ABSTRACT. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2932

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Transcrição:

Efeito do estresse salino na germinação e no desenvolvimento de plântulas de almeirão Élica S Rios 1 ; Rayane C dos Santos 2 ; Luiz Antônio R dos Santos 1 ; Bruna Hanielle C dos Santos 2 ; Juliana Aparecida S Andrade 1 ; Patrícia Souza de S Gondim 1; Débora Francine G S Pereira 2 ; Wagner F da Mota 2. 1 UFRPE Universidade Federal Rural do Pernambuco, Unidade Acadêmica de Garanhuns UAG, situada na Av. Bom Pastor S/N, Bairro Boa Vista- Garanhuns- PE. 2 UNIMONTES Universidade Estadual de Montes Claros, Departamento de Ciências Agrárias, Av. Reinaldo Viana 2630, Bico da Pedra, Janaúba MG. lk.rios@hotmail.com, rayanephn@yahoo.com.br, rodrigues.luizs@gmail.com, bruninha_agro@hotmail.com, juandrade08@yahoo.com.br, patrícia.s.godim@hotmail.com, deborafrancinep@yahoo.com.br, wagner.mota@unimontes.br. RESUMO A alta concentração de sais no solo ou substrato é um fator de estresse à maioria das plantas, pois esta diminui a absorção de água e a entrada de nutrientes. No processo germinativo a entrada de água é considerada primordial para que ocorra a protrusão da radícula e posterior desenvolvimento da plântula. Como as concentrações de sais podem limitar a germinação de muitas espécies, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do estresse salino induzido pelo cloreto de sódio (NaCl) na germinação e desenvolvimento de plântulas de almeirão cv. Spadona. O experimento foi conduzido na Universidade Federal Rural do Pernambuco, Garanhuns PE. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos, quatro repetições. Os tratamentos foram compostos cinco níveis de potencial osmótico: ψ s1 = 0,0 ψ s2 = -0,2; ψ s3 = -0,4; ψ s4 = -0,6; ψ s5 = -0,8 MPa. Aos cinco dias após a semeadura realizou-se a primeira contagem, na segunda contagem, avaliou-se percentagem de germinação, comprimento da parte aérea e do sistema radicular e massa fresca total das plântulas. Diante dos resultados observa-se que houve decréscimo do vigor a partir do potencial osmótico de -0,4 MPa para todos os parâmetros avaliados, sendo os prejuízos proporcionais à redução do potencial osmótico. PALAVRAS-CHAVE: Cichorium intybus L; vigor; potencial osmótico. ABSTRACT Effect of salt stress on germination and seedling development of chicory The high concentration of salts in the soil or substrate is a stress factor to most plants, because this decreases the absorption of water and nutrient input. The process germinal water ingress is considered vital for the occurrence of root protrusion and subsequent seedling development. As the concentrations of salts may limit the germination of many species, the objective was to evaluate the effect of salt stress induced by sodium chloride (NaCl) on seed germination and development seedling chicory cv. Spadona. The experiment was conducted at the Federal Rural University of Pernambuco, Garanhuns - PE. We used the design completely randomized with five treatments, four replications. The treatments consisted of five levels of osmotic potential: ψ s1 = 0,0 ψ s2 = - 0,2; ψ s3 = -0,4; ψ s4 = -0,6; ψ s5 = -0,8 MPa. At five days after sowing was held on the first count, second count, we assessed germination percentage, shoot length and root fresh Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2932

