AVALIAÇÃO DA MICROSSÍLICA NA RESISTÊNCIA AO CHOQUE TÉRMICO DE ALUMINA COM 5% DE ZIRCÔNIA*

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DE REFRATÁRIOS DOS SISTEMAS ALUMINA-ZIRCÔNIA E ALUMINA-ZIRCÔNIA-SÍLICA

Avaliação da temperatura de sinterização em refratário de alta alumina com agregado de mulita e adição de zircônia

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DE COMPOSIÇÕES E TRATAMENTOS TÉRMICOS DE REFRATÁRIOS DO SISTEMA ALUMINA-ZIRCÔNIA-SÍLICA

PREPARAÇÃO DE MULITA A PARTIR DE MATÉRIAS-PRIMAS NATURAIS. Departamento de Engenharia de Materiais, UFPB, , João Pessoa, Brasil

ESTUDO DA ADIÇÃO DE NIÓBIA EM COMPÓSITO DE MATRIZ ALUMINA COM DISPERSÃO DE ZIRCÔNIA*

PROPRIEDADES MECÂNICAS DO COMPÓSITO ALUMINA-ZIRCÔNIA

SINTERIZAÇÃO DE CERÂMICAS À BASE DE ALUMINA, ZIRCÔNIA E TITÂNIA

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CHOQUE TÉRMICO EM REFRATÁRIOS DE ALTA ALUMINA FORMADOS A PARTIR DE MATÉRIAS-PRIMAS DE ALTA REATIVIDADE

AVALIAÇÃO DA ADIÇÃO DO PÓ DE RESÍDUO DE MANGANÊS EM MATRIZ CERÂMICA PARA REVESTIMENTO

20º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 04 a 08 de Novembro de 2012, Joinville, SC, Brasil

Linha de Produtos. para o Mercado de Refratários. Aluminas Calcinadas e Hidratos

1. Introdução. 2. Materiais e Método. Daniela L. Villanova a *, Carlos P. Bergmann a

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DAS INCLUSÕES DE 3Y-ZrO 2 EM COMPÓSITOS CERÂMICOS DE ALUMINA-ZIRCÔNIA PARA APLICAÇÃO COMO FERRAMENTA CERÂMICA

CARACTERIZAÇÃO DE UMA ARGILA CONTAMINADA COM CALCÁRIO: ESTUDO DA POTENCIABILIDADE DE APLICAÇÃO EM MASSA DE CERÂMICA DE REVESTIMENTO.

ARGAMASSAS E CONCRETOS ADIÇÕES

Corrosão Típica de Refratários Aluminosos em Forno de Refusão de Alumínio

CARACTERIZAÇÃO DE PRODUTOS

INFLUÊNCIA DA INCORPORAÇÃO DO REJEITO DO MINÉRIO DE MANGANÊS DE CARAJÁS-PA E FILITO DE MARABÁ-PA EM CERÂMICAS VERMELHAS

Necessária onde a sinterização no estado sólido não é possível (Si 3

exp E η = η 0 1. Num vidro, a deformação pode ocorrer por meio de um escoamento isotrópico viscoso se a temperatura

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

Cerâmica 49 (2003) 6-10

Aula 2 Propriedades Mecânicas de Cerâmicas

Engenharia e Ciência dos Materiais II. Prof. Vera Lúcia Arantes

PROCESSAMENTO DE LIGAS À BASE FERRO POR MOAGEM DE ALTA ENERGIA

Concretos refratários engenheirados com expansão controlada para panelas de siderurgia

OBTENÇÃO DE TIALITA ESTABILIZADA COM ADIÇÃO DE ARGILA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E MECÂNICA

INCORPORAÇÃO DA CINZA DO CAROÇO DE AÇAÍ EM FORMULAÇÕES DE CERÂMICA ESTRUTURAL

Ciência dos Materiais II. Materiais Cerâmicos. Prof. Vera Lúcia Arantes

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DE ESCÓRIA GRANULADA DE ACIARIA PARA FABRICAÇÃO DE PEÇAS DE CERÂMICA VERMELHA*

OTIMIZAÇÃO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO DE FERRAMENTAS UTILIZANDO SINTERIZAÇÃO NORMAL

Sinterização 31/8/16

Incorporação de resíduos siderúrgicos em cerâmica vermelha

PRODUÇÃO DE COMPÓSITO CERÂMICO VISANDO APLICAÇÃO COMO FERRAMENTA DE CORTE

DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS A BASE DE ALUMINA PARA USO EM BLINDAGEM

