Região Autónoma dos Açores Governo dos Açores

Documentos relacionados
PT Unida na diversidade PT A8-0176/304. Alteração

Comunicação da Comissão que altera as orientações para o exame dos auxílios estatais no sector das pescas e da aquicultura 1.

ANEXOS. Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho

PT Unida na diversidade PT A8-0176/288. Alteração. Patrick Le Hyaric, Younous Omarjee em nome do Grupo GUE/NGL

REGULAMENTOS. Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia,

PT Unida na diversidade PT B8-0360/1. Alteração. Paolo De Castro, Ulrike Rodust, Isabelle Thomas em nome do Grupo S&D

PT Unida na diversidade PT A8-0176/276. Alteração. Marco Affronte em nome do Grupo Verts/ALE

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Senhor Presidente e Membros do Governo

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

10297/19 ADD 2 REV 1 cm/scm/mjb 1 LIFE.2.A

PT Unida na diversidade PT A8-0176/314. Alteração. Ricardo Serrão Santos, Ulrike Rodust em nome do Grupo S&D

Um futuro mais sustentável apoiado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas

O Novo Fundo Europeu na Comissão das Pescas

Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia Portaria n.º 28/2018 de 27 de março de 2018

JORNAL OFICIAL I SÉRIE NÚMERO 72 TERÇA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2016

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

S.R. DO AMBIENTE E DO MAR Portaria n.º 77/2010 de 11 de Agosto de 2010

Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia Portaria n.º 56/2017 de 5 de julho de 2017

PARECER. PT Unida na diversidade PT 2014/2040(BUD) da Comissão das Pescas. dirigido à Comissão dos Orçamentos

Programa Operacional

Comité Económico e Social Europeu PARECER

PROJETO DE PARECER. PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu 2016/2035(INI) da Comissão dos Transportes e do Turismo

Programa Operacional. Rodrigo Brum Ilhavo 25 de maio de UNIÃO EUROPEIA. Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas

DOCUMENTO DE TRABALHO

6693/17 mc/jc 1 DGE 2A

Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia Portaria n.º 84/2017 de 17 de novembro de 2017

Roteiro do Mar. UNIVERSIDADE DE AVEIRO 23 de fevereiro de 2015 UNIÃO EUROPEIA

(Atos legislativos) DIRETIVAS

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0224/11. Alteração. Ernest Maragall em nome do Grupo Verts/ALE

PO MAR 2020 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

PARLAMENTO EUROPEU Comissão do Desenvolvimento Regional PROJETO DE PARECER. da Comissão do Desenvolvimento Regional

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

PO MAR 2020 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

PARLAMENTO EUROPEU Comissão do Desenvolvimento Regional

BASE JURÍDICA MISSÃO E PRIORIDADES

BASE JURÍDICA MISSÃO E PRIORIDADES

Proposta de REGULAMENTO DO CONSELHO. que altera o Regulamento (UE) 2015/104 no que respeita a certas possibilidades de pesca de robalo

7075/16 jc/ap/jc 1 DGG 2B

Depois de consultado o Comité de Coordenação dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento,

UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 25 de abril de 2014 (OR. en) 2013/0313 (COD) PE-CONS 78/14 FIN 242 CODEC 888

B8-0434/2017 } B8-0435/2017 } B8-0450/2017 } RC1/Am. 70

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

A8-0227/19 ALTERAÇÕES DO PARLAMENTO EUROPEU * à proposta da Comissão

14367/18 IV/sf LIFE.2.A. Conselho da União Europeia Bruxelas, 27 de novembro de 2018 (OR. en) 14367/18. Dossiê interinstitucional: 2018/0349 (NLE)

Jornal Oficial da União Europeia. (Atos não legislativos) REGULAMENTOS

RETIFICAÇÕES. («Jornal Oficial da União Europeia» L 347 de 20 de dezembro de 2013)

(6) É necessário estabelecer regras relativas ao formato e à apresentação dos relatórios anuais de execução.

