REGISTRO DE IMÓVEIS (Esboço de Anteprojeto de Lei)



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Transcrição:

REGISTRO DE IMÓVEIS (Esboço de Anteprojeto de Lei) Afrânio de Carvalho O anteprojeto de Lei foi apresentado por Afrânio de Carvalho ao Ministério da Justiça em fevereiro de 1969. O texto aqui reproduzido foi revisto pelo autor e publicado no Livro Registro de Imóveis. Forense: Rio de Janeiro, 3ª ed. 1982, p. 562. Editor: Sérgio Jacomino 1

REGISTRO DE IMÓVEIS (Esboço de Anteprojeto de Lei) Reorganiza o registro de imóveis e institui o cadastro. Capítulo I DOS DIREITOS SOBRE IMÓVEIS Art. 1.º - A propriedade imóvel adquire-se, transmite-se e onera-se, como se transmite e se onera o direito real nela incidente, pela inscrição no registro do título que as partes criem para obter a modificação jurídica visada. 1.º - O preceito aplica-se à aquisição judicial da propriedade por arrematação e adjudicação. 2.º - O preceito estende-se a qualquer modificação do conteúdo de um direito real imobiliário. Art. 2º - Quando a propriedade imóvel se adquirir por outro modo, será também inscrito, para permitir a disponibilidade do direito, o título declaratório de sua aquisição assim que esta for singularizada. Art. 3.º - A extinção da propriedade ou de outro direito real sobre imóvel dá-se pelo cancelamento da inscrição à vista de autorização escrita dirigida pelo beneficiário dela à outra parte ou ao cartório de registro, ou de sentença cancelatória definitiva. Art. 4.º - Se o direito real imobiliário estiver gravado com o direito de um terceiro, será necessária a anuência deste para a extinção do direito gravado. Art. 5.º - A morte ou a incapacidade sobrevinda ao alienante ou ao adquirente de um direito após o ato ao qual se vinculou não impede a inscrição do título no Registro de Imóveis. Parágrafo único. A incapacitação por causa financeira também não impede a inscrição, desde que o título se ache prenotado. Art. 6.º - A prioridade entre os direitos reais imobiliários se regula pela ordem de sua inscrição. Art. 7.º - A prioridade não exclusiva pode ser modificada posteriormente mediante acordo entre os titulares interessados e inscrição no registro. 1.º - Se o direito que se pospõe está gravado com o direito de um terceiro, é necessária a anuência deste. 2.º - O grau assinado ao direito que se antepõe não se perde pelo fato de ser suprimido por negócio jurídico o direito que pospõe. 3.º - Os graus dos direitos que se acham de permeio entre os que trocam de posto não são atingidos pela troca. Art. 8.º - A prioridade acompanha a hipoteca em sua prorrogação ou renovação, a menos que prejudique direitos que terceiro pudesse exercer no vencimento do primeiro prazo. Parágrafo único. A renovação da inscrição da hipoteca dispensa novo título. Editor: Sérgio Jacomino 2

Art. 9.º - As pretensões à constituição, extinção, modificação de conteúdo ou de grau de prioridade de direitos reais poderão acautelar-se mediante inscrições preventivas, desde que o titular do direito por elas visado o autorize ou o juiz o determine. 1.º - Quando as pretensões contraditarem direitos inscritos, atacando o registro ou o título justificativo, o seu ajuizamento importa em autorização para a inscrição preventiva. 2.º - As penhoras, arrestos e seqüestros de imóvel acautelar-se-ão mediante a mesma formalidade. Art. 10. Quando o dono de um móvel adquire o contíguo pode unir um ao outro sob a mesma inscrição, salvo se isso expuser a erro, ou conservá-los distintos sob inscrições diversas. Parágrafo único. O dono de um imóvel pode também desmembrá-lo em dois ou mais imóveis sob inscrições diferentes desde que cada um destes seja suscetível de exploração econômica na zona rural ou de construção na zona urbana. Art. 11. A inscrição gera a presunção da existência e o cancelamento da inexistência do direito. Art. 12. A presunção constante do artigo anterior é destrutível por prova contrária, exceto em detrimento de quem, desconhecendo a inexatidão do registro, ao qual não se opusera oportuna contradita, adquirir o direito a título oneroso. Art. 13. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o prejudicado reclamar que se retifique. 1.º - A retificação concernente a direito depende de anuência da pessoa inscrita ou de mandado do juiz em cumprimento de sentença. 2.º - A retificação concernente a fato enunciado no registro depende de requerimento comprobatório do interessado e, quando versar sobre a medida da linha de divisa do imóvel, de vistoria administrativa com audiência, se necessário, dos confrontantes. 3.º - Se, para a retificação do registro, for necessária a exibição de cédula hipotecária a ela vinculada, o requerente pode exigir do possuidor da cédula a apresentação desta ao cartório do registro. Art. 14. A despesa com a retificação do registro incumbe ao requerente, salvo se o contrário resultar da relação jurídica existente entre ele e a outra parte. Art. 15. A inscrição como proprietário de um imóvel por vinte anos, aliada a concomitante posse deste, sem nenhuma contradita intercorrente ao seu direito, faz o titular dela adquirir a propriedade acaso não obtida originalmente do disponente. Capítulo II DA INSCRIÇÃO NO REGISTRO Art. 16. A inscrição será antecedida pela prenotação do título no protocolo para exame da sua legalidade, o qual alcançará as nulidades e as anulabilidades visíveis da sua face. Editor: Sérgio Jacomino 3

