Bastam Quatro Cores. Celina Miraglia Herrera de Figueiredo. Programa de Engenharia de Sistemas e Computação

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Transcrição:

Bastam Quatro Cores Celina Miraglia Herrera de Figueiredo Programa de Engenharia de Sistemas e Computação

Kenneth Appel 1932 2013

História: O Problema das Quatro Cores Francis Guthrie (1852): Todo grafo planar pode ser colorido com quatro cores? quatro cores são necessárias três cores são suficientes Será que quatro cores são suficientes sempre?

História: O Problema das Quatro Cores Francis Guthrie (1852): Todo grafo planar pode ser colorido com quatro cores? quatro cores são necessárias três cores são suficientes Será que quatro cores são suficientes sempre?

A Fórmula de Euler (1758) f m + n = 2 Consequências: m 3n nunca 5 mutuamente adjacentes i ( i)n(i) 12 sempre vértice com grau no máximo 5

O Teorema das Quatro Cores Appel e Haken (1977): Sim! (prova usando computador) conjunto inevitável de 147 configurações redutíveis algoritmo colore grafo planar com quatro cores em tempo O(n 4 )

O Teorema das Quatro Cores Appel e Haken (1977): Sim! (prova usando computador) conjunto inevitável de 147 configurações redutíveis algoritmo colore grafo planar com quatro cores em tempo O(n 4 ) Robertson, Sanders, Seymour e Thomas (1997): Sim!! (prova também usando computador) conjunto inevitável de 33 configurações redutíveis algoritmo colore grafo planar com quatro cores em tempo O(n 2 ) Problema das quatro cores: coloração dos vértices http://www.math.gatech.edu/ thomas/fc/fourcolor.html

Coloração de vértices e de arestas Coloração de um grafo: atribuição de cores aos vértices ou às arestas do grafo de tal forma que não haja conflitos Foco: coloração mínima de vértices e coloração mínima de arestas em classes de grafos Coloração dos vértices: associamos cores aos vértices do grafo de tal forma que a vértices adjacentes sejam atribuídas cores distintas Coloração das arestas: associamos cores às arestas do grafo de tal forma que a arestas adjacentes sejam atribuídas cores distintas

Exemplo: alocação de registradores Variável em bloco de programa corresponde ao intervalo no qual ela é necessária Objetivo: minimizar o número de registradores Grafo de interseção desses intervalos é construído Coloração dos vértices deste grafo dará um esquema de alocação das variáveis em registradores A :=... B :=...... := B... C :=...... := A... D :=...... D...... C... A B D C 2 1 A B 1 C D 2 Nesta aplicação, cores representam registradores

Exemplo: alocação de registradores Variável em bloco de programa corresponde ao intervalo no qual ela é necessária Objetivo: minimizar o número de registradores Grafo de interseção desses intervalos é construído Coloração dos vértices deste grafo dará um esquema de alocação das variáveis em registradores A :=... B :=...... := B... C :=...... := A... D :=...... D...... C... A B D C 2 1 A B 1 C D 2 Nesta aplicação, cores representam registradores

Exemplo: planejamento de torneios Dada uma federação de times, fazer uma tabela que especifique quem joga com quem em cada rodada Objetivo: minimizar o número de rodadas Esquema para grafos completos: fazer a primeira rodada (um emparelhamento máximo qualquer) e depois permutar ciclicamente todos os times, menos o primeiro Coloração das arestas deste grafo dará um torneio Vertices = Times Arestas = Jogos Cor = Rodada A C 1 B Times = A, B, C, D 3 3 Rodadas 1 2 3 2 2 1 D AB CD AC BD AD BC Nesta aplicação, cores representam rodadas

Exemplo: planejamento de torneios Dada uma federação de times, fazer uma tabela que especifique quem joga com quem em cada rodada Objetivo: minimizar o número de rodadas Esquema para grafos completos: fazer a primeira rodada (um emparelhamento máximo qualquer) e depois permutar ciclicamente todos os times, menos o primeiro Coloração das arestas deste grafo dará um torneio Vertices = Times Arestas = Jogos Cor = Rodada A C 1 B Times = A, B, C, D 3 3 Rodadas 1 2 3 2 2 1 D AB CD AC BD AD BC Nesta aplicação, cores representam rodadas

