TÍTULO: PERDA DE CARGA E FRIABILIDADE DE GRÃOS DE MILHO NO PROCESSO DE TRANSPORTE PNEUMÁTICO EM ESCALA PILOTO.

Documentos relacionados
ESTUDO DA FRIABILIDADE DA SOJA EM UNIDADE PILOTO DE TRANSPORTE PNEUMÁTICO

TÍTULO: PERDA DE CARGA EM TÊ SAÍDA DE LADO PARA TRANSPORTE PNEUMÁTICO DE MILHO

TÍTULO: PERDA DE CARGA EM TÊ SAÍDA DE LADO COM PROLONGAMENTOS DE UMA UNIDADE PILOTO PARA TRANSPORTE PNEUMÁTICO DE MILHO EM FASE DILUÍDA

TÍTULO: QUANTIFICAÇÃO EXPERIMENTAL DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM ACESSÓRIOS PELO USO DE PIEZÔMETRO

TÍTULO: PERDA DE CARGA EXPERIMENTAL DE LÍQUIDO EM SAÍDA DE TUBULAÇÃO LIVRE E SUBMERSA

TÍTULO: BOMBEAMENTO DE POLPA: CURVA EXPERIMENTAL DA PERDA DE CARGA EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE E VISCOSIDADE APARENTE DE SUSPENSÕES DE AREIA EM ÁGUA

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

TÍTULO: COEFICIENTE EXPERIMENTAL DA LEI DA AFINIDADE PARA ROTOR DE DISCO

TÍTULO: PERDA DE MATERIAL E DA POTÊNCIA CONSUMIDA EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO DE BRITA ZERO EM UNIDADE PILOTO DE CORREIA TRANSPORTADORA.

Transporte pneumático de grãos de soja: determinação experimental do multiplicador da carga cinética em tê

PROJETO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES

TÍTULO: DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA VELOCIDADE DE DEPOSIÇÃO DE AREIA EM UNIDADE PILOTO DO MINERODUTO

FACULDADE DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO - FESP LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE - BT1 CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA - CTH

AUTOR(ES): ALLISON CAMARGO CANÔA, ARIELLE REIS DE FRANÇA SOUZA, GUILHERME MELO TEIXEIRA, WAGNER AUGUSTO DOS SANTOS

ROTEIRO DE EXPERIMENTOS ENG1580

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA YAGO REITZ DE CASTRO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS

4º Laboratório de EME 502 MEDIDAS DE VAZÃO

Exercício 9 Água escoa do reservatório 1 para o 2 no sistema mostrado abaixo. Sendo:

TÍTULO: ESTUDO DA APLICABILIDADE DAS EQUAÇÕES DE KERN PARA TROCADORES DE CALOR EM ESCALA REDUZIDA

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Lista de Exercícios de Operações Unitárias I

ENGENHARIA FÍSICA. Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos)

Conceitos- Vazão, movimento e regime de escoamento. 1) Determine o regime de escoamento sabendo que o tubo tem um diâmetro de 75 mm e

AUTORA: Letícia Xavier Corbini. ORIENTADOR: Nilson Romeu Marcílio

Profa. Dra. Milena Araújo Tonon Corrêa

TÍTULO: QUANTIFICAÇÃO EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DE UM TRAÇADOR NA DETERMINAÇÃO DA NÃO IDEALIDADE DE UM REATOR TUBULAR

CAPÍTULO VI: HIDRODINÂMICA

LOQ Fenômenos de Transporte I

Prof. Dr. Nilson Romeu Marcilio Coordenador (Eng. Química) Prof. Dr. Paulo Smith Schneider (Eng. Mecânica) Prof. Celso Brisolara Martins (Eng.

P1 de ME5330 Primeiro semestre de 2010 Turma 17

TÍTULO: POTÊNCIA CONSUMIDA EM FUNÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DO DRAFT TUBE EM TANQUE COM IMPULSOR MECÂNICO

ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO

1.Introdução. hidráulica (grego hydoraulos) hydor = água; aulos = tubo ou condução.

TÍTULO: INFLUÊNCIA DO DRAFT TUBE NA SUSPENSÃO DE PARTÍCULAS GROSSAS DE AREIA EM TANQUE COM IMPULSOR AXIAL

PME/EP/USP. Prof. Antonio Luiz Pacífico

TÍTULO: OTIMIZAÇÃO DO TRANSPORTE DE EMBALAGENS PLÁSTICAS UTILIZANDO O TUBO DE VENTURI

Fluidodinâmica, Secagem e Recobrimento de Partículas em Leito Pulso-Fluidizado

Hidrodinâmica. A hidrodinâmica objetiva o estudo do movimento dos fluidos

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 10 ROTEIRO

Aula 6 de laboratório. Segundo semestre de 2012

% % 40

LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTES

RESUMO MECFLU P3. REVER A MATÉRIA DA P2!!!!! Equação da continuidade Equação da energia 1. TEOREMA DO TRANSPORTE DE REYNOLDS

BOMBAS. Definições. ALTURA DE SUCÇÃO (H S ) - Desnível geométrico (altura em metros), entre o nível dinâmico da captação e o bocal de sucção da bomba.