Parágrafo único. Quando o registrador tiver sobre a legalidade dúvida que não puder ser sanada por exigência ao interessado, declará-la-á por escrito para ser resolvida pelo Juiz. Art. 17. A pré-inscrição do título do alienante é indispensável à inscrição do título do adquirente do direito. Art. 18. A inscrição far-se-á em um livro fundiário único, em que cada folha tocará a um imóvel, cujo título aquisitivo, integrado pela descrição, ocupará nela o primeiro lugar, seguindo-se todos os atos posteriores que lhe digam respeito. 1.º - A inscrição aquisitiva, havida como matrícula do imóvel, será trasladada de livro anterior, se for de natureza diversa o primeiro título que se apresentar na vigência desta Lei. 2.º - A inscrição abrangerá tanto as condições como as cláusulas de que terceiros devam tomar conhecimento. 3.º - A inscrição recairá sempre sobre imóvel de área contínua, ao qual não se anexará outro que não seja confinante, salvo se se tratar de ilha fronteira de área inferior à da unidade de exploração econômica rural. 4.º - Sob ordem cronológica e numeração consecutiva relativamente a cada imóvel, a inscrição será independente do cadastro instituído nesta Lei, mas com ele se articulará onde quer que se instale. Art. 19. A inscrição será feita no cartório da situação do imóvel, que atrairá todos os títulos imobiliários da respectiva zona. Art. 20. Qualquer interessado pode promover a inscrição e, quando houver mais de um, aquele que o fizer terá direito regressivo contra os demais para o reembolso da respectiva parte na despesa. Art. 21. A inscrição será promovida mediante a apresentação do título e o requerimento, oral ou escrito, do interessado, não podendo ser efetuada sem instância deste ou da autoridade. 1.º - Todavia, será praticada de ofício a formalidade decorrente de outra requerida ou tendente a assegurar direito conjunto no mesmo título, bem como a destinada a eliminar registros caducos pelo decurso do tempo. 2.º - O registrador pode excepcionalmente notificar a parte para trazer ao registro os títulos e documentos necessários à inscrição ou averbação quando a omissão dela, prejudicando a exatidão do registro, for suscetível de produzir insegurança no tráfico jurídico. Capítulo III DO CADASTRO Art. 22. É instituído o cadastro para determinar o espaço geográfico que ocupa cada imóvel submetido à inscrição. 1.º - O cadastro formar-se-á progressivamente à medida que forem encaminhadas aos Cartórios do Registro de Imóveis as folhas da cobertura aerofotográfica do País correspondentes às suas circunscrições territoriais. Editor: Sérgio Jacomino 4