MATERIAIS DE CONSTRUÇÂO MECÂNICA II EM 307 TRABALHO PRÁTICO N.º 1. Observação e análise microscópica de diferentes tipos de materiais cerâmicos

ANÁLISE ESTATÍSITICA DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DE CORPOS CERÂMICOS CONTENDO RESÍDUO MUNICIPAL

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA INCORPORAÇÃO DO PÓ DE DESPOEIRAMENTO SIDERÚRGICO EM CERÂMICA VERMELHA

ROCHA ARTIFICIAL PRODUZIDA COM PÓ DE ROCHA E AGLOMERANTE POLIMÉRICO AGUIAR, M. C., SILVA. A. G. P., GADIOLI, M. C. B

ESTUDO DA MICROESTRUTURA DE CERÂMICAS POROSAS DE ALUMINA A 1450ºC E 1550ºC

Sinterização 23/8/17

Cerâmicas Odontológicas

Física dos Materiais FMT0502 ( )

Microestrutura Porosa do Porcelanato Polido Parte 2: Efeito do Tamanho de Partículas de Feldspato e Argila sobre o Manchamento

20º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 04 a 08 de Novembro de 2012, Joinville, SC, Brasil

ESTUDOS PRELIMINARES DO EFEITO DA ADIÇÃO DA CASCA DE OVO EM MASSA DE PORCELANA

2. Considerando a figura dada na questão 2, explique a principal dificuldade de conformação da sílica fundida em relação ao vidro de borosilicato.

INFLUÊNCIA DA PRESSÃO DE COMPACTAÇÃO SOBRE AS PROPRIEDADES DE MASSA DE REVESTIMENTO CERÂMICO POROSO

Moagem Fina à Seco e Granulação vs. Moagem à Umido e Atomização na Preparação de Massas de Base Vermelha para Monoqueima Rápida de Pisos Vidrados

Palavras chave: argila, cerâmica, resíduo, homogeneização, sinterização.

Vitrocerâmicas (glass ceramics)

Estudo da Reutilização de Resíduos de Telha Cerâmica (Chamote) em Formulação de Massa para Blocos Cerâmicos

PRECIPITAÇÃO DA AUSTENITA SECUNDÁRIA DURANTE A SOLDAGEM DO AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX S. A. Pires, M. Flavio, C. R. Xavier, C. J.

Aplicação da Estatística de Weibull na Avaliação da Tensão de Ruptura a Flexão de Revestimento Cerâmico

Teor de cimento e seus efeitos sobre a resistência ao choque térmico de concretos espinelizados in-situ

A Operação de Prensagem: Considerações Técnicas e sua Aplicação Industrial. Parte IV: Extração da Peça e Resistência Mecânica a Verde

CARACTERIZAÇÃO DE MASSAS REFRATÁRIAS UTILIZADAS COMO REPARO DE SEDE EM PANELAS DE ACIARIA ELÉTRICA*

ESTUDO DE MASSAS CERÂMICAS PARA REVESTIMENTO POROSO PREPARADAS COM MATÉRIAS-PRIMAS DO NORTE FLUMINENSE

Processamento de Materiais Cerâmicos

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS DE CERÂMICAS OBTIDAS COM ADIÇÃO DE TURFA

DANTAS et al. (2010) UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA PRODUÇÃO DE CERÂMICA BRANCA

Avaliação de uma Metodologia para a Formulação de Massas para Produtos Cerâmicos Parte II

(Effect of firing cycle on the technological properties of a red wall tile paste)

EFEITO DA VELOCIDADE DE MISTURA SOBRE AS PROPRIEDADES DE PLACAS CERÂMICAS LAMINADAS RESUMO

Eixo Temático ET Educação Ambiental

Sinterização. Conceitos Gerais

Reaproveitamento da casca de arroz em cerâmicas

Avaliação da Potencialidade de Uso do Resíduo Proveniente da Indústria de Beneficiamento do Caulim na Produção de Piso Cerâmico

MATERIAIS PARA ENGENHARIA DE PETRÓLEO - EPET069 - Propriedades Mecânicas dos Materiais

EFEITO DA PRÉ-FORMAÇÃO DE FASE NA DENSIFICAÇÃO E MICROESTRUTURA DO TITANATO DE ALUMÍNIO

Formulação de Massas Cerâmicas para Revestimento de Base Branca, Utilizando Matéria-prima do Estado Rio Grande do Norte.

DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MATERIAIS CERÂMICOS A PARTIR DE RESÍDUOS DE LAPIDÁRIOS

DESENVOLVIMENTO DE COMPÓSITO CERÂMICO AL 2 O 3 ZrO 2 REFORÇADA COM ÓXIDO DE TERRA RARA PARA SISTEMA DE ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DE PETRÓLEO CRU.

REJEITO DE CAULIM DE APL DE PEGMATITO DO RN/PB UMA FONTE PROMISSORA PARA CERÂMICA BRANCA. Lídia D. A. de Sousa

PRODUÇÃO DE ZEÓLITAS A PARTIR DE CAULIM EM SISTEMA AGITADO COM AQUECIMENTO A VAPOR EM ESCALA SEMI-PILOTO

Bauxitas refratárias : Composição química, fases e propriedades Parte II. (Refractory bauxites: Chemical composition, phases and properties - Part II)

Matérias-primas usadas no processamento de materiais cerâmicos

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA II (EM307) 2º Semestre 2005/ Materiais Cerâmicos

SÍNTESE DE BIODIESEL UTILIZANDO ARGILA BENTONÍTICA NATURAL E IMPREGNADA COMO CATALISADOR

ALUMINA COM ADIÇÕES DE NIÓBIA, SÍLICA E MAGNÉSIA PARA PROTEÇÃO BALÍSTICA*

INTERCONECTORES PARA APLICAÇÕES EM SOFC

REJEITO DE CAULIM DE APL DE PEGMATITO DO RN/PB UMA FONTE PROMISSORA PARA CERÂMICA BRANCA

1º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense SICT-Sul ISSN

UTILIZAÇÃO DA ARGILA E DA CINZA DE CANDIOTA EM REFRATÁRIOS DENSOS

UTILIZAÇÃO DE REJEITO DE COBRE, CINZA E CARVÃO NA FABRICAÇÃO DE CERÂMICA ESTRUTURAL

CERÂMICAS: definições e classificação

Requisitos de materiais para alta temperatura. A.S.D Oliveira

Propriedades termo-mecânicas de concretos refratários ligados por sílica coloidal

Preparação de compósitos alumina-mulita de baixo custo via sinterização reativa entre uma argila caulinítica da Paraíba e hidróxido de alumínio

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA DE CAULIM DO ESPÍRITO SANTO VISANDO APLICAÇÃO INDUSTRIAL

Universidade Estadual de Ponta Grossa PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DIVISÃO DE ENSINO

SINTERIZAÇÃO DE CERÂMICAS POROSAS À BASE DE MULITA PARA USO EM ALTAS TEMPERATURAS. V. L. Arantes, Lucíola L. de Sousa, R. Salomão

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

Benefícios do Uso de Feldspato Sódico em Massa de Porcelanato Técnico

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA DILATAÇÃO-RETRAÇÃO E DENSIFICAÇÃO DA MULITA EM FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DO ÓXIDO DE FERRO

Processamento de materiais cerâmicos Preparo de massas cerâmicas

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA II (EM307) 2º Semestre 2005/ Materiais para Ferramentas

Sumário. 1 Concreto como um Material Estrutural 1. 2 Cimento 8

ESTUDO DE COMPOSTOS INTERMETÁLICOS DE Au Al, OBTIDOS POR DIFUSÃO NO ESTADO SÓLIDO, USANDO A MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)

(Calcium aluminate cement and its effects on in-situ spinel containing magnesia refractory castables)

Transcrição:

3572 AVALIAÇÃO DA MICROSSÍLICA NA RESISTÊNCIA AO CHOQUE TÉRMICO DE ALUMINA COM 5% DE ZIRCÔNIA* Camila Valentina Ribeiro Portilho 1 Elton Douglas Heriger Pereira 2 Adrieli Oliveira da Silva 3 Thales Lima da Silva 4 Elias Fagury- Neto 5 Adriano Alves Rabelo 7 Resumo O processo siderúrgico necessita de tijolos refratários resistentes ao choque térmico em virtude das inúmeras solicitações térmicas, além de solicitações mecânicas e químicas. Refratários C exibem excelentes propriedades tecnológicas e boa resistência ao ataque de escórias, embora sua resistência ao choque térmico seja limitada, sendo utilizados em válvulas siderúrgicas. Este trabalho visa analisar refratários Al2O3-ZrO2 com adições de microssílica, que pode melhorar eminentemente sua resistência ao choque térmico, pelo fato da microssílica apresentar uma eficácia no empacotamento da massa após mistura e ainda pela possível formação de mulita in situ através da reação com alumina. A possibilidade de formação de mulita in situ proporciona superior resistência à fluência e excelente resistência ao dano por choque térmico. Utilizou-se alumina, 5% de zircônia monoclínica e teores de 15, 25, 35 e 50%.p de microssílica. Os corpos de prova foram prensados a 7 toneladas, sinterizados a 1600 C/2h e caracterizados quanto a resistência ao choque térmico, propriedades tecnológicas pelo método de Arquimedes, resistência à flexão á temperatura ambiente, análise microestrutural utilizando microscopia eletrônica de varredura e análise mineralógica através de difração de raios x. Palavras-chave: Mulita; Microssílica; Choque térmico. MICROSSILICA EVALUATION IN RESISTANCE TO ALUMINUM THERMAL SHOCK WITH 5% OF ZIRCONIA Abstract The steel process requires refractory bricks resistant to thermal shock due to the numerous thermal demands, as well as mechanical and chemical stresses. C refractories exhibit excellent technological properties and good resistance to slag attack, although their resistance to thermal shock is limited, being used in steel valves. This work aims to analyze Al2O3-ZrO2 refractories with microsilica additions, which can eminently improve their resistance to thermal shock, because the microsilica has an efficacy in the packaging of the mass after mixing and also for the possible formation of in situ mullite through the reaction with alumina. The possibility of in situ mullite formation provides superior creep resistance and excellent resistance to thermal shock damage. Alumina, 5% monoclinic zirconia, and contents of 15, 25, 35 and 50%.span of microsilica were used. The specimens were pressed at 7 tons, sintered at 1600 C / 2 h and characterized as resistance to thermal shock, technological properties by the Archimedes method, flexural strength at room temperature, microstructural analysis using scanning electron microscopy and mineralogical analysis Through diffraction of x rays. Keywords: Mulita; Microsilica; Thermal shock. 1 Engenharia de Materiais, graduanda, bolsista PIBic-FAPESPA, Instituo de Geociências e Engenharias, Unifesspa, Marabá, Pará, Brasil. 2 Engenharia de Materiais, graduando, bolsista PIBic-CNPq, Instituto de Geociências e Engenharias, Unifesspa, Marabá,Pará, Brasil. * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3573 3 Engenharia de Materiais, graduanda, bolsista PIBic--CNPq, Instituto de Geociências e Engenharias, Unifesspa, Marabá, Pará Brasil. 4 Engenharia de Materiais, graduando, Aluno Voluntário de Iniciação Cientifica, Instituto de Geociências e Engenharias, Unifesspa, Marabá, Pará, Brasil. 5 Engenheiro Químico, Doutor, Pró Reitor de Ensino de Graduação, Instituo de Geociências e Engenharias, Unifesspa, Marabá, Pará, Brasil. 6 Engenheiro de Materiais, Doutor, Diretor Adjunto do Instituto de Geociências e Engenharias, Instituto de Geociências e Engenharias, Unifesspa, Marabá, Pará, Brasil.. * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3574 1 INTRODUÇÃO Entre os diversos segmentos industriais, a siderurgia tem sido o principal consumidor de refratários. Estudando-se a demanda de refratários por esse setor, verifica-se que as mudanças nos processos siderúrgicos influenciaram o perfil da demanda desses produtos. A tendência observada passou a ser para refratários de melhor qualidade, exigindo-se maior conteúdo tecnológico. Nesse contexto, o projeto da microestrutura tem um papel relevante. Material refratário é definido como sendo um material cerâmico, natural ou artificial, conformado ou não, geralmente não metálico, que retém a forma física e a identidade química quando submetido a altas temperaturas [1,2]. A alumina é um dos materiais cerâmicos mais utilizados como refratário estrutural para a siderurgia. Entre