Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 97



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Transcrição:

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ISSN 1981-5980 Agosto, 2009 Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 97 Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a conservação de favos na apicultura sustentável e agricultura familiar Luis Fernando Wolff Regis Sivori Silva dos Santos Mirtes Melo Pelotas, RS 2009

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Clima Temperado Endereço: BR 392 Km 78 Caixa Postal 403, CEP 96001-970 - Pelotas, RS Fone: (53) 3275-8199 Fax: (53) 3275-8219 - 3275-8221 Home page: www.cpact.embrapa.br E-mail: sac@cpact.embrapa.br Comitê de Publicações da Unidade Presidente: Ariano Martins de Magalhães Júnior Secretária-Executiva: Joseane Mary Lopes Garcia Membros: José Carlos Leite Reis, Ana Paula Schneid Afonso, Giovani Theisen, Luis Antônio Suita de Castro, Flávio Luiz Carpena Carvalho, Christiane Rodrigues Congro Bertoldi e Regina das Graças Vasconcelos dos Santos Suplentes: Márcia Vizzotto e Beatriz Marti Emygdio Normalização bibliográfica: Regina das Graças Vasconcelos dos Santos Editoração eletrônica: Oscar Castro Arte da capa: Oscar Castro 1 a edição 1 a impressão (2009): 50 exemplares Todos os direitos reservados A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Sumário Resumo... Abstract... Introdução... Material e Métodos... Resultados e Discussão... Conclusões... Referências... 5 7 9 15 17 19 20

Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a conservação de favos na apicultura sustentável e agricultura familiar Luis Fernando Wolff 1 Regis Sivori Silva dos Santos 2 Mirtes Melo 3 Resumo As abelhas melíferas efetuam numerosas e importantes atividades que favorecem a humanidade e, na agricultura familiar, contribuem para a sustentabilidade de sistemas de produção de base ecológica, favorecendo a polinização dos cultivos, a produção de mel, pólen e própolis para alimentação da família e a geração de novas fontes de renda. Na apicultura, a conservação dos favos contra o risco de ataque e destruição pelas traças-da-cera é assunto de interesse econômico e motivação de uma série de estratégias pelos apicultores. Com o objetivo de avaliar a possibilidade de uso de formulações comerciais de Bacillus thuringiensis como agente biológico de 1 Eng. Agrôn., Mestre, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, (wolff@cpact.embrapa.br) 2 Eng. Agrôn., Dr., pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves, RS, (regis@cpauv.embrapa.br) 3 Eng. Agrôn., Dr.(a), pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, (mirtes@cpact.embrapa.br)

conservação natural de favos de cera de abelhas melíferas, foi testada a mortalidade de lagartas de Galleria mellonella a diferentes concentrações de B. thuringiensis e verificado o impacto destas concentrações sobre Apis mellifera africanizadas em fase larval. Testes foram conduzidos em laboratório com lagartas de G. mellonella e a campo com larvas de A. mellifera africanizadas, em delineamentos completamente casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições, em concentrações próximas da dose de campo recomendada para o produto comercial à base de B. thuringiensis. Concluiu-se que a aplicação de B. thuringiensis nas maiores concentrações utilizadas apresenta efeito favorável ao controle de G. mellonella quando os favos são imersos no produto e que, porém, as mesmas concentrações apresentam efeito direto significativo sobre a mortalidade de larvas de A. mellifera. Termos para indexação: Bacillus thuringiensis, Galleria mellonella, Apis mellifera, controle biológico, apicultura, sustentabilidade, agroecologia, agricultura familiar.