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

Ponta Delgada, 12 de janeiro de Com os melhores cumprimentos, O Grupo Parlamentar do BE/Açores. (Zuraida Soares) (Paulo Mendes)

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

REGULAMENTO DELEGADO (UE) 2015/852 DA COMISSÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0375/1. Alteração. Bodil Valero em nome do Grupo Verts/ALE

Pescas e Mar por José Ávila Plano e Orçamento para de novembro de Senhora Presidente da Assembleia. Senhoras e Senhores Deputados

PROPOSTA DE LEI N.º 20/VIII ALARGAMENTO DO FUNDO DE COMPENSAÇÃO SALARIAL DOS PROFISSIONAIS DA PESCA

Construir um futuro melhor para os peixes e os pescadores

Jornal Oficial da União Europeia L 176. Legislação. Atos legislativos. 60. o ano. Edição em língua portuguesa. 7 de julho de Índice REGULAMENTOS

DOCUMENTO DE TRABALHO

Perguntas e respostas sobre as regras de auxílio estatal aplicáveis aos projetos de desenvolvimento local de base comunitária (DLBC)

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU. em conformidade com o artigo 294.º, n.º 6, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia

PE-CONS 33/15 DGB 3A UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 16 de julho de 2015 (OR. en) 2013/0390 (COD) PE-CONS 33/15 SOC 333 EMPL 208 MAR 67 CODEC 749

Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia,

RELATÓRIO ANUAL DE EXECUÇÃO. Programa Operacional MAR 2020 PORTUGAL

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

Jornal Oficial da União Europeia L 126. Legislação. Atos legislativos. 58. o ano. Edição em língua portuguesa. 21 de maio de Índice REGULAMENTOS

PORTUGAL Faça clique para editar o estilo apresentação. Não podemos prever o futuro mas podemos construí-lo!

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

PT Unida na diversidade PT A8-0030/12. Alteração. Marco Valli, Marco Zanni em nome do Grupo EFDD

PT Unida na diversidade PT A8-0351/5. Alteração

(5) As medidas previstas no presente regulamento estão em conformidade com o parecer do Comité do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas,

PE-CONS 21/17 DGG 2B UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 15 de junho de 2017 (OR. en) 2016/0384 (COD) PE-CONS 21/17

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

ANEXOS. proposta de Decisão do Conselho

ALTERAÇÕES PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu Projeto de relatório Adina-Ioana Vălean (PE000.

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO. relativa à celebração do Acordo entre a União Europeia e a República do Chile sobre o comércio de produtos biológicos

ANEXO COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

***I PROJETO DE RELATÓRIO

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU. em conformidade com o artigo 294.º, n.º 6, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia

REGULAMENTO DELEGADO (UE) 2015/1930 DA COMISSÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0023/1. Alteração. Igor Šoltes em nome do Grupo Verts/ALE

JUR.4 UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 20 de março de 2019 (OR. en) 2018/0900 (COD) PE-CONS 1/19 JUR 15 COUR 2 INST 4 CODEC 46

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de REGULAMENTO DO CONSELHO

mar 2020: Fazer acontecer o MAR

Nº 1. Boletim Trimestral. Fundos Europeus Estruturais e de Investimento na RAM

Conselho da União Europeia Bruxelas, 2 de outubro de 2017 (OR. en)

ORIENTAÇÕES MÉDIO PRAZO PLANO REGIONAL ANUAL 2013 Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural Programa 2 Pescas e Aquicultura Programa 3

Conselho da União Europeia Bruxelas, 10 de abril de 2017 (OR. en)

13023/1/15 REV 1 hs/ec/ml 1 DGG 2B

Remetem-se, assim, comentários mais específicos à proposta em análise que altera o Regulamento (UE) n.º 651/2014:

Proposta de REGULAMENTO DO CONSELHO. que altera o Regulamento (UE) n.º 2015/104 no que respeita a determinadas possibilidades de pesca

