SUJEITOS DO PROCESSO: DISTRIBUIDOR, CONTADOR, MEDIADOR

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Transcrição:

Universidade de Brasília Faculdade de Direito Teoria Geral do Processo 2 Prof.Dr. Vallisney de Souza Oliveira Alunos: Deivison Rodrigues 14/0136223; Washington Luiz 16/0072841 SUJEITOS DO PROCESSO: DISTRIBUIDOR, CONTADOR, MEDIADOR INTRODUÇÃO O juiz detentor do poder jurisdicional, para consecução de suas tarefas, necessita da colaboração de órgãos auxiliares, que, em seu conjunto e sob a direção do magistrado, formam o juízo. Não é possível a realização da prestação jurisdicional sem a formação e o desenvolvimento do processo. E isso não ocorre sem a participação de funcionários encarregados da documentação dos atos processuais praticados; sem o concurso de serventuários que se incumbam de diligências fora da sede do juízo; [..] Para cada uma dessas tarefas o juiz conta com um auxiliar específico que pode agir isoladamente[..] (THEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito Processual Civil - Vol. 1-50ª Edição. Editora Forense, 2010.) CPC - (LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.) CAPÍTULO III - DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.

Os serventuários do juízo costumam ser divididos em duas categorias: os permanentes e os eventuais. Permanentes são os que atuam continuamente, prestando colaboração em todo e qualquer processo que tramite pelo juízo, como o escrivão, o oficial de justiça e o distribuidor. Há, porém, auxiliares que não integram habitualmente os quadros do juízo e só em alguns processos são convocados para tarefas especiais, como o que se passa com o intérprete e o perito. Esses são os auxiliares eventuais. (THEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito Processual Civil - Vol. 1-50ª Edição. Editora Forense, 2010.) AUXILIARES Distribuidor: (arts. 251 (252) a 253 CPC, art. 713-715 CLT) Tem funções que se ligam diretamente à existência de mais de um escrivão no mesmo foro: ele distribui os feitos entre estes, segundo o critério instituído em lei (CPC, arts. 251-257; CLT arts. 713-715).

Faz a distribuição de processos onde há mais de uma vara ou órgão judiciário com igual ou diversa competência. Art. 252 correspondente novo CPC Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo-se rigorosa igualdade. Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça. Contabilista Faz cálculos judiciais, como custas, multas, preparo, em execução etc. Contador Judicial: Faz cálculos em geral, como de custas do processo, ou faz cálculo quando solicitado pelo juiz ex: 1) quando o devedor for pobre e o juiz suspeitar que está sendo cobrado valor excessivo em execução de alimentos pelo rito de prisão; 2) cálculo de multa infração administrativa infância Mediador: (Art. 165. CPC) Com o objetivo de tornar a justiça mais célere, o Novo Código de Processo Civil prevê as figuras do mediador e do conciliador. As funções desses auxiliares estão descritas no art. 165 do Código, que prediz que os tribunais criem centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. O conciliador atua preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes. Ele poderá sugerir soluções para o litígio, desde que não utilize qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. O mediador, por sua vez, atua nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes. Cabe a ele auxiliar aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de

modo que as partes possam, por si próprios, encontrar soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. A Lei 13.140-2015 disciplina a mediação, que deve ser orientada pelos princípios da: imparcialidade; isonomia entre as partes; oralidade; informalidade; autonomia da vontade das partes; busca do consenso; confidencialidade e boa fé. Qualquer pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em qualquer curso superior reconhecido pelo Ministério da Educação e que tenha sido capacitada pode atuar como mediador judicial. No exercício da função, ele deve agir com imparcialidade e ressaltar as partes que ele não defenderá nenhuma delas em detrimento da outra. O mediador, uma vez adotada a confidencialidade, deve enfatizar que tudo que for dito a ele não será compartilhado com mais ninguém, nem mesmo com o juiz. Isso porque ele deve ser uma pessoa com a qual as partes possam falar abertamente sem se preocuparem com eventuais prejuízos futuros decorrentes de uma participação de boa fé na mediação. Para atuar como mediador judicial é preciso que o interessado faça um curso de formação de mediadores que seja reconhecido pelos tribunais. Os cursos são oferecidos pelos próprios tribunais ou por instituições credenciadas, pelos Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos (Nupemec) e devem observar os parâmetros curriculares estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nos termos do art. 164 1º do Novo CPC. Como os mediadores judiciais são auxiliares da justiça, as suas remunerações são custeadas pelas partes. De acordo com a Lei de Mediação e com o novo CPC, cabe aos tribunais fixar os valores a serem pagos aos mediadores, segundo parâmetros estabelecidos pelo CNJ e pelos próprios tribunais. Quando os interessados não puderem arcar com as custas do processo poderá ser indicado um mediador para atuar gratuitamente.

REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Publicada no Diário Oficial da União em 17/03/2015. BRASIL. Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Publicada no Diário Oficial da União em 29/06/2015. CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 23 ed. rev. et atual. São Paulo: Malheiros, 2007. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. CNJ Serviço: Quem é e o que faz o mediador?. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/80815-cnj-servico-quem-e-e-o-que-faz-o-mediador. Acesso em 22 de setembro de 2017. THEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito Processual Civil - Vol. 1-50ª Edição. Editora Forense, 2010.