ESTUDO SOBRE A AÇÃO DO FOGO EM SOLO CARACTERÍSTICO DO CERRADO A PARTIR DE PARCELAS EXPERIMENTAIS EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE COBERTURA VEGETAL

Documentos relacionados
ANÁLISE DO TRANSPORTE DE SEDIMENTOS COM DIFERENTES TIPOS DE USO DO SOLO EM CALHAS DE GERLACH (1966) NA FAZENDA EXPERIMENTAL DO GLÓRIA, UBERLÂNDIA MG.

Yasmmin Tadeu Costa Anna Carolina Barcelos

ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS PLUVIAIS EM ARGISSOLOS ATRAVÉS DE PARCELAS EXPERIMENTAIS PARA O MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE - SP.

O USO DE FOTOGRAFIAS DIGITAIS E TECNICAS DE GEOPROCESSAMENTO NO ESTUDO DE PROCESSOS EROSIVOS VALE.P.N.C. 1 BEZERRA, J. F. R. 2 RODRIGUES.S.

Rafael Martins Franco UFU Sílvio Carlos Rodrigues UFU

DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DOS CÓRREGOS PINDAÍBA, MARIMBONDO E TENDA, UBERLÂNDIA-MG

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ESPINHARAS-PB

EROSÃO EM ÁREAS URBANAS

ANÁLISE MORFOMETRICA DE DEFINIÇÃO DO POTENCIAL DE USO DO SOLO NA MICROBACIA DO CÓRREGO DO NECA, EM UBERABA- MG

Efeito da cobertura vegetal sobre a lâmina escoada e a produção de sedimentos em parcelas de erosão

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO-BAIXO CURSO DO RIO ARAGUARI

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SÃO PEDRO, JEQUITINHONHA/MG Aline J. Freire 1, Cristiano Christofaro 2

UTILIZAÇÃO DO MODELO SWAT PARA VERIFICAÇÃO DA INFLUENCIA DO DESMATAMENTO NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

verificar a progressão da voçoroca. Nessa ocasião percebe-se um avanço de 30 centímetros da

A TEMPERATURA E A UMIDADE DO AR EM NOVA ANDRADINA/MS EM AGOSTO DE 2008 ÀS 20h 1

DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DO CÓRREGO BOA VISTA, UBERLÂNDIA-MG.

INFILTRAÇÃO APROXIMADA DE ÁGUA NO SOLO DE TALUDE REVEGETADO COM CAPIM VETIVER EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

ANÁLISE AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO BAIXO RIBEIRÃO SÃO LOURENÇO

Geografia. Aspectos Físicos e Geográficos - CE. Professor Luciano Teixeira.

DISTRIBUIÇÃO E CORRELAÇÃO DE ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO DE UMA VERTENTE EM AMBIENTE DE CERRADO

A seção 4 está localizada a uma altitude de 560 metros. coordenadas 19º29'10'' de latitude sul e 49º12'48'' de longitude oeste, sendo representadas

Planos de Manejo INSTITUTO FLORESTAL. Estação Ecológica de Itapeva

MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS PARA PRODUÇÃO DE ÁGUA. Profª Celme Torres F da Costa

AULÃO UDESC 2013 GEOGRAFIA DE SANTA CATARINA PROF. ANDRÉ TOMASINI Aula: Aspectos físicos.

IMPACTOS AMBIENTAIS AOS -CANALIZAÇÕES E RETIFICAÇÕES-

DEGRADAÇÃO DAS MATAS CILIARES E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA NASCENTES DO MUNICÍPIO DE MARAVILHA, SERTÃO DE ALAGOAS

ESTUDO DA MORFODINÂMICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO DO CHAFARIZ NA ÁREA URBANA DE ALFENAS- MG: PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO

Revisão: conceitos e generalidades

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - CLIMATOLOGIA, UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DADOS DE PRECIPITAÇÃO E ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM PARCELAS EXPERIMENTAIS NA FAZENDA EXPERIMENTAL DO GLÓRIA UBERLÂNDIA MG

MUDANÇAS DE COBERTURA VEGETAL E USO AGRÍCOLA DO SOLO NA BACIA DO CÓRREGO SUJO, TERESÓPOLIS (RJ).

SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente. POLÍCIA MILITAR D E M I N A S G E R A I S Nossa profissão, sua vida.

APLICAÇÃO DO MÉTODO DIRETO VOLUMÉTRICO PARA MENSURAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA VAZÃO DE NASCENTE NA SERRA DA CAIÇARA, NO MUNICÍPIO DE MARAVILHA, ALAGOAS

Retrospectiva sobre regimes hidrológicos e importância do planejamento urbano na prevenção quanto a eventos extremos

CLIMA URBANO E PARÂMETROS ATMOSFÉRICOS. Mestre, docente do Curso de Geografia, UnU de Itapuranga UEG.

UNIDADES ECODINÂMICAS DA PAISAGEM DO MUNICÍPIO DE JEREMOABO- BA.

Estimativa da Erosividade da chuva (R) na Bacia Hidrográfica do rio Manoel Alves Grande localizado no cerrado tocantinense.

BACIA HIDROGRAFICA DO CÓRREGO DO BARBOSA

O USO E OCUPAÇÃO DA BACIA DO ALTO CURSO DO RIO UBERABINHA, MG E OS REFLEXOS NA PERMEABILIDADE DO SOLO E NA RECARGA DA ZONA SATURADA FREÁTICA

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Biomas brasileiros. Professor: Alex Santos

GEOGRAFIA FÍSICA DO BRASIL

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE ARAXÁ MG, UTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO ROCHA, M. B. B. 1 ROSA, R. 2


DIAGNÓSTICOS DE PROCESSOS EROSIVOS NO MUNICÍPIO DE NOVA ANDRADINA MS

ECO GEOGRAFIA. Prof. Felipe Tahan BIOMAS

GEOGRAFIA ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO (X) PARCIAL ( ) FINAL

Escolha da área para plantio Talhonamento Construção de aceiros e estradas

USO DO GVSIG PARA ELABORAÇÃO DE SISLEG NO ESTADO DO PARANÁ

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - MONITORAMENTO AMBIENTAL

Legislação Florestal e pressão antrópica na sub-bacia hidrográfica do riacho Jacaré, baixo São Francisco sergipano

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DO CAPIM VETIVER PARA PROTEÇÃO DE ENCOSTAS: QUANTIFICAÇÃO DA PERDA DE SOLO POR EROSÃO HÍDRICA

Grandes Ecossistemas do Brasil

Hidrologia Bacias hidrográficas

Utilização de Técnicas de SIG e de Campo para Identificação de Áreas Sensíveis com Intuito de Regularização Fundiária

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS VOÇOROCAS DA SERRA DA FORTALEZA EM CAMPOS GERAIS, SUL DE MINAS GERAIS

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

9. Formações vegetais. Páginas 02 à 23.

SIMULAÇÃO DE PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS COM A UTILIZAÇÃO O MODELO SWAT NA BACIA DO RIO DAS PEDRAS (GUARAPUAVA-PR)

IMPORTÂNCIA E PAPEL DO ESPAÇO RURAL NA DISPONIBILIZAÇÃO DE ÁGUA

ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE JARDIM OLINDA - PR

Palavras chave: Descarga sólida, bacia hidrográfica, UHE Barra dos Coqueiros.

MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS EM TRÊS ENCOSTAS URBANAS NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-MINAS GERAIS

ÁREAS DE RISCO AO USO/OCUPAÇÃO DO SOLO NA SUB-BACIA DO CÓRREGO DO SEMINÁRIO, MUNICÍPIO DE MARIANA MG. COSTA, R. F. 1 PAULO J. R. 2

Estudo do efeito borda em fragmentos da vegetação nativa na bacia hidrográfica do Córrego do Jacu Queimado (SP)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA

Comparação de Variáveis Meteorológicas Entre Duas Cidades Litorâneas

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TABOCA, TRÊS LAGOAS/MS COM AUXILIO DAS GEOTCNOLOGIAS

EIXO TEMÁTICO: TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM DOIS VIZINHOS/PR

Distribuição Da Precipitação Média Na Bacia Do Riacho Corrente E Aptidões Para Cultura Do Eucalipto

Análise morfométrica das microbacias do Córrego da Onça, dos Macacos e dos. Dourados na Bacia do Rio Araguari.

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE CROSTAS EM SUPERFÍCIES DE SOLOS DEGRADADOS EM MANAUS (AM): UMA ABORDAGEM PRELIMINAR.

DETERMINAÇÃO DA FRAGILIDADE POTENCIAL A EROSÃO LAMINAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AREIAS

Estratégias de conservação de solo e da água em pequenas bacias hidrográficas. Jean PG Minella

ANÁLISE DAS MODIFICAÇÕES ANTRÓPICAS NO SÍTIO URBANO DE TERESINA-PIAUÍ. Teresa Cristina Ferreira da Silva

COBERTURA VEGETAL COMO FATOR DE PROTEÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

COMPORTAMENTO TEMPORAL DO USO DE SOLO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RIO CASTELO TRECHO URBANO DO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO CASTELO, ES

Geografia de Goiás. Prof. Brenner Paixão. 2º maior bioma do território brasileiro. Presente em uma área central do Brasil.

MONITORAMENTO DA VAZÃO NAS NASCENTES DA SERRA DA CAIÇARA, MARAVILHA NO SEMIÁRIDO ALAGOANO.

APRESENTAÇÃO DA REGIÃO CENTRO OESTE REGIÃO CENTRO OESTE

FLORESTAS PARA PRODUÇÃO DE ÁGUA

Nome do Sítio Experimental: Cruz Alta. Localização e Mapas do Sítio Experimental: Latitude: Longitude: Altitude: 432 m

MODELAGEM POR GEOPROCESSAMENTO DA CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NOS SOLOS DO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC

Caracterização da fitofisionomia e de solos na Sub-bacia hidrográfica do Alto Médio Gurguéia por Sistemas de Informações Geográficas SIG

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Uso de SIG para confecção de um mapa de uso e ocupação do solo do município de Bambuí-MG

AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE JAGUARARI, BAHIA: conservação de nascentes e expansão das ações ambientais

ANÁLISE DA VULNERABILIDADE A PERDA DE SOLOS UTILIZANDO TÉCNICAS DO SENSORIAMENTO REMOTO

Curso de Ciências Biológicas, Unidade Universitária de Quirinópolis. Curso de Geografia, Unidade Universitária de Quirinópolis

Análise Climática Dos Focos De Incêndios Na Estação Ecológica De Uruçuí-Una No Estado Do Piauí

USO DO SOLO E MAPEAMENTO DE ÁREAS DE EROSÃO ACELERADA

Monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo na Bacia do Alto Paraguai Porção Brasileira Período de Análise: 2012 a 2014

. 01Questão: (UFRJ-RJ) O texto a seguir se refere aos grandes conjuntos climatobotânicos.

Atividades para subsidiar a agricultura conservacionista

file://e:\arquivos\poster\451.htm

DEGRADAÇÃO DO SOLO E INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DA ÁGUA: O CASO DA EROSÃO URBANA DO BAIRRO JACU NA CIDADE DE AÇAILÂNDIA MA. CASTRO, R. A 1.