O Mar no próximo QFP

11382/17 ADD 1 ec/mb/fc 1 DG B 2A

PT Unida na diversidade PT A8-0307/2. Alteração. Thomas Händel em nome da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais

Transcrição:

Região Autónoma dos Açores Governo dos Açores Consulta pública sobre alterações às Orientações para o exame dos auxílios estatais no setor das pescas e da aquicultura, a fim de incluir uma secção «Auxílios para a renovação das frotas de pesca nas regiões ultraperiféricas» setembro 2018 1

1. Introdução A Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu, ao Comité das Regiões e ao Banco Europeu de Investimento relativa a Uma parceria estratégica reforçada e renovada com as regiões ultraperiféricas da UE (COM (2017) 623 final) prevê, em matéria de economia azul, a adoção por parte da Comissão de diversas ações, entra as quais, a seguinte: examinar a possibilidade de permitir auxílios estatais para a construção de novos navios nas regiões ultraperiféricas, alterando as orientações em matéria de auxílios estatais para o setor das pescas, com base numa avaliação das necessidades justificadas, e cuja concessão deverá estar sujeita a condições suscetíveis de garantir a sustentabilidade da pesca. Em 2018, está prevista uma avaliação do regulamento de minimis específico no setor das pescas, que se aplica igualmente às regiões ultraperiféricas A Comunicação, agora colocada em consulta pública, constitui um dos passos necessários à concretização daquela ação. O artigo 349º do TFUE permite a adoção de medidas específicas para as RUP. Estas medidas podem incluir a política de pescas, auxílios de estado e condições de acesso aos fundos estruturais. De facto, a especificidade da atividade de pesca e da frota de pesca das RUP justifica a adoção de medidas específicas para estas regiões, sem comprometer os objetivos comuns, totalmente partilhados pelas RUP, de garantir um equilíbrio sustentável entre a capacidade de pesca e as possibilidades de pesca. Em particular, justifica-se plenamente que sejam permitidos auxílios estatais para a aquisição de novos navios de pesca nas RUP por forma a contribuir para a melhoria das condições de segurança e de trabalho de uma frota de pesca envelhecida, obsoleta e sujeita a condições de desgaste particulares. A realidade específica do setor das pescas das RUP, e, em particular, das suas frotas de pesca, bem como a premente necessidade de aquelas serem alvo de medidas específicas, é amplamente reconhecida por diversas instituições da UE. Sobre a matéria, reproduzem-se extratos das seguintes resoluções /pareceres: 2

Resolução do Parlamento Europeu sobre a gestão das frotas de pesca nas regiões ultraperiféricas (27/04/2017) 1. Considera que a pesca sustentável, utilizando artes tradicionais, constitui a base da prosperidade das comunidades costeiras e contribui para a segurança alimentar nas RUP; insiste, neste contexto, na necessidade de garantir o contributo da pesca local para o objetivo de segurança alimentar das populações locais, uma vez que neste momento, nas RUP, essa segurança depende excessivamente das importações; 2. Recorda que a PCP e o FEAMP, concebidos para enfrentar os problemas e os desafios da Europa continental, respondem de forma limitada às especificidades das pescas nas RUP, não podem ser aplicados de maneira uniforme aos problemas e às especificidades das pescas nestas regiões e devem ser dotadas de um determinado grau de flexibilidade e pragmatismo ou, alternativamente, ser objeto de derrogações; apela, por conseguinte, à elaboração e aplicação de uma estratégia para cada bacia marítima regional, adaptada à situação específica de cada uma das regiões ultraperiféricas; 3. Sublinha a presença, no seio das RUP, de uma grande variedade de pequenas comunidades fortemente dependentes da pesca tradicional, costeira e artesanal, para as quais a pesca constitui frequentemente o único meio de subsistência; 4. Recorda que os recursos biológicos marinhos em torno das RUP devem ser especialmente protegidos e que a pesca deve ser objeto de particular atenção; sublinha, consequentemente, que só os navios de pesca registados em portos das RUP devem ser autorizados a pescar nas águas das RUP; 8. Observa que, devido às dificuldades climáticas específicas das RUP, os pescadores destas regiões se veem confrontados com o envelhecimento precoce dos seus navios, o que cria problemas à sua segurança e eficácia e proporciona condições de trabalho menos atrativas do que os navios modernos; 10. Observa que as frotas de pesca costeira das regiões ultraperiféricas estão geralmente envelhecidas, o que provoca dificuldades de segurança a bordo; 15. Relembra que, nas RUP, os pequenos barcos de pesca representam a grande maioria dos navios registados; sublinha que, em determinadas RUP, a idade dos pequenos navios ultrapassa, em média, os 40 anos, o que coloca verdadeiros problemas de segurança; 3

