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Transcrição:

CONFERÊNCIAS Cairo (11/1943) discutir o mapa político da Ásia (China e Coréia); Teerã (28/11-01/12/1943) decisão do ataque conjunto inglês e americano na Normandia; hispótese de divisão da Alemanha em zonas de influência.

CONFERÊNCIAS Yalta (4-11/02/1945) - tratou da divisão da Coréia (sul capitalista; norte comunista); divisão da Alemanha em zonas de influência (oriental comunista; ocidental capitalista).

CONFERÊNCIAS Potsdam Divisão de Berlim em duas partes (oriental e ocidental); construção do muro de Berlim; instalação do tribunal de Nuremberg para julgamento dos crimes nazistas.

RESULTADOS DA GUERRA Início da Era Atômica; Desenvolvimento da Guerra Fria; Criação da ONU; Processo de descolonizaçao da Ásia e da África.

UM MUNDO BIPOLAR GUERRA FRIA

UM MUNDO BIPOLAR Além de ruínas e milhões de mortos, a Segunda Guerra Mundial deixou como herança um mundo polarizado ideologicamente e dividido em dois blocos antagônicos.

UM MUNDO BIPOLAR Nesse novo mundo bipolar, todos os países tiveram de se alinhar com o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, ou com o bloco socialista, liderado pela União Soviética. As duas superpotências haviam lutado juntas contra o nazi-fascismo. A partir de 1947, porém, teve início entre elas uma nova modalidade de conflito: a guerra fria.

UM MUNDO BIPOLAR Em defesa de seus interesses, EUA e URSS deram início a uma corrida armamentista sem precedentes na história. Construíram grandes arsenais militares e mantiveram o mundo sob a constante ameaça de uma guerra nuclear.

UM MUNDO BIPOLAR O pesadelo começou a ser afastado apenas a partir de 1989, quando o Leste europeu foi varrido por uma onda democrática que pôs fim aos regimes de socialismo estatal-burocrático da região.

UM MUNDO BIPOLAR Dois anos depois, a própria URSS deixaria de existir. O mundo bipolarizado começava a ficar para trás. Em seu lugar, surgia um mundo globalizado, sob a hegemonia absoluta dos Estados Unidos.

A GUERRA FRIA Em 1945, ao terminar a Segunda Guerra Mundial, a Europa estava ainda mais arrasada do que no fim da Primeira Guerra. O conflito deixou um saldo de cerca de 50 milhões de mortos. O cenário era de desolação.

A GUERRA FRIA Um número incalculável de pessoas, famintas e maltrapilhas, perambulava pelas estradas, tentando voltar para sua terra, de onde haviam sido arrancadas à força. A destruição atingira a indústria, os transportes, as comunicações, pontes, canais, diques e terras férteis.

A GUERRA FRIA A reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial, beneficiada pela ajuda norte-americana, se fez num ritmo acelerado se a compararmos com o fim do conflito anterior. Em alguns aspectos, a situação parecia mais animadora. Basta lembrarmos que, ao contrário da intensificação das paixões nacionalistas, agora os europeus se preocupavam em cooperar mutuamente e fortalecer a unidade continental.

A CRIAÇÃO DA ONU Organização das Nações Unidas

A criação da ONU No final da Segunda Guerra Mundial, uma proposta ganhou força entre muitos países: criar mecanismos para garantir o convívio pacífico dos diferentes povos.

A criação da ONU O primeiro passo para a nova ordem mundial tinha ocorrido já em 1941, com a Carta do Atlântico, assinada por Winston Churchill, primeiro-ministro inglês, e Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos. O documento era uma espécie de pacto pela paz, pela autodeterminação dos povos e pela destruição do nazismo.

A criação da ONU Dentro desse espírito, os representantes dos países aliados decidiram, na Conferência de Yalta, em fevereiro de 1945, convocar uma reunião para instituir um organismo mundial capaz de preservar a paz, a autonomia dos povos, promover a cooperação internacional e o progresso social.

A criação da ONU Assim, em junho desse mesmo ano, em uma reunião realizada em São Francisco, Estados Unidos, representantes de cinquenta países assinaram a Declaração das Nações Unidas, criando a Organização das Nações Unidas (ONU).

A criação da ONU Hoje, a ONU reúne 193 países membros e é formada por cinco órgãos principais: Assembleia-Geral: constitui o órgão mais importante e dela participam todos os países associados. Conselho de Segurança: tem a missão de manter a paz e a segurança mundial.

