Características morfogênicas de cultivares de Brachiaria no nordeste do Brasil. Apresentação: Pôster

Documentos relacionados
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DE SEIS CULTIVARES DE PANICUM NO PERÍODO DO ESTABELECIMENTO INICIAL. Apresentação: Pôster

DESEMPENHO DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS DO GÊNERO BRACHIARIA: AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E ESTRUTURAL

TÍTULO: PRODUÇÃO DE FORRAGEM DE ESPÉCIES DE BRACHIARIA SUBMETIDAS A DIFERENTES ALTURAS DE CORTE

DINÂMICA DE FLUXO E RENOVAÇÃO DE FOLHAS EM PERFILHOS DE CAPIM- SUDÃO BRS ESTRIBO SOB DIFERENTES DISPONIBILIDADES HÍDRICAS

TÍTULO: PRODUÇÃO DE FORRAGEM DE ESPÉCIES DE "BRACHIARIA" SUBMETIDAS A DIFERENTES ALTURAS DE CORTE

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CAPIM-MARANDU DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO. Apresentação: Pôster

PERFILHAMENTO DE CULTIVARES DE PANICUM MAXIMUM NO NORDESTE DO BRASIL 1 EVALUATION OF PANICUM TILLERS IN NORTHEASTERN BRAZIL 1. Apresentação: Pôster

CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS DO CAPIM PIATÃ FERTILIZADO COM NITROGÊNIO

CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS DO CAPIM- ANDROPÓGON MANEJADO A DIFERENTES FREQUÊNCIAS DE CORTE E DUAS INTENSIDADES DE DESFOLHA

Desempenho de Espécies Forrageiras do Gênero Brachiaria: Características morfogênicas e de crescimento

Morfogênese de gramíneas forrageiras

Efeitos das estações do ano sobre as características produtivas, morfogênicas e estruturais do capim Piatã

CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E ACÚMULO DE FORRAGEM DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS, SOB CORTE

USO DE VARIÁVEIS MORFOGÊNICAS NA AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS

CAPIM CONVERT HD364 SOB FONTES DE FÓSFORO DURANTE A ESTAÇÃO DE OUTONO EM AQUIDAUANA MS

MORFOGÊNESE E ESTRUTURA DO CAPIM-BRAQUIÁRIA EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO AGRICULTURA E PECUÁRIA

Capim-braquiária sob lotação contínua e com altura única ou variável durante as estações do ano: morfogênese e dinâmica de tecidos 1

Produtividade, Estrutura e Morfogênese do Panicum maximum cv. Mombaça Produzidos em Sistemas Silvipastoris com diferentes densidades de plantas nativa

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Mestrandos em Ciência Animal da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT, Brasil

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS E MORFOGÊNICAS DO CAPIM-CONVERT HD364 SUBMETIDO A DIFERENTES TIPOS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA

CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS CUNHA, F. F. da et al. E PERFILHAMENTO DO Panicum maximum Jacq. cv. TANZÂNIA IRRIGADO

CAPINS MARANDU, MASSAI E MOMBAÇA EM DIFERENTES SUBSTRATOS

TÍTULO: ACÚMULO DE BIOMASSA E COMPRIMENTO DE RAIZ DE ESPÉCIES DE BRACHIARIA SUBMETIDAS A DUAS DISPONIBILIDADES HÍDRICAS

Manejo intensivo da pastagem para altas lotações Lilian Elgalise Techio Pereira

Manejo do pastejo como ferramenta para aumentar a produção animal em pastagens. Sila Carneiro da Silva Departamento de Zootecnia ESALQ/USP

Captação de energia 6/10/2010. * Carbono principal constituinte dos tecidos vegetais (90%)

Métodos de pastejo: conceitos básicos, uso e implicações

Características morfogênicas e estruturais de perfilhos de capim-braquiária em locais do pasto com alturas variáveis

PRODUTIVIDADE DE CAPIM MARANDU EM SISTEMA AGROPASTORIL

INTERDEPENDÊNCIA ENTRE CARACTERÍSTICAS DO FLUXO DE TECIDOS DO CAPIM-BRAQUIÁRIA

NÚMERO DE PERFILHOS E COMPRIMENTO MÉDIO DE FOLHAS E PERFILHOS DOS CAPINS MOMBAÇA E MARANDU SUBMETIDOS A DIFERENTES INTERVALOS DE CORTES

