Lentes Gravitacionais

Documentos relacionados
Introdução à cosmologia observacional. Ribamar R. R. Reis IF - UFRJ

17. Lentes gravitacionais

Outras galáxias (II)

Tópicos de Física Geral I Cosmologia: o que sabemos sobre a história do universo? Miguel Quartin

Curso de Cosmologia. 2013B Aula 2. M a r t í n M a k l e r CBPF. Tuesday, August 27, 13

18. Lentes gravitacionais

FIS Cosmologia e Relatividade

Lentes Gravitacionais em Cosmologia e Astrofísica. X Escola do CBPF

Grupos e Aglomerados de Galáxias

Cosmologia 1. Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP.

Cosmologia 1. Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP.

Matéria Escura no Universo

Laurindo Sobrinho 19 de janeiro de 2013

Cosmologia 1. Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP.

INTRODUÇÃO À COSMOLOGIA

O Lado Escuro do Universo

Curso de Cosmologia. 2013B Parte I. Aula 7. M a r t í n M a k l e r CBPF

Estrutura do Universo

Das Galáxias à Energia Escura: Fenomenologia do Universo

Ensino de Astronomia

Estrelas (II) Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP

O que são exoplanetas?

Aglomerados de galáxias

Relatividade Geral: o que é, para que serve

Galáxias peculiares e colisões de galáxias

Estrelas (II) Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP

A nossa Galáxia parte II

Estrutura do Universo

Tópicos Especiais em Física

ESTRUTURA EM GRANDE ESCALA: Distribuição das galáxias no universo

13. Determinação das distâncias das galáxias

Cosmologia 1 Gastão B. Lima Neto IAG/USP

Separação entre galáxias ~ 100 tamanho => interações (colisões) => deformações ou disrupções.

14. Determinação das distâncias das galáxias

lentes gravitacionais O universo visto pelas

Introdução à Cosmologia

Expansão do Universo; Aglomerado e atividade de galáxias

Medindo parâmetros cosmológicos. Introdução à Cosmologia 2012/02

4 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia Prova da eliminatória regional 15 de Abril de :00

Gravitação de Newton

Colisões de galáxias. Gastão B. Lima Neto IAG/USP

Astronomia para Todos Buracos Negros

SÓ EU SEI O QUE VAI CAIR NA PROVA!

MATÉRIA ESCURA. Samuel Ximenes

IMPLICAÇÕES DA LEI DE HUBBLE. A taxa na qual alguma galáxia se afasta é proporcional à distância lei de Hubble. vel. de recessão = H o distância

7 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia

O espaço-tempo curvo na teoria da relatividade geral. Felipe Tovar Falciano

Fotometria de objetos extensos

A radiação de uma estrela cai com quadrado da distância, enquanto o número de estrelas aumenta com o quadrado da distância,

O Eclipse em Sobral e a Teoria da Relatividade Geral

HISTÓRIA. presença no céu de objetos difusos. nebulosas + nebulosas espirais. Kant (~1755) : nebulosas espirais = nossa galáxia UNIVERSOS ILHA

Capítulo 1 Resumo. Trata-se de uma introdução ao estudo da Astronomia Extragaláctica. Seção 1.2 Sumário dos capítulos seguintes.

II ENBOGRET. Leandro Guedes Matéria Escura. Energia Escura

Gravidade: Clássica e Quântica. Panoramas da Física

O Lado Escuro do Universo

COSMOLOGIA II. Daniele Benício

Introdução ao Estudo dos Fenômenos Físicos

Cosmologia 1 Vera Jatenco IAG/USP

11 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia

Curso de Cosmologia 2013B. M a r t í n M a k l e r CBPF

Estrutura do Universo

6 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia

Galáxias

COSMOLOGIA RELATIVÍSTICA

O LADO ESCURO DO UNIVERSO. Pedro Abreu LIP/IST, Lisboa Escola de Profs no CERN em Língua Portuguesa 2013