A criação da ONU Hoje, a ONU reúne 193 países membros e é formada por cinco órgãos principais: Secretaria-Geral: administra a instituição e executa os programas e políticas elaborados pela entidade. Conselho Econômico e Social: é o responsável pelos programas sociais e econômicos. Corte Internacional de Justiça: julga as disputas entre os países.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, discursa durante a 63ª Assembléia Geral da ONU em Nova York, nos Estados Unidos. 23/09/2008

A criação da ONU Além desses órgãos, fazem parte da ONU várias agências com objetivos específicos, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) mais conhecido como Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O FMI O Banco Mundial e o FMI foram criados em julho de 1944, na Conferência de Bretton Woods (EUA), cujo objetivo era estabelecer regras para o funcionamento da economia mundial no pós-guerra. Os países presentes à reunião concordaram em adotar o dólar como moeda internacional e traçaram as diretrizes das duas novas instituições financeiras que um ano depois integrariam a ONU.

O FMI Ficou a cargo do Banco Mundial financiar investimentos de longo prazo nos países associados e gerar infraestrutura para o desenvolvimento econômico. Por isso, desde a sua fundação, o Banco Mundial financia recursos para setores tão diversificados quanto agricultura, programas populacionais e projetos ambientais.

O FMI Já ao FMI coube promover a cooperação monetária internacional e a estabilidade cambial, além de oferecer ajuda financeira aos países membros em dificuldade econômica.

O FMI Hoje, a atuação do FMI é alvo de críticas, pois tem aprofundado as crises dos países pobres e as desigualdades entre as nações. Para mais informações: http://www.onu.org.br/

UMA CORTINA DE FERRO

UMA CORTINA DE FERRO Apesar de suas diferenças ideológicas, Estados Unidos e União Soviética haviam unido esforços para derrotar o expansionismo militar nazista. Os dois países colaboraram também nos tratados que marcaram o fim do conflito e definiram as bases para uma nova ordem mundial.

UMA CORTINA DE FERRO Entretanto, as divergências não demoraram a surgir. A URSS, à medida que avançava contra o exército alemão, passou a controlar várias regiões do leste europeu. Com isso, o país emergia do pós-guerra como uma das grandes potências militares e políticas do mundo.

UMA CORTINA DE FERRO Os países capitalistas se alarmaram com a expansão soviética. O primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, já em 1945, declarava: "A ameaça soviética, no meu entender, já tomou o lugar do inimigo nazista".

UMA CORTINA DE FERRO Um ano depois, em discurso pronunciado nos EUA, voltou ao tema: "Uma sombra desceu sobre o cenário até há pouco iluminado pelas vitórias dos Aliados. Ninguém sabe o que a URSS, com sua organização internacional comunista, pretende fazer no futuro imediato, ou quais são os limites, se é que os há, para as suas tendências expansionistas, partidárias, intransigentes e intolerantes".

UMA CORTINA DE FERRO Churchill dizia que uma cortina de ferro havia descido sobre os países do leste europeu ocupados pelo Exército Vermelho. Era uma forma de denunciar o que considerava falta de democracia na região.

UMA CORTINA DE FERRO A expressão entrou para o vocabulário de um novo conflito, a guerra fria, iniciada na época e que iria opor, durante mais de quatro décadas, o bloco socialista, liderado pela URSS, e o capitalista, comandado pelos EUA.

O PLANO MARSHALL

O PLANO MARSHALL Para os defensores do mundo capitalista, os temores de Churchill não eram infundados. O comunismo avançava em toda a Europa. Além do leste europeu, os partidos comunistas na Itália e na França haviam adquirido grande prestígio popular por sua atuação nas lutas de resistência. Na Grécia, uma guerrilha comunista tentava tomar o poder. Nesse contexto, os países capitalistas lançaram a estratégia de contenção, uma espécie de doutrina que procurava responder com severidade à expansão do socialismo.

O PLANO MARSHALL O principal formulador dessa política foi George Kennan, historiador e diplomata que exercia grande influência sobre o presidente norte-americano Harry Truman.

O PLANO MARSHALL Em 12 de março de 1947, Truman solicitou ao Congresso dos EUA apoio financeiro para enfrentar o avanço do comunismo. O pedido tornava pública a intenção do governo norte-americano de intervir em qualquer país de sua "esfera de influência" que se visse ameaçado de passar para o controle dos comunistas. Assim surgiu a Doutrina Truman, ponto de partida para a guerra fria.