Exemplo: planejamento de torneios Dada uma federação de times, fazer uma tabela que especifique quem joga com quem em cada rodada Objetivo: minimizar o número de rodadas Esquema para grafos completos: fazer a primeira rodada (um emparelhamento máximo qualquer) e depois permutar ciclicamente todos os times, menos o primeiro Coloração das arestas deste grafo dará um torneio Vertices = Times Arestas = Jogos Cor = Rodada A C 1 B Times = A, B, C, D 3 3 Rodadas 1 2 3 2 2 1 D AB CD AC BD AD BC Nesta aplicação, cores representam rodadas

Exemplo: alocação de horários Alocação de salas, horários e professores num colégio Objetivo: minimizar o número de horas Modelamos com um grafo bipartido em professores e salas. Aresta entre professor e sala: professor tem que dar aula naquela sala Coloração das arestas deste grafo bipartido corresponde a uma alocação dos horários de cada uma destas salas Nesta aplicação, cores representam horas Sala1 Sala2 Sala3 Sala4 8:00 Jose 10:00 12:00 Maria 8:00 10:00 Joao 12:00

Exemplo: alocação de horários Alocação de salas, horários e professores num colégio Objetivo: minimizar o número de horas Modelamos com um grafo bipartido em professores e salas. Aresta entre professor e sala: professor tem que dar aula naquela sala Coloração das arestas deste grafo bipartido corresponde a uma alocação dos horários de cada uma destas salas Nesta aplicação, cores representam horas Sala1 Sala2 Sala3 Sala4 8:00 Jose 10:00 12:00 Maria 8:00 10:00 Joao 12:00

Coloração em grafos Celina M. Herrera de Figueiredo Instituto de Matemática e COPPE, UFRJ João Meidanis, Célia Picinin de Mello Instituto de Computação, UNICAMP XVI JAI, XVII Congresso da SBC, Brasília, agôsto 1997 http://www.cos.ufrj.br/ celina/ftp/jai97.pdf

Número cromático k-coloração dos vértices de um grafo G: associação de k cores aos vértices de G tal que vértices adjacentes tenham cores distintas Queremos o menor número de cores possível para grafo G χ(g) = número cromático de G

Índice cromático k-coloração das arestas de um grafo G: associação de k cores às arestas de G tal que arestas adjacentes tenham cores distintas Queremos o menor número de cores possível para grafo G χ (G) = índice cromático de G

Limite inferior: coloração de vértices Clique é um conjunto de vértices que induz um subgrafo completo ω(g) = tamanho de uma maior clique em G Limite inferior para coloração de vértices: ω(g) χ(g) grafo com ω(g) = χ(g)

Limite inferior: coloração de vértices Clique é um conjunto de vértices que induz um subgrafo completo ω(g) = tamanho de uma maior clique em G Limite inferior para coloração de vértices: ω(g) χ(g) grafo com ω(g) = χ(g)

Limite inferior: coloração de vértices Clique é um conjunto de vértices que induz um subgrafo completo ω(g) = tamanho de uma maior clique em G Limite inferior para coloração de vértices: ω(g) χ(g) grafo com ω(g) = χ(g)

Limite inferior: coloração de vértices Clique é um conjunto de vértices que induz um subgrafo completo ω(g) = tamanho de uma maior clique em G Limite inferior para coloração de vértices: ω(g) χ(g) grafo com ω(g) < χ(g)

Limite inferior: coloração de vértices Clique é um conjunto de vértices que induz um subgrafo completo ω(g) = tamanho de uma maior clique em G Limite inferior para coloração de vértices: ω(g) χ(g) grafo com ω(g) < χ(g)

