PROCUÇÃO DE FITOMASSA DA CULTURA DO FEIJAO CAUPI COM DIFERENTES NÍVEIS DE SAL (Vigna unguiculata)

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1 PROCUÇÃO DE FITOMASSA DA CULTURA DO FEIJAO CAUPI COM DIFERENTES NÍVEIS DE SAL (Vigna unguiculata) J. W. S. Barbosa 1 ; J. R. Andrade 2 ; A. E. V. Alencar 3 ; R. Nascimento 4 ; B. V. Freitas 5 RESUMO: O feijão-de-corda tolera a irrigação com água salina com condutividade elétrica de até 3,3 ds m-1, sendo considerada então como uma espécie moderadamente tolerante à salinidade. Utilizou-se o delineamento inteiramente ao acaso, num fatorial 5x4 (cinco genótipos de feijão caupi e quatro níveis de salinidade) com 4 repetições. Os tratamentos foram constituídos de diferentes níveis de salinidade da água de irrigação (1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 ds m-1), sendo cada unidade experimental representada por uma planta/vaso, com capacidade de 1,5 Kg de solo adubado. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de fitomassa do feijão-caupi submetido a diferentes níveis de salinidade. Os genótipos 05 (MNC02-684F-5-6) e 01 (MNC01-649F-1-3) foram os que produziram maior teor de massa seca, submetidos à aplicação de solução salina. PALAVRAS CHAVES: Salinidade, genótipos SUMARY- The cowpea tolerates irrigation with saline water with electrical conductivity of 3.3 ds m -1, considered then as a species moderately tolerant to salinity. The degree of tolerance to salt stress in cowpea genotypes varies between. We used a completely randomized in a factorial 5x4 (five cowpea and four salinity levels) with four replications. The treatments consisted of different levels of salinity of irrigation water (1.5, 3.0, 4.5 and 6.0 ds m -1 ), each experimental unit was represented by one plant / pot, with a capacity, 5 kg of soil. The objective of this study was to evaluate the biomass production of cowpea subjected to different salinity levels. Genotypes 684F-MNC and MNC01-649F-1-3 produced more dry matter submitted to the application of saline solution. KEYWORDS: Salinity, genotypes 1 Eng. Agrônomo, Mestrando em Engenharia Agrícola na área de Irrigação e Drenagem, UFCG, CEP.: , Campina Grande, PB. TEL. (83) (wilsonufcg@hotmail.com) 2 Licenciada em Ciências Agrárias, Mestrandos em Engenharia Agrícola na área de Irrigação e Drenagem, UFCG, Campina Grande, PB. 3 Graduanda em Engenharia Agrícola, (UFCG), Campina Grande, PB. 4 Prof. Dr. da Uindade Academica de Engenharia Agrícola/CTRN/UFCG 5 Licenciada em Ciências Agrárias, Mestranda em Metereologia, UFCG, Campina Grande, PB