13 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia

O que é a gravidade? Thiago R. P. Caramês

Aglomerados de galáxias. Professor Allan Schnorr Müller IF/UFRGS

HISTÓRIA. presença no céu de objetos difusos. nebulosas + nebulosas espirais. Kant (~1755) : nebulosas espirais = nossa galáxia UNIVERSOS ILHA

A Lei de Hubble e a expansão do Universo

COSMOLOGIA. Sérgio Mittmann dos Santos. Astronomia Licenciatura em Ciências da Natureza IFRS Campus Porto Alegre Novembro de 2010

Tese de Doutorado. Habib Salomón Dúmet Montoya

A Descoberta de um Exoplaneta com a Massa de Netuno via Microlente Gravitacional. Eder Martioli Divisão de Astrofísica - INPE

ADEUS AO BOM SENSO: EINSTEIN. Prof. Gustavo Castro

Noções de Astronomia e Cosmologia. Aula 15 Cosmologia Parte II

O que são exoplanetas?

Indicadores de distancia extragalácticos e lei de Hubble. Capitulo Indicadores de Distancia:

Relembrando as interações fundamentais

Curso de Cosmologia. 2013B Parte I. Aula 3. M a r t í n M a k l e r CBPF

Decima Quarta Aula. Introdução à Astrofísica. Reinaldo R. de Carvalho

Determinação das Elipticidades Intrínsecas das Galáxias para Medidas do Lenteamento Gravitacional Fraco

Massa e luz no universo

Cosmologia Básica: 2 - as equações de Friedmann-Lemaitre

Evolução do Universo Ricardo Moreno, Susana Destua, Rosa M. Ros, Beatriz García

Cosmologia Física Moderna 2 Aula 25 1

Departamento de Astronomia - Instituto de Física Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Astrofísica Geral. Tema 04: Luz. Alexandre Zabot

Astrofísica Geral. Tema 04: Luz

INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL - Aula 4 p. 1

AULA 6: ORIGEM DO UNIVERSO - PARTE I - Roberto Covolan

Buracos negros e gravitação Karenn Liège

Grandes estruturas no Universo. Roberto Ortiz EACH/USP

Aglomerados de Galáxias

Busca por Luas e Anéis em Órbita de Planetas Extrassolares Utilizando os Telescópios Espaciais Kepler e CoRoT

Decima Quinta Aula. Introdução à Astrofísica. Reinaldo R. de Carvalho

Breve introdução histórica

9. Galáxias Espirais (II)

MATÉRIA ESCURA. Alaor Chaves Departamento de Física UFMG

TEMA: Buracos Negros Estelares

Transcrição:

Lentes Gravitacionais

Introdução Deformação da trajetória da luz pelo espaço-tempo curvo.

Lenteamento Forte Grande distorções e magnificações Arcos Anel de Einstein

Lenteamento Forte Grande distorções e magnificações Imagens múltiplas de um quasar

Lenteamento Forte Grande distorções e magnificações Arcos

Lenteamento Fraco Pequenas distorções e magnificações

Microlenteamento Detecção de planetas

Histórico da deflexão da luz Suspeitada por Newton, Laplace, John Mitchell (1784): em carta a Cavendish menciona deflexão da luz pela força gravitacional Johan Solden (1804): primeira publicação do cálculo do ângulo de deflexão (Newtoniano) Einstein (1911): cálculo via Princípio da Equivalência Einstein (1915): cálculo via Relatividade Geral (a curvatura do espaço-tempo altera a propagação da luz)

Histórico da deflexão da luz 1919: observação da deflexão da luz (em Sobral CE e Ilha do Príncipe) durante eclipse solar A questão que minha mente formulou foi respondida pelo radiante céu do Brasil. Albert Einstein, 1925

