Página1 Curso/Disciplina: Segurança Pública Aula: Órgãos de Segurança Pública de Nível Federal e Estadual. Policia de Natureza Preventiva e Repressiva 02 Professor (a): Luis Alberto Monitor (a): Luis Renato Ribeiro Pereira de Almeida Aula 02 ÓRGÃOS DA SEGURANÇA PÚBLICA Os órgãos da segurança pública em âmbito federal (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal), assim como os órgãos do Distrito Federal (Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar), são organizados e mantidos pela União. Além de organizados e mantidos pela União, os órgãos da segurança pública em âmbito federal são: a) estruturados em carreira; b) considerados órgãos permanentes; c) subordinados ao Presidente da República. Contudo, há diversos outros órgãos aos quais a Polícia Federal está hierarquicamente vinculada. Portanto, é correto afirmar que a Polícia Federal está vinculada ao Presidente da República, mas não de modo exclusivo. Existe diferença entre policiamento ostensivo e patrulhamento ostensivo? O Anexo I da Lei 9.503/97 (CTB) destaca que o policiamento ostensivo das rodovias federais será realizado pela Polícia Militar, e o patrulhamento ostensivo das rodovias federais pela Polícia Rodoviária Federal. Policiamento ostensivo de trânsito - função exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança pública e de garantir obediência às normas relativas à segurança de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes. Patrulhamento - função exercida pela Polícia Rodoviária Federal com o objetivo de garantir obediência às normas de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
Página2 7) (Ano: 2014. Banca: IPAD. Órgão: IPEM/PE. Prova: Analista Gestão em metrologia e qualidade industrial) A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao policiamento de trânsito das rodovias federais. Gabarito: incorreta. A polícia rodoviária federal não exerce o policiamento, mas o patrulhamento. Além do Anexo I do CTB, o art. 144, 2.º, CRFB também estabelece que a polícia rodoviária federal destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Art. 144, 2.º. A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Contudo, note-se que a o art. 2.º-A, 1.º, IV, da Lei 9.654/98, que cria o cargo de policial rodoviário federal, não faz distinção entre patrulhamento e policiamento ostensivo. Art. 2.º-A, 1.º, IV Terceira Classe: atividades de natureza policial envolvendo a fiscalização, patrulhamento e policiamento ostensivo, atendimento e socorro às vítimas de acidentes rodoviários e demais atribuições relacionadas com a área operacional do Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Em âmbito estadual, são orgãos da segurança pública a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiro Militar. Na Polícia Civil, há servidores estaduais civis (art. 39 ao 41, CRFB/88); ao passo que na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiro Militar há servidores militares estaduais (art. 42, CRFB/88). A Polícia Militar e os Corpos de Bombeiros Militares são forças auxiliares e reserva do Exército, sendo competência privativa da União legislar sobre convocação de PM e Bombeiro. A estrutura da desses órgãos assemelha-se inclusive à estrutura hierárquica do exército. Esses órgãos prestam auxílio ao exército. São órgãos estruturados em carreira, porém a Constituição não estabelece se estes são órgãos permanentes ou não. Há um projeto para a união da polícia militar e da polícia civil, uma vez que não há previsão constitucional expressa no sentido de serem permanentes. Os órgãos estaduais são organizados e mantidos pelo Estado. Porém, a União estabelece normas gerais (normas gerais federais) sobre: a) Organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares (competência privativa da União art. 22, XXI); b) Organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis (competência concorrente art. 24, XVI). Há, ainda, subordinação ao Governador do Estado.
Página3 Em nível Distrital, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiro Militar são organizados e mantidos pela União, e estruturados em carreira. Porém, apesar de serem organizados e mantidos pela União não se subordinam ao Presidente da República, mas sim ao Governador do DF. POLÍCIAS DO DISTRITO FEDERAL: SISTEMA HÍBRIDO SUBORDINAÇÃO ORGANIZAÇÃO E MANUTENÇÃO Governador do DF (art. 144, 6.º). União (art. 21, XIV) Art. 144, 6.º. As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Art. 21, XIV organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio. A Súmula Vinculante 39 destaca que é competência privativa da União legislar sobre os vencimentos dos integrantes dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal. Súmula Vinculante 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. O policiamento fluvial é atribuição da Polícia Militar? Sim. Segundo o Decreto 88.777, de 30 de setembro de 1983, a polícia militar tem atribuição para exercer a fiscalização fluvial. Em que pese a polícia federal ser considerada uma polícia aeroportuária (atua em portos e aeroportos), a polícia militar exercer o policiamento fluvial. 27) Policiamento Ostensivo - Ação policial, exclusiva das Policias Militares em cujo emprego o homem ou a fração de tropa engajados sejam identificados de relance, quer pela farda quer pelo equipamento, ou viatura, objetivando a manutenção da ordem pública. São tipos desse policiamento, a cargo das Polícias Militares ressalvadas as missões peculiares das Forças Armadas, os seguintes: [...] - fluvial e lacustre. 8) (Ano: 2014. Banca: IPAD. Órgão: IPEM/PE. Prova: Analista Gestão em metrologia e qualidade industrial) As polícias militares, forças auxiliares e reserva do Exército, destinam-se, dentre outras atribuições, a exercer as funções de polícia fluvial. Gabarito: correta. 9) (Banca: CESPE/UNB. Órgão: DPF. Prova: Agente da Polícia Federal) A segurança pública é considerada dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. Volta-se à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, sendo exercida apenas por meio dos seguintes órgãos: Forças