Limite inferior: coloração de vértices Clique é um conjunto de vértices que induz um subgrafo completo ω(g) = tamanho de uma maior clique em G Limite inferior para coloração de vértices: ω(g) χ(g) grafo com ω(g) < χ(g)

Limite inferior: coloração de arestas (G) = grau máximo em G Limite inferior para coloração de arestas: (G) χ (G) grafo com χ (G) = (G)

Limite inferior: coloração de arestas (G) = grau máximo em G Limite inferior para coloração de arestas: (G) χ (G) grafo com (G) = χ (G)

Limite inferior: coloração de arestas (G) = grau máximo em G Limite inferior para coloração de arestas: (G) χ (G) grafo com (G) = χ (G)

Limite inferior: coloração de arestas (G) = grau máximo em G Limite inferior para coloração de arestas: (G) χ (G) grafo com (G) < χ (G)

Limite inferior: coloração de arestas (G) = grau máximo em G Limite inferior para coloração de arestas: (G) χ (G) grafo com (G) < χ (G)

Limite inferior: coloração de arestas (G) = grau máximo em G Limite inferior para coloração de arestas: (G) χ (G) grafo com (G) < χ (G)

Grafos bipartidos: coloração dos vértices Sempre temos ω(g) χ(g) Para os grafos bipartidos, temos igualdade: o grafo é trivial e tem ambos parâmetros iguais a 1 ou o grafo tem pelo menos uma aresta e tem ambos parâmetros iguais a 2 a f 2 2 2b e 2 2 d bipartido 2c

Grafos bipartidos: coloração dos vértices Sempre temos ω(g) χ(g) Para os grafos bipartidos, temos igualdade: o grafo é trivial e tem ambos parâmetros iguais a 1 ou o grafo tem pelo menos uma aresta e tem ambos parâmetros iguais a 2 a 2 a 2 2b f e 2 2 2 d bipartido 2b 2c c e 2 2 2d 2f 2-partição

Grafos bipartidos: coloração dos vértices Sempre temos ω(g) χ(g) Para os grafos bipartidos, temos igualdade: o grafo é trivial e tem ambos parâmetros iguais a 1 ou o grafo tem pelo menos uma aresta e tem ambos parâmetros iguais a 2 a 2 a 2 2b f e 2 2 2 d bipartido 2b 2c c e 2 2 2d 2f 2-coloração

Grafos bipartidos: coloração dos vértices Sempre temos ω(g) χ(g) Para os grafos bipartidos, temos igualdade: o grafo é trivial e tem ambos parâmetros iguais a 1 ou o grafo tem pelo menos uma aresta e tem ambos parâmetros iguais a 2 a 2 a 2 2b f e 2 2 2 d 2b 2c 2-coloração c e 2 2 2d 2f 2-coloração

Cadeias de Kempe Dada uma coloração dos vértices ou das arestas de um grafo, o método das cadeias de Kempe: considera subgrafo H(α, β) definido por duas cores α e β tenta trocar as cores α e β neste subgrafo Esta troca poderá originar uma nova coloração para o grafo original Aplicações: coloração de vértices: todo grafo planar é 5-colorível coloração de arestas: todo grafo bipartido é -colorível

Limite superior: coloração de arestas Vimos (G) χ (G), onde (G) é o grau máximo de G Vizing (194) redirecionou a Teoria de Coloração de Arestas, provando que χ (G) (G) + 1 Problema da Classificação: Decidir se χ (G) = (G) ou χ (G) = (G) + 1 Se χ (G) = (G), dizemos que G está na Classe 1 Se χ (G) = (G) + 1, dizemos que G está na Classe 2 Prova do Teorema de Vizing: algoritmo polinomial que pinta as arestas de um grafo G com (G) + 1 cores

Limite superior: coloração de arestas Consequência do Teorema de Vizing: Para mostrar que um grafo G pertence à Classe 1: exibir uma (G)-coloração para as arestas de G Para mostrar que um grafo G pertence à Classe 2: exibir argumentos que provem que G não pertence à Classe 1