Anais do III Seminário de Atualização Florestal e XI Semana de Estudos Florestais

LISTA DE RECUPERAÇÃO PARALELA DE CIÊNCIAS HUMANAS - GEOGRAFIA

Transcrição:

ESTUDO SOBRE A AÇÃO DO FOGO EM SOLO CARACTERÍSTICO DO CERRADO A PARTIR DE PARCELAS EXPERIMENTAIS EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE COBERTURA VEGETAL Anna Carolina Barcelos barceloscarolina@hotmail.com Graduanda em Geografia Universidade Federal de Uberlândia 120 Yasmmin Tadeu Costa yasmmin_t@hotmail.com Graduanda em Geografia e Bolsista PIBIC Universidade Federal de Uberlândia Sílvio Carlos Rodrigues silgel@ufu.com Prof. Dr.de Geografia Universidade Federal de Uberlândia Resumo: O fogo, processo químico de origem natural, tem sido empregado no espaço agrário brasileiro pelo fato de se apresentar mais vantajoso, a curto prazo, em formas extensivas de agricultura, pecuária e extração de madeira, do que a utilização de técnicas menos agressivas. Assim, tal trabalho tem como preocupação avaliar a ação do fogo em ambiente de cerrado. Para isso, foram delimitadas cinco parcelas em situações diferentes de cobertura vegetal para que fossem comparados seus resultados com a atuação do fogo, localizadas na Fazenda Experimental do Gloria (Uberlândia MG). Através disso é necessário que ocorra a coleta de solo para a análise em laboratório, além de idas semanais ao campo para a obtenção e coleta de dados como: volume de escoamento superficial, produção de sedimento, umidade e precipitação. A partir da compreensão dos dados, pode-se estabelecer métodos para recuperação e maior conservação destes solos, procurando manter o máximo possível de biodiversidade e menor prejuízo ambiental ao solo. Palavras-Chave: fogo; cerrado; erosão; escoamento superficial; produção de sedimento. Eixo de inscrição/debate: 1 Geomorfologia, Morfotectônica e Dinâmica da Paisagem. 1. INTRODUÇÃO As queimadas podem causar desequilíbrio entre os processos geomorfológicos e hidrológicos, podendo prejudicar a sustentabilidade do ecossistema, afetando também as áreas que não foram diretamente atingidas. Essas consequências podem ocorrer tanto de forma direta, que se trata da parte visível em relação a diminuição da vegetação e a presença da cobertura morta, como também na redução da população e nas atividades da fauna local, que provocam alterações significativas na cobertura do solo levando a mudanças em suas particularidades, como: agregação, porosidade,

matéria orgânica e características de repelência. Existem também os impactos indiretos, estes são resultado da redução ou eliminação da cobertura do solo pela cobertura vegetal, fazendo com que o solo esteja suscetível a erosão e alteração considerável no regime hidrológico. Um solo que sofre queimada se comporta de modo diferenciado de acordo com suas características antecedentes ao fogo. O fato de haver diferentes condições de vegetação pode resultar em casos divergentes, e assim, para que este seja aproveitado novamente, deve passar por processos específicos de recuperação. Por este fato, este projeto procura compreender a reação do solo após a submissão a queima, em caso de diferentes condições de densidade de cobertura vegetal. Neste contexto, cinco parcelas localizadas Fazenda Experimental do Glória, no município de Uberlândia MG, foram delimitadasa partir de diferentes características vegetativas do bioma Cerrado, com o propósito de obter dados comparativos em relação aumidade, precipitação, volume de escoamento superficial, produção de sedimento, porcentagem de cobertura vegetal), a fim de compreender de forma comparativa o efeito do fogo em solo de ambiente de Cerrado.A partir da compreensão realizada, pode-se estabelecer métodos para recuperação e maior conservação destes solos, procurando manter o máximo possível de biodiversidade e menor prejuízo ambiental ao solo. 121 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para que se desse início ao desenvolvimento da pesquisa, como já colocado no cronograma apresentado no projeto, foi fundamental a realização de estudos bibliográficos para que se tornasse possível a efetivação dos objetivos propostos, objetivando maior agregação de conhecimentos relacionados ao conteúdo teóricometodológicos aplicados a temática trabalhada neste projeto.enquanto efeitos do fogo sobre o solo, sua passagem, dependendo de sua intensidade, tempo de resistência e calor liberado, acarretará transformações dobre o solos. Como afirma Caria (2011), essas alterações se referem a umidade, promovida pela associação da dessecação imediata do solo e alta temperatura,ph e condutividade, modificação da repelência, textura, estrutura do solo. Deste modo, é possível concluir que o fogo pode favorecer a erosão do solo a partir do aumento do escoamento superficial. De acordo com Tucci e Clarke (1997), a alteração da cobertura vegetal do solo pode ser significativa para o aumento do escoamento superficial. Os fatores que influenciam no neste processo se tratam das diferentes umidades do solo, da climatologia sazonal, diferenças de elevação, profundidade e declividade do solo, grau de alteração devido ao método de desmatamento, ao grau de desmatamento e da

