Informativo nº 98 de 01.08.2017 Í N D I C E 1. CÁLCULO DE ICMS SOBRE CONSUMO DE ENERGIA TUSD p.02 2. PROGRAMA ESPECIAL DE REGULARIZAÇÃO TRIBUTÁRIA (PERT) PORTARIA PGFN N.º 690/2017 p.02 3. DECRETO DISPENSA RECONHECIMENTO DE FIRMA EM ÓRGÃOS FEDERAIS p.04 4. PROJETO PROÍBE ESTADOS DE CONCEDER ISENÇÃO DE ICMS p.05 * * * * * Este informativo foi redigido meramente para fins de informação e debate, não devendo ser considerado opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. Direitos autorais reservados a Micheloni
CÁLCULO DE ICMS SOBRE CONSUMO DE ENERGIA - TUSD A secretaria de Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça publicou no dia 12 de junho de 2017 cinco novos temas na ferramenta de pesquisa pronta, de modo a facilitar o trabalho de todos os interessados em conhecer o entendimentos pacificados no âmbito da corte. No primeiro deles, selecionaram acórdãos baseados no entendimento do Tribunal de que a tarifa de utilização do sistema de distribuição (TUSD) não integra a base de cálculo do ICMS sobre o consumo de energia elétrica, uma vez que o fato gerador ocorre apenas no momento em que a energia sai do estabelecimento fornecedor e é efetivamente consumida. Entretanto é importante destacar que já houve julgado divergindo desse entendimento, então solidificado, conforme apontamos no Informativo 95, e que por certo indica cautela nos contribuintes que já estejam realizando compensações durante o processo, posto que num cenário de reversão sobre o tema, isso poderá acarretar em verdade num passivo. PROGRAMA ESPECIAL DE REGULARIZAÇÃO TRIBUTÁRIA (PERT) PORTARIA PGFN N.º 690/2017 Publicada em 30.06.2017, a Portaria PGFN n.º 690, regulamentou o Programa Especial de Regularização Tributária (PERT) instituído pela Medida Provisória n.º 783/2017, no tocante aos débitos administrados pela própria PGFN, de responsabilidade de pessoa física ou jurídica, inclusive a que se encontrar em recuperação judicial. O PERT abrange os débitos inscritos em Dívida Ativa da União até a data de adesão ao Programa, de natureza tributária ou não tributária, vencidos até 30.04.2017, inclusive aqueles que sejam objeto de 2
parcelamentos anteriores ativos ou rescindidos, ou que estejam sob discussão judicial, mesmo que em fase de Execução Fiscal já ajuizada, considerados isoladamente: (i) os débitos, no âmbito da PGFN, decorrentes das contribuições previdenciárias especificadas no ato normativo ora noticiado; (ii) demais débitos administrados pela PGFN; (iii) contribuições ao FGTS; (iv) débitos relativos à CPMF. Não poderão ser liquidados na forma do PERT os débitos: (i) passíveis de retenção na fonte, de desconto de terceiros ou de sub-rogação; (ii) devidos por pessoa jurídica com falência decretada ou de pessoa física com insolvência civil decretada; (iii) constituídos mediante lançamento de ofício efetuado em decorrência da constatação da prática de crime de sonegação, fraude ou conluio. O sujeito passivo poderá liquidar os débitos abrangidos pelo PERT mediante a opção por uma das modalidades dispostas na Medida Provisória n.º 783/2017, reproduzidas na Portaria PGFN em questão. A adesão ao PERT ocorrerá mediante requerimento a ser realizado, exclusivamente, por meio do site da PGFN, no período de 1º a 31.08.2017, quando deverão ser indicadas as inscrições em dívida ativa que comporão a modalidade de parcelamento que nele se pretenda inserir. O deferimento do pedido de adesão ao PERT fica condicionado ao pagamento do valor à vista ou da primeira prestação, conforme o caso, o que deverá ocorrer até o último dia útil do mês do requerimento de adesão. Para incluir no PERT débitos que se encontrem em discussão judicial, o sujeito passivo deverá, cumulativamente: (i) desistir, previamente, das ações judiciais que tenham por objeto os débitos que serão quitados; (ii) renunciar a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundem as referidas ações judiciais; e (iii) protocolizar requerimento de extinção do processo com resolução do mérito, observadas as demais disposições especificadas. Os depósitos vinculados aos débitos inseridos no PERT serão automaticamente transformados em pagamento definitivo, ou convertidos em renda da União Federal ou do FGTS, até o montante necessário para 3