Perda de Carga e Comprimento Equivalente

CAPITULO 9 - TRANSPORTADOR HELICOIDAL (TH)

Mecânica dos Fluidos para Engenharia Química O estudo de instalações de bombeamento Prof. Ms. Raimundo (Alemão) Ferreira Ignácio

AULA 6 ESCOAMENTO PERMANENTE DE FLUIDO INCOMPRESSÍVEL EM CONDUTOS FORÇADOS. Prof. Geronimo Virginio Tagliaferro

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Ensaio de Bombas Centrífugas

LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

Resumo de exercícios de bombas. Exercício 1

EDITAL DE TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA MEDIÇÕES TÉRMICAS Edição

N B. N global. N m. Em relação a bomba hidráulica IMPORTANTE: 1. Em um trecho sem máquina o fluido sempre escoa da maior carga para a menor carga

PROJETO DE BANCADA EXPERIMENTAL PARA ANALISAR O ESCOAMENTO BIFÁSICO LÍQUIDO-GÁS EM UMA TUBULAÇÃO HORIZONTAL

TÍTULO: APERFEIÇOAMENTO DE UM EQUIPAMENTO DO TIPO SECADOR DE BANDEJAS

UFPR - Setor de Tecnologia Departamento de Engenharia Mecânica TM Laboratório de Engenharia Térmica Data : / / Aluno :

Capítulo 1 Escoamento permanente de fluido incompressível em condutos forçados. Capítulo 2 Instalações básicas de bombeamento. Capítulo 3 Turbobombas

AULA 6 ESCOAMENTO PERMANENTE DE FLUIDO INCOMPRESSÍVEL EM CONDUTOS FORÇADOS. Prof. Geronimo Virginio Tagliaferro

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL CENTRO DE ENGENHARIAS - CENG DISCIPLINA: SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA - DETALHES

Laboratório de Engenharia Química I Aula Prática 05. Medidas de vazão em líquidos mediante o uso da Placa de Orifício, Venturi e Rotâmetro.

Vazão. Conceito de Vazão

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE ENGENHARIA

LISTA DE EXERCÍCIOS 1 Máquinas de Fluxo


BOMBAS. Bombas CLASSIFICAÇÃO BOMBAS ALTERNATIVAS APLICAÇÕES 06/04/2011 BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO

TM-182 REFRIGERAÇÃ ÇÃO O E CLIMATIZAÇÃ ÇÃO. Prof. Dr. Rudmar Serafim Matos

Avaliação da distribuição de ar do sistema de aeração em armazém graneleiro

TÍTULO: INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DE ALIMENTAÇÃO NO AQUECIMENTO DE ÁGUA EM TANQUE COM IMPULSOR MECÂNICO E SERPENTINA HELICOIDAL.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA ENGENHARIA AMBIENTAL E CIVIL AULA 4 SISTEMAS ELEVATÓRIOS

Resultados Resultados

DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO

Eficiência Energética. Eficiência energética em sistemas de bombeamento. Setembro, 2017

Aluno: Matrícula: Data: CC76D HIDRÁULICA TRABALHO DE CASA #1

Aula 02 - Perda de Carga Localizada

Estações Elevatórias de Água

ATAS DE REGISTRO DE PREÇOS VIGENTES

LISTA DE EXERCÍCIOS 2 Máquinas de Fluxo

ESTUDO NUMÉRICO DO DESLOCAMENTO DE FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS

Quais os dados iniciais necessários pra iniciarmos um projeto de uma instalação hidráulica?

Cálculo das perdas de carga para a especificação da bomba hidráulica!