cobertura vegetal que irá substituir a vegetação natural. Deste modo, segundo os mesmos autores, a queimada é considerada como um método de desmatamento, e quando associados ao comportamento do fogo comentado anteriormente, possui ação específica sobre o solo, em especial, no ambiente de Cerrado, e a partir desses dados os parâmetros para a análise neste projeto foram escolhidas. O Cerrado apresenta características adaptativas ao fogo a qual não se afeta de forma intensa. Dentre essas adaptações, Medeiros e Fiedler (2003) comentam que, tem-se o isolamento térmico dos tecidos internos da vegetação, possui frutos com capacidade de proteção de sementes, utiliza o fogo como um fator positivo para a reprodução em algumas espécies e também para a dispersão de sementes, além de que algumas espécies possuem gemas apicais protegidas através de catafilos. Embora o Cerrado seja, de certa forma, adaptado a ação do fogo, ainda há perda em relação a biodiversidade e ao equilíbrio do meio ambiente. As transformações hidrológicas e geomorfológicas, consideradas como as principais neste trabalho promovem a perda de solo pela intensificação do processo de erosão que ocorre pela retirada de sua cobertura vegetal. Entretanto, o comportamento do solo frente a ação do fogo varia de acordo com diversos fatores, como já dito neste texto, entendendo então a necessidade do estudo sobre o mesmo em um solo de Cerrado, detalhando algumas características do solo que implicam na forma de recuperação do mesmo. 122 3. OBJETIVOS O trabalho em questão tem como objetivo avaliar o comportamento do fogo sobre cinco parcelas experimentais em ambiente de Cerrado, a partir de análises antecedentes e posteriores a ação da queimada, que levarão em conta a reação das propriedades do solo visando obter resultados a respeito das mudanças nos processos geomorfológicos e hidrológicos no espaço analisado. 4. METODOLOGIA A partir dos levantamentos bibliográficos foram definir quais parâmetros são ideais para a compreensão da alteração das propriedades do solo escolhidas. Também foram realizadas visitas a Fazenda Experimental do Glória, mas precisamente próximo as parcelas experimentais, com o objetivo de realizar coletas de solos, produção de sedimento e coleta de dados em estação pluviométrica para que possam ser levadas para o laboratório. A partir das parcelas experimentais, foram coletadas amostras de água derivadas do escoamento superficial em cada parcela,

