DESENVOLVIMENTO DE RÚCULA SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E SUBSTRATOS DEVELOPMENT OF RÚCULA UNDER DIFFERENT IRRIGATION BLADES AND SUBSTRATES

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Transcrição:

DESENVOLVIMENTO DE RÚCULA SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E SUBSTRATOS Beatriz de Abreu Araújo 1, Francisco Levy Lima Demontiêzo 2, Doricleson Almeida Araújo 2, Manoel Valnir Júnior 3, Francisco José Carvalho Moreira 4 RESUMO: Diante do aumento no consumo da rúcula apresentando ao produtor um preço atrativo e maior rentabilidade de produção em comparação a outras folhosas, o presente trabalho teve por objetivo determinar a lâmina de irrigação e substrato que melhor se adéquam ao desenvolvimento de Eruca sativa. O experimento foi conduzido na área experimental do Instituto Federal do Ceará IFCE, Campus de Sobral. O delineamento experimental constou de blocos ao acaso em esquema fatorial 5 x 2. Os tratamentos foram constituídos por lâminas de irrigação equivalentes L1 (20%); L2 (40%); L3 (60%); L4 (80%) e L5 (100%), da evapotranspiração potencial da cultura, para sistemas localizados ETc LOC ) e dois tipos de substratos: substrato 1 (esterco caprino + solo na proporção de 1:1); substrato 2 (bagana + solo, na proporção de 1:1). As plantas de rúcula mostraram retardamento nas variáveis de desenvolvimento quando foram utilizadas lâminas de irrigação abaixo de 100% da evapotranspiração potencial da cultura e o substrato que mostrou resultados mais promissores foi esterco caprino e solo na proporção de 1:1. PALAVRAS-CHAVE: Crescimento, produção, hortaliça. DEVELOPMENT OF RÚCULA UNDER DIFFERENT IRRIGATION BLADES AND SUBSTRATES ABSTRACT: In view of the increase in the consumption of arugula presenting to the producer an attractive price and a higher profitability of production in comparison to other hardwoods, the present work had the objective to determine the irrigation blade and substrate that best fit the development of Eruca sativa. The experiment was conducted in the experimental area of the Federal Institute of Ceará - IFCE, Sobral Campus. The experimental design consisted of randomized blocks in a 5 x 2 factorial scheme. The treatments were composed of irrigation slides equivalent to L1 (20%); L2 (40%); L3 (60%); For potential crop evapotranspiration for localized systems (ETc LOC )) and two types of substrates: substrate 1 (goat manure + 1: 1 ratio soil), L4 (80%) and L5 (100%); substrate 2 (bagana + soil, in a ratio of 1: 1). The arugula plants showed retardation in the developmental variables when irrigation slides were used below 100% of the potential evapotranspiration of the crop and the substrate that showed the most promising results was goat manure and soil in the proportion of 1: 1. KEYWORDS: Growth, production, horticulture. 1 Acadêmica do Programa de Pós Graduação (Mestrado) em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Ceará UFC. e-mail: beatrizdeabreuaraujo@gmail.com. 2 Tecnólogos de Irrigação e Drenagem - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará IFCE 3 Doutor em Engenharia Agrícola, prof. do Eixo Tecnológico de Recursos Naturais, IFCE, Campus Sobral, CE 4 Doutorando em Biotecnologia RENORBIO/URFN, prof. do Eixo Tecnológico de Recursos Naturais, IFCE, Campus Sobral, CE

INTRODUÇÃO A rúcula (Eruca sativa L.) é uma hortaliça que pertence à família Brassicaceae, cujas folhas são consumidas principalmente em saladas, conservando todas as suas propriedades nutritivas. É rica em vitamina C, potássio, enxofre e ferro, além de apresentar efeitos antinflamatório e desintoxicante para o organismo humano (Medeiros et al., 2007). O consumo desta e de outras hortaliças tem aumentado no mundo, não só pelo crescente aumento populacional, mas também pela tendência e necessidade de mudança no hábito alimentar do consumidor. Seu cultivo está crescendo também por apresentar ao produtor um preço atrativo, que nos últimos anos têm se mostrado mais rentável a produção desta hortaliça em comparação a outras folhosas como da alface, chicória e couve (Silva et al., 2008). Segundo Bandeira et al. (2011), as hortaliças têm seu desenvolvimento grandemente influenciado pela umidade do solo. A deficiência de água é o fator mais limitante à obtenção e manutenção de produtividades elevadas e produtos de boa qualidade, porém o excesso também pode ser prejudicial. A reposição de água ao solo por irrigação, na quantidade e no momento oportuno, é decisiva para o sucesso da horticultura. Em geral os trabalhos que abordam o consumo de água da rúcula obtiveram resultados mais satisfatórios quando a quantidade de água reposta corresponde valores acima de 50% da evapotranspiração da cultura. Para épocas secas, é recomendável a utilização de uma lâmina de água em torno de 100 e 125% da evapotranspiração da cultura, proporcionando assim um melhor aproveitamento por parte da cultura (Cunha, et al., 2013). Diante do aumento do consumo de rúcula, e da importância de saber a quantidade de água que satisfaz o desenvolvimento desta hortaliça objetivou-se com este trabalho determinar a lâmina de irrigação e substrato que melhor se adéquam ao seu desenvolvimento. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental (telado agrícola) do Instituto Federal do Ceará IFCE, Campus de Sobral, no período de janeiro a março de 2017, na cidade, a qual está situada sob as coordenadas geográficas (03 40 S e 40 14 W). O clima é tropical quente Semiárido com temperatura média de 30 C e altitude de 70 metros. As mudas de rúcula foram produzidas em bandejas de isopor com 128 células preenchidas com substrato a base de esterco caprino e areia (1:1) e após vinte dias da semeadura foram transplantadas para os vasos definitivos. Os estádios de desenvolvimento dessa cultura foram determinados com base em referência a Embrapa (EMBRAPA, 2007).

