A U A UL LA Ritmos e movimentos da popuação mundia Nessa aua, vamos estudar o crescimento da popuação mundia reacionando-o com as mudanças ocorridas na sociedade. Vamos conhecer o modeo expicativo da desaceeração do crescimento popuaciona - a transição demográfica. Veremos ainda os principais fuxos migratórios contemporâneos e as questões sociais e econômicas que decorrem desses fuxos. Qua a importância dos movimentos de popuação no mundo atua? Diante de um período histórico em que o dinheiro praticamente não encontra imites a sua mobiidade, qua a situação do trabaho diante da gobaização? Aparentemente, as restrições à ivre circuação de pessoas estão aumentando nos países industriaizados, apesar da formação dos bocos econômicos. Os trabahadores árabes, turcos e africanos, que nos útimos trinta anos acorreram à Europa para trabahar na construção civi e nos empregos de menor quaificação, estão sendo cada vez mais discriminados pea egisação dos países europeus. Da mesma maneira, os Estados Unidos têm aumentado as dificudades impostas à imigração de trabahadores, principamente atino-americanos, que buscam emprego em seu território. Assim, a gobaização é um processo de duas vias: de um ado aumenta a mobiidade do dinheiro, de outro restringe os desocamentos da popuação que busca trabaho. A grande expansão demográfica do mundo contemporâneo começou com a Revoução Industria. A partir do sécuo XVIII assistimos a um extraordinário crescimento demográfico, e a popuação mundia, em 1830, atingiu pea primeira vez um bihão de habitantes. Apenas oitenta anos depois atingiu 2 bihões. Entre 1930 e 1975 - em 45 anos -, dobrou de novo. Em 1987 foi anunciado o nascimento do habitante de número 5 bihões. Em 150 anos a popuação do nosso paneta quintupicou. No mundo, hoje, nascem 150 crianças por minuto, 220 mi por dia e 80 mihões por ano. Nesse ritmo a Terra deverá utrapassar 6 bihões de habitantes por vota do ano 2000.
O crescimento da popuação mundia não se processou de modo uniforme, ao mesmo tempo e em todos os ugares. Ee foi iniciamente um crescimento popuaciona europeu. A eficácia na uta contra a morte e as mehorias das condições de vida fizeram a popuação da Europa passar de 187 mihões, em 1800, para 400 mihões, em 1900. A partir da metade do sécuo XX, o crescimento da popuação mundia ocorreu nos outros continentes. Os países subdesenvovidos conheceram então uma forte baixa da mortaidade, como resutado da difusão das vacinas, da eiminação dos vetores de numerosas doenças e das medidas de saneamento básico. A taxa de mortaidade no conjunto dos países pobres passou de 25 óbitos por mi habitantes, em 1950, para 9 óbitos por mi, em 1990. O conjunto dos países subdesenvovidos tinha uma taxa de crescimento anua de 2,4% no período 1970/75, enquanto os desenvovidos tinham uma taxa de apenas 0,8%. As incertezas quanto ao futuro são expicadas peas atuais interrogações sobre as tendências das taxas de nataidade. Desde a década de 1970 constata-se uma diminuição da taxa de fecundidade (número de nascimentos anuais em um conjunto de mi muheres entre 14 e 49 anos) em quase todos os países - a fecundidade mundia teria passado de 6,1 fihos em 1970 para 3,7 em 1990. Novos comportamentos sociais, como o uso de métodos anticonceptivos e a emancipação da muher na sociedade contribuíram para diminuir a nataidade. As poíticas de panejamento famiiar aceeraram a queda da fecundidade. Os únicos países que ficaram fora da poítica anti-nataista foram os países da África tropica e aguns países árabes. Como resutado dessas ações o crescimento demográfico anua, que era de mais de 2% na década de 1970, caiu para 1,6 nos anos 80, e para aproximadamente 1% nos anos 90. A U L A O crescimento extraordinário da popuação mundia nos útimos duzentos anos e a desaceeração atua permitiram eaborar um modeo expicativo para a evoução da popuação mundia: a transi- ção demográfica. A transição demográfica consiste em uma sucessão de fases peas quais uma popuação passa à medida que penetra no que chamamos de modernidade, isto é, uma sociedade agrária tradiciona transforma-se numa sociedade moderna, industria e urbana. GRÁFICO DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Ao ongo do processo de transição, é possíve identificar uma primeira fase na qua se registra um pequeno crescimento da popuação porque a ata taxa de nataidade é anuada pea ata taxa de mortaidade. A segunda fase caracteriza-se por um rápido crescimento demográfico por causa do desencontro entre as duas taxas. Essa aceeração é expicada peo recuo da mortaidade, graças à revoução sanitária, isto é, ao desenvovimento de uma infra-estrutura de serviços coetivos de higiene e à adoção de medidas de profiaxia. O terceiro momento tem um pequeno crescimento, um novo equiíbrio entre as duas taxas que, agora, se apresentam muito baixas. Os países mais avançados já terminaram o processo de transição demográfica. Muitos dees vem apresentando uma popuação estabiizada na qua o número de nascimentos equivae ao número de óbitos. O crescimento vegetativo é muito pequeno e, em aguns períodos, negativo.