Página4 Armadas, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. Gabarito: incorreta. As Forças Armadas são órgãos de segurança nacional. É possível ter apoio das Forças Armadas na atuação dos órgãos de segurança pública, porém, como regra, o apoio é dado pela Força Nacional de Segurança Pública. 10) (Banca: CESPE/UNB. Órgão: DPF. Prova: Escrivão da Polícia Federal) A segurança pública é dever e responsabilidade do Estado e consiste na atividade exercida exclusivamente com o objetivo de preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio público. Gabarito: incorreta. A segurança pública não protege somente o patrimônio público. Além disso, é deverdo Estado, direito e responsabilidade de todos. 11) (Banca: CESPE/UNB. Órgão: DPF. Prova: Escrivão da Polícia Federal) As polícias civis, órgãos dos estados federados, têm a atribuição precípua de polícia judiciária, isto é, a de investigar o cometimento de delitos e a de auxiliar a execução de decisões processuais penais; por isso, essas polícias não integram o sistema constitucional de segurança pública. Gabarito: incorreta. A polícia civil é órgão da segurança pública. POLÍCIA PREVENTIVA E REPRESSIVA E O PODER DE POLÍCIA Na definição da professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. A polícia pode ser de segurança ou administrativa lato sensu. E a polícia de segurança pode ainda ter natureza preventiva ou repressiva. Todos os órgãos de segurança pública têm uma natureza preventiva e uma natureza repressiva. A natureza repressiva está direcionada especificamente ao infrator que será preso, pois a natureza repressiva visa impedir que esse infrator continue a praticar novos delitos reiteradamente. A natureza preventiva vincula o interesse geral, na medida em que busca evitar que algumas pessoas cometam crimes. POLÍCIA DE SEGURANÇA NATUREZA PREVENTIVA NATUREZA REPRESSIIVA ADMINISTRATIVA LATO SENSU
Página5 POLÍCIA ADMINISTRATIVA A Polícia administrativa tem natureza: 1) Repressiva; 2) Preventiva; ou 3) Fiscalizadora. POLÍCIA DE SEGURANÇA Natureza Repressiva: em relação ao indivíduo infrator da lei penal. Natureza Preventiva: em relação ao interesse geral. Segundo José dos Santos Carvalho Filho, os agentes da polícia administrativa também agem repressivamente, quando, por exemplo, interditam um estabelecimento comercial ou apreendem bens obtidos por meios ilícitos. Por outro lado, os agentes de segurança têm a incumbência, frequentemente, de atuar de forma preventiva, para o fim de ser evitada a prática de delitos. Portanto, uma polícia de natureza preventiva atua para evitar que o crime ocorra. Diferentemente, a polícia de natureza repressiva tem a atuação de investigar, prender e evitar que o criminoso continue a cometer o crime. Todo órgão de segurança pública tem uma O poder de polícia é uma atividade positiva ou negativa? O poder de polícia é uma atividade negativa. Nesse sentido, pontua Maria Sylvia Zanella Di Pietro: costuma-se apontar como atributos do poder de polícia a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade, além do fato de corresponder a uma atividade negativa. Pode-se atualmente acrescentar outra característica, que é a indelegabilidade do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado. O poder de polícia impõe limites à conduta individual. Na medida em que controla o uso e o gozo de bens e atividades, limita a atividade individual. Contudo, o serviço público em si é uma atividade positiva para a sociedade. PODER DE POLÍCIA Atividade negativa A Administração impõe limites à conduta individual. Obrigação de não-fazer. SERVIÇO PÚBLICO Atividade positiva A Administração Pública exerce, ela mesma, uma atividade material que vai trazer um benefício, uma utilidade aos cidadãos. O art. 78 do CTN traz o conceito de poder de polícia. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Página6 ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA DISCRICIONARIEDADE AUTO-EXECUTORIEDADE COERCIBILIDADE Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios adequados para exercer o poder de polícia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das normas que cuidam de tal poder. Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao exercício imediato de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder Judiciário. É a imposição imperativa do ato de polícia a seu destinatário, admitindo-se até o emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência por parte do administrado. ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA ATIVIDADE NEGATIVA Ao afirmar que o poder de polícia representa atividade negativa, a doutrina está analisando os eventos sob a ótica do particular, destinatário da atividade de polícia, porque o executor dos atos de polícia administrativa evidentemente realiza atividades positivas, por exemplo, quando apreende mercadorias, interdita um estabelecimento ou promove a demolição de uma construção irregular. Já quando se diz que serviço público é atividade positiva, o fenômeno está sendo observado sob o prisma do executor (o prestador do serviço público), e não do destinatário (o usuário do serviço público).