4.6. Experiência do tubo de Pitot

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

Universidade Federal do Paraná Setor de Tecnologia Departamento de Engenharia Mecânica TM-184 VENTILAÇÃ ÇÃO. Prof. Dr. Rudmar Serafim Matos

Refrigeração e Ar Condicionado

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM KIT DIDÁTICO DE PERDA DE CARGA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS

LISTA DE EXERCÍCIOS Máquinas Hidráulicas

Capítulo 4. Elementos finais de controle

ITEM B Medidas de Pressão D Água

Primeira aula curso semestral de Mecânica dos Fluidos

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Décima primeira aula de ME5330. Primeiro semestre de 2014

VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA - DUTOS. 10º Período de Engenharia Mecânica

SELEÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS

Aula 12 de ME5330 associação em paralelo de bombas. 30 de outubro de 2012

ATAS DE REGISTRO DE PREÇOS VIGENTES

DEPARTAMENTO DE ENERGIA LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

Transcrição:

TÍTULO: PERDA DE CARGA E FRIABILIDADE DE GRÃOS DE MILHO NO PROCESSO DE TRANSPORTE PNEUMÁTICO EM ESCALA PILOTO. CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA SUBÁREA: Engenharias INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA - UNISANTA AUTOR(ES): LETÍCIA DE LIMA LUIZ GOMES, CAROLINE COSTA DE SOUZA, NATHÁLIA DE SÁ MACHADO, RAÍSSA HENRIQUE BARBOSA OLIVEIRA, WELLINGTON PEREIRA MARQUES, LETÍCIA FIRMINO ARAÚJO LEITE, MARCOS BRUNO SANTANA ORIENTADOR(ES): DEOVALDO DE MORAES JÚNIOR, MARLENE SILVA DE MORAES, VITOR DA SILVA ROSA COLABORADOR(ES): ÁLVARO LUIZ MOREIRA CONRADO, VITOR DIAS DE PAULA, VOLNEI DE LEMOS

1. RESUMO O transporte pneumático consiste no deslocamento de partículas sólidas granulares como milho, soja, arroz, trigo, areia, cimento, calcário, borracha em pó, papel picado e fármacos, através de um fluxo de gás no interior de tubulações. O sistema pode operar com pressões altas, baixas e até negativas para realizar a movimentação do produto. Esta técnica teve grande importância no início do século XX em função dos elevados custos dos transportes ferroviários e rodoviários. Apesar da carência de dados no que concerne a perda de carga e a porcentagem de quebra dos grãos alimentícios (friabilidade), tem como vantagem não contaminar o meio ambiente com material transportado e contribuir com a redução dos congestionamentos das ferrovias e rodovias. O presente trabalho visou quantificar experimentalmente, em uma unidade piloto de transporte pneumático com pressão positiva, a perda de carga e a friabilidade do milho em grãos. Os ensaios foram realizados em ciclo fechado com tubulações de acrílico estrudado, sem costura, com diâmetro interno de 117 mm e comprimento aproximado de 6 m. A perda de carga foi registrada por manômetros de tubo em U conectados a anéis piezométricos ao longo do equipamento. A unidade experimental também continha uma válvula rotativa com potenciômetro para controle da vazão do milho, um ventilador com rotor de 238 mm de diâmetro acoplado a um inversor de frequência para controle da velocidade do ar, e um ciclone. A perda de carga foi de 0,6 mca/100 m para a máxima vazão de sólido estudada de 390,2 kg/h com velocidade de ar de 15,2 m/s, mínima para o transporte vertical e horizontal. A friabilidade em um comprimento equivalente de aproximadamente 3000 m foi inferior a 10%. PALAVRA-CHAVE: Transporte pneumático; grãos; vazão; perda de carga. 1

2. INTRODUÇÃO O transporte de particulados sólidos tem grande influência nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, metalúrgicas, têxteis e químicas, chegando a atingir mais de 80% do custo total do processo. (GOMIDE, 1983) Com a necessidade de transportar tais sólidos em escalas e necessidades variadas, foram desenvolvidos diferentes métodos para facilitar o deslocamento dos mesmos, entre eles destacam-se os dispositivos arrastadores, carregadores, elevadores e pneumáticos. Na indústria de grãos, a movimentação desse sólido por transporte pneumático pode ser classificada em fase densa e diluída de acordo com cada processo. A fase densa consiste no transporte de partículas a uma velocidade abaixo de 20 m/s e com concentrações de 15 a 50 kg de sólido por 1 kg de ar. Já a fase diluída as velocidades variam de 15 a 40 m/s e concentração normalmente inferior a 15 kg de sólido por 1 kg de ar. (MORAES, 2017) O transporte pneumático em fase diluída possuí baixo custo inicial, simplicidade de manutenção mecânica, percurso de transporte único ou ramificado e sistema autolimpante, tornando-o mais efetivo que os demais transportadores. Todavia, pode necessitar o uso de altas potências e apresentar lesões nos grãos transportados. (MILLS, 2016) Apesar do milho ser de grande importância na alimentação humana e de animais, são poucos os trabalhos referentes ao transporte pneumático desse grão. 3. OBJETIVOS O objetivo do presente estudo foi determinar a friabilidade e a perda de carga do milho em grãos em função da velocidade do ar em uma instalação piloto de transporte pneumático em fase diluída. 2