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

MORFOGÊNESE DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

COMPONENTES MORFOLÓGICOS DO CAPIM-MAVUNO SOB MANEJO EM LOTAÇÃO CONTÍNUA

Meristema apical como ferramenta de manejo da pastagem para pastos de capim tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia) 1

CONTRIBUIÇÃO DE PERFILHOS AÉREOS E BASAIS NA DINÂMICA DE PRODUÇÃO DE FORRAGEM DO CAPIM-BRAQUIÁRIA APÓS O PASTEJO DIFERIDO

CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS EM HÍBRIDOS DE SORGO PARA PASTEJO SUBMETIDOS A DUAS FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO COM OVINOS

PRODUÇÃO DE BIOMASSA E CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS DE CAPIM BUFFEL IRRIGADO E ADUBADO COM NÍVEIS DE ESTERCO DE BOVINOS E OVINOS

MORFOGÊNESE DO CAPIM-MARANDU DIFERIDO COM ALTURAS VARIÁVEIS

CAPIM MARANDU EM DIFERENTES SUBSTRATOS E NÍVEIS DE SOMBREAMENTO

ÉPOCAS E DOSES DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO SOBRE COMPONENTES DO RENDIMENTO DE SEMENTES DO CAPIM- BRAQUIÁRIA

ASSOCIAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS DO CAPIM-BRAQUIÁRIA COM ALTURAS VARIÁVEIS NO MESMO PASTO

COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA EM CULTIVARES DE Brachiaria 1

CORRELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS EM PASTOS DE CAPIM-BRAQUIÁRIA

PRODUÇÃO DO CAPIM TANZÂNIA NO MUNICÍPIO DE POMBAL-PB

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS, MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS DO CAPIM-XARAÉS ADUBADO COM DIFERENTES QUANTIDADES DE FÓSFORO 1

PRODUÇÃO DO CAPIM MULATO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO NITROGENADA DURANTE O CRESCIMENTO. *Matheus rodrigues de souza:

DESEMPENHO DE CORDEIROS FILHOS DE MATRIZES SUPLEMENTADAS EM PASTO DIFERIDO. Apresentação: Pôster

Efeito do diferimento sob as características morfofisiológicas da brachiaria

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DOS CAPINS MARANDU, MOMBAÇA E MASSAI EM DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMANTO

ADUBAÇÃO ORGÂNICA E ORGANOMINERAL COM CAMA SOBREPOSTA SUÍNA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUTIVIDADE DO CAPIM MOMBAÇA

Disciplina Forragicultura

ALTURA DE PLANTA DO CAPIM-CORRENTE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO FOSFATADA E NITROGENADA

ESTRATÉGIAS DE DESFOLHA E ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS DE Urochloa brizantha cv. BRS PIATÃ NA PRIMAVERA RESUMO

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Características morfogênicas de cultivares do capim buffel submetidos à adubação nitrogenada

CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS, MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS DO CAPIM-PIATÃ SUBMETIDO À ADUBAÇÃO ORGÂNICA, DURANTE O VERÃO

Rendimento da forrageira Brachiaria brizantha cv. Xaraés sob fertirrigação com diferentes doses de esterco líquido bovino e duas intensidades desfolha

DESEMPENHO DE VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA NO NÚCLEO RURAL JARDIM-DF

CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS DO CAPIM-PIATÃ EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA 1 RESUMO

Características morfogênicas e estruturais de três gramíneas forrageiras submetidas a diferentes níveis de sombreamento

AVALIAÇÕES MORFOGÊNICAS DE CULTIVARES DE Brachiaria brizantha SOB LOTAÇÃO INTERMITENTE

TAXA DE APARECIMENTO DE FOLHAS DE CANOLA EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS DE SEMEADURA 1. Jussana Mallmann Tizott 2.

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CAPIM-BRAQUIÁRIA SOB REGIMES DE LOTAÇÃO CONTÍNUA COM BOVINOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA. Gabriel Morais Valadão CRESCIMENTO DIURNO E NOTURNO DOS CAPINS PAIAGUÁS E XARAÉS

Produtividade de Matéria Seca de Capim Brachiaria brizantha cv. Marandu, com residual de 8 Toneladas de Cama Aviária e Diferentes Doses de Nitrogênio.

