VARIAÇÃO DO POTENCIAL HÍDRICO FOLIAR EM RELAÇÃO A TENSÃO DE ÁGUA NO SOLO NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

Documentos relacionados
VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO EM SOLO COM MULCHING DE DIFERENTES CORES E LARGURAS

CRESCIMENTO VEGETATIVO DE MUDAS DE CAFEEIROS PRODUZIDAS EM SAQUINHO E EM TUBETE

EVAPOTRANSPIRAÇÃO NA CULTURA DO MILHO NA REGIÃO NOROESTE PAULISTA

COMPORTAMENTO DE NOVAS CULTIVARES DE CAFÉ ARÁBICA COMPARADAS AO CATUAÍ IAC 144 PALAVRAS-CHAVE: ARARA, MELHORAMENTO DE PLANTAS, SPEED STAT.

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO IRRIGADO

RELAÇÕES HÍDRICAS DE CAFEEIRO IRRIGADO SOB DIFERENTES LÂMINAS DE ÁGUA ELETROMAGNETIZADA

Irrigação do cafeeiro

UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE IRRISIMPLES NO MANEJO DA IRRIGAÇÃO DO CAFEEIRO CONILON EM PEQUENAS E MÉDIAS PROPRIEDADES NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE CANOLA (Brassica napus) CULTIVADOS EM UBERLÂNDIA, MG

Cultivo de coffea canephora conduzido com arqueamento de Plantas jovens em Condição de sequeiro e irrigado

ASSOCIAÇÃO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA COM A IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO CERRADO MINEIRO

TEORES FOLIARES DE FÓSFORO, COBRE E ZINCO EM CAFEEIROS FERTIRRIGADOS NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

PANORAMA DA CAFEICULTURA ARABICA NO BRASIL

COEFICIENTES DE CULTURA PARA O ALHO IRRIGADO

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

BOLETIM AGROCLIMÁTICO DEZEMBRO/2017

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES LÂMINAS E FORMA DE MANEJO DA IRRIGAÇÃO NO CRESCIMENTO DO CAFEEIRO

Introdução A mistura de dois ou mais reguladores vegetais ou dos mesmos com outras substâncias de natureza bioquímica, como aminoácidos, vitaminas e

EFEITO DE DIFERENTES LÂMINAS E ÉPOCA DE SUSPENSÃO DA IRRIGAÇÃO NO CULTIVO DO ALHO (Allium sativum L.)

BOLETIM DE AVISOS Nº 96

INFLUÊNCIA DE REGIMES HÍDRICOS E FERTIRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DO CAFEEIRO

Efeitos da Estiagem sobre a Produção cafeeira. Alysson Vilela Fagundes

AJUSTE DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO FEIJÃO

Sistema radicular de berinjela irrigado e de sequeiro sob adubação orgânica e química em argissolo

CEPEC/Fertilizantes Heringer S/A Martins Soares - MG

OCORRÊNCIA DE Cercospora sp. EM CANOLA NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

MATURAÇÃO E PRODUTIVIDADE DO CAFEEIRO CONILON SUBMETIDO Á DIFERENTES ÉPOCAS DE IRRIGAÇÃO 2º ANO AGRÍCOLA

MANEJO E GERENCIAMENTO DA IRRIGAÇÃO NA CAFEICULTURA IRRIGADA POR GOTEJAMENTO E PIVÔ CENTRAL ATRAVÉS DO PROGRAMA IRRIGA 1

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 69

AVALIAÇÃO TÉCNICA DA EFICIÊNCIA DE UM PROTÓTIPO DE DESCASCADOR DE DRUPAS SEM UTILIZAÇÃO DE ÁGUA

BOLETIM DE AVISOS Nº 104

TÍTULO: ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE COFFEA ARÁBICA L. SOB CONDIÇÕES DE CULTIVO COM MULCHING PLÁSTICO EM CAMPO GRANDE-MS

CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS, ACAMAMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO ARROZ-DE-SEQUEIRO (Oryza sativa L.), CONDUZIDA SOB DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS.