suas propriedades estão alta refratariedade, dureza, resistência ao ataque químico, alta resistência em altas e baixas temperaturas e rigidez dielétrica, módulo de elasticidade e condutividade térmica superior à maioria dos óxidos cerâmicos [1]. Contudo, algumas propriedades, tais como tenacidade à fratura baixa, microestruturas grosseiras e resistência à flexão baixa, limitam sua gama de aplicações estruturais, mas não chegam a ser problemas para aplicação como refratário. Assim, a alumina mantém-se na liderança da indústria de cerâmicas avançadas, devido ao seu custo moderado, sua versatilidade e comprovado desempenho. Como alternativa para as limitações do uso da alumina foi-se elaborada juntamente com a adição da microssílica, uma nova fase que conseguisse sanar essas limitações, que é a fase mulita. Refratários do sistema Al2O3-ZrO2 apresentam excelentes propriedades, a ZrO2 quando adicionada melhora eminentemente as propriedades citadas acima, principalmente no que tange a tenacidade a fratura. Embora esse refratário apresente excelentes propriedades tecnológicas quando comparados aos de alumina, esses sofrem certas limitações devido apresentarem uma baixa resistência ao choque térmico. No entanto, sabe-se que a adição de microssílica ao refratário Al2O3-ZrO2 resulta em uma melhoria significativa de suas propriedades tecnológicas, pois a sílica tem menor ponto de fusão em relação à alumina, podendo, com isso, haver formação de fase vítrea. Tal fase tende melhorar a densificação através de sinterização em fase líquida, bem como conferir aumento da resistência mecânica desses materiais [5,6] Mulita é uma fase cristalina comumente utilizada em cerâmicas refratárias por apresentar excelentes propriedades tais como: elevada refratariedade e alto módulo de ruptura, boa resistência ao choque térmico, a erosão e ao ataque químico. A reação de mulitização ocorre pelo mecanismo de nucleação e crescimento. Com o aumento da temperatura, inicia-se a interdifusão dos íons nas interfaces entre as partículas de alumina e sílica. Majoritariamente os íons provenientes da alumina se difundem para o interior das partículas de sílica, formando um líquido silicoaluminoso [7-9]. Aumentando-se ainda mais a temperatura, a difusão dos íons prossegue e o líquido se enriquece gradativamente em íons alumínio até as quantidades dos íons silício e alumínio atingirem a proporção estequiométrica da fase. Inicia-se assim a nucleação da mulita, seguida pelo seu crescimento que ocorre por difusão e precipitação. Dentre os refratários especiais que têm sido desenvolvidos para atender ás solicitações severas na siderurgia, destacam-se os refratários de alta alumina ligado a carbono com adição de agregado eletrofundido de mulita-zircônia utilizados para a confecção das placas de válvula gaveta [10]. O intuito de se utilizar o agregado * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3575 mulita-zircônia substituindo uma parte da fração grossa da alumina é o de promover uma maior interação da trinca com a microestrutura do material, uma vez que a adição de partículas finas de zircônia não surtem o efeito de tenacificação por microtrincamento em refratários, pois esses materiais já possuem uma microestrutura altamente microtrincada ou porosa. O agregado de alumina eletrofundida também age da mesma forma, pois se trata de uma característica física do agregado. Deste modo, neste trabalho adicionou-se teores variados de microssilica ao refratário do sistema Al2O3-ZrO2, no intuito de melhorar propriedades mecânicas, tecnológicas, bem como a resistência ao choque térmico. Além de microssílica, inseriu-se também agregado de alumina eletrofundida, com objetivo de aumentar a resistência à propagação de trincas, pois sabe-se que a inserção de uma segunda fase ao material parece ser o método mais eficiente. [11] 2 MATERIAIS E MÉTODOS As matérias-primas empregadas foram: alumina calcinada com pureza (APC-G, Alcoa, Brasil), zircônia monoclínica, mircrossílica e agregado de alumina eletrofundida. Todas com grau de pureza superior a 99%. Os pós foram moídos em recipiente de polietileno no moinho de jarros por 3 h em suspensão de álcool isopropílico, para melhor homogeneização, utilizando-se 1,0% do ligante PVB (Butvar B-98) e 0,5% do lubrificante ácido oléico. Tabela 1. Formulações dos corpos de prova utilizadas ID Al2O3(%) ZrO2(%) SiO2(%) Agregado(%) F0-SM 75 5-20 F1-M 60 5 15 20 F2-M 50 5 25 20 F3-M 40 5 35 20 F4-M 25 5 50 20 As composições foram secas, peneiradas em peneiras de abertura de 100 mesh, proporcionadas, e em seguida conformados em amostras de 60 x 20 x 6 mm por prensagem uniaxial a 7 tn de tensão. Foram confeccionados 5 corpos de prova