as rendas baixas dos cafeicultores, eram um grande problema no setor cafeeiro. Os cafeicultores não obtinham receita suficiente para reinvestir em suas propriedades e a OIC, portanto, poderia fazer lobby em favor de regulamentação que assegurasse um mercado transparente. A OIC também poderia ajudar a mitigar o risco, potencialmente pelo estabelecimento de um mecanismo de cobertura (hedging) de longo prazo. O Diretor Executivo confirmou que a OIC no momento estava em discussões com vistas à melhoria das possibilidades de cobertura de preços no longo prazo. Discussões sobre os resultados e próximas etapas 19. Notou se que a OIC poderia atuar como facilitadora de contatos entre os países produtores com as instituições financeiras e como provedora de aconselhamento prático sobre os melhores meios de se comunicar. Por exemplo, se um país produtor estivesse tentando implementar um projeto de ajuda aos cafeicultures, a OIC poderia disponibilizar informações sobre as instituições a serem contatadas e sobre como o processo de financiamento poderia funcionar. Esta poderá se tornar uma atividade permanente da OIC, e o primeiro passo será um próximo evento em março, em que as instituições doadoras poderão apresentar informações práticas sobre como estruturar uma proposta de projeto para obter financiamento, com a OIC no papel de facilitadora. 20. Frisou se que as propostas precisavam de muito preparo e análise, frequentemente para atender a exigências muito específicas. Assim, seria muitíssimo bem vinda a criação de um workshop da OIC para, com a participação dos bancos de desenvolvimento e de outras instituições financeiras, tratar especificamente do desenvolvimento de projetos. Palavras finais 21. O Presidente agradeceu a todos os oradores e integrantes do painel sua participação e suas valiosas contribuições, particularmente considerando as longas distâncias que muitos representantes haviam viajado para tomar parte. Ele também agradeceu aos funcionários da OIC o trabalho árduo que haviam dedicado à organização do Fórum.