weight and total seedling. Considering the results it is observed that there was a decrease of the force from the osmotic potential of -0.4 MPa for all parameters evaluated, and the losses proportional to the osmotic potential. Keywords: Cichorium intybus L; force; osmotic potential O almeirão (Cichorium intybus L.) pertence à família Asteraceae, é originária da Europa Mediterrânea, de importância econômica entre as hortaliças folhosas, é principalmente consumida crua em saladas, conservando as suas propriedades nutritivas. Do ponto de vista nutricional, o almeirão quando comparado à alface, demonstra-se superior, sendo mais rico em calorias, proteínas, amido, fibras, cálcio, ferro, fósforo e vitamina A, C e do complexo B (Khathounian, 2001). No entanto é uma das hortaliças menos estudadas no Brasil quanto ao comportamento das cultivares mais comercializada. Bastante semelhante à chicória diferencia-se por possuir folhas mais alongadas e estreitas, recobertas por pelos e com sabor amargo mais pronunciado (Filgueira, 2003). A produção agrícola é o resultado da ação conjunta da planta com o meio ambiente, a salinidade é um dos fatores que mais reduzem a produtividade em hortaliças. O estresse salino influencia o desenvolvimento das plantas de acordo com a espécie vegetal, a cultivar, o estádio fenológico, a concentração salina juntamente com as condições edafoclimáticas (Shannon, 1997). O nível de sensibilidade das plantas à salinidade é controlado pelos processos de absorção, translocação e exclusão dos íons de sódio e cloro (Ferreira et al., 2001), sendo a água o fator ambiental que mais influencia o processo de germinação. O estresse salino reduz o potencial osmótico da solução do solo, diminuindo a disponibilidade de água ou por acumulação excessiva de íons nos tecidos vegetais, podendo, ainda, ocasionar toxicidade iônica, desequilíbrio nutricional, ou ambos (Boursier et al., 1990). Potenciais osmóticos muito negativos, principalmente no início da embebição, influenciam na absorção de água, podendo inviabilizar a germinação (Nassif et al., 1997), além de proporcionar desuniformidade no estande de plantas, dificultar o desenvolvimento vegetativo das culturas e em casos mais elevados, causar a morte de plântulas (Taiz et al., 2006). Objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito de diferentes potenciais osmóticos na germinação e no desenvolvimento inicial de sementes de almeirão. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2933

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório da Unidade Acadêmica de Garanhuns UAG da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em agosto de 2011. Foram utilizadas sementes comerciais de Almeirão cv. Spadona. O teste de germinação foi conduzido utilizando 4 repetições de 50 sementes por tratamento. As mesmas foram semeadas em papel filtro umedecidas com soluções de cloreto de sódio (NaCl) numa quantidade equivalente a 2,5 vezes o peso do substrato seco e acondicionadas em caixas tipo gerbox. Em seguida foram incubadas em germinador a 25ºC ± 1. Com a finalidade de simular um estresse salino utilizou-se cinco níveis de potencial osmótico: ψ s1 = 0,0 ψ s2 = -0,2; ψ s3 = -0,4; ψ s4 = -0,6; ψ s5 = -0,8 MPa. Aos cinco dias após a semeadura realizou-se a primeira contagem, conforme a RAS (Brasil, 2009) considerando germinadas as sementes que apresentavam protrusão radicular de 2mm. Na segunda contagem, que corresponde a quatorze dias após semeadura, avaliaram-se percentagem de germinação, comprimento da parte aérea e do sistema radicular, com o auxilio de uma régua e massa fresca total das plântulas, para isso, foram utilizadas 20 plântulas de cada tratamento, retiradas de forma aleatória. Adotou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com 4 repetições e 5 tratamento e os dados foram submetidos a análise de variância, sendo as médias comparadas entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados encontrados estão expressos na Tabela 1. Houve diferença significativa dos parâmetros avaliados em função dos diferentes potenciais osmóticos que as sementes foram submetidas. Observa-se que à medida que diminui o potencial osmótico do substrato, diminui a porcentagem de germinação, o comprimento da parte aérea e raiz e a matéria fresca das plântulas, indicando que as condições adversas que as sementes foram submetidas restringiram sensivelmente o desenvolvimento das plantas. Observa-se na tabela 1 que houve germinação aceitável de 71,5% até o potencial osmótico de -0,2 MPa, a partir deste potencial observa-se um decréscimo acentuado no percentual da germinação. Resultados semelhantes foram encontrados por Torres et al. (2000), ao avaliar os efeito da salinidade na germinação e no desenvolvimento de plântulas de pepino, verificaram Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2934