para cada composição e os mesmos foram secos em estufa por 24h a 105 C. Posteriormente seguiu-se com calcinação a 300 C por 2h, e sinterização a 1600 C por 2 h com taxa de aquecimento de 10 C/min. As amostras obtidas foram caracterizadas por medidas de densidade aparente, retração linear de queima, porosidade aparente e absorção de água utilizando-se o método de Arquimedes. Foi feito ensaio de choque térmico à 1000 C, afim de verificar a resistência com a adição da microssílica. A resistência mecânica foi medida por ensaio de Módulo de Ruptura à Flexão (MoR), realizado no laboratório de metalografia e tratamento térmico da Universidade Federal do Pará, campus Tucuruí. Amostras de cada composição foram selecionadas para análise micrográfica por microscopia eletrônica * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3576 de varredura (MEV). Também foram colhidas amostras para realização de análise por difração de raios-x. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Propriedades Tecnológicas Os resultados obtidos através do ensaio de Arquimedes estão expressos na Tabela 2. Estes demonstram as propriedades tecnológicas de Absorção de Água (AA), Porosidade Aparente (PA) e Densidade Aparente (DA) e retração linear de queima (RLQ). Os dados tabelados são médias obtidas após tratamento estatístico dos resultados individuais dos corpos de prova submetidos à sinterização nas diferentes temperaturas. Tabela 2. Resultados obtidos após sinterização e propriedades tecnológicas Teor de SiO2 AA(%) PA (%) DA (g/cm 3 ) RLQ (%) 0%(F0) 6,06 18,92 3,33 4,45 15%(F1) 12,73 30,34 2,69 0,86 25%(F2) 13,64 29,94 2,50 0,73 35%(F3) 9,89 22,06 2,45 2,06 50%(F4) 0,65 1,68 2,61 12,53 Em uma análise dos resultados obtidos, é necessária uma atenção especial para a formulação F0 e F4, essas formulações chamam a atenção devido uma diminuição significativa nos teores de absorção de água e de porosidade aparente, quando comparados os resultados das outras formulações. A formulação F1 que não possui adição de Microssilica, as fases predominantes deste tipo de refratário são Coríndon e Zircônia monoclínica, que quando sinterizados a 1600 C formam um compósito de alta densificação e elevada resistência à fratura, isso é atribuído devido a formação de microtrincamento das partículas na matriz e o mecanismo de reforço de partículas devido a Zircônia se depositar nos pontos triplos dos grãos. Já na formulação F4 temos uma grande formação de fase vítrea, onde essa fase vítrea durante a sinterização se tornou fase liquida o que acarretou em uma sinterização na presença de liquido, que torna a densificação do refratário ainda melhor, isso explica valores tão baixos de AA, além de que a PA é diretamente influenciada quando se tem presença de fase liquida na sinterização, onde que nestes casos a porosidade é reduzida drasticamente. Como nesta formulação houve uma maior quantidade de fase mulita formada, teve o aumento da interligação entre os grãos, tanto maiores quanto menores, o que ocasionou uma microestrutura mais coesa, de menor porosidade e densidades. A incorporação de Microssilica na composição do refratário, F1 e F2 resultou em uma diminuição nas propriedades tecnológicas, isso pode ser explicado por uma competição entre as partículas de Zircônia e Partículas microssílica nos espaços vazios, como a formação de fase vítrea foi pouca há uma possibilidade das partículas não se arranjarem além que na presença de pouca ou nenhuma formação de fase vítrea se têm uma microestrutura bimodal, onde que as partículas se concentram em determinados pontos da microestrutura. * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3577 Cabe destacar o que diz Magliano [13], sobre a possível influência de impurezas para a formação de mulita na sinterização. Segundo o autor, a presença de impurezas, de um modo geral, reduz a temperatura de formação do líquido silicoso metaestável e diminui sua viscosidade favorecendo a mulitização. A quantidade e o tipo de impurezas influenciam no formato dos cristais de mulita obtidos. Então, por essa afirmação, não pode-se descartar a hipótese de que as impurezas oriundas dos agregados de alumina e alumina eletrofundida tenham colaborado para a mulitização com baixas proporções de sílica e baixa temperatura, isso pode explicar as anomalias que ocorreram em F1 e F2. Com a variação das formulações percebe-se que as propriedades tecnológicas melhoraram gradativamente para praticamente todos os casos. F3 à 1600 ºC obteve uma porosidade de 22,06%, um resultado significativo se levarmos em consideração o tipo de aplicação do refratário. Deve-se ressaltar que, os poros encontrados na microestrutura são poros considerados pequenos