CARACTERÍSTICAS DA BRACHIARIA BRIZANTHA CV. MARANDU DURANTE O SEU ESTABELECIMENTO SUBMETIDA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

Características morfogênicas e estruturais do capim-tifton 85 sob doses de nitrogênio e alturas de corte 1

Desempenho do Consórcio Milho-braquiária: Populações de Plantas e Modalidades de Semeadura de Urochloa brizantha cv. Piatã

VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Características morfogênicas e estruturais do capim-marandu manejado sob pastejo intermitente com diferentes ofertas de forragem

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

Princípios de fisiologia vegetal x crescimento de plantas forrageiras

Características morfogênicas de Braquiárias em resposta a diferentes adubações

Características agronômicas, morfogênicas e estruturais do capim Panicum maximum cv. Mombaça sob desfolhação intermitente

Composição morfológica de cultivares de Cenchrus ciliaris submetidos a diferentes níveis de nitrogênio 1

DOW AGROSCIENCES CONVERT HD364: UMA PROPOSTA PARA A INCREMENTAR A PRODUÇÃO DE BOVINOS EM PASTAGENS DO ECÓTONO AMAZÔNIA-CERRADO

Características morfogênicas e estruturais de híbridos de sorgo submetidos a adubação nitrogenada

ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO COM NITROGÊNIO E FÓSFORO PARA A PRODUÇÃO DE FENO COM O CAPIM MASSAI (Panicum maximum CV. Massai)

O objetivo deste estudo foi avaliar o valor nutritivo dos constituintes morfológicos do capimmarandu durante o período de deferimento.

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

ADUBAÇÃO NITROGENADA EM CAPIM-MASSAI: MORFOGÊNESE E PRODUÇÃO NITROGEN FERTILIZATION IN MASSAIGRASS: PRODUCTION AND MORPHOGENESIS

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS COMPONENTES MORFOLÓGICOS DO CAPIM- MASSAI MANEJADO SOB FREQUÊNCIAS E INTENSIDADES DE PASTEJO

Morphogenic and structural traits of Brachiaria brizantha cv. Marandu under different nitrogen levels and residues heights

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

MASSA DE COMPONENTES MORFOLÓGICOS NO PRÉ-PASTEJO DE BRACHIARA SOB OFERTAS DE FORRAGEM

Morphogenetical, structural and access to productive buffel grass

¹ Bacharelando em Agronomia DCA/IFMG/Bambuí ² Prof. DSc. Forrragicultura e Pastagens Orientador DCA/IFMG/ Bambuí

Produtividade do Sorgo Forrageiro em Diferentes Espaçamentos entre Fileiras e Densidades de Plantas no Semi-Árido de Minas Gerais

DIFERIMENTO DE PASTAGENS

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

FUNDAMENTOS PARA O MANEJO DE PLANTAS FORRAGEIRAS

MANEJO DO PASTEJO: AVALIAÇÃO AGRONOMICA E ESTRUTURAL

RENDIMENTO DE SUCO E TEOR DE SÓLIDOS SOLÚVEIS TOTAIS EM GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO AMARELO

Resumo Expandido. Título da Pesquisa: UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA NA FERTILIZAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS DO GÊNERO BRACHIÁRIA

Índices de crescimento de Brachiaria brizantha cv. Marandu adubadas com fontes e doses de silício 1

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

Transcrição:

Características morfogênicas de cultivares de Brachiaria no nordeste do Brasil Apresentação: Pôster Emmanuel L. de L. Véras 1 ; João V. Emerenciano Neto 2 ; Ana Beatriz G. da Costa 3 ; Brenda Adelino de M. Campelo 4, Gelson dos Santos Difante 5 Introdução No Brasil as condições naturais favorecem o uso de plantas forrageiras, entretanto, cada região é dotada de características específicas que direciona o produtor a optar pelo cultivar que melhor se encaixa no seu perfil produtivo. A capacidade do gênero Brachiaria de se adaptar a diversas condições torna os estudos sobre a morfogênese dessas plantas forrageiras de grande importância, pois possibilita avaliar a dinâmica de crescimento e acúmulo de forragem em ambientes específicos, e com base nesses resultados traçar estratégias de manejo adequadas. Antes das plantas serem inseridas no ecossistema pastagem, há avalições que são feitas em coleções de plantas com ensaios conduzidos em locais representativos das diversas regiões do país, com o objetivo de avaliar aspectos agronômicos de produção da forragem, assim como potencial de produção. Por consequência, pesquisas precisam ser desenvolvidas nas unidades básicas dessas plantas, para que as forrageiras disponíveis sejam experimentadas, e respostas geradas. Desse modo, o objetivo foi avaliar os efeitos das épocas do ano sobre as características morfogênicas das cultivares Basilisk, Marandú, Paiaguás, Piatã e Xaraés nas condições da região Nordeste. Fundamentação Teórica O Brasil possui mais de 170 milhões de hectares de pastagens em uso (IBGE, 2014). Esse mesmo levantamento menciona o fato do baixo crescimento médio das áreas de pastagem nos últimos 30 anos, mas cabe ressaltar que esse comportamento na dinâmica das áreas pastoris vem sendo possível, sobretudo, em decorrência do aumento da produtividade da atividade pecuária em geral, e do incremento tecnológico no uso e melhor aproveitamento das cultivares forrageiras. A maior demanda por variedades forrageiras que apresentem maior tolerância e resistência a 1 Mestre em Produção Animal, PPGPA UFRN/UFERSA, emmanuel.veras@hotmail.com 2 Professor, CCA/UNIVASF, joão_neto@zootecnista.com.br 3 Graduanda em Agronomia, EAJ/UFRN, beatrizcosta.0303@hotmail.com 4 Graduanda em Agronomia, EAJ/UFRN, brendadelino@gmail.com 5 Professor, PPGPA - UFRN, gdifante@hotmail.com

adversidades climáticas resulta no desenvolvimento de novas cultivares que contribuam para ampliar o leque de opções aos produtores ante as mais diversas demandas, como plantas tolerantes a seca, sombreamento, cultivares mais produtivas, maior tolerância a doenças e pragas, entre outros (Echeverria et al., 2016). O entendimento dos processos que culminam na plena produção forrageira passa pelo conhecimento dos processos que ocorrem na unidade básica dessas plantas, e que respeitem os limites ecofisiológicos das plantas forrageiras (Pereira et al., 2011). Desse modo, a morfogênese retrata a dinâmica de aparecimento e expansão dos componentes das plantas no espaço, onde em conjunto com os fatores abióticos asseguram o desenvolvimento das plantas seguindo seu programa morfogênico resultado da taxa de surgimento de novos órgãos e do balanço entre sua taxa de crescimento e senescência, sendo expressa em taxas de aparecimento, expansão e senescência ou duração de vida destes componentes (Chapman; Lemaire, 1993). As forrageiras do gênero Brachiaria possuem a capacidade de se adaptar a diversas condições, o que torna os estudos sobre a morfogênese dessas plantas de grande importância, pois possibilita avaliar a dinâmica de crescimento e acúmulo de forragem em ambientes específicos, e com base nesses resultados traçar estratégias adequadas para o uso. Objetivou-se avaliar as características morfogênicas de cultivares de Brachiaria no Nordeste brasileiro. Metodologia O experimento foi conduzido na área experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR), situado na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias UFRN, no município de Macaíba - RN. O período experimental foi de 10/04/2016 a 01/04/2017, dividido em períodos de avaliações de acordo com as estações do ano e o regime de precipitação da região, que compreendeu aos seguintes intervalos de tempo, (Águas 2016: 09/09/2016 a 28/10/2016; Seca: 28/10/2016 a 09/02/2017; e, Águas 2017: 09/02/2017 a 01/04/2017). Os tratamentos avaliados foram cinco cultivares das espécies de Brachiaria brizantha (cultivares Marandu, Paiaguás, Piatã e Xaraés) e Brachiaria decumbens (cultivar Basilisk). A área experimental foi composta por 20 parcelas de 4,0 m², com 1,69 m² de área útil, divididas igualmente em quatro blocos. No início de cada período de rebrota foram monitorados três perfilhos por parcela marcados com fios coloridos, com a finalidade de facilitar a identificação visual. As avaliações foram realizadas a cada sete dias, em cada uma delas eram tomadas as medidas do comprimento total das lâminas foliares (Expandidas e emergentes), o número de folhas, assim como o