Biological control of Galleria mellonella by Bacillus thuringiensis to combs conservation on sustainable beekeeping and familiar agriculture Abstract Honeybees carry out many important activities on benefit of humanity. For the familiar agriculture, beekeeping is essential for organic and ecological production systems, favoring crop pollination, producing honey, pollen and propolis to the peasant families and generating new sources of income. The biological control of moth-of-wax is a tool for natural preservation of honeycombs by beekeepers. Aiming to evaluate the possibility of using commercial formulations of Bacillus thuringiensis as a biological agent for combs or honeybee wax conservation, tests were carried out on the susceptibility of caterpillars of Galleria mellonella to different concentrations of B. thuringiensis and verified the impact of these concentrations on larvae of Apis mellifera. The tests on moth-of-wax caterpillars were conducted in the laboratory and the tests on honeybees larvae were conducted in the field, in completely randomized designs with six treatments and four replications. Concentrations close to the commercial recommended dosis for B. thuringiensis were used. It was concluded that B. thuringiensis in higher concentrations controls G. mellonella

when the combs are immersed in the product, but shows significative direct effects on A. mellifera larvae mortality. Index terms: Bacillus thuringiensis, Galleria mellonella, Apis mellifera, biological control, beekeeping, sustainability, agroecology, peasantry.

Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a 9 Introdução As abelhas melíferas efetuam numerosas e importantes atividades que favorecem a humanidade, iniciando pela polinização, que garante maiores e melhores produções de frutos e grãos, e estendendo-se à produção de mel, cera, própolis, geléia real, pólen e apitoxina, produtos com vasta gama de aplicações nutracêuticas. Na agricultura familiar, a criação de abelhas deve ser encarada como atividade indispensável para sistemas de produção de base ecológica, favorecendo a polinização dos cultivos, a produção de alimentos para a família e a geração de novas fontes de renda (WOLFF, 2007). A saúde das abelhas e sua resistência contra inimigos naturais está associada a múltiplos fatores, onde se inclui o manejo praticado pelos apicultores. Neste sentido, a conservação dos favos (Figura 1) utilizados após a safra ou mesmo dentro das colméias, sem que os mesmos sejam afetados (Figura 2) ou destruídos pelas traças-da-cera, é um assunto de interesse dos apicultores e motivador de uma série de estratégias, que incluem, por exemplo, o uso de produtos químicos, repelentes ou inseticidas, nos locais de armazenamento dos favos.

10 Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a Figura 1. Favo de abelhas melíferas isento de traças-dacera. Foto: Luiz F. Wolff Foto: Luiz F. Wolff Figura 2. Favo de abelhas melíferas atacado por traçasda-cera.

Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a 11 Entretanto, para a produção saudável e sustentável de mel, uma série de aspectos devem ser observados pelos apicultores. A classificação do mel como produto orgânico, por exemplo, busca a garantia da qualidade final do produto e exige a isenção de qualquer contaminante no mesmo (HARKALY, 2000; EPAGRI, 2001, LOPES et al., 2004, REIS, 2004), de forma que o controle biológico da traça-da-cera apresenta-se como possível ferramenta para a conservação dos favos pelos apicultores. As traças-da-cera são insetos da ordem Lepidoptera, pequenas mariposas (Figura 3) da família Pyralidae, e Galleria mellonella (Linneus, 1758) é a espécie que causa os maiores prejuízos à apicultura (ZOVARO, 2007). Suas lagartas causam a destruição dos favos produzidos pelas abelhas (Apis mellifera: Hymenoptera: Apidae), em especial daqueles que contêm ou continham pólen e cria, podendo levar até ao abandono da colméia (SADA, 1994; LOPES et al., 2004). Foto: Luiz F. Wolff Figura 3. Adulto de traça-da-cera pousado sobre favo de abelhas melíferas.

12 Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a As numerosas e extensas galerias (Figura 4) perfuradas nos favos pelas lagartas, quando abertas na área de cria, provocam a morte ou anomalia de abelhas jovens (SILVA e MESSAGE, 2004). A presença de lagartas e adultos de traças-da-cera nas colméias favorece a propagação de doenças contagiosas entre as abelhas (CAMARGO et al., 2002) e as fezes deixadas nos alvéolos pelas lagartas podem afetar as pupas das abelhas, originando adultos com o corpo mais curto que o normal (HOOPER, 1981). Foto: Luiz F. Wolff Figura 4. Detalhe das galerias das lagartas de traça-da-cera entre os alvéolos de favos de abelhas melíferas. Apesar da importância desta praga à base da cadeia de produção apícola, há poucos levantamentos econômicos sobre seus prejuízos em nível mundial (BRINGUENTI et al., 2006). No Brasil, os prejuízos causados pela traça-da-cera só não são maiores em função do intenso comportamento higiênico e da grande defensividade adquiridos pelas abelhas melíferas durante a africanização da apicultura nacional. Mesmo assim, a

Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a 13 traça-da-cera é considerada como o pior inimigo das abelhas melíferas em regiões tropicais e subtropicais (Figura 5), porque atacam permanentemente e vivem dentro da colméia, o que dificulta o seu controle (MARQUES, 1984). Foto: Luiz F. Wolff Figura 5. Colméia de abelhas melíferas atacada e favos consumidos por traças-da-cera. A recomendação mais usual para o combate desta praga é o expurgo com inseticidas fumigantes nos favos guardados em salas ou galpões bem fechados (FEEBURG, 1989; SADA, 1994), com riscos de absorção dos pesticidas pela cera e de intoxicação posterior das abelhas (HOOPER, 1981) ou contaminação do mel com resíduos do pesticida (BARROS, 1965). O controle químico, por esta razão, não é recomendado pelos órgão oficiais de pesquisa no Brasil, indicando-se uma série de boas práticas preventivas para a conservação dos favos (CAMARGO et al., 2002; LOPES et al., 2004; SILVA e MESSAGE, 2004; LOPES et al., 2006). Neste sentido, o controle biológico aparece como alternativa favorável ao controle de lagartas de G. mellonella, não apenas nos favos e ceras estocadas, mas também nos favos dentro de colméias povoadas.

14 Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a Bacillus thuringiensis é uma bactéria entomopatogênica cuja atividade inseticida está ligada à presença de inclusões paraesporais denominadas cristais, sintetizadas na segunda fase do ciclo vegetativo da bactéria, junto à formação de esporos que representam a sua forma de resistência (LERECLUS, 1988). Estudando o modo de ação da deltaendotoxina de B. thuringiensis sobre G. mellonella, NISHIITSUTSUJI (1981) concluiu que os cristais são a causa principal na mortalidade de lagartas, sendo a presença dos esporos apenas suplementar, possibilitando o desenvolvimento de produtos comerciais à base dos cristais da toxina. Existem aproximadamente 40.000 isolados de B. thuringiensis, sendo que as maiores coleções de cepas pertencem ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (BRAVO e QUINTERO, 1993). As cepas são constituídas de toxinas específicas contra lagartas de borboletas, moscas ou besouros (HÖFTE e WHITELEY, 1989; ARANDA et al., 1996). No Brasil, B. thuringiensis é conhecido como inseticida biológico e encontra-se disponível no mercado em formulações comerciais recomendadas para o controle de lagartas de várias espécies prejudiciais a culturas agrícolas ou de larvas de certos dipteros transmissores de doenças aos humanos. Conforme ANDREI et al. (2005), B. thuringiensis não tem ação de contato e não necessita prazo de carência após sua pulverização, sendo, nas doses de campo recomendadas, desconhecidos efeitos prejudiciais sobre insetos benéficos e não apresentando riscos ao homem ou ao meio ambiente. Os produtos comerciais à base de B. thuringiensis existentes no Brasil ainda não estão registrados para o controle de traçasda-cera, porém, conforme BRIGHENTI et al. (2006), têm potencial para tanto. Os objetivos deste estudo foram avaliar a suscetibilidade de lagartas de G. mellonella a diferentes concentrações de B. thuringiensis e verificar o impacto destas concentrações sobre Apis mellifera em fase larval.

Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a 15 Material e Métodos Os testes de suscetibilidade de lagartas de G. mellonella a B. thuringiensis foram realizados em laboratório, com delineamento completamente casualizado de com seis tratamentos e quatro repetições. Foram utilizadas lagartas entre o 3º e 5º ínstar, com 10 lagartas por repetição para cada um dos tratamentos, acondicionadas em placas de Petri e em estufa B.O.D. Para a aplicação dos tratamentos foram usados pedaços de favos de cera com 36 cm 2 (6 x 6 cm), oriundos da mesma colmeia e de mesma idade, mergulhados nas soluções com as diferentes concentrações do produto (Tabela 1) durante um minuto. As concentrações utilizadas foram próximas à dose de campo recomendada pelo produto comercial à base de B. thurngiensis: tratamento 01 12,50 g/l, tratamento 02 8,34 g/l, tratamento 03 6,24 g/l, tratamento 04 4,16 g/l, tratamento 05 2,08 g/l, e tratamento 06 (testemunha) 0,00 g/l. Após aplicação dos tratamentos, os favos ficaram isolados e secando a temperatura ambiente por uma hora, para perderem o excesso de água antes de serem fechados entre as placas de Petri. As lagartas ficaram sem alimento por uma hora antes do início do experimento. As avaliações foram feitas diariamente até o sexto dia. Os dados obtidos a cada observação foram submetidos à análise de variância, sendo as médias, incluindo as das testemunhas, comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.

