Avaliação da produtividade de genótipos de melão nas condições do Submédio do Vale do São Francisco

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Transcrição:

Avaliação da produtividade de genótipos de melão nas condições do Submédio do Vale do São Francisco Adila Suelen da Silva Martins 1 ; Jony Eishi Yuri 2 ; Geraldo Milanez de Resende 3 ; Nivaldo Duarte Costa 4 ; Alessandra Monteiro Mendes 5 Resumo O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o comportamento de genótipos de melão (Cucumis melo L.) dos tipos amarelo e pele de sapo, nas condições do Submédio do Vale do São Francisco. O experimento foi realizado no Campo Experimental de Bebedouro (Embrapa Semiárido), em Petrolina, PE entre os meses de setembro e novembro de 2017. Foram avaliados 11 genótipos de melão amarelo (Eldorado, Xavantes, SF594, Louro, Gladial, BRS Anton, Canarian, Araguaia, ES160371.04/3, ES15.0295.01 e ES15.0271.17) e cinco genótipos de melão do tipo pele de sapo (Finura, Medelin, Sancho, BRS Açu e SV5845MP). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. Para o melão amarelo, a produtividade total, entre os materiais mais produtivos apresentaram valores entre 73,1 t ha -1 e 86,3 t ha -1. No melão pele de sapo observou-se que, com exceção do número de frutos por planta, as demais apresentaram efeitos signifi cativos entre os genótipos. Os genótipos de melão amarelo, Araguaia, ES160371.04/3 e Canarian são os mais indicados para o cultivo nas condições do Submédio do Vale do São Francisco. Quanto ao melão pele de sapo, os genótipos mais indicados são SV5845MP, BRS Açu, Sancho e Medelin para essas mesmas condições e época de cultivo. Palavras-chave: Cucumis melo L., competição, Semiárido. 1 Estudante de Ciências Biológicas UPE, estagiária da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 2 Engenheiro-agrônomo, D.Sc. em Fitotecnia, pesquisador da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE, jony.yuri@embrapa.br. 3 Engenheiro agrônomo, D.Sc. Em Fitotecnia, pesquisador da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 4 Engenheiro-agrônomo, M.Sc. Em Fitotecnia, pesquisador da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 5 Engenheira-agrônoma, D.Sc. em Solos e Nutrição de Palntas, pesquisadora da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE.

136 Anais da XIII Jornada de Iniciação Científi ca da Embrapa Semiárido Introdução O melão é uma das frutas mais apreciadas e de grande popularidade no mundo. Nas últimas décadas, o agronegócio envolvendo o melão se expandiu no Brasil, a ponto de ser considerada a fruta mais exportada. De acordo com o Anuário Brasileiro de Fruticultura (2017), a área plantada com a cultura no ano de 2015 foi de 20,8 mil hectares, que proporcionou volume de colheita de 521,6 mil toneladas. Em Pernambuco e na Bahia, a produção concentra-se no Submédio do Vale do São Francisco (IBGE, 2012). Existem diferentes tipos de melões, entretanto, no País, o destaque fi ca por conta do tipo amarelo, que tem sido o mais produzido e consumido por causa das suas características quanto ao sabor e a capacidade de transporte. Entretanto, vale também destacar o melão do tipo pele de sapo, muito produzido, especifi camente destinado ao mercado europeu (Costa, 2017). No processo de produção, a escolha correta da cultivar é um dos fatores primordiais para o êxito da cultura. Nesse contexto, destaca-se a importância dos trabalhos de pesquisa nas condições locais avaliando-se os novos genótipos que são desenvolvidos e comparando-os com os materiais tradicionalmente cultivados na região. Este trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento de genótipos de melão dos tipos amarelo e pele de sapo nas condições do Submédio do Vale do são Francisco. Material e Métodos O experimento foi realizado no Campo Experimental de Bebedouro, pertencente à Embrapa Semiárido, em Petrolina, PE (latitude 9 8 8,9 S, longitude 40 18 33,6 O, altitude 365,5 m). O trabalho foi realizado entre os meses de setembro e novembro de 2017. Foram avaliados 11 genótipos de melão amarelo (Eldorado, Xavantes, SF594, Louro, Gladial, BRS Anton, Canarian, Araguaia, ES160371.04/3, ES15.0295.01 e ES15.0271.17) e cinco genótipos de melão do tipo pele de sapo (Finura, Medelin, Sancho, BRS Açu e SV5845MP). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. A parcela foi constituída por uma linha de sete plantas, considerando-se como parcela útil as cinco plantas centrais. A área foi previamente preparada por meio de aração e gradagem com o objetivo de melhorar a estrutura do solo e facilitar o pegamento das mudas. Adotou-se o espaçamento entre linhas de 2 m e entre plantas de 0,3 m.

