UM ESTUDO SOBRE A VEGETAÇÃO NATIVA DO PARQUE ESTADUAL DO PICO DO JABRE, NA SERRA DO TEIXEIRA, PARAÍBA

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Transcrição:

UM ESTUDO SOBRE A VEGETAÇÃO NATIVA DO PARQUE ESTADUAL DO PICO DO JABRE, NA SERRA DO TEIXEIRA, PARAÍBA 1 José Ozildo dos Santos; 1 Rosélia Maria de Sousa Santos; 2 Patrício Borges Maracajá RESUMO 1Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar - CCTA, UFCG/ Campus de Pombal - PB. ozildoroseliasolucoes@hotmail.com 2Prof. D.Sc. do CCTA/UFCG/Campus de Pombal-PB Em pleno sertão nordestino é possível também se encontrar verdadeiras ilhas verdes, cuja vegetação ignora a agressividade do clima da região em volta e se mantém com suas folhagens, mesmo nos períodos de seca. Um dos exemplos mais próximo dessas chamadas ilhas verdes, é a Serra do Teixeira, onde se encontra o Parque Estadual do Pico do Jabre. Nessa área de preservação ambiental, que no passado sofreu diversos incêndios e a ação predadora do homem, ainda é possível encontrar várias espécies nativas, que apresentam um elevado porte, contrastando-se com os aspectos apresentados pela vegetação que se desenvolve nas áreas adjacentes à mencionada serra. O presente trabalho tem por objetivo identificar as espécies de grande porte encontradas com maior frequência na área do Parque Estadual do Pico do Jabre, localizado na Paraíba. Foram inventariados 394 indivíduos, compreendendo 12 espécies, distribuídas em 8 famílias. As famílias com maior representatividade na área estudada foram Fabaceae-Mimosoideae e Euphorbiaceae, enquanto que as apresentaram menor representatividade na área estudada foram Anacardiaceae e a Olacaceae. e As espécies com o maior número de indivíduos foram a Myracrodruon urundeuva Allemão e Ximenia americana L. Na área estudada, as espécies com maior presença (número de indivíduos por hectare) foram: mofumbo, marmeleiro, jurema preta, catingueira, pinhão bravo e jurema branca. Diante dos resultados encontrados e levando em consideração o fato de trata-se de Unidade de Preservação Ambiental, ficou demonstrado a necessidade de disseminar nessa área, através de um replantio, um maior número de espécies nativas. Palavras-chave: Pico do Jabre. Levantamento. Espécies nativas.

INTRODUÇÃO A maior parte da região do nordeste brasileiro é ocupada pelo semiárido, onde é possível se encontrar a vegetação do tipo caatinga, caracterizada pela presença de árvores de pequeno porte e por cactáceas, espécies vegetais que são bastante resistentes às estiagens, frequentemente registradas na região. Assim, como nessa parte do nordeste predominam maiores períodos de secas, no geral, a vegetação nativa possui uma significativa característica, sendo formada por espécies que durante os longos períodos de longas estiagens, perdem suas folhagens objetivando reduzir o consumo de água e rejuvenescem durante o período chuvoso. Entretanto, em pleno sertão nordestino é possível também se encontrar verdadeiras ilhas verdes, cuja vegetação ignora a agressividade do clima da região em volta e se mantém com suas folhagens, mesmo nos períodos de seca. Essas ilhas verdes são encontradas nas grandes elevações, em serras, montanhas e chapadas, a exemplo do Planalto da Borborema e da Chapada do Araripe (PORTO; CABRAL; TABARELLI, 2004). Um dos exemplos mais próximo dessas chamadas ilhas verdes, é a Serra do Teixeira, onde se encontra o Parque Estadual do Pico do Jabre. Nessa área de preservação ambiental, que no passado sofreu diversos incêndios e a ação predadora do homem, ainda é possível encontrar várias espécies nativas, que apresentam um elevado porte, contrastando-se com os aspectos apresentados pela vegetação que se desenvolve nas áreas adjacentes à mencionada serra (ROCHA; AGRA, 2002) No Parque Estadual do Pico do Jabre floresce em abundância angicos, cedro, pereiro, barrigudas, aroeira, baraúnas, etc., além de uma série de arbustos e subarbustos típicos das clareiras e bordas das serras, especialmente, os diversos representantes do gênero Solanum. E um componente herbáceo formado por várias espécies, a maioria delas pertencentes às famílias das Poaceae, Orchidaceae, Cyperaceae, Acanthaceae e Fabaceae (RODAL; SALES, 2007). O presente trabalho tem por objetivo identificar as espécies de grande porte encontradas com maior frequência na área do Parque Estadual do Pico do Jabre, localizado na Paraíba. METODOLOGIA Para o levantamento dos dados fitossociológicos foram utilizadas parcelas retangulares de área fixa de 25 m x 40 m. foram demarcadas 10 parcelas, totalizando uma área de amostragem de 1 ha. A demarcação das parcelas foi feita seguindo uma orientação perpendicular à trilha principal que corta a Unidade de Conservação Pico do Jabre. A distância entre as parcelas foi de 10 m e entre cada linha 50 m.