4. MÉTODOS O estudo foi realizado na unidade experimental de transporte pneumático em fase diluída (Figura 1), do laboratório de operações unitárias da Universidade Santa Cecília, Santos. 7 4 3 P8 8 2 P5 P6 1 Figura 1 - Unidade piloto de transporte pneumático (MORAES, 2012): 1) Sucção da tubulação com anemômetro; 2) Motor elétrico e ventilador centrífugo; 3) Silo com válvula rotativa; 4) Banco de manômetros em U ; P5), P6) e P8) Tomadas piezométricas utilizadas no presente estudo em tubo de acrílico cristal transparente sem costura de 117 mm de diâmetro interno; 7) Ciclone 8) Inversor de frequência e Potenciômetro. Foi verificado a estanqueidade do sistema, bloqueando a saída do ciclone e ligando o ventilador centrífugo na velocidade máxima. As velocidades na sucção foram medidas com um anemômetro, sem sólidos e com vazões de 99,4, 250,0, 390,2, 571,1 e 663,3 kg/h de milho. A vazão de milho dada pela válvula rotativa foi aferida a partir do método da massa por unidade de tempo (média de quatro leituras). A velocidade nos dutos de leitura de perda de carga foi obtida a partir da equação da continuidade com a velocidade de entrada do ventilador indicada por 3

anemômetro. As velocidades de sucção variaram entre 3 m/s e 5 m/s, e as de descarga entre 12 m/s e 18 m/s. A perda de carga foi obtida pelas medições nos tubos em U. O milho foi pesado no início e no fim dos ensaios. Pesou-se também os grãos que sofreram alguma forma de dano. 5. DESENVOLVIMENTO Apresentam-se na Tabela 1 os valores obtidos na calibração da válvula rotativa: em que m é a massa do milho coletado em kg, W é a vazão mássica obtida em kg/h e t é a média de tempo coletada por quatro cronômetros em s. O potenciômetro foi alterado de forma crescente e realizada a pesagem dos grãos milho antes e depois de cada volta para a determinação da massa. A análise da porcentagem de quebra do milho durante o processo foi realizada após os ensaios na unidade piloto de transporte pneumático com as vazões de: 0 Kg/h, 99,4 Kg/h, 250,0 Kg/h, 390,2 Kg/h. Tabela 1 Calibração da válvula rotativa. Potenciômetro Tempo (%) (s) m (coletado) W (kg) (kg/h) 20 71,64 1,978 99,4 40 46,78 3,244 250,0 60 31,18 3,380 390,2 80 19,51 3,095 571,1 100 16,07 2,961 663,3 De modo a demonstrar os dados de forma prática, os grãos de milho foram espalhados em um quadro branco para visualizar a quantidade quebrada. 4

6. RESULTADOS Pode-se observar na Figura 2, a quantidade de milho quebrado inferior a 10% no sistema com comprimento equivalente (trecho reto, duas curvas e um ciclone), de aproximadamente 3000 m. A quebra foi obtida por relação de área e massa. A B C Figura 2 Espalhamento dos grãos de milho antes e depois de todos os ensaios: A) Antes do experimento; B) Depois do Experimento e; C) Milho quebrado. Apresentam-se nas Tabelas 2, 3, 4 e 5 os resultados obtidos para as vazões estudadas e a perda de carga em função da velocidade do ar no recalque. Os pontos 5 e 6 da Figura 1 representam o trecho reto estudado e os 6 e 8 o trecho da curva analisada. Tabela 2 Sem vazão de sólidos Velocidade do Ar l w (exp) Trecho Reto Trecho de Curva (m/s) (mca) (P 5 - P 6 ) * (P 6 - P 8 ) ** Sucção Recalque P 5 P 6 P 8 (mca/m) 100 m P (mca) 3,30 11,95 0,076 0,074 0,067 0,267 0,007 3,80 13,76 0,094 0,092 0,081 0,267 0,011 4,00 14,48 0,115 0,108 0,096 0,933 0,012 4,40 15,93 0,129 0,124 0,108 0,667 0,016 4,60 16,65 0,144 0,133 0,117 1,467 0,016 *(P5 P6) = (0,076 0,074) mca = 0,002 mca por um trecho reto de 0,75 m. **(P6 P8) = (0,074 0,067) mca = 0,007 mca. 5