A U L A MAPA DOS DIFERENTES RITMOS DE CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO MUNDIAL Para muitos países subdesenvovidos, a transição demográfica iniciou-se após a Segunda Guerra Mundia. A difusão de medidas sanitárias e o uso de vacinas e antibióticos derrubaram a taxa de mortaidade, provocando uma aceeração das taxas de crescimento demográfico. Mas a mudança de comportamentos sociais, a adoção de métodos contraceptivos e o acesso à informação fizeram as taxas de fecundidade decinar rapidamente. O período de crescimento mais rápido ocorreu na década de 1960. Mas as taxas médias de crescimento estão decinando e as previsões demográficas admitem uma estabiização da popuação mundia em torno de 10 bihões de habitantes, no ano de 2050. A evoução demográfica é um indicador de mudanças econômicas. As transformações impostas pea industriaização na Europa Norte-Ocidenta, no período 1850-1914, provocaram o primeiro boom (exposão) da economia moderna e o grande crescimento demográfico europeu na segunda metade do sécuo XIX. No mundo subdesenvovido, a renda rea por habitante dobrou no período de 1945 a 1973, graças a um crescimento econômico de mais de 3% ao ano. Se o crescimento econômico e o crescimento demográfico têm origens estruturais comuns, é possíve admitir que ees tenham uma interação dinâmica. A veocidade das mudanças - urbanização, eevação do níve de instrução, aumento do poder de compra - acarreta a baixa da mortaidade que é apenas o seu aspecto mais visíve. A dinâmica de uma popuação envove, aém das taxas de nataidade e mortaidade, as diferentes modaidades de migração. Os homens sempre se desocaram em grupos ou individuamente. Esses desocamentos infuem na organização do espaço e na estrutura da popuação, tanto na região de saída quanto na região de chegada. As migrações internacionais, sem o caráter maciço que tiveram no sécuo XIX e no início do sécuo XX, são ainda expressivas em termos numéricos. Aproximadamente 2% da popuação mundia vive fora do país de nascimento, e a proporção de estrangeiros na composição da popuação varia de 7% na Aemanha e na França a 20% na Austráia. As estatísticas sobre as migrações internacionais não apresentam muita precisão por causa do grande número de imigrantes candestinos.
Após a Segunda Guerra Mundia podemos identificar quatro grandes fuxos migratórios internacionais: O primeiro refere-se aos desocamentos de popuação para fazer coincidir a nova fronteira poítica com os grupos étnicos. O exempo mais significativo ocorreu após a divisão poítica da União Indiana, em 1947, quando aproximadamente 15 mihões de pessoas foram desocadas entre a Índia e o Paquistão. Outro exempo, mais recente, deu-se na região bacânica, quando houve a fragmentação poítica da Iugosávia. O segundo diz respeito aos refugiados poíticos, que chegam hoje a mais de 25 mihões de pessoas. Ees procedem dos pontos quentes, ou seja, das áreas de confitos internos, nas quais uma facção temporariamente derrotada se refugia em outro país. A situação trágica desses grupos é marcada pea indefinição e pea precariedade das condições de vida que anuam, em grande parte, a ação do Ato Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O Sudeste Asiático, o Oriente Médio, a América Centra e a África Orienta são as principais regiões desses refugiados. O Leste Europeu, enquanto esteve isoado pea chamada Cortina de Ferro, dava origem a numerosos contingentes de refugiados poíticos. A crise de 1989 faciitou o desocamento de mais de um mihão e trezentos mi emigrantes que deixaram seus países em direção à Europa Ocidenta, por razões basicamente econômicas, e que soicitavam, no país de acohimento, o estatuto de refugiados poíticos. O terceiro é marcado peo desocamento de cérebros. A migração de pessoas com ata quaificação profissiona e/ou de estudos significa uma vantagem enorme para os países que as recebem porque as despesas para sua formação foram desembosadas peos países de origem. Os Estados Unidos são beneficiados por esses movimentos porque entre 1970 e 1990 receberam perto de um mihão de imigrantes atamente quaificados, procedentes de todo o mundo, embora no mesmo período tenham sido adotadas eis cada vez mais restritivas à imigração de mão-de-obra não quaificada. A U L A PRINCIPAIS FLUXOS DE MIGRAÇÃO DE TRABALHADORES
