TÍTULO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PACIENTES SUBMETIDOS AO CATETERISMO CARDÍACO: SUBSÍDIOS PARA DIMINUIR NÍVEIS DE ANSIEDADE

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Transcrição:

TÍTULO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PACIENTES SUBMETIDOS AO CATETERISMO CARDÍACO: SUBSÍDIOS PARA DIMINUIR NÍVEIS DE ANSIEDADE CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: Enfermagem INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE DE FRANCA - UNIFRAN AUTOR(ES): EDUARDO FRANCISCO TAVARES, KARLA DE LIMA SANTOS ORIENTADOR(ES): HELOISA HELENA LEMOS HORTA

Revisão de Literatura Assistência de enfermagem à pacientes submetidos ao cateterismo cardíaco: subsídios para diminuir níveis de ansiedade Eduardo Francisco Tavares 1 Karla de Lima Santos 1 Heloisa Helena Lemos Horta 2 Resumo Este estudo teve como objetivo conhecer sobre a assistência de enfermagem para diminuição da ansiedade em pacientes submetidos a cateterismo cardíaco. Para tanto, optou-se por uma revisão narrativa de literatura. A busca nos meios eletrônicos se deu através da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), rede de revistas científicas da América Latina e Caribe, Espanha e Portugal (REDALIC), Fundação Index, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Revista de Enfermagem UFPE (REUOL) no período de Abril/2017 a Abril/2018. Os descritores em saúde (DeCS) utilizados foram: Hemodinâmica; Cateterismo Cardíaco; Cuidados de Enfermagem. Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram: textos em português sob a forma de artigos, publicados na íntegra, entre 2006 e 2017. Os critérios de exclusão abrangeram artigos repetidos e os que não atenderam ao objetivo do estudo. Foram utilizados 12 artigos e 2 disertações. A revisão de literatura apontou que a escassez de informações objetivas a respeito do que levou o paciente a se submeter ao cateterismo e sua real condição de saúde contribuem bastante para aumentar a ansiedade do paciente e de sua família, e que a Sistematização da Assistência de Enfermagem contribui de maneira muito eficiente para redução desses níveis de ansiedade. Concluiu-se diante dos referenciais estudados, que a ansiedade do paciente submetido ao cateterismo cardíaco deve-se principalmente devido ao desconhecimento acerca do procedimento, e que a equipe de enfermagem deve desenvolver estratégias para que as orientações fornecidas sejam compreendidas pelo paciente e seus familiares, contribuindo assim para que o exame seja realizado de forma segura e eficaz. Palavras-chave: Hemodinâmica; Cateterismo Cardíaco; Cuidados de Enfermagem. 1 2 Graduandos do Curso Superior de Graduação em Enfermagem da Universidade de Franca - UNIFRAN Orientadora: Docente do Curso Superior de Graduação em Enfermagem da Universidade de Franca UNIFRAN

1 Introdução O cateterismo cardíaco é definido como o registro radiológico da luz coronária através da injeção endovenosa de contraste radiopaco. Em 1844 Claude Bernard introduziu um cateter na veia jugular de um cavalo, o qual alcançou o ventrículo direito, introduziu também outro cateter na artéria carótida alcançando o ventrículo esquerdo do animal, sendo esses os primeiros dados registrados sobre o procedimento. (Botucatu, 2016, p.24) Em 1929 obteve-se outro registro importante, Werner Forssman introduziu na veia basílica do próprio braço, um cateter que seguiu até a porção alta do lado direito do coração, este procedimento foi realizado à base de fluoroscopia que é um exame que fornece imagens em movimento e em tempo real do corpo a partir da emissão de Raios-X. Após estes eventos, nos anos 1940 e 1950, o cateterismo foi popularizado com Dickinson Richards (1). Estes estudos hemodinâmicos estão associados à técnicas invasivas, com princípios diagnósticos e terapêuticos. Nos dias atuais, são exames de rotina, que buscam proporcionar e potencializar uma melhor qualidade de vida para as pessoas portadores de cardiopatias (2). O cateterismo cardíaco está relacionado a essas técnicas, entendido como um procedimento diagnóstico dos vasos sanguíneos e câmaras cardíacas, depois da infusão de contraste, que proporciona registros anatômicos e funcionais, auxiliando na conduta terapêutica (2). Esse procedimento é indicado quando técnicas não invasivas, não foram suficientes para definir a existência ou a gravidade de lesões cardíacas. Sendo assim, o cateterismo cardíaco deve ser considerado complementar e combinado com exames não invasivos (1). O propósito do serviço de hemodinâmica é a realização de diagnósticos e procedimentos terapêuticos utilizando-se da técnica do cateterismo. A constante atualização nos conhecimentos dos profissionais envolvidos neste serviço já resultou em soluções inéditas na cirurgia cardíaca (3). As contra-indicações do cateterismo cardíaco podem ser absolutas e relativas. A