16 Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a Tabela 1. Tratamentos, produto e dosagens utilizados nos experimentos de laboratório e de campo. Tratamentos Nome comum Nome comercial Produto comercial 01 B. thuringienses Dipel WP 12,50 02 B. thuringienses Dipel WP 8,34 03 B. thuringienses Dipel WP 6,24 04 B. thuringienses Dipel WP 4,16 05 B thuringienses Dipel WP 2,08 06 Testemunha ----- ----- * Doses calculadas a partir de valores recomendados para utilização do produto no campo (720 g.ha -1 / 120 L H 2 O) Os testes quanto ao efeito de B. thuringiensis sobre larvas de A. mellifera africanizadas foram realizados em apiário a campo. Foram utilizadas as mesmas dosagens do ensaio em laboratório, seguindo os tratamentos 01 a 06 (Tabela 1) e adotando-se o delineamento completamente casualizado com seis tratamentos e quatro repetições. Estes testes foram realizados em seis colméias de A. mellifera africanizadas, em cada uma aplicado um dos tratamentos e quatro repetições em diferentes quadros centrais, sobre as larvas deste inseto. A avaliação dos tratamentos foi feita por meio da contagem do número de larvas antes da aplicação dos produtos, 3 dias após a pulverização e 6 dias após pulverização. Para as contagens das larvas foi utilizado um gabarito do mesmo tamanho do quadro, dividido em quadrantes de 12 cm 2 (3x4 cm), colocado sobre o quadro, selecionando-se um dos quadrantes em função da maior densidade de larvas e da posição mais central no favo. A diferença entre as contagens foi considerada como o número de larvas mortas, uma vez que estas são retiradas dos alvéolos pelas operárias. As larvas que entraram na fase de pupa também foram contadas, porém as posturas novas efetuadas pela rainha não foram consideradas nas contagens. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias, incluindo as da testemunha, comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.

Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a 17 Resultados e Discussão Alguns dos tratamentos com B. thuringiensis sobre os favos na alimentação de lagartas de G. mellonella apresentaram resultados que diferiram significativamente entre si e com a testemunha (Tabela 2). Tabela 2. Mortalidade média de lagartas de traça-da-cera submetidas a diferentes concentrações de Bacillus thuringiensis Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2009. Tratamentos Dosagem 3 Dias Após Pulverização 6 Dias Após Pulverização (g/l) Mortalidade Média (%) Mortalidade Média (%) T 01 12,50 50,00 a 82,50 a T 02 8,34 50,00 b 77,50 b T 03 6,24 47,50 bc 70,00 bc T 04 4,16 42,50 bc 65,00 bc T 05 2,08 40,00 c 47,50 c T 06 0,00 10,00 c 27,50 c Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1%. Os dados de mortalidade média do tratamento 01 (12,50 g/l) foram superiores aos demais a partir do terceiro dia após a pulverização. A mortalidade média alcançada pelo tratamento 02 (8,34 g/l) também superou os resultados dos demais tratamentos desde o terceiro dia após a pulverização, porém mostrou-se significativamente inferior àquela alcançada pelo tratamento 01. Todos os demais tratamentos (tratamento 03 6,24 g/l, tratamento 04 4,16 g/l e tratamento 05 2,08 g/l) não diferiram significativamente da testemunha (tratamento 06 0,00 g/l). VANDENBERG e SHIMANUKI (1990), assim como BRIGHENTI et al. (2005), também demonstraram a eficiência do produto sob este método de aplicação. ALI et al. (1973b), em metodologia semelhante à aplicada neste trabalho, indicaram, ainda, que os favos permanecem protegidos por 18 meses e com baixo consumo dos mesmos por lagartas de G. mellonella.