EVAPOTRANSPIRAÇÃO E COEFICIENTES DE CULTIVO DO CONSÓRCIO MILHO E BRAQUIÁRIA NAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE MATO GROSSO DO SUL

Irrigação de Salvação ou Suplementar na Cultura do Café. Rodrigo Naves Paiva Eng. Agr. MSc Fundação Procafé

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DA CULTURA DA CENOURA PARA DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

EFEITO DA IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DO CAFEEIRO (Coffea arabica L.) 1

AVALIAÇÃO DO MANEJO DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DA ATEMOIA (ANNONA SSP.) NO MUNICÍPIO DE IGUATU-CE

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO CAFEEIRO RECEPADO, SUBMETIDO A DIFERENTES CULTIVOS INTERCALARES. RESUMO

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO SFA/SSV MG - PROCAFÉ BOLETIM DE AVISOS Nº 104 ESTAÇÃO DE AVISOS FITOSSANITÁRIOS - ABRIL/2007

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO CAFEEIRO A PARTIR DE DIFERENTES ALTURAS DE DECOTE

ENGENHARIA + MANEJO DESAFIO. Eficiência no uso da ÁGUA; Eficiência no uso da ENERGIA; Eficiência no uso INSUMOS; Respeito ao MEIO AMBIENTE.

ÉPOCA DE COLHEITA (DEFINIÇÃO DO MOMENTO DE INÍCIO DA COLHEITA) NO CERRADO MINEIRO. PALAVRAS-CHAVE: eficiência de colheita, café caído naturalmente.

Potencial hídrico foliar na videira de vinho cultivar Syrah pé franco e enxertada em Paulsen 1103 no período de formação do parreiral em Petrolina, PE

Autores: JL Maciel, Discente do curso de Agronomia UFU Monte Carmelo; GA Assis, Professora da UFU - Monte Carmelo; B Valoto, Discente do curso de Agro

BOLETIM DE AVISOS Nº 240

PRODUÇÃO DA ALFACE AMERICANA SUBMETIDA A DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

BOLETIM DE AVISOS Nº 103

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM AQUIDAUANA, MS.

COMPRIMENTO MÁXIMO DE LINHAS LATERAIS DE EMISSORES ALTERNATIVOS UTILIZADOS NA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA DA CAFEICULTURA 1

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DO CAFÉ ARÁBICA, CULTIVAR CATUAÍ, SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO.

ESTUDO DA VIABILIDADE DE DISPONIBILIZAÇÃO DE POTÁSSIO E FÓSFORO EM SOLOS DE CERRADO COM A UTILIZAÇÃO DO PENERGETIC 4 SAFRAS

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

VARIAÇÕES ANATÔMICAS FOLIARES DAS CULTIVARES DE CAFEEIRO DA EPAMIG EM FUNÇÃO DO AMBIENTE

ESTUDO DA VIABILIDADE DE DISPONIBILIZAÇÃO DE POTÁSSIO E FÓSFORO EM SOLOS DE CERRADO COM A UTILIZAÇÃO DO PENERGETIC 5 SAFRAS

UNIFORMIDADE DE FLORADA DO CAFEEIRO (COFFEA ARABICA L.) ACAIÁ CERRADO SOB INFLUÊNCIA DO ESTRESSE HÍDRICO FOLIAR

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 44

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE CAFEEIRO RESISTENTE A FERRUGEM SOB USO DE IRRIGAÇÃO EM MUZAMBINHO-MG

PERFORMANCE DO QUANTIS APLICADO EM LAVOURAS CAFEEIRAS ESQUELETADAS RESULTADOS PRELIMINARES

BENEFÍCIOS DO MONITORAMENTO IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 42

CERTIFICA MINAS CAFÉ FERRAMENTA DE SUSTENTABILIDADE NA IRRIGAÇÃO. Bernardino Cangussu Guimarães, Julian Silva Carvalho, Kleso Silva Franco Junior

RENDIMENTO E PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE CAFÉ ARÁBICA EM BAIXA ALTITUDE

BOLETIM DE AVISOS Nº 101

COMPARAÇÃO DE TRÊS MÉTODOS DE MANEJO DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO: TENSIOMÉTRICO, EVAPOTRANSPIRAÇÃO POR TANQUE CLASSE A EVAPOTRANSPIRAÇÃO POR PENMAN-MONTEITH

MANEJO DA IRRIGAÇÃO EM ALFAFA

Produtividade de milho convencional 2B587 em diferentes doses de Nitrogênio

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 39

Seleção de cultivares Bourbon visando à produção de cafés especiais

SIMULAÇÃO DA PRODUTIVIDADE, EM UM MODELO APLICADO AO PLANEJAMENTO DE PROJETOS DE IRRIGAÇÃO PARA A CULTURA DO CAFEEIRO 1

LÂMINA ÓTIMA ECONÔMICA E PARCELAMENTO DE POTÁSSIO NO CULTIVO DA CENOURA

CRESCIMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA SUBMETIDAS A ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE

PESQL//SA EM ANDAMENTO

ADUBAÇÃO VERDE EM CAFEEIRO IRRIGADO NA REGIÃO DO CERRADO DE MINAS GERAIS. PALAVRAS-CHAVE: déficit hídrico, sustentabilidade, irrigação

ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO CULTIVADO COM CAFEEIROS NO MANEJO ORGÂNICO E CONVENCIONAL

COMPORTAMENTO INICIAL DE VARIEDADES DE CAFÉ, ARÁBICA E ROBUSTA, EM REGIÃO QUENTE, EM PIRAPORA MG

ESTIMATIVA DA PRECIPITAÇÃO EFETIVA PARA A REGIÃO DO MUNICÍPIO DE IBOTIRAMA, BA Apresentação: Pôster

PRECIPITAÇÃO PLUVIAL E EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CANA-DE- AÇÚCAR NA REGIÃO DE RIO LARGO-ALAGOAS

CONSUMO DE ÁGUA PARA CAFEEIROS IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE PLANTIO

POLO CAFEEIRO NO NORTE DE MINAS SE FORTALECE COM NOVAS VARIEDADES

MÉTODOS DE MANEJO DA IRRIGAÇÃO NO CULTIVO DA ALFACE AMERICANA

UTILIZAÇÃO DA ÁGUA MAGNETIZADA PARA A IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO DO CAFEEIRO CULTIVADO NO CERRADO DE MINAS GERAIS 5 SAFRAS

Irrigação de Salvação ou Suplementar na Cultura do Café. Rodrigo Naves Paiva Eng. Agr. MSc Fundação Procafé

PALAVRAS-CHAVE: Nematicida, Meloidogyne exigua, Cafeeiro, Fluensulfone.

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 46

Efeitos da seca para o cafeeiro e a pesquisa em busca de soluções

CRESCIMENTO DE FRUTOS DE LIMOEIRO SOB USO DO MOLHAMENTO PARCIAL DO SISTEMA RADICULAR EM CONDIÇÕES SEMI-ÁRIDAS DO NORTE DE MINAS

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO NA PRODUTIVIDADE DE DUAS CULTIVARES DE CAFEEIRO

Conseqüências fisiológicas do manejo inadequado da irrigação em citros: fotossíntese, crescimento e florescimento

Produtividade de Genótipos de Feijão do Grupo Comercial Preto, Cultivados na Safra da Seca de 2015, no Norte de Minas Gerais.

ENSAIO DE COMPETIÇÃO DE 15 GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO CULTIVADOS EM SISTEMA ORGÂNICO

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

TEORES FOLIARES DE MACRONUTRIENTES PARA O ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DE ESPAÇAMENTOS E REGULADOR DE CRESCIMENTO

Otimização do Uso da Água na Agricultura Irrigada

BOLETIM DE AVISOS Nº 225

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS DE EVAPOTRANSPIRAÇAO DE REFERÊNCIA (ET0) PARA A REGIÃO AGRESTE DE ALAGOAS

BOLETIM DE AVISOS Nº 224

Transcrição:

VARIAÇÃO DO POTENCIAL HÍDRICO FOLIAR EM RELAÇÃO A TENSÃO DE ÁGUA NO SOLO NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO Gustavo Dantas Silva 1, Eusímio F. Fraga Júnior 2, Gilmar Jerônimo da Silva Junior 3, Hanna Eduarda Nunes Sugawara 4, João Felipe Larocca Garcia 5, Gleice Aparecida de Assis 6 Apresentado no XXI Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada 20 de março de 2019, Araguari MG, Brasil RESUMO: A irrigação na Região do Cerrado Mineiro se tornou uma prática comum, que eleva a produtividade e a qualidade da cafeicultura, devido a insuficiência e a má distribuição das chuvas. Neste trabalho, objetivou-se comparar a diferença do potencial hídrico foliar no período antemanhã com tensão dos tensiômetros instalados a profundidade de 25 cm e 50 cm. O experimento foi conduzido na Fazenda Rural Monte, localizada no município de Romaria, onde foi cultivada a a variedade Topázio, com espaçamento 4,0 m x 0,5 m entre linha e planta, respectivamente, e irrigada por gotejamento. A avaliação do potencial hídrico foliar foi realizada durante o período pré-florada até o início da granação, semanalmente, utilizando uma planta por parcela, e a tensão dos tensiômetros foi monitorado diariamente, sendo dois tensiômetros de 25 cm e dois de 50 cm. A tensão de água no solo tem relação com o potencial hídrico foliar de cafeeiro independente das fases fenológicas pré-florada até granação da cultura. Há maior correlação do potencial de água na folha com a tensão de água no solo a 50 cm. PALAVRA-CHAVE: Coffea arabica L., status hídrico, tensão de água no solo. INTRODUÇÃO Em 1727 o (Coffea arabica L.) foi introduzido no Brasil e a partir de 1845 tornou-se o maior produtor, sendo responsável por 45% da produção mundial na época. Tal fato impulsionou a economia brasileira (MATIELLO, 2010). O estado de Minas Gerais apresenta posição de destaque no cenário nacional, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) a estimativa da safra de 2019 e que a produção de café do estado de Minas Gerais represente cerca de 50% da produção total do país. A Região do Cerrado Mineiro, composta pelo Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste, se destaca na produção nacional no quesito qualidade por ser a primeira a receber a Denominação de Origem, realizada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O território demarcado confere ao produto características únicas resultantes do clima, solo, 1 Graduando em Agronomia, UFU-Campus Monte Carmelo 2 Eng. Agrônomo, Doutor em Engenharia de Sistema Agrícolas Professor UFU-Campus Monte Carmelo 3 Graduando em Agronomia, FUCAMP 4 Graduando em Agronomia, UFU-Campus Monte Carmelo 5 Graduando em Agronomia, UFU-Campus Monte Carmelo 6 Eng. Agrônoma, Doutora em Fitotecnia Professora UFU-Campus Monte Carmelo

relevo, altitude e manejo dos 55 municípios que compõe essa região (REGIÃO DO CERRADO MINEIRO, 2019). A produtividade da lavoura cafeeira é fortemente influenciada pela disponibilidade de água, em situações de ausência da mesma proporciona perdas significativas na produtividade, e isso torna necessário pesquisas voltadas para a necessidade hídrica do café, além de alternativas ligadas ao uso eficiente da água para se tornar uma agricultura sustentável (KNUPPEL, 2016). Os tensiômetros são instrumentos com sensores que medem o potencial matricial da água no solo, e com o auxílio da curva de retenção, determinam indiretamente o conteúdo de água no solo (EMBRAPA, 2010). O potencial hídrico foliar é um importante indicador de déficit hídrico do solo. Sua avaliação é realizada no período antemanhã, servindo como indicativo do nível de armazenamento de água no solo, devido a tendência de equilíbrio entre as condições hídricas do solo e da planta quando não houver deficiência hídrica acentuada (REZENDE, 2017). Neste trabalho, objetivou-se comparar a diferença do potencial hídrico foliar no período antemanhã com tensão dos tensiômetros instalados a profundidade de 25 cm e 50 cm. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na Fazenda Rural Monte, localizada no município de Romaria, Minas Gerais, nas coordenadas 18 50 42 Sul 47 35 58 Oeste, altitude de 1006 metros. O clima da região é Aw, segundo a classificação de Koppen, caracterizado por inverno seco e verão chuvoso. A área experimental foi cultivada com a variedade Topázio, com 1 anos de idade, cultivados no espaçamento 4,0 x 0,50 m, entre linhas e plantas, respectivamente. As plantas forram irrigadas por gotejamento, com gotejadores autocompensantes de vazão 2,3 L h -1, espaçados a cada 0,70 m sendo empregada uma linha lateral por linha de plantas. O experimento é composto por 30 parcelas. O manejo da irrigação e por balanço hídrico, via clima, com turno de rega de dois dias. Semanalmente, no período pré-florada e pós-florada, e quinzenalmente até o início da granação, foram coletadas no período antemanhã 60 folhas do experimento, sendo analisadas quanto ao potencial hídrico foliar com a Câmara de Scholander. A coleta foi realizada no terço médio da planta, retirando-se o terço ou quarto par de folhas de três plantas por parcela. Após a coleta, as folhas foram armazenadas em caixa de isopor refrigerada e posteriormente levada para laboratório. A tensão dos tensiômetros foi monitorado diariamente utilizando um tensímetro de punção conectado as hastes de tensiômetro de punção, sendo 2 tensiômetros de 25 cm e 2 de 50 cm. Os dados obtidos foram submetidos análise de regressão utilizando planilha eletrônica. RESULTADOS E CONCLUSÃO Na Figura 1 apresenta-se as variáveis ambientais que caracterizam a área de estudo, bem como os eventos e lâminas de irrigação realizadas. As temperaturas ideais para cafeeiro após um ano e meio de idade situam-se em torno de 23ºC diurnas e 17ºC noturnas, segundo Matiello et al. (2015). A temperatura média desse período diurna foi de 29,7ºC e a noturna 17,8ºC, logo a temperatura diurna esteve acima da tempera ideal para o desenvolvimento do cafeeiro.