2 contra-indicação absoluta é definida pela não aceitação do paciente e seus familiares. Já as demais são relativas e podem ser consideradas conforme as necessidades, o risco e o potencial benéfico do procedimento (1). A realização desse procedimento acontece no bloco cirúrgico, no laboratório de hemodinâmica, é aplicada anestesia local e introduzido um cateter, preferencialmente no braço direito, porém isso depende da situação de cada paciente, podendo ser tanto no membro superior quanto no inferior. Através da introdução de cateteres radiopacos, com a utilização da fluoroscopia e a monitorização das funções cardíacas, consegue-se chegar ao estudo da dinâmica circulatória cardíaca (2,4). As complicações ligadas ao cateterismo são as principais restrições da técnica. Estudo aponta que as complicações variaram de grau leve, moderado e grave. As intercorrências atendidas na sala de exame são consideradas de grau leve, os que precisam ser submetidos à observação pós-procedimento são caracterizados como complicações de grau moderado, já os que são encaminhados para um tratamento intensivo são considerados graves (5). As intercorrências mais frequentes decorrentes do cateterismo cardíaco são: vasculares, vaso vagal, neurológicas, isquêmicas e as alergias pós-administração do contraste. Esses sintomas ocorrem com maior prevalência em pessoas com os seguintes fatores de risco: diabetes, tabagismo, cardiopatia isquêmica, lesão do tronco da coronária esquerda, idade acima de 70 anos, obesidade, insuficiência renal, doença pulmonar e também em pacientes que usam anticoagulantes, ou naqueles em que o tempo de exame foi superior ao normal (5). A sociedade encontra-se em constante transformação, necessitando de cuidados cada vez mais humanizados, no propósito de satisfazer suas necessidades, é de suma importância que o profissional de enfermagem se atualize constantemente para melhor atender os pacientes (6). A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) configura-se como uma metodologia científica, cada vez mais utilizada pelos enfermeiros, para direcionar, organizar e

3 sistematizar as atividades realizadas, trazendo maior segurança ao paciente por favorecer maior contato e criação de vínculo, o que resulta na melhora da qualidade assistencial (4). Nesse contexto, destaca-se a importância de se ter um profissional qualificado na assistência de pacientes cardiopatas, podendo atender ás necessidades encontradas com melhor eficácia, mantendo um cuidado humanizado, sistematizado, contínuo e planejado através de atividades assistenciais específicas (6). Diante do exposto, este estudo justifica-se pela importância de uma assistência sistematizada ao paciente que se submete ao cateterismo cardíaco. Com o presente avanço da ciência e tecnologia, faz-se necessário que a prática de enfermagem específica para esse cuidado seja atualizada constantemente. Frente a isto, este estudo teve como objetivo conhecer sobre a assistência de enfermagem para diminuição da ansiedade em pacientes submetidos a cateterismo cardíaco. Material e Método O presente estudo trata-se de uma revisão narrativa de literatura. A busca nos meios eletrônicos se deu através da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), rede de revistas científicas da América Latina e Caribe, Espanha e Portugal (REDALIC), Fundação Index, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), acervo online da Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa São Paulo, Revista de Enfermagem UFPE (REUOL), no período de Abril/2017 a Abril/2018. Os descritores em saúde (DeCS) utilizados foram: Hemodinâmica; Cateterismo Cardíaco; Cuidados de Enfermagem. A Descrição do método foi dividida em três etapas: levantamento de artigos, leitura e análise dos dados encontrados. Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram: textos em português sob a forma de artigos, publicados na íntegra, entre 2006 e 2017. Os critérios de exclusão abrangeram artigos repetidos e os que não atenderam ao objetivo do estudo. Foram utilizados quinze (12) artigos e (2) dissertações. Revisão de Literatura