Complexidade do problema de classificação Apesar de existirem apenas duas possíveis classes para se colocar um grafo, o problema da classificação é difícil: Holyer (1981): O problema da classificação é NP-difícil Mesmo restrito a grafos cúbicos, o problema é NP-difícil Tait (1878): Um grafo cúbico planar sem pontes é Classe 1 sse é 4-face colorível Tutte (194): Primeiro grafo cúbico planar sem pontes não hamiltoniano (4 vértices)

Limite superior: coloração de vértices χ(g) = número cromático de G ω(g) = tamanho de uma maior clique em G Limite inferior para coloração de vértices: ω(g) χ(g) Para G possuir número cromático alto, é necessário que G contenha uma clique com muitos vértices?

Limite superior: coloração de vértices Existe família M k de grafos sem triângulos com número cromático k grafos de Mycielski (1955) Não temos ainda limite superior como função de ω(g)

Limite superior: coloração de vértices (G) = grau máximo em G Algoritmo guloso dá um limite superior para χ(g) em termos de (G): ordem v 1, v 2,..., v n nos vértices de G Adj(v) = vértices adjacentes a v em G função c tal que c(v 1 ) = 1 e, para 2 i n, c(v i ) menor inteiro não usado em Adj(v i ) {v 1,..., v i 1 } Algoritmo guloso sempre produz coloração válida Como Adj(v i ) (G), sempre temos c(v i ) (G) + 1, obtendo: Limite superior: χ(g) (G) + 1

Todo grafo planar é -colorível Sempre vértice com grau no máximo 5 Algoritmo guloso dá limite superior χ(g) : ordem especial v 1, v 2,..., v n nos vértices de G v i tem grau no máximo 5 no grafo G[v 1, v 2,..., v i ] função c tal que c(v 1 ) = 1 e, para 2 i n, c(v i ) menor inteiro não usado em Adj(v i ) {v 1,..., v i 1 } Algoritmo guloso sempre produz coloração válida Agora, Adj(v i ) 5, obtendo: χ(g)

Todo grafo planar é 5-colorível Se, no algoritmo anterior, seguindo a ordem especial, aparecer um vértice v i, adjacente a 5 vértices já coloridos com cores diferentes a, b, c, d, e, então use cadeias de Kempe subgrafos H(a, c) e H(b, d), cada um definido por duas cores grafo planar: troque as cores em H(a, c) colora vértice v i com a cor a Kempe (1879) propôs fazer uma dupla troca para 4-colorir, mas nem sempre funciona b a e v i c d

Inevitável vs redutível O conjunto inevitável de configurações de Euler redutíveis não é redutível Appel e Haken conseguiram um conjunto inevitável de configurações redutíveis

Encontrando conjunto inevitável de configurações Toda triangulação satisfaz: i ( i)n(i) = 12 Vértice de grau 5 adjacente a vértice de grau no máximo Franklin: todo grafo planar com no máximo 25 vértices é 4-colorível The four-colour problem, American Journal of Mathematics 44 (1922) 225 23

Encontrando configurações redutíveis O diamante de Birkhoff: qualquer 4-coloração de G B estende Cada uma das 31 4-colorações do anel da fronteira estende The reducibility of maps, American Journal of Mathematics 35 (1913) 115 128