DOCUMENTOS 283 137 A parcela total foi constituída por uma linha de plantio contendo sete plantas (2,1 m), sendo consideradas úteis as cinco centrais. Entre cada parcela foi deixada uma distância de 0,6 m. Assim, o comprimento total da linha de plantio foi de 29,1 m e 12,9 m, respectivamente, para o melão amarelo e pele de sapo. De modo semelhante, para ambos, foram instaladas quatro linhas de plantio (repetições), além de mais duas linhas, uma em cada lateral, servindo como bordadura. As mudas foram produzidas em bandejas de isopor contendo 200 células e preenchidas com substrato comercial, sendo a data de semeadura o dia 4 de setembro de 2017. As mesmas foram conduzidas em casa de vegetação por um período de 10 dias. O transplantio foi realizado no dia 14 de novembro de 2017. Durante a condução da cultura, foram realizados controles fi tossanitários e de pragas. As plantas daninhas que surgiram foram eliminadas por meio de capinas manuais. A colheita dos frutos foi iniciada quando estas se apresentaram em estádio adequado de maturação. O melão amarelo foi colhido com 70 dias após semeadura e o melão pele de sapo com 77 dias. Foram avaliados o número de frutos por planta, a massa fresca de fruto, além da produtividade total e comercial de frutos. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (teste F a 5% de probabilidade). Verifi cada diferença signifi cativa entre os tratamentos, as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a de 5% de probabilidade, utilizando-se o programa SISVAR 4.0. Resultados e Discussão No melão do tipo amarelo, todas as características avaliadas apresentaram, na análise de variância, efeitos signifi cativos a 5% (Tabela 1). A produtividade total variou de 57,7 t ha -1 a 86,3 t ha -1, sendo os genótipos separados em dois grupos. Os materiais mais produtivos apresentaram valores entre 73,1 t ha -1 e 86,3 t ha -1. Vale destacar neste grupo, os genótipos Araguaia, ES160371.04/3 e BRS Anton, desenvolvidos pela Embrapa. Quanto à produtividade comercial, para essa característica, verifi cou-se que os genótipos Araguaia (77,6 t ha -1 ), ES160371.04/3 (76,5 t ha -1 ) e Canarian (72,6 t ha -1 ) foram estatisticamente diferenciados dos demais, sendo superiores em termos produtivos (Tabela 1).

138 Anais da XIII Jornada de Iniciação Científi ca da Embrapa Semiárido Tabela 1. Produtividade total e comercial, massa fresca de fruto e número de fruto por planta de melão (Cucumis melo L.) do tipo amarelo nas condições do Submédio do Vale do São Francisco. Genótipo Produtividade (t ha -1 ) Total Comercial Massa fresca de fruto (kg) Número de frutos/planta Araguaia 86,3 a 77,6 a 1,76 c 2,70 a ES160371.04/3 80,8 a 76,5 a 1,98 c 2,33 a BRS Anton 80,7 a 69,9 b 1,98 c 2,12 a Canarian 79,4 a 72,6 a 1,80 c 2,45 a SF594 74,8 a 63,2 b 1,54 c 2,45 a ES15.0295.01 74,0 a 70,3 b 2,82 a 1,50 b Gladial 73,1 a 66,7 b 2,20 b 1,91 b Louro 69,3 b 64,7 b 2,26 b 1,70 b ES15.0271.17 62,2 b 55,7 c 1,74 c 1,91 b Xavante 60,7 b 52,8 c 1,70 c 1,87 b Eldorado 57,7 b 52,5 c 1,95 c 1,62 b CV (%) 10,0 9,5 11,7 13,0 Médias seguidas de mesma letra minúscula em cada coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. Esses resultados foram bem superiores aos apresentados por Santos et al. (2011) que, nas condições do município de Paulista, PB, obtiveram produtividades total e comercial máximas de 43,9 t ha -1 e 42,6 t ha -1, respectivamente. A diferença alcançada, provavelmente, está relacionada, sobretudo, com o manejo de cultivo e as tecnologias adotadas. Quanto à massa fresca de fruto, foi destaque o genótipo ES15.0295.01, com média de 2,82 kg fruto -1, sendo estatisticamente superior aos demais. Para os materiais que apresentaram as melhores produtividades comerciais, a massa fresca de fruto encontrada foi de 1,76 kg fruto -1 (Araguaia), 1,80 kg fruto -1 (Canarian) e 1,98 kg fruto -1 (ES160371.04/3). Em relação ao número de frutos por planta, os genótipos com as maiores produtividades foram os que também apresentaram maiores valores. Foram observadas médias entre 2,3 e 2,7 frutos por planta. Pela análise de variância das características avaliadas do melão do tipo pele de sapo, observou-se que, com exceção do número de frutos por planta, as demais apresentaram efeitos signifi cativos entre os genótipos. Em termos de produtividade total, os genótipos SV5845MP, BRS Açu, Sancho e Medelin foram estatisticamente superiores, com produtividades variando de 82,0 t ha -1 a 91,8 t ha -1. Resultado semelhante foi observado também na produtividade comercial. Esses mesmos genótipos apresentaram médias variando de 75,7 t ha -1 a 86,9 t ha -1 (Tabela 2).