O PLANO MARSHALL Segundo avaliação do governo norte-americano, o avanço do comunismo na Europa ocorria em grande parte devido ao cenário de destruição deixado pela guerra, somado à crise econômica e aos escassos recursos para a reconstrução dos países. Por isso, era necessário adotar um plano de ajuda econômica abrangente para reerguer os países europeus e impedir o avanço do comunismo.

O PLANO MARSHALL Esse plano foi proposto em junho de 1947 por George C. Marshall, secretário de Estado norte-americano. Como era de esperar, a medida despertou grande entusiasmo entre as nações europeias. O próprio Stálin, principal líder soviético, chegou a enviar representantes a uma reunião em Paris para avaliar os benefícios da proposta, mas desistiu ao perceber que ela poderia significar a ingerência norte-americana na economia soviética.

O PLANO MARSHALL Ao contrário de constituir uma ajuda desinteressada, o Plano Marshall, como ficou conhecido, tinha o claro propósito de manter os países europeus sob a influência norte-americana. Além disso, procurava expandir ainda mais a própria economia dos EUA, pois facilitava suas exportações para a Europa.

SOB O TERROR NUCLEAR

SOB O TERROR NUCLEAR A expressão guerra fria foi cunhada, ao que parece, pelo escritor inglês George Orwell. Designava um novo tipo de conflito, durante o qual os dois antagonistas Estados Unidos e União Soviética nunca se enfrentaram diretamente. Foi caracterizada por uma tensão permanente entre as duas superpotências, pelo terror nuclear, pela ação da espionagem de ambas as partes e por conflitos localizados, como a Guerra da Coréia.

ALEMANHA, ANO ZERO

ALEMANHA, ANO ZERO O bloqueio a Berlim, em 1948, foi o primeiro grande conflito entre os dois blocos. No final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em quatro zonas de ocupação. A mesma divisão valia para a cidade de Berlim, embora a cidade estivesse encravada na zona de dominação soviética. Por isso, as ferrovias e estradas que ligavam a parte controlada pelos países capitalistas tinham de atravessar a área sob ocupação soviética.

ALEMANHA, ANO ZERO Em 1948, Stálin ordenou que essas vias de acesso a Berlim Ocidental fossem bloqueadas. Com isso, esperava forçar as potências capitalistas a sair de Berlim. Para contornar o problema, o abastecimento da parte ocidental da cidade passou a ser feito por aviões. Uma ponte aérea funcionava sem interrupção e mais de mil aviões aterrissavam todos os dias em Berlim Ocidental. O bloqueio revelou-se inútil e foi suspenso quase um ano depois de ter começado.

ALEMNHA, ANO ZERO Enquanto o bloqueio estava em vigor, as potências capitalistas unificaram as zonas sob sua ocupação e formaram a República Federal da Alemanha (RFA) ou Alemanha Ocidental, com governo autônomo na cidade de Bonn. Criaram ainda a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar que englobava os países vinculados ao bloco liderado pelos Estados Unidos.

ALEMNHA, ANO ZERO A União Soviética respondeu de forma semelhante. Na área sob seu domínio, organizou a República Democrática Alemã (RDA) ou Alemanha Oriental e, mais tarde, estabeleceu a sua própria aliança militar, o Pacto de Varsóvia, que reunia os países sob sua influência.

ALEMANHA, ANO ZERO Berlim voltaria à cena da guerra fria em 1961. Nesse ano, o governo de Moscou ordenou a construção de um muro separando as duas partes da cidade, sob a alegação de que milhares de alemães orientais fugiam para o lado ocidental, ao mesmo tempo que, por meio do contrabando, moedas e mercadorias faziam o caminho inverso. O Muro de Berlim tornou-se rapidamente o principal símbolo da guerra fria, exemplo de um mundo dividido por conflitos ideológicos.

GUERRA DA CORÉIA

A GUERRA DA CORÉIA Outro confronto que envolveu os dois blocos foi a Guerra da Coréia. No fim da Segunda Guerra Mundial, a Coréia, que estivera sob ocupação japonesa, ficou dividida em duas partes. O norte do país passou a constituir a República Democrática Popular da Coréia, com um governo comunista sob influência da URSS. No sul, por sua vez, foi criada a República da Coréia, capitalista e aliada dos EUA.