21. Insta a Comissão a facilitar uma abordagem holística e adaptada, quando apresentar propostas de atos legislativos relativos ao custo dos investimentos relacionados com a higiene, a saúde e a segurança, bem como com as condições de trabalho; 38. Defende que a futura PCP deve avaliar de forma completa as especificidades das RUP e permitir-lhes realizar o forte potencial económico, social e ambiental proporcionado pelo desenvolvimento sustentável e racional do setor das pescas das RUP; salienta, neste contexto, a necessidade de rever a base de segmentação da frota a fim de garantir uma avaliação objetiva do equilíbrio entre as possibilidades de pesca e a capacidade de pesca da frota artesanal das RUP, que utiliza artes de pesca altamente seletivas fomentando a melhoria das características técnicas da frota com um défice de potência propulsora e/ou estabilidade que possa afetar negativamente a segurança dos seus tripulantes em condições meteorológicas adversas, segundo os critérios científicos objetivos da arquitetura naval, sem conduzir a uma intensificação das atividades insustentáveis de pesca; 40. Solicita à Comissão, a fim de permitir a sobrevivência do setor das pescas nas RUP, e em conformidade com os princípios de um tratamento diferenciado das pequenas ilhas e dos territórios mencionado no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14, que introduza medidas de apoio baseadas no artigo 349.º do TFUE, de modo a permitir o financiamento (a nível nacional ou da UE) dos navios de pesca artesanal e tradicional das RUP que desembarquem as suas capturas nos portos das RUP e contribuam para o desenvolvimento sustentável local, no intuito de aumentar a segurança humana, em consonância com as normas de higiene europeias, lutar contra a pesca INN e alcançar um nível superior de eficiência ambiental; observa que esta renovação da frota de pesca deve respeitar os limites máximos de capacidade autorizados, cingir-se à substituição de um navio antigo por um novo, permitir uma pesca sustentável e alcançar o objetivo de rendimento máximo sustentável (MSY); 44. Observa que a renovação e a modernização das frotas artesanais de pequena escala das RUP, que utilizam artes de pesca extremamente seletivas, podem melhorar a segurança dos tripulantes em condições meteorológicas adversas, desde que tal seja efetuado segundo critérios científicos objetivos da arquitetura naval e não crie um desequilíbrio entre as possibilidades de pesca e a capacidade de pesca; 4