e bem distribuídos na microestrutura o que melhora ainda mais as propriedades térmicas destes além de estes se enquadrarem no tipo de refratário de baixa porosidade que possuem melhor resistência ao ataque químico, à corrosão, à penetração de gases, escórias, metal líquido e erosão, levando este tipo de refratário um forte candidato para revestimento de panelas siderúrgicas usadas na Aciária 3.2 Resistência ao Choque Térmico e a Flexão No que diz respeito ao ensaio de choque térmico percebeu-se que a adição de microssílica desde pequenas quantidades foi benéfica, de 15 corpos de provas ensaiados, apenas 1 corpo de prova da formulação 0, formulação esta sem microssílica, apresentou falha catastrófica, comprovando assim o aumento da resistência ao choque térmico com a formação da fase mulita.. Figura 1. Resultados para MoR em 3 pontos com e sem choque térmico. A figura 01 demonstra a comparação entre formulações com e sem o choque térmico em relação à resistência mecânica, a partir dos ensaios de flexão em 3 pontos. * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3578 Analisando a figura acima pode-se inferir que a mesma está condizente com a literatura, pois pode-se ver uma diminuição do módulo de ruptura nos corpos de prova após o choque térmico, demonstrando contudo um aumento na resistência com o aumento do teor de microssílica. Tal aumento é explicado pelo fato de que há a formação da fase mulita com a adição de microssílica, tal fase é responsável pelo aumento da resistência mecânica, bem como da resistência ao choque térmico. Nota-se na figura 02 o aumento da resistência mecânica com a adição de microssílica, onde para a formulação 0 (Figura 2.b) que passou pelo choque térmico, se tinha um módulo de ruptura de 3,83, já para a formulação 3 (Figura 2.a), que foi a que apresentou um maior módulo de ruptura, teve-se uma resistência de cerca de 13,15, ou seja, se teve um aumento de mais de 3 vezes de resistência mecânica. Tal fato confirma a importância da microssílica, pois a mesma promove uma maior coesão entre as partículas de alumina e possibilita o ganho na resistência mecânica mesmo com uma porosidade relativamente alta. (a) (b) Figura 2. Resultados para MoR em 3 pontos com e sem adição de microssílica. 3.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3579 Figura 3. (a) Visão geral da superfície, com empacotamento das partículas e aglomerado formado em F0; (b) Porosidade na matriz. A análise da figura 03, oriunda do microscópio eletrônico de varredura (MEV) da amostra sem microssílica, revela uma microestrutura sem contornos de grãos de fácil identificação, mostrando-se como uma superfície de granulometria grosseira (A). Na figura B pode-se ver claramente zircônia dispersas na estrutura, o que significa que não houve formação de solução sólida entre os componentes, na figura 04 pode-se observar pontos de segregação da mesma na formulação. Figura 4. Pontos de Segregação de zircônia na F1. * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3580 Figura 5. (a) Agregado de Alumina Eletrofundida na F1; (b)porosidade na matriz. Na figura 5 nota-se o agregado de alumina eletrofundida, onde percebe-se claramente a falta de interação do mesmo com a matriz, onde esta falta de interação pode ser oriunda da competição entre fase mulita presente na matriz e alumina presente no agregado. Percebe-se também vários pontos de segregação de zircônia, inclusive no agregado (A). Na figura B é notório uma microestrutura com porosidade, esta pode ter sido proveniente de formação de aglomerados durante o processamento, bem como uma secagem não adequada, o que pode ter ocasionado uma sinterização não eficaz. Figura 6. (a) Fase vítrea formada a partir da microssílica em F3; (b) Resultado da análise por EDS para F3. Acima tem-se a formação da fase mulita (a), nota-se que os grãos da microestrutura estão envolvidos por essa fase, percebe-se também uma dispersão * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3581 homogênea da Zircônia além da quantidade pequena de poros. Como já falado, a formação de fase vítrea aumenta o desempenho sobremaneira dos corpos refratários. A análise por energia dispersiva (EDS) nessa região corroborou com os resultados obtidos, apontando a presença de Si no ponto averiguado, conforme os picos da Figura 6.b. 3.4 Difração de Raios X Os difratogramas resultantes das análises em raios x demonstraram a presença das fases de interesse para o presente trabalho, principalmente da mulita. A figura 7 apresenta a composição dos difratogramas das formulações 0, 1, 2,3 e 4. Figura 7. Difratogramas a 1600 C para F1, F2, F3 e F4. C refere-se a alumina ( coríndon), Z à zircônia, M à mulita, CT