além de dados relacionados a precipitação, para que as ações sobre as parcelas sejam controladas e o método de comparação seja eficiente. As amostras coletadas foram levadas para laboratório para que seja realizada a analise das mesmas. Serão realizadas analises sobre essas parcelas antes e após a queima, fazendo a comparação entre os dados retirados em campo e interpretados/analisados em tornando possível a compreensão da alteração dos processos geomorfológicos e hidrológicos no caso de cada parcela. Em relação às análises das propriedades do solo que serão levadas em consideração já colocadas neste relatório, serão seguidas as metodologias propostas pela EMBRAPA (1997). A análise de porcentagem de cobertura vegetal foi realizada a partir da metodologia proposta por Pinese Júnior, Cruz e Rodrigues (2008), utilizando o software ENVI 4.3 para interpretar e quantificar a imagem fotografada em campo diferenciando cobertura vegetal e solo exposto. As parcelas experimentais estão inseridas na Fazenda Experimental do Glória, nas coordenadas geográficas de 18º56'56" de latitude Sul e 48º12'21" de longitude Oeste de Greenwich, a uma altitude de 919 metros acima do nível do mar, presentes na bacia hidrográfica do Córrego do Glória, afluente da margem direita do Rio Uberabinha e subafluente do rio Araguari. Esta está no município de Uberlândia MG sendo propriedade da Universidade Federal de Uberlândia. A área está situada sob Domínio dos Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná. A formação geológica predominante é a Formação Marília, e os solos presentes são ácidos e pouco férteis do tipo Latossolo Vermelho com textura argilo-arenosa. (BEZERRA, 2003). 123 5. RESULTADOS PARCIAIS E CONCLUSÕES A pesquisa em questão está em sua primeira fase de coleta de dados, anterior à ação do fogo. Deste modo, os resultados apresentados aqui nas tabelas 1, 2, 3 e 4, se referem aos parâmetros de escoamento superficial (Perda de água), produção de sedimento (Perda de solo), declividade de cada parcela edensidade de vegetação analisados no período de quatro semanas (19 de fevereiro a 12 de março de 2014). A partir deste foi possível ter conclusões a respeito da função protetora da cobertura vegetal. Entretanto, como o período analisado não nos permitiu entender as variações e o comportamento existente em tais parcelas, a pesquisa permanece coletando tais dados para a análise efetiva. Os resultados parciais mais relevantes mostram que a vegetação arbustiva (parcela B) apresenta um menor volume de escoamento, sendo que a perda de água

(porcentagem do escoamento por precipitação total semanal) na parcela B, no período de quatro semanas, foi 3,69% maior em relação à parcela A (gramínea), devido à interceptação da água da chuva, influenciando na distribuição do volume de água em um período se comparado com a gramínea, sabendo também que a densidade de sua cobertura vegetal é de 95% enquanto a da gramínea é de 72%, o que pode ter influenciado nos resultados. Tabelas 1, 2, 3 e 4: Resultados semanais do projeto. 1 2 124 3 4 Org. COSTA, Y. T., 2014. A produção de sedimento resultante do escoamento superficial na parcela A foi de 0,84 g/l, já na parcela B foi de 1,52 g/l, reafirmando a capacidade de proteção do arbusto, essencialmente na área que recobre (1m²). Concluímos com este estudo que, comparado a locais que apresentam apenas gramíneas a consorciação destas com vegetação arbustiva se mostrou mais eficaz em relação à proteção do solo na contenção de processos erosivos relacionados ao escoamento superficial. 6. REFERÊNCIAS BEUTLING, Alexandre. Modelagem do comportamento do fogo com base em experimentos laboratoriais e de campo. 2009. 144 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Florestal, Departamento de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009. BEZERRA, J. F. R. Avaliação de geotexteis no controle da erosão superficial a partir de uma estação experimental, Fazenda do Glória MG. 2006. 118 f. Dissertação (Mestrado em Geografia e Gestão do Território) Instituto de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2006. PINESE JÚNIOR, José Fernando; CRUZ, Lísia Moreira; RODRIGUES, Sílvio Carlos. Monitoramento de erosão laminar em diferentes usos da terra, Uberlândia - MG.Sociedade& Natureza, Uberlândia, v. 20, n. 2, p.157-175, dez. 2008.

TUCCI, Carlos E. M.; CLARKE, Robin T.. Impacto das mudanças da cobertura vegetal no escoamento: Revisão. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p.135-152, jun. 1997. 125