2.º - Assim que nesses Cartórios se instalar a seção de cadastro, a inscrição passará a depender também do exame prévio da fidelidade da planta do imóvel. Art. 23. Se o perímetro do imóvel, em qualquer de suas linhas, divergir dos de outro limítrofe ou deixar de permeio vazio apreciável, bem como se delimitar uma área insuscetível de exploração econômica na zona rural ou de construção na zona urbana, deixará de ser feita a inscrição até que se regularizem o título e a planta. Parágrafo único. Para regularização do título e da planta poderá o Juiz, a requerimento da parte, ordenar uma vistoria nos trabalhos de medição de um e outro imóvel, ou no local, a fim de se retificar o perímetro erradamente figurado, bem como mandar eventualmente intimar terceiros para intervirem, se interesses deles forem atingidos. Art. 24. Para facilitar o levantamento da planta, o Cartório do Registro de Imóveis facultará aos interessados o exame e a tiragem de cópias de fotografias aéreas dos respectivos imóveis e de plantas porventura existentes na mapoteca. Parágrafo único. Se não houver prejuízo para a regularidade do serviço interno, a critério do registrador, a própria seção de cadastro poderá encarregar-se das medições e complementações em campo e do levantamento da planta topográfica. Art. 25. A planta do imóvel, feita por topógrafo habilitado e subscrita por ele e pelas partes, instruirá o título que for apresentado para inscrição. 1.º - Se a planta tiver instruído o título anterior, sem que haja sobrevindo mudança nos limites, bastará juntar ao novo uma cópia dela em que figurem as transformações ocorridas posteriormente no imóvel ou nos seus modos de aproveitamento. 2.º - Antes de instalado o cadastro, pode o Juiz, em face das circunstâncias, dispensar a planta, exceto a de divisão, partilha ou demarcação do imóvel, que, em cópia autêntica, juntamente com o memorial, acompanhará sempre o título e com ele ficará arquivada no cartório. Art. 26. A renovação do cadastro operar-se-á automaticamente à medida que forem apresentadas, com os títulos, as respectivas plantas, novas ou antigas, uma vez que estas, predispostas para dar a fisionomia atual dos imóveis, projetarão naquele as transformações ocorridas. Parágrafo único. Os modos de aproveitamento obedecerão à classificação internacional dos usos da terra, adaptada ou desdobrada para atender às variações regionais do país. Capítulo IV DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 27. A inscrição aplicar-se-á aos atos ora distribuídos entre a transcrição e a inscrição, acrescidos das vendas ou promessas irretratáveis de venda de lotes ou apartamentos, inscritíveis ao pé da inscrição matriz do terreno loteado ou incorporado, bem como dos títulos de concessão de minas, inscritíveis em folhas autônomas. Editor: Sérgio Jacomino 5

Parágrafo único. A averbação abrangerá os atos ora sujeitos a ela, acrescidos das renúncias da propriedade ou do domínio útil, dos memoriais de loteamento e de incorporações e das autorizações de pesquisa mineral, estas averbáveis à margem da inscrição do terreno onde se acha encravada a área delimitada no título. Art. 28. Deixarão de ser registrados no Registro de Imóveis: a) as emissões de debêntures, salvo se forem garantidas por hipoteca, caso em que esta será levada à inscrição na folha do imóvel e aí averbada também à margem da inscrição aquisitiva; b) as convenções antenupciais, salvo se atingirem imóveis inscritos dos nubentes, caso em que serão averbadas à margem das respectivas inscrições. Parágrafo único. As emissões de debêntures, a critério do Banco Central, poderão ser transcritas no Registro de Títulos e Documentos. Art. 29. O registro de imóveis não extrairá nenhum título de crédito dos direitos reais inscritos, limitando-se a averbar, à margem da inscrição deles, os que, previstos em Lei, foram emitidos pelas partes, depois de conferi-los. Art. 30. Os livros de protocolo e de inscrição obedecerão aos modelos anexos, serão encadernados e terão trezentas folhas cada um. Art. 31. O cadastro começará pelos imóveis rurais, mas se estenderá oportunamente aos imóveis urbanos pela forma que for acordada com as Prefeituras Municipais. Parágrafo único. Onde houver cadastro imobiliário urbano, organizado pela Prefeitura Municipal, poderá ele ser aproveitado, mediante acordo, pelo Registro de Imóveis, para a exigência da planta, desde que permita a amarração dos imóveis em folha da carta aerofotográfica, ou cartográfica, portadora do traçado de meridianos e paralelos e da longitude e latitude correspondente à cidade. Art. 32. Para planejar, coordenar e fiscalizar a execução do cadastro, é o Ministério da Justiça autorizado a criar um órgão central de fotogrametria, ou celebrar acordo com outro congênere, da administração direta ou indireta ou de empresa privada. 1.º - O Ministério da Justiça fornecerá aos Cartórios do Registro de Imóveis, por intermédio desse órgão, o material adequado ao cadastro, à medida que o for obtendo. 2.º - Ao mesmo tempo, serão concedidas bolsas de estudo a servidores desses Cartórios para que, em escolas técnicas, órgãos oficiais ou empresas particulares, se especializem em topografia ou fotoanálise. 3.º - Após o recebimento do material, poderá o registrador instalar o cadastro, sob a supervisão do Juiz, contratando, a suas expensas, o pessoal indispensável ao seu funcionamento e cobrando pelos serviços internos e de campo os emolumentos e preços fixados provisoriamente pelo Juiz até que a Lei de Organização Judiciária disponha acerca deles. Art. 33. Fica extinto o Registro Torrens. Art. 34. O Poder Executivo expedirá, dentro de noventa dias, o Regulamento desta Lei. Parágrafo único. O regulamento conterá, entre outras, as seguintes matérias: Editor: Sérgio Jacomino 6