que a redução progressiva do potencial osmótico de NaCl do substrato foi prejudicial à germinação e ao desenvolvimento das plântulas a partir de potenciais osmóticos inferiores a -0,4 MPa. Torres, (2007) trabalhando com a germinação e desenvolvimento de plântulas de melancia verificou que a partir do potencial osmótico de -0,4MPa (11,2 dsm-1/), houve reduções significativas na germinação, chegando a provocar queda de 36 pontos percentuais da germinação sob o potencial osmótico de -0,8MPa (22,3 dsm- 1). Observa-se que houve redução progressiva no comprimento da parte aérea e do sistema radicular à medida que decresceu o potencial osmótico das soluções de NaCl, estas informações são compatíveis com as observações realizados por Queiroga et al. (2006), em híbridos de sementes de melão, quando submeteram essas sementes aos potenciais osmóticos de NaCl 0,0; -0,2; -0,4; -0,6 e -0,8MPa. A salinidade, tanto dos solos como das águas, é uma das principais causas da queda de rendimento das culturas, devido aos efeitos de natureza osmótica, tóxica ou nutricional, causando modificações morfológicas, estruturais e metabólicas. Entretanto, os efeitos dependem, ainda, de outros fatores, como espécie, cultivar, estádio fenológicos, tipos de sais, intensidade e duração do estresse salino, manejo cultural e da irrigação e condições edafoclimáticas (Viana et al., 2004). Diante dos parâmetros avaliados observa-se que houve decréscimo do vigor a partir do potencial osmótico de -0,4 MPa, sendo os prejuízos proporcionais à redução do potencial osmótico, verificou-se que o almeirão não apresenta tolerância à salinidade na fase de desenvolvimento inicial. AGRADECIMENTOS Á FAPEMIG pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS BOURSIER P; LAUCHLI A. 1990. Growth responses and mineral nutrient relations of salt-stressed sorghum. Crop Science 30: 1226-1233. BRASIL. 2009. Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV.395p. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2935

FILGUEIRA FAR. 2003. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2ª Edição revista e ampliada. Viçosa: UFV. 412 p. FERREIRA RG; TAVORA FJAF & HERNANDEZ FFF. 2001. Distribuição da material seca e composição química das raízes, caule e folhas de goiabeira submetida a estresse salino. Pesquisa Agropecuária Brasileira 36 (1): 79-88. KHATHOUNIAN CA. 2001. Almeirão: minha doce vida amarga. Agroecologia 2(8): 11-12. NASSIF, SML; CRISTINA. PEREZ, JGA. 1997. Germinação de sementes de amendoim-do campo (Pterogyne nitens Tul. - Fabaceae - Caesalpinaideae) submetidas a diferentes condições de estresse hídrico e salino. Revista Brasileira de Sementes 19 (2): 143-150. QUEIROGA RC; ANDRADE NETO RC; NUNES GHS; MEDEIROS JF; ARAÚJO WBM. 2006. Germinação e crescimento inicial de híbridos de meloeiro em função da salinidade. Horticultura Brasileira 24:315-319. SHANNON MC. 1997. Adaptation of plants to salinity. Advances in Agronomy, 60(1): 75-120. TAIZ L; ZEIGER E. 2006. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed.719p. TORRES SB; VIEIRA EL; MARCOS-FILHO J. 2000. Salinidade na germinação e no desenvolvimento de plântulas de pepino. Revista Brasileira de Sementes 22: 39-44. TORRES SB. 2007. Germinação e desenvolvimento de plântulas de melancia em função da salinidade. Revista Brasileira de Sementes 29: 77-82 VIANA SBA; FERNANDES PD; GHEYI HR; SOARES FAL; CARNEIRO PT. 2004. Índices morfofenológicos e de produção de alface sob estresse salino. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental 8: 23-30. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2936

Tabela 1. Valores médios dos parâmetros avaliados na cultura do almeirão submetida a diferentes potenciais osmóticos, percentagem de germinação (GERM), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento do sistema radicular (CSR) e matéria fresca total (MFTOTAL). (Average values of the parameters evaluated in the culture of chicory under different osmotic potentials, germination percentage (GERM), shoot length (CPA), length root system (CSR) total fresh matter (MFTOTAL). Garanhuns PE, UFRPE. 2012. Potenciais osmóticos GERM (%) CPA (cm) CSR (cm) MFTOTAL (g) 0,0 79,0 a 1,11 a 3,59 a 0,0184 ab -0,2 71, 5 a 1,29 a 2,85 a 0,0221 a -0,4 52,5 b 0,32 b 1,81 b 0,0086 c -0,6 42,5 b 0,57 b 1,39 b 0,0123 bc -0,8 16,5 c 0,29 b 0,57 c 0,0080 c Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade. (Means fallowed by different letters in columns differ by Tukey test, at 0,5% probability). Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2937