apropriação aos débitos envolvidos no litígio objeto da desistência das ações judiciais, inclusive aos débitos referentes ao mesmo litígio que, eventualmente, estejam sem o correspondente depósito ou com depósito em montante insuficiente para a sua quitação, sendo que, após a conversão em renda ou a transformação em pagamento definitivo, o sujeito passivo poderá requerer o levantamento do saldo remanescente, se houver, desde que não haja outro débito exigível. Eventual revisão da consolidação será efetuada pela PGFN, ou, no caso de contribuições ao FGTS, pela Caixa Econômica Federal, a pedido do sujeito passivo ou de ofício, o que implicará no recálculo de todas as parcelas devidas. A equipe do Micheloni Advogados Associados está à inteira disposição de seus clientes para a prestação de serviços especializados quanto ao assunto em questão. DECRETO DISPENSA RECONHECIMENTO DE FIRMA EM ÓRGÃOS FEDERAIS O reconhecimento de firma de documentos a serem entregues em órgãos públicos federais só será necessário se houver dúvida quanto à autenticidade ou previsão legal das informações. A medida foi oficializada nesta terça-feira (18/7) pelo Decreto 9.094/2017, publicado no Diário Oficial da União. Exceto se existir dúvida fundada quanto à autenticidade ou previsão legal, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de cópia dos documentos expedidos no País e destinados a fazer prova junto a órgãos e entidades do Poder Executivo federal, prevê o dispositivo em seu artigo 9º. Outra mudança é que a apresentação de documentos poderá ser feita por meio de cópia autenticada não sendo necessária a conferência com o original. A autenticação de cópia de documentos, especifica a norma, poderá ser feita pelo próprio servidor público que receber a 4
documentação, a partir do documento original. Em caso de falsificação de informações, continua, serão adotadas medidas administrativas, civis e penais. PROJETO PROÍBE ESTADOS DE CONCEDER ISENÇÃO DE ICMS Está em tramitação o Projeto de Lei Complementar 336/16, do deputado federal Pedro Paulo do PMDB, que se encontra em análise na Câmara dos Deputados, que propõem a proibição dos estados e do Distrito Federal de conceder isenção de ICMS pelo prazo de 20 anos. É importante ressaltar, que o texto ainda sugere a suspensão de todos os benefícios fiscais de ICMS concedidos por esses entes federativos. Além disso, o autor ressalva que em virtude da renúncia fiscal, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias estadual, no Estado do Rio de Janeiro em 2016 deixou de receber mais de R$ 6 bilhões de grandes empresas. Portanto, diante da atual crise fiscal que não aparenta ter dissolução ao curto prazo, a existência dessas renuncias surgem como medidas drásticas, mas que poderão contribuir como reforço de ingressos aos cofres públicos e assim ajudar amenizar a falta de receitas, diluindo os efeitos da crise. Por fim, cabe dizer, que a proposta tramita com prioridade e será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para o Plenário, a fim de debates, ajustes e deliberação final. Advogados responsáveis pela redação e revisão: Ricardo Micheloni da Silva Av. Churchill, 129 Grupo 1003 Paulo Nelson Nascimento Centro Rio de Janeiro Patrícia Van der Put (21) 2533-2613 Mayara Nicolau Vivian Camacho dos Santos office@micheloni.com.br Nadine Van der Put 5