Em cada parcela foi feito o levantamento de todos os indivíduos arbóreo-arbustivos, vivos ou mortos em pé, com diâmetro igual ou superior a 10 cm. Os indivíduos foram marcados com plaquetas e identificados pelo nome científico, e quando não identificados, foram coletados para posterior identificação. O índice de diversidade das espécies de grande porte foi calculado com base na relação entre o número de indivíduos por espécie e o número total de indivíduos amostrados, expressando um valor que combinará os componentes riqueza (números de indivíduos por área) e uniformidade (tamanho dos indivíduos). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram inventariados 394 indivíduos, compreendendo 12 espécies, distribuídas em 8 famílias (TABELA 1). As famílias com maior representatividade na área estudada foram Fabaceae- Mimosoideae (n = 102) e Euphorbiaceae (n = 98), enquanto que as apresentaram menor representatividade na área estudada foram Anacardiaceae (n = 11) e a Olacaceae (n = 16). e As espécies com o maior número de indivíduos foram a Myracrodruon urundeuva Allemão (n = 11) e Ximenia americana L. (n = 16). A partir desses resultados é possível construir um Gráfico que mostra a percentagem de indivíduos por espécies existentes na área estudada (GRÁFICO 1). Na área estudada, as espécies com maior presença (número de indivíduos por hectare) foram: mofumbo (n = 63), marmeleiro (n = 57), jurema preta (n = 43), catingueira (n = 42), pinhão bravo (n = 41) e jurema branca (n = 34). No presente estudo, as descrições se limitam às espécies com maior dominância, a exemplo do mofumbo, do marmeleiro, da jurema preta, da catingueira, do pinhão bravo e da jurema branco. Em relação ao mofumbo, espécie com o maior número de indivíduos na área estudada, informam Chaves et al. (2007), que a família Combretaceae consiste de 18 gêneros, dos quais o maior é o Combretum possuindo aproximadamente 370 espécies. Essas espécies são comumente utilizadas com propósitos medicinais estando amplamente distribuídas nas áreas da Caatinga, representando muitas vezes as espécies mais abundantes, podendo ser encontrados como árvores, arbustos ou trepadeiras. A Combretum leprosum é uma espécie conhecida popularmente pelos nomes de mofumbo, cipoaba e carne-de-vaca, sendo utilizada como planta medicinal com função cicatrizante, na prevenção de irritações cutâneas e na limpeza de feridas, na contenção de hemorragias, como sedativo, antitussígeno e expectorante (AGRA et al., 2007).

A segunda espécie que apresentou o maior número de indivíduos na área estudada foi a Croton Blanchetianus Baill (Marmeleiro). No entanto, um estudo realizado por Barros e Soares (2013), na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Serra das Almas, na localidade de Grajaú, município de Crateús-Ceará, mostrou que a espécie com o maior número de indivíduos naquela área é o marmeleiro, que perde as folhas logo após a estação chuvosa (espécie caducifólia). O marmeleiro possui folhas de epiderme simples com cutícula delgada e células que podem conter compostos fenólicos. Na presente pesquisa, a jurema preta foi a terceira espécie vegetal com maior frequência na área estudada, no que diz respeito à presença de número de indivíduos. Segundo pesquisas desenvolvidas por Pereira Filho et al. (2003), a jurema preta predomina nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, tendo maior ocorrência nas regiões formadas por solos rasos com afloramentos rochosos, de baixa fertilidade natural e ph ácido. E, que a jurema preta é uma arvoreta arbustiva pertencente à família das leguminosas, aculeada podendo chegar aos 4,0 m de altura ou mais. No que diz respeito à catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.), trata-se de uma espécie arbórea, bastante característica e endêmica da Caatinga, ocorrendo nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Pernambuco, Alagoas e Bahia (LEITE; MACHADO, 2009). No presente estudo, a presença da jurema branca foi significativa, ocupando a sexta posição em número de indivíduos na área estudada. Um estudo realizado por Amorim; Sampaio e Araújo (2005) mostra que nas áreas de Caatinga do Seridó potiguar a jurema branca possui uma incidência menor do que a jurema preta, sendo esta muita presente em toda aquela região. Por outro lado, um estudo realizado por Sampaio (1996), mostrou que a Aspidosperma pyrifolium (pereiro) como sendo a sexta espécie de maior densidade, numa área do sertão paraibano, destacando-se como a mais dominante. CONCLUSÃO A área de proteção ambiental formada pelo Pico do Jabre, no município de Maturéia, Estado da Paraíba, verificou-se que trata-se de região que se encontra em processo de recuperação, visto que no passado sofreu uma grande exploração o que ocasionou a sua degradação. Nessa área muitas das espécies nativas foram exploradas excessivamente pelo homem. E somente aquelas espécies que possuem um maior poder de regeneração, a exemplo do mofumbo, marmeleiro, jurema preta, catingueira, pinhão branco, jurema branca, angico e quixabeira, possuem maior dominância nessa área. No entanto, outras espécies nativas também podem sem encontrada na