à cristobalita e ZO ao zircão. Como era de se prever houve a formação de alumina, na forma de coríndon, e zircônia, para a formulação 0. A partir da formulação 1 nota-se a incidência de picos da fase mulita, percebe-se que com o aumento no teor de microssílica houve pouca modificação nestes picos. A partir de F1 percebe-se a predominância de picos de mulita, sendo que em F3 observa-se o aparecimento de picos de zircão, mineral onde geralmente se obtém a zircônia. Estes picos podem ter acarretado a não identificação de alguns picos nas formulações 3 e 4. Observa-se também nestas formulações o aparecimento de cristobalita, polimorfo metaestável da sílica, este é resultante da alta temperatura de sinterização. * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3582 4 CONCLUSÃO Em suma pode-se inferir que a análise dos refratários estudados revelou microestruturas compostas de α-alumina, mulita e cristobalita, todas de alta refratariedade. Também destaca-se a presença da zircônia monoclínica, responsável pelas microtrincas que podem ser apontadas como o principal mecanismo de tenacificação. Observou-se que a concentração de mulita foi mais apreciável nas formulações com maior teor de microssílica. A formação da mulita nos refratários deste trabalho foi determinante para bons resultados quanto à resistência mecânica e resistência ao choque térmico, devido muito a sua baixa condutividade térmica e baixo coeficiente de expansão térmica. Vale ressaltar que a presença do agregado de alumina foi prejudicial ao refratário, devido a sua granulometria grosseira. Observou-se que o mesmo apresentou uma microestrutura com falta de ligação entre matriz fina e os grandes grãos do agregado. O fato do mesmo ser de alumina pode ter gerado uma competição entre a matriz, o que ocasiona a formação de trincas, acarretando assim uma diminuição nas propriedades mecânicas do mesmo. Agradecimentos O presente trabalho foi realizado com o apoio da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará e PIBIC/FAPESPA. REFERÊNCIAS [1] MELO, F.C.L. Conjugados cerâmicos obtidos a partir da sinterização reativa entre zirconita e alumina. 1989, 82p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) Universidade Federal de São Carlos- UFSCar, São Carlos. [2] SAKO, E.Y.; PANDOLFELLI, V.C. A relação entre a corrosão e a microestrutura: a chave para o desenvolvimento de concretos refratários espinelizados de alto desempenho. Cerâmica, v. 60, p. 127-143, 2014. [3] LEE, W.E. et al. Castable refractory concretes. International Materials Reviews, v. 46, n. 3, p. 145-167, 2001. [4] GONÇALVES, L.R.G. Erosimetria a quente: equipamento, adequações e correlações dos valores obtidos com as propriedades de concretos refratários. Dissertação (Mestrado) - Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas. Universidade Federal de São Carlos UFSCar, São Carlos 2011. 124p. [5] FERRARI, C.R.; RODRIGUES, J.A. Refratários de alumina contendo agregado de mulita-zircônia: aspectos microestruturais. Cerâmica, v. 46, n. 298, 2000. [6] MARINHO, A.R.O.; RABELO, A.A. Avaliação das propriedades tecnológicas de refratários dos sistemas sistemas alumina-zircônia e alumina-zircôniasílica. 21º Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, Cuiabá, 2014. [7] S. H. Risbud, J. A. Pask, SiO2-Al2O3, Metastable Phase Equilibrium Diagram without Mullite, J. Mater. Sci. 13 (1978) 2449-2454. [8] Y. Sung, Determination of Interdifusion Coefficient of Mullite Formation Reaction via Kinetics Analysis, J. Mater. Sci. Lett. 20 (2001) 1433-1434. [9] M. Schneider, K. Okada, J. A. Pask, Mullite and Mullite Ceramics, John Wiley & Sons, Nova York, EUA (1994) 83-145. * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro

3583 [10] Z. Xiangchong, S. Gengchen and L. Xinyu, High Temperature Properties of Carbon-Bonded Corundum-Mullite-Zirconia Materials, In: UNICENTER, 1, 1989, USA. Proceedings. USA: American Ceramic Society, (1989)1803-1813. [11] FERREIRA, L.L.H.C. Desenvolvimento de agregados eletrofundidos para utilização em refratários para a zona de queima de fornos de cimento. Tese (Doutorado) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, IPEN/USP, São Paulo, 2006. 192p. [12] RODRIGUES J. A.PERET C. M.,PANDOLFELLI V. C. Avaliação dos parâmetros de choque térmico em alta temperatura de refratários. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CERÂMICA, 44, São Pedro, 2000. Anais. São Pedro-SP: Associação Brasileira de Cerâmica, 2000. p.1-3. [13] MAGLIANO, M.V.M.; PANDOLFELLI, V. C. Mulitização em refratários utilizando diferentes fontes precursoras - revisão. Cerâmica, v. 56, p. 368-375, 2010. * Contribuição técnica ao Internacional e ao 17º ENEMET - Encontro