4 A cardiologia intervencionista vem crescendo com o passar dos anos devido ao avanço no conhecimento da fisiopatologia, do diagnóstico e do tratamento das doenças coronarianas, sendo o cateterismo cardíaco (CAT) o principal procedimento para realizar o diagnóstico de doenças coronarianas (7). Para a realização deste procedimento precisa-se de uma via de acesso arterial, na qual será introduzido um cateter que será posicionado até a luz das coronárias, que irrigam o coração e o médico intervencionista realiza a injeção de contraste para o auxílio da visualização das imagens (7). O cateterismo cardíaco traz ao paciente limitação da mobilidade física, dificultando o autocuidado, trazendo problemas emocionais e fisiológicos, pois o mesmo se sente desconfortável ao ter que pedir ajuda na hora de realizar tarefas, como higienização pessoal e realização de necessidades fisiológicas. Esses problemas estão relacionados à falta de informações adequadas sobre o procedimento e sobre o autocuidado após alta hospitalar (8). Nas primeiras oito horas após o cateterismo cardíaco torna-se indispensável ao paciente à ingestão no mínimo de 250 ml/h de líquidos, com a finalidade de favorecer a excreção do contraste e reduzir a viscosidade do sangue, sendo imprescindível a verificação do pulso, perfusão e temperatura do membro cateterizado, com o intuito de avaliar possíveis complicações. É importante manter o paciente orientado para que ele possa observar possíveis complicações como alergias, diminuição da perfusão tissular e retenção urinária (8). Esse tipo de procedimento tende a elevar a incidência dos quadros de ansiedade, especialmente quando é a primeira vez que o paciente realiza o procedimento. A falta de informações e/ou orientações incompletas e o tempo de espera pré-cateterismo cardíaco é diretamente proporcional aos episódios e aos níveis elevados de ansiedade desses pacientes, Há escassez de estudos que relatam a ansiedade vivida também pelos familiares enquanto esperam que o paciente realize o exame, mas é considerado que o nível de ansiedade dos familiares, devido à falta de informações e de orientações, é comparado ao vivenciado pelo

5 paciente que irá realizar o exame (9). Existe uma tendência por parte dos profissionais de saúde em enfatizar o período póscateterismo nas orientações. Porém, o período pré-cateterismo precisa também de uma atenção diferenciada da equipe de saúde, principalmente da equipe de enfermagem, pelo fato de que é neste momento que deve acontecer o fornecimento de informações e esclarecimento de dúvidas, criando assim um vínculo com o paciente nesse momento de insegurança. O précateterismo é caracterizado por uma série de sentimentos e emoções que rodeiam o paciente e seus familiares, podendo os pacientes que se submetem ao procedimento, desenvolver vários tipos de sentimentos como: depressão, medo e ansiedade (9). A ansiedade pode ser descrita como apreensão que antecipa algum evento da vida, no qual o ser humano passa por momentos que consideram perigosos ou de extrema felicidade, e consequentemente um misto de sentimentos que acarretam em um acúmulo de tensão. Essa tensão gera mudanças fisiológicas como: aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, presença de palpitações, sensação de aperto no peito, alteração do padrão e frequência respiratória e vasoconstrição periférica (10). Este conjunto de sintomas, somados durante a realização de qualquer procedimento crítico, dificultam na sua realização devido à insegurança e agitação que o paciente possa apresentar, podendo aumentam potencialmente as complicações, levando a danos físicos. Há evidência que pacientes que serão submetidos ao CAT frequentemente vivenciam um estado de ansiedade (10). A escassez de informações objetivas a respeito do que levou o paciente a se submeter ao procedimento e sua real condição de saúde contribuem bastante para aumentar a ansiedade tornando assim, mais difícil uma tomada de decisão por parte do paciente quanto à realização do procedimento. O CAT é um exame de diagnóstico invasivo, e a falta de informações pode trazer uma percepção errônea por parte do paciente, aumentando os níveis de ansiedade podendo atrapalhar a evolução clínica (11).