Appel e Haken nd V' ns are rofeser 107. We ngulaare as N is. One ertices r F of imenected grees": if v k is the number of vertices of ~ of degree k (i.e. incident to exactly k edges) then E(-k)v k = 12 where the summation is taken from k = 3 (smaller degrees do not occur since & has no loops or multiple edges) to the largest degree, M, of any vertex that occurs in A. Since only the first three summands can be positive and the sum is positive at least one of v 3, v 4, v 5 is positive, and hence vertices of degree less than are unavoidable in planar triangulations (i.e. every such di must have them). 1977, prova do Teorema das Quatro Cores conjunto inevitável de 147 configurações redutíveis 3. The induction hypothesis. Following Kempe, we use this "unavoidability theorem" as a basis for an induction proof that di can be properly four-colored. Assume inductively that every planar triangulation with fewer than N vertices can be properly four-colored. tamanho máximo permitido para o anel da fronteira é 14 4. Kempe's treatment of the case V 3 + V 4 ~ O. Under this induction hypothesis Kempe easily showed that if A contains a vertex V 3 of degree three then di can be four-colored. Using a more refined argument based on what are now called Kempe chain interchanges, he showed that if & contains a vertex V 4 of degree four then A can be four-colored. Thus we may assume in what follows that v 3 = v 4 = 0 and thus V 5 -- V 7 -- 2V 8 -- 3V9... -- (M-)V M = 12. (*) 5. Reducible the Four configurations. Color Theorem exists, Kempe-chain based on more argu- powments were erful systematically tools than have formulated been used thus by far. G. This D. may Birkor may not be true, but it is true that our rather detailed hoff [, 1913] argument and based have on been the systematic used by use many of Kempe investi- chain gators ever arguments since. A does more provide detailed a proof. and systematic treatment was published by Heinrich Heesch [8, 199], took out a vertex to reduce the number of vertices in the triangulation. To generalize his method one needs to take out several vertices. The way in which one does this is to draw a simple closed path in the triangulation and take out all of the vertices inside it. We call the simple closed path (called the boundary-ring) plus the subgraph enclosed a configuration. In any event, Kempe-chain theory yields the remarkable result tha there are algorithms for proving theorems of the fol lowing form. If A contains the configuration drawn in Figure 1 then (as a consequence of the inductive hypothesis) di is four-colorable. Following Birkhoff, a configuration is called reducible if a theorem of the type above can be proved about it.. Heesch's conventions for simplified drawings. A configuration, for instance the one drawn in Figure 1 can be presented more conveniently by drawing only the subgraph inside the ring, indicating the degrees o the vertices by special symbols (introduced by Heesch [8]) as displayed in the following table. Kempe believed that he had provided an equally Figure 1 simple argument that if Figure A has a 2 With this convention, the configuration of Figure 1 is vertex V 5 of degree described by Figure 2 (Figure 2 will also be called a five then A is four-colorable. That argument was badly "configuration".) flawed. Optimists may still hope that such a proof of 7. Reducibility proofs by computer. Recall that there is a routine method for proving "reducibility theorems" (one might consider the word theorem preten- Every planar map is four colorable, Illinois Journal of Mathematics 21 (1977) 429 490, 491 57 tious in this context, but in any event each such resul takes care of a certain special case of our inductive THE MATHEMATICAL INTELLIGENCER VOL. 8, NO. 1, 198 11

Inevitável vs redutível Discharging: conjunto inevitável de configurações Computador: se configuração do conjunto inevitável demanda 30 minutos para provar redutível, então modifique através de Discharging o conjunto inevitável de configurações, e volte para Computador Appel e Haken trabalharam entre Discharging e Computador, buscando o conjunto inevitável de configurações, onde cada configuração fosse redutível, até fechar o conjunto e a demonstração

Kenneth Appel 1972, Haken deu seminário: The computer experts have told me that it is not possible to go on like that. But right now I am quitting. I consider this to be the point beyond which one cannot go without a computer Após o seminário, Appel ofereceu ajuda dizendo: I do not know of anything involving computers that can t be done, some things just take longer than others

Bibliografia Graph Coloring Problems Tommy R. Jensen, Bjarne Toft. Wiley, 1995 http://www.imada.sdu.dk/research/graphcol/ Four Colors Suffice. How the map problem was solved Robin Wilson. Princeton University Press, 2002 Coloração em Grafos Celina M. Herrera de Figueiredo, João Meidanis, Célia Picinin de Mello. XVI JAI, SBC, 1997 http://www.cos.ufrj.br/ celina/ftp/jai97.pdf The P vs. NP-complete dichotomy of some challenging problems in graph theory, Discrete Applied Mathematics (2012)

Bastam Quatro Cores Kenneth Appel 1932 2013