Parecer do Comité das Regiões Europeu - Rumo à plena implementação da Estratégia Europeia renovada para as regiões ultraperiféricas (31/01/2018): 44. acolhe favoravelmente a proposta da Comissão de explorar a possibilidade de concessão de auxílios estatais à construção de novos navios nas RUP, respeitando a sustentabilidade dos recursos, e considera essencial adotar medidas de apoio para permitir o financiamento de embarcações de pesca artesanal e tradicional nas RUP, em consonância com a resolução do PE de 27 de abril de 2017; 45. observa que o sector da pesca e da aquicultura tem um elevado potencial de crescimento e de emprego nas RUP e não recebe apoio suficiente. Além disso, a gestão local neste setor tem um impacto positivo direto na sustentabilidade dos recursos; Parecer do Comité das Regiões Europeu - Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e da Pesca (FEAMP) para além de 2020: investimento nas comunidades costeiras europeias (16/05/2018): 24 reitera o apelo geral para apoiar e incentivar a renovação da frota de pesca, a 1fim de evitar perdas causadas pelo envelhecimento, uma vez que a idade média de um navio de pesca na UE é de 22,6 anos. Esta renovação deve ser promovida sem aumentar o esforço de pesca e centrar-se na melhoria da segurança (por exemplo, segurança contra incêndios) e nas condições de trabalho e de vida a bordo dos navios; 48. apela a um papel mais importante e a uma maior autonomia das regiões na definição dos objetivos e das despesas. Embora o FEAMP seja atualmente gerido a nível dos Estados-Membros, existem exemplos de sucesso em que foi subdelegado para as autoridades regionais competentes em alguns Estados-Membros. O novo regulamento relativo ao FEAMP deve explicitamente incentivá-lo. Salienta a natureza unânime deste convite e a experiência positiva adquirida em relação à gestão do FEAMP em muitas regiões. Considera que a procura de adaptação é particularmente relevante para as regiões ultraperiféricas, para as quais as condições de aplicação do FEAMP em termos de elegibilidade, taxas de cofinanciamento e níveis de ajuda também devem ser revistas e melhoradas; Além disso, o apoio a título dos planos de compensação para cobrir os custos adicionais 5

dos produtos da pesca e da aquicultura nas regiões ultraperiféricas deve ser reforçado, tendo em conta os seus objectivos e especificidades, e as regras de execução associadas devem ser semelhantes às aplicáveis a apoios semelhantes concedidos. setor agrícola; 2. Apreciação da Proposta de Alteração O Governo dos Açores considera muito positiva a apresentação pela Comissão Europeia da proposta de alteração em consulta, a qual vem permitir dar início ao processo de concretização de uma ação fundamental para o setor das pescas das RUP prevista na Comunicação Uma parceria estratégica reforçada e renovada com as regiões ultraperiféricas da UE no âmbito da economia azul. Contudo, entende que a proposta de alteração é insuficiente, em particular em dois aspetos: As alterações propostas aos pontos 9 e 35 das atuais orientações, em conjugação com as disposições da proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo ao FEAMP (COM (2018) 390 final de 12.6.2018) indicam a exclusão do cofinanciamento do FEAMP dos investimentos na renovação da frota de pesca das RUP. O Governo dos Açores considera não existir nenhuma razão objetiva que justifique que os apoios à aquisição de novos navios de pesca nas RUP não possam ser cofinanciados pelo FEAMP. Em conformidade já apresentou, junto das instituições nacionais e comunitárias adequadas, propostas de alteração à proposta de Regulamento do FEAMP atualmente em discussão; As taxas de intensidade máxima da ajuda constantes no ponto 114f revelam-se manifestamente insuficientes para garantir a renovação da frota das RUP, tendo em atenção que o principal objetivo do auxílio é promover a melhoria das condições de segurança e de trabalho a bordo nas embarcações de pesca daquelas regiões. Entende o Governo dos Açores que o novo auxílio consagrado no ponto 5.6a é equiparável a um auxílio de natureza compensatória (como, aliás, decorre das alterações propostas aos pontos 38, 42, 44, 52 e 62), e, como tal, deverá prever, no mínimo, uma taxa de intensidade máxima da ajuda de 85%, equivalente à prevista na proposta de Regulamento do FEAMP para as operações localizadas nas RUP. Entende ainda o Governo dos Açores que a consideração de taxas de intensidade máxima da ajuda diferenciadas de acordo com o comprimento fora a fora das 6

embarcações está desajustada à realidade específica das pescarias nas RUP. Salienta-se que, no caso particular da frota de pesca dos Açores, os navios com um comprimento fora a fora superior a 24 metros (apenas 4% do número de navios de pesca licenciados) são quase exclusivamente os navios atuneiros que utilizam a arte de pesca de salto e vara (19 navios, como uma idade média de 23 anos e que operam nos Açores e Madeira durante 6 meses por ano), pescaria tradicional caracterizada pela sua seletividade e sustentabilidade. 7