A GUERRA DA CORÉIA Em 1950, tropas do norte invadiram a região sul, com o propósito de reunificar o país. Forças militares da ONU, compostas em sua maioria de soldados norte-americanos, repeliram o ataque e aproveitaram para invadir parte da Coréia do Norte.

A GUERRA DA CORÉIA Nesse momento, tropas da República Popular da China (que havia se tornado comunista em 1949) vieram em socorro dos norte-coreanos, obrigando as forças ocidentais a recuar para o sul. O conflito acabou se estabilizando no ponto de partida. Por um tratado assinado em 1953, o paralelo 38 seria reconhecido como linha divisória entre as duas Coreias.

A CORRIDA ESPACIAL

A CORRIDA ESPACIAL A guerra fria impulsionou a exploração espacial e resultou em grandes avanços científicos e tecnológicos. A União Soviética saiu na frente. Em 1957, colocou em órbita o primeiro satélite artificial, o Sputnik, uma pequena esfera de alumínio de 84 quilos, equipada com um transmissor. Pouco depois, lançou o Sputnik 2, uma cápsula de meia tonelada, levando a bordo a cachorrinha Laika, o primeiro ser vivo a ir para o espaço.

A CORRIDA ESPACIAL Os Estados Unidos reagiram lançando em janeiro de 1958 o satélite Explorer I. Em outubro anunciaram a criação da National Aeronautics and Space Administration (Nasa), órgão encarregado de comandar as pesquisas espaciais.

A CORRIDA ESPACIAL O passo seguinte era vencer o desafio de colocar o ser humano no espaço. Novamente, a URSS foi a pioneira. Em abril de 1961 enviou o astronauta Iuri Gagarin na cápsula espacial Vostok I. A viagem, que durou apenas uma hora e 48 minutos, percorreu cerca de 40 mil quilômetros em volta da Terra. No ano seguinte, os norte-americanos enviaram ao espaço nave tripulada por John Glenn.

A CORRIDA ESPACIAL Em 1966 o foguete soviético Luna-9 pousou na Lua. Enquanto isso, os Estados Unidos desenvolviam o Projeto Apollo, com o objetivo de realizar voos tripulados à Lua. Em julho de 1969 a nave Apollo II, levando três tripulantes, chegou à superfície lunar. Entre eles estava Neil Armstrong, que teve a glória de ser o primeiro homem a pisar na Lua, cena que foi transmitida ao vivo, pela TV, para todo o planeta.

CUBA E A CRISE DOS MÍSSEIS

CUBA E A CRISE DOS MÍSSEIS A expansão do comunismo pelo mundo provocaria ainda outros conflitos. Cuba, na América Central, passou por uma revolução socialista em 1959. Isolado pelos EUA, o governo revolucionário aprofundou suas relações com os países comunistas.

CUBA E A CRISE DOS MÍSSEIS Em 1962, os EUA detectaram a presença de mísseis de origem soviética em Cuba. O resultado foi uma das mais sérias crises da guerra fria. Sentindo-se ameaçado, o governo norte-americano determinou o bloqueio da ilha. Por vários dias, o mundo aguardou com ansiedade o desfecho da crise, temeroso de um conflito generalizado.

CUBA E A CRISE DOS MÍSSEIS A URSS, entretanto, liderada por Kruchev, recuou e retirou seus mísseis de Cuba. Um acordo secreto assinado na ocasião determinou que Moscou não estabeleceria bases nucleares em Cuba. Em troca, os norte-americanos se comprometiam a não intervir nos assuntos internos cubanos. Os EUA, porém, descobriram outra forma mais eficaz de atingir os cubanos: impondo-lhes rigoroso bloqueio econômico e diplomático.

A DÉTENTE Apenas em 1972, após três anos de conversações, EUA e URSS chegaram a um acordo parcial para a limitação da produção de armas nucleares, conhecido pela sigla Salt-I. O acordo assinalou o início de uma nova fase nas relações entre os dois países, à qual se deu o nome de détente ou distensão. Ao mesmo tempo, outros acontecimentos contribuíram para reduzir as tensões entre os dois blocos, como o ingresso da República Popular da China na ONU com a exclusão de Taiwan, que representava a China desde 1949 e a retirada norte-americana da Guerra do Vietnã, em 1973. A guerra fria, porém, só chegaria ao fim entre as décadas de 1980 e 1990.