6 A equipe de enfermagem fornece orientações e realiza procedimentos que melhoram a assistência prestada ao paciente. Através dessas orientações é possível solucionar problemas relacionados à falta de conhecimento do paciente e da família, além de esclarecer dúvidas sobre o procedimento a ser realizado. É importante ficar atento à comunicação não verbal, pois é através dela que o paciente apresenta sinais de ansiedade, sendo que gestos, atitudes, expressão facial e postura corporal mostram o estado em que o paciente se encontra (12). Na unidade de hemodinâmica os pacientes se deparam com situações consideradas de risco por eles, devendo a equipe de enfermagem transmitir segurança e tranquilidade, diminuindo qualquer sentimento de insegurança que o paciente possa vir a sentir (12). O CAT é visto por alguns pacientes como procedimento cirúrgico, e neste caso, é de fundamental importância a atuação da equipe de enfermagem, em especial a do enfermeiro, fornecendo orientações, enfatizando a diferença entre o procedimento diagnóstico e o terapêutico, esclarecendo suas dúvidas, desmistificando imagens pré concebidas devido a falta de conhecimento prévio sobre o procedimento (13). Diante do exposto, é notória a importância da abordagem da assistência da equipe de hemodinâmica, em relação ao CAT, e na criação de estratégias que possam contribuir na diminuição do nível da ansiedade desses pacientes, fazendo com que melhore a qualidade do atendimento. É importante ressaltar que cada paciente deve ser tratado de forma individual, de acordo com a sua capacidade de assimilar informações (13). A utilização de programas educativos com orientações na admissão, filmes, ações em grupos, folhetos explicativos, criação de espaços para esclarecimento de dúvidas e fornecimento de informações, momentos antes dos exames, são medidas que podem diminuir a ansiedade dos pacientes e suas famílias, melhorando a comunicação entre estes para com a equipe favorecem para o sucesso do procedimento (11). Deste modo, a metodização do cuidado pode melhorar a qualidade desse recurso, colaborando para o reconhecimento das ações de enfermagem em qualquer nível de saúde. A

7 sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é o modelo estrutural ideal para o enfermeiro executar seus conhecimentos técnico-científicos na prática assistencial, aumentando a organização e a qualidade do cuidado (1). Dentre as fases da SAE a anamnese pode ser considerada a mais importante para a realização do plano de assistência do cuidado. Uma coleta de dados bem realizada auxilia na obtenção de um completo histórico familiar do paciente, norteando para a realização do diagnóstico de enfermagem e planejamento da assistência. Sendo assim, adotar a SAE como metodologia de trabalho é tornar a enfermagem mais científica e promover um cuidado contínuo, humanizado e com qualidade (1). Assim, aderir a essas estratégias aumentará a qualidade da comunicação entre enfermeiros, pacientes e familiares, norteando a equipe de enfermagem do setor de hemodinâmica na assistência a ser prestada, levando em consideração as alterações emocionais presentes nos pacientes, incluindo intervenções para os familiares. Assim, se faz importante o papel do enfermeiro na conscientização tornando-o interlocutor entre a ciência e a humanização do cuidado (14). Conclusão Concluiu-se diante dos referenciais estudados, que a ansiedade do paciente submetido a cateterismo cardíaco deve-se devido ao desconhecimento acerca do procedimento. Os níveis de ansiedade vivenciados no pré-cateterismo pelos pacientes e seus familiares podem interferir de forma negativa na realização do exame. A equipe de saúde tem um papel muito importe na diminuição dessa ansiedade, principalmente o profissional enfermeiro, pois é ele quem tem o primeiro contato com esse paciente. O fornecimento de informações a respeito do real estado de saúde do paciente e do procedimento a ser submetido, contribui consideravelmente para diminuir esta ansiedade.

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