O delineamento experimental constou de blocos ao acaso em esquema fatorial 5 x 2. Os tratamentos foram constituídos por cinco lâminas de irrigação equivalentes L 1 (20%); L 2 (40%); L 3 (60%); L 4 (80%) e L 5 (100%), da evapotranspiração potencial da cultura, para sistemas localizados ETc LOC ) e dois tipos de substratos: substrato 1 (esterco caprino + solo na proporção de 1:1); substrato 2 (bagana + solo, na proporção de 1:1), com quatro repetições e cada bloco experimental foi composto de 10 parcelas (vasos), totalizando 40 vasos. Foi utilizada uma planta para cada unidade experimental. O desenvolvimento do experimento se deu em vasos com capacidade de dez decímetros cúbicos. A quantidade de água aplicada foi determinada mediante a necessidade de reposição das perdas decorrentes da evapotranspiração da cultura (ETc). Para estimar a evapotranspiração de referência (ETo), foi utilizado o método do mini tanque evaporímetro Classe A. A expressão utilizada para estimar a ETc foi proposta por ALLEN et al., (1998): (01) em que: ETc é a evapotranspiração potencial da cultura (mm dia -1 ); ETo é a evapotranspiração de referência (mm dia -1 ); kc é o coeficiente da cultura e FCS é o fator de cobertura do solo, na qual foi calculada sete em sete dias, conforme recomendação de Dutra (2000). A medição do tanque sempre no mesmo horário por volta de 08h00min, realizando assim coleta dos dados e aplicação da lâmina diária de irrigação. Foram analisados: altura da planta (ALT), comprimento da raiz (CR), número de folhas (NF); diâmetro da planta (DP); área foliar (AF) e peso seco da parte aérea (PSPA) e raiz (PSR). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) pelo teste F. Para as variáveis que apresentaram diferença significativa, procedeu-se da comparação das médias pelo teste de Tukey (p 0,05). Os resultados foram expressos em Gráficos e Tabelas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante a análise dos resultados descritos na Tabela 1, o tratamento F1 (lâminas de irrigação) influenciou significativamente todas as variáveis analisadas, com exceção para o comprimento da raiz (CR) e o diâmetro da planta (DP), que não mostraram resultado significativo, portanto, não existiram diferenças sob influência das lâminas utilizadas A Interação entre fatores (Lâminas x Substratos), para as variáveis: Área foliar (AF) e altura da planta (ALT) obtiveram resultado significativo.

Altura da planta (cm) Altura da planta (cm) Tabela 1. Resumo da análise de variância para área foliar (AF), comprimento da raiz (CR), altura da planta (ALT), diâmetro da planta (DP), número de folhas (NF), peso seco da parte aérea (PSPA), peso seco das raízes (PSR), de plantas de rúcula (Eruca sativa) com diferentes lâminas de irrigação e submetidas a dois tipos de substratos. IFCE Campus Sobral, Sobral- CE, 2017. Fontes de variação GL Quadrados médios AF CR ALT DP NF PSPA PSR Lâminas (F1) 4 0,178** 0,359 ns 3,455** 1,856 ns 9,917** 0,278** 0,128* Substratos (F2) 1 0,043 ns 0,609 ns 0,138ns 0,019 ns 0,264 ns 0,065ns 0,09 ns Int. (F1 x F2) 4 0,141* 0,370 ns 1,472* 1,866 ns 4,564 ns 0,150ns 0,081 ns Tratamentos 9 0,147** 0,392 * 2,205** 1,656 ns 6,466** 0,198** 0,103* Residuo 30 0,043 0,165 0,462 0,111 1,917 0,061 0,039 Total 39 2,639 8,504 33,726 39,246 115,710 3,620 2,111 CV% - 16,92 37,42 31,71 32,67 33,31 36,25 36,74 ns, * e ** = não significativo e significativo a 5 e 1% de probabilidade, pelo teste F, respectivamente. Segundo Moline, et al,. (2015) as plantas de rúcula adquirem maior tamanho, maior quantidade de folhas e matéria verde quando a lâmina de água aplicada supre essencialmente a sua necessidade hídrica; do contrário as plantas respondem com baixa produção. Com relação a altura da planta de rúcula, a lâmina com 100% é a mais viável para seu desenvolvimento. Em relação o substrato o que se destacou para essa variável foi o composto por esterco + solo obtendo um maior índice de crescimento (Figura 1). 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 Altura da planta 20 40 60 80 100 Lâminas (% da ETc) 2,3 2,2 2,2 2,1 2,1 2,0 Altura da planta Esterco + solo solo + bagana Substratos Figura 1. Médias da altura da planta sob influência de lâminas de irrigação (20, 40, 60, 80, 100%) e substratos (esterco caprino+solo e bagana+solo), da esquerda para a direita respectivamente. O número de folhas de rúcula foram maiores quando se aplicaram lâminas de irrigação de 60% 80% e 100% da ETc, mantendo-se valores próximos entre as mesmas. O que mostra que, para o desenvolvimento foliar é necessária uma maior aplicação de água. Para a mesma variável, o substrato que se comportou melhor foi o composto por esterco+solo, em relação ao composto por solo+bagana (Figura 2).