A U L A Finamente, o quarto fuxo agrupa as migrações de trabahadores. Após a Segunda Guerra Mundia, a Europa Norte-Ocidenta se abastecia de mãode-obra nas regiões de economia deprimida da bacia mediterrânea. Já os Estados Unidos recorriam a seus vizinhos mais próximos, o México e o Caribe. No entanto, a partir da crise dos anos 70 e da adoção das novas técnicas de produção do modeo de industriaização pós-fordista, agravou-se a situação de desemprego nesses países. Nas antigas áreas de acohimento de imigrantes cresceram os sentimentos xenófobos (do grego: xeno = estrangeiro + fobia = aversão) e os movimentos de pressão para a adoção de eis restritivas à imigração. Os probemas surgidos com os árabes na França são anáogos aos dos turcos na Aemanha e aos dos jamaicanos na Ingaterra. Hoje, na Europa e nos Estados Unidos, a imigração é uma questão socia e poítica preocupante. Os probemas igados aos fuxos migratórios de trabaho reabrem o veho debate sobre integrar os recém-chegados à comunidade naciona ou mantê-os num estatuto particuar. Os muçumanos, por exempo, instigados peos movimentos fundamentaistas, aegam o direito à diferença, recusando-se a aceitar a integração. As sociedades ocidentais adotam comportamentos de rejeição, o que é facimente exporado no campo poítico. Esse desconhecimento recíproco pode esgarçar o tecido socia dando origem a tensões e confitos. As novas tendências da economia mundia admitem a ivre circuação de capitais, de mercadorias e de tecnoogia, mas adotam medidas cada vez mais restritivas para os fuxos de mão-de-obra. As migrações de trabahadores são submetidas a controes cada vez mais rigorosos. O desenvovimento dos meios de transportes e o acesso à informação abriram a era do turismo de massa, desocando mihões de pessoas anuamente. O turismo tornou-se assim um fato econômico e socia do mundo contemporâneo por causa dos recursos que movimenta. PRINCIPAIS FLUXOS TURÍSTICOS
No mapa, observa-se uma estreita reação entre a quaidade de vida e a intensidade dos fuxos turísticos. A Europa Ocidenta é a principa emissora e receptora do turismo internaciona. Esses desocamentos têm impicações econômicas, pois os ucros que geram têm grande importância no baanço de pagamentos dos países receptores. Na Europa Ocidenta, por exempo, o turismo mantém 6 mihões de empregos diretos e perto de 10 mihões indiretos. Os Estados Unidos atraem por ano 50 mihões de turistas do mundo inteiro, mas os fuxos internos são quase dez vezes maiores. Nova York é o principa póo de atração, enquanto a Caifórnia e a Fórida atraem fuxos turísticos internos e externos, em virtude das atrações aí instaadas. Fuxos menores dirigem-se para os países subdesenvovidos. Nesses ocais, de natureza priviegiada, são instaados equipamentos turísticos eficientes, quase sempre peo capita internaciona. Esses ocais vendem a paisagem. A U L A Nesta aua você aprendeu que: o crescimento da popuação mundia é desigua no tempo e no espaço. Os países desenvovidos têm, hoje, pequeno crescimento vegetativo pois já competaram sua transição demográfica. Aguns países subdesenvovidos iniciaram essa transição enquanto outros ainda dependem do desenvovimento sócio-econômico para reaizá-a; os mais importantes fuxos migratórios internacionais contemporâneos são reaizados por grupos étnicos à procura da nova fronteira poítica, peos refugiados poíticos, por técnicos atamente quaificados e, com mais destaque, por homens em busca de trabaho; o turismo de massa, peos recursos que movimenta, é uma das mais importantes atividades da economia moderna. Exercício 1 Reacione as pirâmides etárias dos países A, B e C com o gráfico esquemático da transição demográfica e responda às perguntas abaixo. a) Por que a pirâmide etária do país A representa a popuação de um país que se encontra na primeira fase da transição demográfica? b) Apresente duas mudanças que devem ocorrer na dinâmica demográfica do país A para que a estrutura etária da sua popuação passe a ser igua à da pirâmide do país C. PIRÂMIDES ETÁRIAS A pirâmide etária representa a distribuição, por idade, da popuação de determinado país. Ao mesmo tempo, expressa a fase da transição demográfica em que se encontra a sua popuação.
A U L A Exercício 2 Observe o mapa e apresente duas razões para os fuxos migratórios representados. FLUXOS MIGRATÓRIOS PARA A EUROPA Durante o sécuo XIX, a exposão demográfica e as mudanças na economia européia originaram fuxos migratórios importantes para o povoamento da América, Austráia e Nova Zeândia. Hoje, a Europa vive um probema inverso: mihares de migrantes tentam instaar-se nos seus países mais ricos. Exercício 3 Numa área de atração turística que você conheça, responda: a) Quais os efeitos dos fuxos turísticos na preservação das condições ambientais ocais? b) De que modo os fuxos turísticos atuam na mehoria das condições do espaço?