DOCUMENTOS 283 139 Tabela 2. Produtividade total e comercial, massa fresca de fruto e número de fruto por planta de melão (Cucumis melo L.) do tipo pele de sapo nas condições do Submédio do Vale do São Francisco. Genótipo Produtividade (t ha -1 ) Total Comercial Massa fresca de fruto (kg) Número de frutos/planta SV5845MP 91,8 a 86,9 a 3,20 a 1,62 a BRS Açu 83,1 a 79,7 a 2,68 b 1,83 a Sancho 82,8 a 75,8 a 2,27 b 2,00 a Medelin 82,0 a 75,7 a 2,52 b 1,79 a Finura 68,9 b 63,0 b 2,28 b 1,66 a CV (%) 12,1 11,3 8,8 12,3 Médias seguidas de mesma letra minúscula, em cada coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Quanto à massa fresca de fruto, o destaque foi o genótipo SV5845MP, sendo estatisticamente superior aos demais, com média de 3,2 kg fruto -1. O número de frutos por planta não foi afetado signifi cativamente. Os valores variaram entre 1,6 e 2,0 frutos por planta. Comparando-se os resultados obtidos neste trabalho com os de Nunes et al. (2008), que avaliaram diferentes genótipos de melão do tipo pele de sapo nas condições de Mossoró, RN, observa-se que o número de frutos por planta e a massa média de fruto apresentaram valores semelhantes. No entanto, a produtividade comercial foi superior aos desses autores, que obtiveram produtividades variando de 26,0 t ha -1 a 32,9 t ha -1. Salienta-se que, em Mossoró, RN, a densidade de plantio foi menor que a adotada neste trabalho, o que leva a uma menor produtividade por área. Conclusão Os genótipos de melão do tipo amarelo, Araguaia, ES160371.04/3 e Canarian são os mais indicados para o cultivo nas condições do Submédio do Vale do São Francisco. Quanto ao melão do tipo pele de sapo, os genótipos mais indicados são SV5845MP, BRS Açu, Sancho e Medelin para essas mesmas condições de local e época de cultivo. Referências ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2017. Disponível em: <http://www.editoragazeta.com.br/sitewp/wp-content/uploads/2017/03/ PDF-Fruticultura_2017.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.

140 Anais da XIII Jornada de Iniciação Científi ca da Embrapa Semiárido COSTA, N. D. (Ed.) A cultura do melã. 3 ed. rev. e atual. Brasília, DF: Embrapa, 2017. (Coleção Plantar, 76). IBGE. Produção Agrícola Municipal: culturas temporárias e permanentes. Brasília, DF, 2012. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/66/pam_2012_v39_ br.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2017. NUNES, G. H. S.; PEREIRA, E. W. L.; SALES JUNIOR, R.; BEZERRA NETO, F.; OLIVEIRA, K. C.; MESQUITA, L. X. Produtividade e qualidade de frutos de melão pele-de-sapo em duas densidades de plantio. Horticultura Brasileira, v. 26, n. 2, p. 236-239, abr./jun. 2008. SANTOS, M. F. dos; COSTA, C. C.; OLIVEIRA, E. M. de; BARBOSA, J. W. S. Avaliação de genótipos de melão amarelo em Paulista, PB. Tecnologia e Ciência Agropecuária, v. 5, n. 1, p. 1-6, 2011.