18 Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a No presente trabalho, as maiores taxas de mortalidade de lagartas observadas variaram de 50,00% a 82,50% (tratamento 01), crescendo entre o 3 o e o 6º dias após a pulverização, assim como as taxas de mortalidade do tratamento 02, que cresceram de 50,00% para 77,50% no mesmo período. Tais resultados são apoiados por aqueles encontrados por ALI et al. (1973a), que verificaram, inclusive, um aumento na suscetibilidade das lagartas conforme seu maior estadio de desenvolvimento. Quanto ao efeito da pulverização de soluções de B. thuringiensis sobre a mortalidade de larvas de A. mellifera africanizadas, alguns dos tratamentos apresentaram resultados que diferiram significativamente entre si e com a testemunha (Tabela 3), indicando a existência de toxicidade do produto às mesmas. Tabela 2. Mortalidade média de larvas de abelhas melíferas africanizadas expostas a diferentes concentrações de Bacillus thuringiensis Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2009. Tratamentos Dosagem 3 Dias Após Pulverização 6 Dias Após Pulverização (g/l) Mortalidade Média (%) Mortalidade Média (%) T 01 12,50 26,21 a 26,84 a T 02 8,34 21,47 b 25,15 a T 03 6,24 21,24 bc 21,87 b T 04 4,16 20,84 bc 21,47 b T 05 2,08 20,00 bc 20,59 bc T 06 0,00 18,39 c 18,39 c Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1%. A mortalidade média do tratamento 01 superou as demais a partir do terceiro dia após a pulverização, enquanto que a mortalidade média do tratamento 02 superou as demais na contagem do sexto dia após a pulverização, mostrando-se os dados de ambos significativamente superiores aos tratamentos 03, 04, 05 e 06. No sexto dia após a pulverização os tratamentos 03 e 04 também diferiram significativamente da testemunha, mostrando mortalidades superiores às do tratamento sem produto comercial. Entre o 3 o e o 6º dias após a pulverização, as maiores taxas de mortalidade de larvas variaram de 26,21% a

Controle Biológico de Traça-da-cera com Bacillus thuringiensis para a 19 26,84% no tratamento 01 e de 21,47% a 25,15% no tratamento 02. Estes dados são corroborados por ALI et al. (1973b), que verificaram intoxicação em larvas de A. mellifera especialmente quando o produto é fornecido com a alimentação. Diferentemente, WILLIAMS (1980) não aponta efeitos adversos de B. thuringiensis sobre A. mellifera, o que pode se explicar pelo fato de que, conforme destacam ALI et al. (1973a), para causar danos às abelhas são necessárias concentrações muito maiores de B. thuringiensis do que aquela usada para o controle de G. mellonella. ALI et al. (1973a) verificaram que a suscetibilidade das larvas diminui mais com o avanço no seu estadio de desenvolvimento. VANDENBERG e SHIMANUKI (1986), testando elevadas concentrações de B. thuringiensis sobre abelhas adultas, encontraram redução na sua longevidade. Da mesma forma, BRIGHENTI et al. (2007) confirmaram a ocorrência de níveis tóxicos de B. thuringiensis e determinaram suas concentrações letais pelo fornecimento em diferentes dosagens na alimentação líquida e pastosa para A. mellifera adultas. Conclusões Com base nos dados observados, é possível concluir que Bacillus thuringiensis, na formulação comercial e nas maiores dosagens utilizadas neste experimento, de 8,34 g/l e 12,50 g/l, causa mortalidades significativas sobre lagartas de Galleria mellonella, mostrando ser eficiente para o controle deste inseto pelo sistema de imersão dos favos na solução do produto. É possível concluir, ainda, que B. thuringiensis, quando pulverizado sobre larvas de A. mellifera africanizadas e sobre seu alimento líquido dentro dos alvéolos, nas concentrações entre 4,16 g/l e 12,50 g/l, também causa mortalidade significativa nas mesmas.

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