2 INTRODUÇÃO O feijão-de-corda [Vigna unguiculata (Walp.)], também conhecido como feijão-caupi ou feijãomacassar, é uma leguminosa comestível dotada de alto conteúdo protéico, boa capacidade de fixar nitrogênio e contribui com a principal fonte de proteína vegetal para a população rural da Região Nordeste do Brasil (ASSIS JÚNIOR et al., 2007; MORAES e BLEICHER, 2007). Na Região Nordeste são encontradas as maiores áreas plantadas, desempenhando função de destaque socioeconômico pelo grande volume de mão-de-obra que pode gerar no campo e na cidade (CARDOSO; RIBEIRO, 2006; FREIRE FILHO et al., 2006). Segundo, OLIVEIRA et al. (2003), o estado da Paraíba figura entre os principais produtores nacionais, e o feijão caupi é cultivado em quase todas as microrregiões, detendo 75 % das áreas de cultivo com feijão. De acordo com Medeiros & Gheyi (1997) o nível de salinidade dos solos deve ser sempre inferior ao nível nocivo às plantas cultivadas. No Nordeste brasileiro, as águas utilizadas na irrigação apresentam, na maioria das vezes, concentração de sais na faixa de 1 a 30 mmolc L -1 correspondendo à faixa de condutividade elétrica de 0,1 a 3,0 ds m -1 (HOLANDA & AMORIM, 1997). Dantas et al. (2002) afirmam que o grau de tolerância do caupi ao estresse salino varia entre genótipos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de fitomassa do feijão-caupi submetido a diferentes níveis de salinidade. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), nas dependências da UFCG, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais (CTRN), Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola (UAEA). Cujas coordenadas geográficas são latitude sul 7º13 11, longitude oeste 35º53 31 e altitude de 547,56 m. Utilizou-se o delineamento inteiramente ao acaso, num fatorial 5x4 (cinco genótipos de feijão caupi e quatro níveis de salinidade) com 4 repetições. Os tratamentos foram constituídos de diferentes níveis de salinidade da água de irrigação (1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 ds m-1), sendo cada unidade experimental representada por uma planta/vaso, com capacidade de 1,5 Kg de solo adubado de acordo com Novais et al. (1991). Foram semeadas em cada vasos três sementes, permanecendo apenas uma planta por vaso após o desbaste, que ocorreu cinco dias após a emergência, deixando-se a planta mais vigorosa. Os cinco genótipos utilizados nesse experimento foram: MNC01-649F-1-3, BRS-JURUÁ, MNC02-675F-4-9, MNC03-736F-7 e MNC02-684F-5-6, cedidas pela Embrapa Meio Norte, localizada na Cidade de Teresina-PI. As irrigações foram realizadas diariamente com água proveniente da rede de abastecimento do campus da UFCG, até ser efetuado o desbaste, quando a partir deste, a água utilizada na irrigação apresentava diferentes níveis de salinidade, de acordo com os tratamentos estudados. Os níveis de salinidades avaliados foram obtidos pela mistura dos sais Ca, Na e Mg, sendo as plantas coletadas aos 40 dias após a semeadura, onde as variáveis estudadas foram: matéria seca da parte aérea (MSPA) matéria seca da raiz (MSR) e matéria seca total (MST). Para determinação da matéria seca da parte aérea e do sistema radicular (g) as plantas foram acondicionadas em sacos de papel e postas para secar em estufa

3 de circulação forçada de ar, à temperatura de 60 C, até atingir peso constante, em seguidas foram pesadas em balança analítica de precisão 0,01g. Os resultados obtidos foram submetidos às análises de variância e, por serem oriundos tratamentos com variáveis quantitativas foram submetidos à análise de regressão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na variável MSPA não foi significativo para a interação de época e níveis de salinidade, no entanto os fatores isolados sal e genótipo forma significativos a 1e 5% de probabilidade, respectivamente. Na figura, 1 (A) podemos observar que o peso da matéria seca da parte aérea regrediu linearmente a medida que se aumentou os níveis de sal de (1,5 dsm -1 para o de 6 dsm -1 ), onde o valores encontrados foram de 1,15g para 0,85g. Lima et al. (2007), trabalhando com resposta do feijão caupi a salinidade na água de irrigação, encontrou resultados semelhantes, onde a medida que se aumentou a salinidade da água, diminui-se o peso significadamente. Na figura 1(B) os genótipos foram significativos a 5% de probabilidade, destacando-se os genótipos 05 (MNC02-684F-5-6) e 01(MNC01-649F-1-3) como os que produziram mais massa seca. Observando a figura 2, a MSR tanto para os genótipos como a interação com a salinidade não foram significativos, no entanto, os níveis de salinidade foram significativos a 1% de probabilidade. Podemos observar que houve regressão linear do sal de 1,5 dsm -1, para 6,0 dsm -1. Os valores observados para a massa seca da raiz foram: para1,5 dsm -1 (0,86g) e para 6,0 dsm -1 (0,48g) resultados esses semelhantes aos encontrados por Lima et al., (2007). Na figura 3, a variavel MST quanto a salinidade também se ajustou a uma equação linear decrescente de acordo com o acrescimo dos níveis de sal, isto é, da salinidade de 1,5 dsm -1 para a salinidade 6,0 dsm -1, apresentando os valores 1,43g e 1,13g, respectivamente. Comportamento semelhante também foram verificados por Lima et al. (2007). Quanto aos genótipos a massa seca total foi significativa a 1% de probabilidade, com destaque para os genótipos 5, 2 e 1 (MNC02-684F-5-6, BRS-JURUÁ e MNC01-649F-1-3) respectivamente. CONCLUSÕES Ao aumentar os níveis de sais há uma diminuição na produção da MSPA e MSR; Os genótipos 05 (MNC02-684F-5-6) e 01(MNC01-649F-1-3) produziram mais massa seca, submetidos à aplicação de solução salina; Para MST, quanto maior o nível de salinidade menor produção de massa seca total, para os genótipos os que se destacaram foram 5, 2 e 1 (MNC02-684F-5-6, BRS-JURUÁ e MNC01-649F-1-3). REFERÊNCIAS ASSIS JÚNIOR, J.O. et al. Produtividade do feijão-de-corda e acúmulo de sais no solo em função da fração de lixiviação e da salinidade da água de irrigação. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 27, n. 3, p , CARDOSO, M. J. & RIBEIRO, V. Q. Desempenho agronômico do feijão-caupi, cv. Rouxinol, em função de espaçamento entre linhas e densidade de plantas sob regime de sequeiro. Revista Ciência Agronômica, v.37, p , 2006.