Tabela 3 Vazão de sólidos de 99,4 kg/h Velocidade do Ar l w (exp) Trecho Reto Trecho de Curva (m/s) (m.c.a) (P 5 - P 6 ) * (P 6 - P 8 ) ** Sucção Recalque P 5 P 6 P 8 (mca/m) 100 m P (mca) 3,40 12,31 0,074 0,070 0,065 0,533 0,005 3,70 13,39 0,093 0,090 0,080 0,400 0,010 3,90 14,12 0,095 0,092 0,084 0,400 0,008 4,20 15,20 0,110 0,106 0,096 0,533 0,010 4,30 15,57 0,113 0,108 0,097 0,667 0,011 *(P5 P6) = (0,074 0,070) mca = 0,004 mca por um trecho reto de 0,75 m. **(P6 P8) = (0,070 0,065) mca = 0,005 mca. Tabela 4 Vazão de sólidos de 250,0 kg/h Velocidade do Ar l w (exp) Trecho Reto Trecho de Curva (m/s) (mca) (P 5 - P 6 ) * (P 6 - P 8 ) ** Sucção Recalque P 5 P 6 P 8 (mca/m) 100m P (mca) 3,40 12,31 0,074 0,070 0,065 0,533 0,005 3,70 13,39 0,093 0,090 0,080 0,400 0,010 4,10 14,84 0,110 0,106 0,095 0,533 0,011 4,40 15,93 0,122 0,118 0,104 0,533 0,014 4,50 16,29 0,132 0,126 0,112 0,800 0,014 *(P5 P6) = (0,074 0,070) mca = 0,004 mca por um trecho reto de 0,75 m. **(P6 P8) = (0,070 0,065) mca = 0,005 mca. Tabela 5 Vazão de sólidos de 390,2 kg/h Velocidade do Ar l w (exp) Trecho Reto Trecho de Curva (m/s) (mca) (P 5 - P 6 ) * (P 6 - P 8 ) ** Sucção Recalque P 5 P 6 P 8 (mca/m) 100m P (mca) 3,60 13,03 0,087 0,083 0,072 0,533 0,011 3,70 13,39 0,086 0,084 0,075 0,267 0,009 4,20 15,20 0,101 0,099 0,085 0,267 0,014 4,30 15,57 0,120 0,116 0,098 0,533 0,018 4,60 16,65 0,135 0,129 0,111 0,800 0,018 *(P5 P6) = (0,087 0,083) mca = 0,004 mca por um trecho reto de 0,75 m. **(P6 P8) = (0,083 0,072) mca = 0,011 mca. 6

P (mca) (mca/m) 100m Observa-se nas Figuras 3 e 4 o comportamento da perda de carga por 100 metros em função da velocidade de ar (m/s). G = 0 kg/h G = 99,4 kg/h G = 250,0 kg/h G = 390,2 kg/h 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 v ar (m/s) Figura 3 Perda de carga por 100 metros em função da velocidade no trecho reto horizontal entre os pontos 5 e 6. 0,020 0,018 0,016 0,014 0,012 0,010 0,008 0,006 0,004 0,002 G = 0 kg/h G = 99,4 kg/h G = 250,0 kg/h G = 390,2 kg/h 0,000 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 v ar (m/s) Figura 4 Perda de carga por 100 metros em função da velocidade no trecho de curva entre os pontos 6 e 8. 7

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho permitiu concluir que não houve variação significativa na perda de carga com as vazões de milho de 99,4, 250,0 e 390,2 kg/h tanto no trecho reto como na curva. No trecho reto, deve-se evitar velocidades abaixo de 14,0 m/s (ponto de inflexão, Figura 3), pois o milho é arrastado pela parte inferior da tubulação com o consequente desgaste localizado do duto e maior dano ao alimento. A friabilidade foi inferior a 10% para um comprimento equivalente de aproximadamente 3000 m. 8. FONTES CONSULTADAS 1. GOMIDE, R. Operações Unitárias, 1º volume: operações com sistemas sólidos granulares, 1983. 2. MILLS, D. Pneumatic conveying design quide, 3 ed. Oxford: Elsevier, 2016, 718 p. 3. MORAES, Jr. D; MORAES, M.S. Laboratório de Operações Unitárias II, 2 ed., Santos: ed. dos autores, 2017, 536 p. 4. MORAES, M.S. Convecção forçada de partículas poliméricas em fase diluída: curvas de pressão e distribuição de partículas, 2012, 109 p. (tese). Faculdade de Engenharia Química. UNICAMP. 5. PITA, M.G. Estudo da perda de carga em uma unidade piloto de transporte pneumático de grãos de milho em fase diluída influência da singularidade tê. Dissertação (Mestrado), Universidade Santa Cecília, Santos, 2016. 8