área de proteção que integra a região do Pico do Jabre. Entre essas espécies de menor dominância destacam-se a aroeira, a ameixa, o angico, a quixabeira e o pau ferro, que, em outras regiões do estado se mostram ainda mais escassas. Assim sendo, diante dos resultados encontrados e levando em consideração o fato de tratase de Unidade de Preservação Ambiental, ficou demonstrado a necessidade de disseminar nessa área, através de um replantio, um maior número de espécies vegetais nativas, promovendo-se um estudo mais apurado, visando determinar a maior quantidade possível dessas plantas nativas, selecionando aquelas com menor frequência e disseminando-as no início dos períodos chuvosos. REFERÊNCIAS AGRA, M. F.; BARACHO, G. S.; NURIT, K.; BASÍLIO, I. J.; COELHO, V. P. Diversidade da flora medicinal existente no Cariri Paraibano, Brasil. Journal of Ethnopharmacology, v. 111, p. 383-95, 2007. AMORIM, I. L.; SAMPAIO, E. V.; ARAÚJO, E. L. Flora e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea de uma área de caatinga do Seridó, RN, Brasil. Acta bot. bras., v. 19, n. 3, p. 615-623, 2005. BARROS, I. O.; SOARES, A. A. Adaptações anatômicas em folhas de marmeleiro e velame da caatinga brasileira. Revista Ciência Agronômica, v. 44, n. 1, p. 192-198, jan-mar, 2013. CHAVES, E. M. F.; BARROS, R. F. M.; ARAÚJO, F. S. Flora Apícola do Carrasco no Município de Cocal, Piauí, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, p. 555-557, 2007. LEITE, A. V.; MACHADO, I. C. Biologia reprodutiva da catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul., Leguminosae-Caesalpinioideae), uma espécie endêmica da Caatinga. Revista Brasil. Bot., v.32, n.1, p.79-88, jan.-mar. 2009. PEREIRA FILHO, J. M.; VIEIRA, E. L.; SILVA, A. M. A.; CÉZAR, M. F.; AMORIM, F. U. Efeito do tratamento com hidróxido de sódio sobre a fração fibrosa, digestibilidade e tanino do feno de jurema preta (Mimosa tenuiflora, Wild). Revista Brasileira de Zootecnia, v. 32, n. 1, p.70-76, 2003. PORTO, K. C.; CABRAL, J. J. P.; TABARELLI, M. Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: história natural, ecologia e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. (Série Biodiversidade, 9). ROCHA, E. A.; AGRA, M. F. Flora do Pico do Jabre, Paraíba, Brasil: Cactaceae Juss. Acta Bot. Bras., n. 16, n. 1, p. 15-21, 2002. RODAL, M. J. N.; SALES, M. F. de. Composição da flora vascular em um remanescente de floresta Montana no semiárido do nordeste do Brasil. Hoehnea, v. 34, n. 4, p. 433-446, 2007.

Tabela 1 - Família e Espécies amostradas com os respectivos números de indivíduos Família/Espécie Nome Vulgar Nº Indivíduos Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 11 Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 17 Combretaceae Combretum leprosum Mart. Mofumbo 63 Euphorbiaceae Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro 57 Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão Bravo 41 Fabaceae - Caesalpinioideae Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz Catingueira 42 Libidibia ferrea (Mart. ex Tull.) L.P. Queiroz Pau Ferro 21 Fabaceae - Mimosoideae Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema Preta 43 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 25 Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema Branca 34 Olacaceae Ximenia americana L. Ameixa 16 Sapotaceae Cercus equamosus Guerk Quixabeira 24 Gráfico 1: Distribuição das espécies por número de indivíduos na área estudada 70 60 63 57 Aroreira Pereiro Mofumbo 50 40 30 20 10 11 17 41 42 21 43 25 34 16 24 Marneleiro Pinhão Bravo Catingueira Pau Ferro Jurema Preta Angico Jurema Branco Ameixa 0 Quixabeira