4 MSR (g) DANTAS, J.P.; MARINHO, F. J. L.; FERREIRA, M.M.M.; AMORIM,M.S.N.; ANDRADE, S.I.O.; SALES, A.L. Avaliação de genótipos de caupi sob salinidade. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.6, n.3, p , HOLANDA, J. P.; AMORIM, J.R.A. Qualidade de água para irrigação. In: GHEYI, H.R.; QUEIROZ, J.E.; MEDEIROS, J.M. (ed.) Manejo e controle da salinidade na agricultura irrigada. Campina Grande: UFPB-SBEA, p LIMA, C. J. G. S.; OLIVEIRA, F. A.; MEDEIROS J. F.; OLIVEIRA M. K. T.; ALMEIDA JÚNIOR, A. B.; Resposta do Feijão Caupi a Salinidade da Água de Irrigação. REVISTA VERDE DE AGROECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Mossoró, RN. v.2, n.2, p Julho/Dezembro de MEDEIROS, J.F. DE.; GHEYI, H.R. Manejo do sistema solo-água-planta em solos afetados por sais. In: GHEYI, H.R.; QUEIROZ, J.E.; MEDEIROS, J.F. de (eds.). Manejo e controle da salinidade na agricultura irrigada. Campina Grande: UFPB/SBEA, Cap. 8, p MORAES, J.G.L.; BLEICHER, E. Preferência do pulgão-preto, Aphis craccivora Koch, a diferentes genótipos de feijão-decorda, Vigna unguiculata (L.) Walp. Ciência Rural, Santa Maria, v. 37, n. 6, 2007 OLIVEIRA, A. P.; SILVA, V. R. F.; ARRUDA, F. P.; NASCIMENTO, I. S. & ALVES, A. U. Rendimento de feijão-caupi em função de doses e formas de aplicação de nitrogênio. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, n. 1, p , (A) (B) Figura 1. Niveis de salinidade (A) e tipos de genótipos (B) na massa seca da parte aérea (MSPA) de feijoeiro caupi. Campina Grande, ,00 0,80 0,60 0,40 0,20 - y = -0,084x** + 0,99 R² = 0,9764 1,5 3,0 4,5 6,0 Níveis Salinidade (dsm -1 ) MSR Figura 2. Niveis de salinidade sobre a produção de massa seca da parte aérea (MSPA) de feijoeiro caupi. Campina Grande, 2011.

5 Figura 3. Niveis de salinidade (A) e tipos de genótipos (B) na massa seca total (MSPA) de feijoeiro caupi. Campina Grande, 2011.