a) distinção entre a inscrição principal e a marginal e enumeração dos atos obrigatoriamente sujeitos a uma e a outra ( inscrição, averbação); b) apresentação plural dos títulos, para a devolução e arquivamento, roteiro do exame da sua legalidade, principais exigências para a sua regularização e trâmites da dúvida; c) relação dos títulos irregistráveis que ordinariamente buscam o registro e enunciação dos casos de atividade espontânea do registrador; d) preparo prévio do extrato do título para o fim de inscrição e assinalamento posterior do número desta no título para devolução ao interessado; e) requisito de união de imóveis sob a mesma matrícula; forma de transferência da matrícula do imóvel em caso de desmembramento do Cartório; f) autenticação dos livros, principais e auxiliares, sua escrituração e continuação, e assinalamento das inscrições canceladas; g) escalas e formatos da planta para o seu apensamento aos títulos, seu enquadramento no cadastro, material adequado a este e responsabilidade por sua reposição; h) classificação internacional dos usos da terra; i) conexão entre a inscrição e o cadastro e articulação entre o serviço cartorial e o cadastral do Registro de Imóveis, ambos subordinados ao registrador; j) coordenação do Registro de Imóveis com as Prefeituras para que a mudança dos nomes dos logradouros públicos e da numeração dos prédios só se efetue por ocasião da divisão administrativa e judiciária do Estado. Art. 35. Para cumprimento desta Lei, com antecedência relativa à sua entrada em vigor, os registradores encomendarão os livros novos, de modo que, na véspera daquela data, sejam encerrados os atuais mediante termos lavrados na última folha preenchida de cada um deles e subscritos pelo Juiz. Art. 36. Esta Lei entrará em vigor em 1º de janeiro de 1975, excetuados os artigos 34 e 35, cuja vigência começa na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Parágrafo único. Revogam-se também os incisos VII e VIII do artigo 20 e os artigos 35 e 50 do Decreto-lei nº 413, de 1969, bem como o título V da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973. * Apresentado ao Ministério da Justiça em fevereiro de 1969 (Revisto). Editor: Sérgio Jacomino 7

MODELOS DE LIVROS REGISTRO DE IMÓVEIS REGISTRO GERAL... Matrícula nº Circunscrição e Distrito... Designação Cadastral...... Denominação, rua ou nº... Posição Geográfica... Registro anterior Inscrição Administrativa Área ha a m² Proprietário.................... Nº E EPÍGRAFE MODELO DE LIVRO DA LEI ATUAL Editor: Sérgio Jacomino 8

REGISTRO DE IMÓVEIS Livro de Protocolo Data 19... Número de ordem Nome do apresentante Forma do título Situação do imóvel U = urbano R = rural Averbações 0,03m 0,05m 0,10m 0,05m 0,05m 0,12 MODELO DE LIVRO DO PROJETO DE REORGANIZAÇÃO Largura total... 0,40m Altura... 0,55 Editor: Sérgio Jacomino 9

REGISTRO DE IMÓVEIS Livro de Inscrição... Nº 1 Circunscrição e Distrito... Folha do cadastro... Denominação, rua ou nº Posição geográfica.. Inscrição anterior Data 19... Área......... Nº e epígrafe, alienações e ônus ha a m²......... I n s c r i ç ã o Descrição do imóvel, dos ônus e dos títulos ha a m² P r o p r i e t á r i o e i n s c r i ç ã o f i s c a l............ A v e r b a ç ã o Nome das Transferências partes (estado Condições Cancelamentos e civil, profissão modificações e domicílio) 0,03 m 0,07 m 0,30 m 0,07 m 0,07 m 0,14 m 0,12 m Largura total... 0,80 m Altura... 0,55 m NOTA A largura abrange o verso de uma folha e o anverso da seguinte. Editor: Sérgio Jacomino 10

Editor: Sérgio Jacomino 11