comprimento do pseudocolmo (colmo + bainha), tomando a distância da base do perfilho até a última lígula exposta. De posse dos resultados aferidos e anotado nas planilhas foram calculadas: taxa de aparecimento foliar (TApF; folhas/perfilho.dia), taxa de alongamento foliar (TAlF ; cm/perfilho.dia), duração de vida da folha (DVF; dias), número de folhas vivas por perfilho (NFV; folhas/perfilho), Filocrono (inverso da TApF), e taxa de senescência foliar (TSeF; cm/dia). O delineamento foi em blocos ao acaso, com tratamentos arranjados em parcela subdividida, sendo as cultivares alocadas nas parcelas e os cortes nas subparcelas. Os dados foram submetidos à análise de variância e o efeito das fontes de variação e suas interações verificadas pelo teste de Tukey a 5% de significância. Resultados e Discussões A interação entre as cultivares e as épocas não foi significativa (P>0,05) para a taxa de aparecimento de folhas (TApF). Não houve efeito das cultivares (P>0,05) na TApF, porém verificou-se efeito da época de avaliação (P<0,05), onde as maiores TApF foram verificadas nas águas de 2017, período de maior precipitação. Difante et al., (2011) destacaram que a taxa de aparecimento de folhas é considerada a característica central da morfogênese, uma vez que influencia diretamente cada um dos componentes estruturais do dossel. A interação entre época e cultivar foi significativa (P<0,05) para a taxa de alongamento de folhas (TAlF). Nas águas de 2017 registrou as maiores TAlF nas forrageiras avaliadas, entre as cultivares foi observada maior TAlF na época seca (Tabela 01). Uma vez iniciado o processo de crescimento das lâmias foliares até o equilíbrio ela passa por um aumento constante de tamanho devido intensos processos de multiplicação celular determinado por características genéticas e influenciado por fatores do ambiente (Hodgson et al, 1981), nesse período esse processo tende a ser mais acelerado, pois não são limitados a planta os principais fatores de crescimento, permitindo expressar todo seu potencial produtivo. Para a duração de vida da folha (DVF), houve interação cultivar x época (P<0,05). Nas águas de 2017 houve redução na duração de vida das folhas, quando ocorre o aumento no aparecimento e no tamanho das folhas é esperado uma redução proporcional na vida das mesmas, esta característica é atribuída ao menor filocrono, o que sugere maior renovação de tecidos sob condições de maior incidência de chuvas. Segundo Navas et al., (2003), a curta DVF está associada a elevadas taxas de crescimento e fixação de carbono, enquanto folhas mais velhas contribuem para

a conservação de nutrientes na planta Tabela 01 Variáveis morfogênicas e coeficientes de variação (%) de cultivares forrageiras avaliadas no Nordeste Brasileiro Basilisk Marandu Paiaguás Piatã Xaraés Épocas Taxa de aparecimento de folhas (folhas/perfilho.dia) - (CV =26,44%) Média Águas 2016 0,07 0,07 0,06 0,04 0,04 0,06 B Seca 0,05 0,06 0,07 0,04 0,06 0,06 B Águas 2017 0,12 0,10 0,13 0,08 0,11 0,11 A Média 0,08 a 0,08 a 0,09 a 0,05 a 0,07 a - Taxa de alongamento de folhas (cm/perfilho.dia) - (CV= 27,66%) Águas 2016 1,64 ABa 1,91 ABa 2,01 Ba 1,67 Ba 2,46 Ba - Seca 0,81 Bb 1,15 Bb 1,92 Bab 1,07 Bab 2,51 Ba - Águas 2017 2,48 Aa 2,88 Aa 3,42 Aa 2,97 Aa 3,77 Aa - Duração de vida da folha (dias) - (CV = 29,38%) Águas 2016 97,77 Aab 102,06 Aab 82,69 Ab 138,83 Aa 109,14 Aab - Seca 116,58 Aa 78,49 Aab 75,73 Aab 80,97 Bab 63,84 Bb - Águas 2017 28,52 Ba 27,68 Ba 27,84 Ba 28,57 Ca 28,35 Ca - Número de folhas vivas (folhas/perfilho) - (CV= 19,95%) Águas 2016 6,56 Aa 5,11 Ab 5,30 Ab 5,48 Ab 4,61 Ab - Seca 4,51 Ba 3,73 Bab 4,04 Bab 3,48 Bb 3,52 Bb - Águas 2017 3,33 Ca 2,66 Cab 3,33 Ba 2,41 Cab 2,33 Cb - Filocrono (CV = 22,14%) Águas 2016 14,75 Bb 20,08 Aab 17,58 Aab 25,08 Aa 23,33 Aab - Seca 25,58 Aa 22,88 Aa 17,18 Aa 24,75 Aa 22,22 Aa - Águas 2017 8,75 Ca 11,16 Ba 8,75 Ba 12,16 Ba 12,00 Ba - Taxa de senescência (cm/dia) - (CV= 49,59%) Águas 2016 0,54 Aa 0,76 ABa 0,88 Aa 0,86 Aa 0,69 Aa - Seca 0,65 Aa 0,93 Aa 0,74 Aa 0,69 Aa 0,85 Aa - Águas 2017 0,39 Aa 0,51 Ba 0,62 Aa 0,59 Aa 0,79 Aa - Medias seguida de letras maiúsculas na coluna ou minúsculas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância (P<0,05). O NFV sofre influência direta de outras características como a TAF e DVF, a menor quantidade de folhas vivas foi observada na Águas de 2017 entre as forrageiras avaliadas. O capimbasilisk apresentou maior NFV nas Águas de 2016 e na seca; nas Águas de 2017 o capim-basilisk e o capim-paiaguás produziram o mesmo NFV. Foi observado interação entre cultivar e época para o filocrono (P<0,05), nas Águas 2016 o menor filocrono foi observado no capim-basilisk e o maior no capim-piatã, e, isso reforça a ideia de que mais tempo foi investido pela planta para atingir seu número máximo de folhas por perfilho. Em períodos onde ocorrem maiores chuvas há consequentemente maior desenvolvimento das gemas dormentes que estimulam o perfilhamento, o padrão de resposta observado na avaliação do Filocrono dessas forrageiras, mostra que nos períodos de maior incidência de chuvas houve maior surgimento de folhas, o que pode ser considerado como critério para seleção de forrageiras.