Histórico das lentes Lodge (1919): sugeriu o termo lentes, mas notou que não havia distância focal Chwolson (1924) e Einstein (notas de 1912): alinhamento perfeito entre observador, lente e fonte geraria imagem com a forma de anel Einstein (1936): considerou lenteamento por uma estrela e conclui que a deflexão é muito pequena (mili segundos de arco) Zwicky (1937): considerou galáxias como lentes e calculou que deflexão seria da ordem de segundos de arco; lentes como telescópios naturais e probabilidade das lentes Klimov (1963): considerou lenteamento galáxia-galáxia Liebes (1964): considerou estrelas da Via Láctea lenteando estrelas de M31; microlenteamento Refsdal (1964): sugeriu utilizar o time delay para determinar a constante de Hubble

Primeiras detecções 1979: primeiro quasar lenteado (imagem dupla de QSO 0957+561) 1986: primeiro conjunto de arcos em aglomerados de galáxias (Abell 370) 1988: primeiro anel de Einstein (em rádio) 1989: microlenteamento de quasares 1990: primeira detecção de lentes fracas 2003: primeira detecção de planetas pelo efeito de microlente

Aplicações Telescópios naturais Determinação de massa Estudo da natureza da matéria escura Busca de planetas e objetos compactos Estrutura de galáxias e aglomerados Estrutura em grande escala Determinação dos parâmetros cosmológicos

Aproximação de lente fina Dimensão do objeto que faz lenteamento é muito menor do que a distância entre observador e a lente e a lente e a fonte Desvio da luz ocorre apenas no chamado plano da lente Estudos indicam que matéria ao longo da linha de visada contribui com 10% do número de arcos

Equação da lente

Anel de Einstein Fonte Observador 0 D ds D d

GravLens (Keeton 2001) Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica singular =220km/s, Dd=1Mpc E ~0.7 E ~0.7 Fonte (extensa) alinhada com o centro da lente Anel de Einstein Plano da fonte Plano da lente F I /F F =A I /A F =98.3

GravLens (Keeton 2001) Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica singular =220km/s, Dd=1Mpc E ~0.7 Arcos gravitacionais (strong lensing) Fonte n=2 Plano da fonte Plano da lente F I /F F =A I /A F =14.4

GravLens (Keeton 2001) Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica singular =220km/s, Dd=1Mpc E ~0.7 Arclet (weak lensing) n=2 Plano da fonte Plano da lente F I /F F =A I /A F =2.8

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core r c =0.1 =220km/s, Dd=1Mpc Cáusticas = mapeamento das curvas críticas através da eq. da lente Cáusticas Curvas críticas 3 1 F I / F F =31.3 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core r c =0.1 =220km/s, Dd=1Mpc Cáusticas: regiões de estabilidade de soluções 3 1 F I / F F =14.6 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core r c =0.1 =220km/s, Dd=1Mpc 3 1 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core r c =0.1 =220km/s, Dd=1Mpc Quando a fonte cruza uma cáustica um par de imagens é criado/destruído próximo à curva crítica correspondente, dependendo do sentido de cruzamento 3 1 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core r c =0.1 =220km/s, Dd=1Mpc Arco radial 3 1 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core r c =0.1 =220km/s, Dd=1Mpc 3 1 Source Plano da plane fonte Image Plano da plane lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core r c =0.1 =220km/s, Dd=1Mpc Arclet 3 1 F I / F F =5.5 Source Plano da plane fonte Image Plano da plane lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc Cruz de Einstein 5 3 1 F I / F F =17.8 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc 5 3 1 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc 5 3 1 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc 5 3 1 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc 5 3 1 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc Arco radial 5 3 1 F I / F F =4.9 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc 5 3 1 F I / F F =2.5 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc 5 3 1 Plano da fonte Plano da lente

Simulação com GravLens Fonte: Sérsic n=1, Ro=3kpc (z=1), Ds=2Mpc Lente: esfera isotérmica com core pseudoelíptica b/a=0.4, r c =0.1, =220km/s, Dd=1Mpc Arco gigante 5 3 1 F I / F F =18.8 Plano da fonte Plano da lente