Temperatura ( C) 40 35 30 25 20 15 10 5 60 50 40 30 20 10 Precipitação e Irrigação (mm) 0 0 13/8 28/8 12/9 27/9 12/10 27/10 11/11 26/11 11/12 26/12 10/1 25/1 Precipitação Irrigação Tmax ( C) Tmin ( C) Figura 1. Temperatura (ºC) em função da precipitação e irrigação (mm) Na Figura 2 apresenta-se a correlação dos dados e tensão de água no solo e potencial hídrico foliar, no período de pré-florada até a granação. Considerando o índice de correlação observados para os dados das duas profundidades, observa-se que os valores de tensão de água no solo dos tensiômetros de 50 cm tiveram maior ligação com o potencial hídrico foliar do que os tensiômetros de 25 cm. Portanto, deve-se utilizar o valor do tensiômetro mais profundo para ter um melhor equilíbrio com o status hídrico da planta, na antemanhã. Foi feita a leitura de dados de tensão até 70 kpa, que é o limite dos tensiômetros, e para esse valor o limite de potencial hídrico foliar foi até -1,2 MPa. Para se chegar no potencial limite para retornar irrigação no período de florada, a planta teria de atingir um potencial menor do que -1,2 MPa. Segundo Guerra et al. (2006) o potencial hídrico foliar ideal é -2,0 MPa. Dessa forma, a utilização de tensiometria não é ferramenta eficiente para obter um estresse hídrico controlado buscando a sincronização da florada do cafeeiro.

-0,20 Tensão de Água no Solo (kpa) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Potencial hídrico foliar (MPa) -0,40-0,60-0,80-1,00-1,20 y = -0,392ln(x) + 0,3462 R² = 0,5982 y = -0,292ln(x) - 0,0997 R² = 0,13785-1,40 50 cm 25 cm Figura 2. Tensão de Água no solo (kpa) em função do Potencial hídrico foliar (MPa) CONCLUSÕES Há relação entre a tensão de água no solo e o potencial hídrico foliar de cafeeiro independente das fases fenológicas pré-florada até granação da cultura. Existem maior correção logarítmica entre potencial de água na folha com a tensão de água no solo a 50 cm. REFERÊNCIAS COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Boletim Café Janeiro 2019. Disponível em: <https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/cafe> Acesso em 13 de Fevereiro de 2019. GUERRA, A. F. et al. Manejo da irrigação do cafeeiro, com uso do estresse hídrico controlado, para uniformização de florada. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA DA CAFEICULTURA IRRIGADA, 8., 2006, Uberlândia. Anais... Uberlândia: UFU, 2006. p. 65-69. MATIELLO, J. B. et al. Cultura de café no Brasil: Manual de Recomendações. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - 10. ed. p. 542. Rio de Janeiro RJ e Varginha MG, 2010. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO EMBRAPA. Estratégias de manejo de irrigação: Exemplos de Cálculo. Circular técnica. Sete Lagoas MG, 2010. REGIÃO DO CERRADO MINEIRO. A região do cerrado mineiro. 2019. Disponível em: <http://www.cafedocerrado.org/index.php> Acesso em 03 de Fevereiro de 2019.

REZENDE, M. S. Potencial de água na folha de cafeeiro irrigado com diferentes lâminas de água com e sem eletromagnetização. Monte Carmelo: UFU, 2017. 40 p. Trabalho de conclusão de curso. KNUPPEL C. A. et al. Estudo do potencial hídrico foliar de cafeeiros submetidos a diferentes técnicas para otimização da água. Lavras: UFLA, 2016.