6 5 4 3 2 1 0 20 40 60 80 100 Lâminas (% da ETc) Figura 2. Médias de número de folhas (NF) sob influência de lâminas de irrigação (20, 40, 60, 80, 100%) e substratos (esterco caprino+solo e bagana+solo), da esquerda para a direita respectivamente. Para a variável DP obtivemos valores que não se diferiram estatisticamente entre as lâminas de irrigação utilizadas 40%, 60%, 80%, 100% também uma constante nas lâminas aplicadas, e para os substratos adquiridos o esterco+solo se sobressai de forma contida em relação ao outro substrato utilizado (Figura 3). 4 3 2 1 0 20 40 60 80 100 Lâminas (% da ETc) Figura 3. Médias de número de folhas (NF) sob influência de lâminas de irrigação (20, 40, 60, 80, 100%) e substratos (esterco caprino+solo e bagana+solo), da esquerda para a direita respectivamente. Com isso pode-se dizer que para aplicação da lâmina 100% de água é o mais viável para a cultura da rúcula, assim sendo o mais recomendado para o sua melhor produção. Enquanto dos substratos aplicados, os melhores resultados com grande evidência é o esterco+solo sendo um grande fator para melhorias recomendadas a qual a cultura é exigida. 4,3 4,2 4,1 4 2,78 2,76 2,74 2,72 2,7 Esterco + solo solo + bagana Substratos Esterco + solo solo + bagana Substratos CONCLUSÃO Para uma boa produção de rúcula é necessário que as necessidades hídricas da cultura sejam atendidas; sendo o substrato esterco+solo o mais indicado.

REFERÊNCIAS ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S.; RAES, D.; SMITH, M. Crop evapotranspiration: Guidelines for computing crop water requirements. Rome: FAO, 300 p. (FAO Irrigation and Drainage Paper, 56). 1998. BANDEIRA, G. R.; PINTO, H.; MAGALHÃES, P. S.; ARAGÃO, C. A.; QUEIROZ, S.; SOUZA, E. R.; SEIDO, S. L. Manejo de irrigação para cultivo de alface em ambiente protegido. Horticultura Brasileira, Vitória da Conquista (BA, Brasil), v. 29, n. 2, p. 237-241, 2011. CUNHA, F. T; GODOY, A. R.; MAGALHÃES, F. F.; CASTRO, M. A. E LEAL, A. J. F. Irrigação de diferentes cultivares de rúcula no nordeste do Mato Grosso do Sul. Water Resources and Irrigation. Campina Grande, PB v.2, n.3, p.131-141, 2013. DUTRA, I.; MEDEIROS, J.F.; PORTO FILHO, F.Q. COSTA, M.C. Determinação do fator de cobertura do melão cultivado sob diferentes lâminas e salinidades da água de irrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 4:146-151, 2000. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA EMBRAPA. Circular técnica: Irrigação em campos de produção de sementes de hortaliças. Brasília DF, Setembro 2007. MEDEIROS, M. C. L.; MEDEIROS, D. C.; LIBERALINO FILHO, J. Adubação foliar na cultura da rúcula em diferentes substratos. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 2, n. 02, p. 158-161, 2007. MOLINE, E. F. V.; BARBOZA, E.; STRAZEIO, S.C. E FARIAS, E. A. DE PAULA. Diferentes lâminas de irrigação na cultura da rúcula no sul de Rondônia. Nucleus, v. 12, n.1, abril. 2015. SILVA, M. J. K; OLIVEIRA, F. DE ASSIS; FREITAS, R. DA SILVA E MESQUITA, L. X. Efeito da salinidade e adubos orgânicos no desenvolvimento da rúcula. Caatinga (Mossoró, RN Brasil), v.21, n.5, p30-35. 2008.