Para a taxa de senescência foi verificado interação significativa entre cultivar e época (P<0,05) (Tabela 1), onde observou-se diferença entre épocas apenas para o capim-marandu, onde nas águas de esse processo foi mais acelerado na época seca quando comparado as águas de 2017. Conclusões As forrageiras avaliadas são adequadas para o cultivo e apresentam potencial para serem utilizadas nos sistemas de produção. Entretanto, houve influência das épocas avaliadas sobre as características morfogênicas estudadas. Referências CHAPMAN, D.; LEMAIRE, G. Morphogenetic and structural determinants of plant regrowth after defoliation. In: International Grassland Congress, 17, Palmerston North. anais Palmerston North. p.95-104, 1993. DIFANTE, G. S.; NASCIMENTO JUNIOR, D.; SILVA, S. C.; EUCLIDES, V. P. B.; MONTAGNER, D. B.; SILVEIRA, M. C. T.; PENA, K. S. Características morfogênicas e estruturais do capim marandu submetido a combinações de alturas e intervalos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.955 963, 2011. ECHEVERRIA, J. R.; EUCLIDES, V. P. B.; SBRISSIA, A. F.; MONTAGNER, D. B. M; BARBOSA, R. A.; NANTES, N. N.; Acúmulo de forragem e valor nutritivo do híbrido de Urochloa 'BRS RB331 Ipyporã' sob pastejo intermitente. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.51, n.7, p.880-889, 2016 HODGSON, J. et al. The influence of cutting and grazing management on herbage growtg and utilization In. SIMPOSIUM ON PLANT PHYSIOLOGY AND HERBAGE PRODUCTIONS, Nottingham, 1981. Anais... Belfast: British Grassland Society, P 51-62. 1981. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2014. http:/www.sidra.ibge.gov.br. Consultado em 30 de janeiro de 2016. Disponível em: < http://seriesestatisticas.ibge. gov.br/>. Acesso em: 02 set. 2017. LEMAIRE, G.; CHAPMAN, D. Tissue flows in grazed plant communities. In: HODGSON, J.; ILLIUS, A. W. The ecology and management of grazing systems. Wallingford: CAB International, p. 3-36., 1996. NAVAS, M.L.; Ducout B.D.; Roumet C.; Richarte J.; Garnier J.; Garnier E. 2003. Leaf life span, dynamics and construction cost of species from Mediterranean old-fi elds differing in successional status. New Phytologist 159: 213-228, 2003. PEREIRA, O. G.; ROVETTA, R.; RIBEIRO, K. G.; SANTOS, M. E. S.; FONSECA, D. M.; CECON, P. R.; Características morfogênicas e estruturais do capim-tifton 85 sob doses de nitrogênio e alturas de corte, Revista Brasileira de Zootecnia, Brasília, v.40, n.9, p.1870-1878, 2011.