Registro: 2016.0000764140 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1007553-80.2015.8.26.0576, da Comarca de São José do Rio Preto, em que é apelante NILCE RIBEIRO DA ROCHA (JUSTIÇA GRATUITA), é apelada SKY BRASIL SERVIÇOS LTDA. ACORDAM, em 27ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores CAMPOS PETRONI (Presidente sem voto), MOURÃO NETO E SERGIO ALFIERI., 18 de outubro de 2016 DAISE FAJARDO NOGUEIRA JACOT RELATOR Assinatura Eletrônica
VOTO Nº : 9.691 APELAÇÃO Nº : 1007553-80.2015.8.26.0576 COMARCA : SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 6ª VARA CÍVEL APELANTE : NILCE RIBEIRO DA ROCHA APELADA : SKY BRASIL SERVIÇOS LTDA. JUIZ : MAURICIO JOSÉ NOGUEIRA *AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. Prestação de serviços. Sky Brasil. Débito de duas faturas mensais de cobrança em conta corrente de titularidade da autora. Cobrança indevida. SENTENÇA de parcial procedência para condenar a ré a restituir para a autora as quantias cobradas indevidamente. APELAÇÃO só da autora, que insiste no pedido de indenização moral. REJEIÇÃO. Cobrança indevida incontroversa. Notícia de recebimento pela autora do valor cobrado indevidamente, com a dobra, na via administrativa. Não configuração de ofensa a direito de personalidade da autora pela ré em razão da cobrança indevida. Aborrecimento que não passou da esfera do mero dissabor, transtorno ou percalço do cotidiano. Dano moral indenizável não configurado. Arbitramento da honorária em favor da ré, pela sucumbência recursal, em R$ 500,00, ex vi do artigo 85, 11, do CPC de 2015, mas com observância da gratuidade. Sentença mantida. RECURSO NÃO PROVIDO.* Vistos. O MM. Juiz a quo julgou parcialmente procedente a Ação para condenar a ré a restituir para a autora as quantias cobradas indevidamente, com correção monetária pelos índices adotados para cálculos judiciais a contar do ajuizamento mais juros mora pela taxa de um por cento (1%) ao mês a contar da citação, arcando as partes, pela sucumbência recíproca, com o pagamento das custas e despesas processuais além dos honorários advocatícios de seus respectivos Patronos, observada a gratuidade concedida à autora (fls. 116/120). A sentença foi proferida no dia 05 de abril de 2016. Apelação nº 1007553-80.2015.8.26.0576 - São José do Rio Preto - VOTO Nº 2/7
Inconformada, apela a autora, insistindo na condenação da ré no pagamento de indenização por dano moral (fls. 125/131). Após, a ré apresentou contrarrazões, pugnando pela rejeição do Recurso (fls. 139/144) e os autos subiram para o reexame (fl. 148). É o relatório, adotado o de fls. 106/107. Conforme já relatado, o MM. Juiz a quo julgou parcialmente procedente a Ação para condenar a ré a restituir para a autora as quantias cobradas indevidamente, com correção monetária pelos índices adotados para cálculos judiciais a contar do ajuizamento mais juros mora pela taxa de um por cento (1%) ao mês a contar da citação, arcando as partes, pela sucumbência recíproca, com o pagamento das custas e despesas processuais além dos honorários advocatícios de seus respectivos Patronos, observada a gratuidade concedida à autora (fls. 116/120). Ao que se colhe dos autos, a autora, ora apelante, embora não assinante da Empresa ré, ora apelada, sofreu a cobrança das quantias de R$ 94,90 e R$65,71, entre os meses de novembro e dezembro de 2014, mediante débito automático em sua conta corrente mantida na Caixa Econômica Federal (fls. 11/12). Consta que a autora, ora apelante, tentou solução suasória com a Empresa ré, ora apelada, mas não obteve êxito. Consta ainda que ela formalizou reclamação no Procon e, durante a audiência Apelação nº 1007553-80.2015.8.26.0576 - São José do Rio Preto - VOTO Nº 3/7
designada, o preposto da Empresa ré, ora apelada, esclareceu que apresentaria uma solução para o problema em até trinta (30) dias. Consta por fim que a ré ofereceu para a autora a devolução em dobro da quantia indevidamente debitada, mas ainda assim a autora ajuizou a Ação (fls. 1/7 e 45). Apelação nº 1007553-80.2015.8.26.0576 - São José do Rio Preto - VOTO Nº 4/7
Malgrado o inconformismo da autora, ora apelante, a r. sentença apelada não comporta o pretendido reparo. Conforme se verifica dos autos, a autora, ora apelante, ajuizou a Ação no dia 09 de março de 2015, sem mencionar que havia entrado em contato com a Empresa ré, ora apelada, no dia 25 de fevereiro de 2015, ocasião em que teria recebido oferta de restituição da quantia de R$ 798,29, equivalente ao dobro do valor debitado indevidamente de sua conta bancária mantida na Caixa Econômica Federal (v. fl. 108). Ressalta-se que essa informação só chegou aos autos no dia 05 de maio de 2015, por petição protocolada pela Empresa ré, ora apelada, e a autora, ora apelante, embora intimada para manifestação a propósito, limitou-se a requerer o julgamento antecipado do feito (v. fls. 108, 109 e 114). Ocorre que, malgrado a oferta de reembolso do dobro da quantia cobrada indevidamente, pela via administrativa, o MM. Juiz a quo condenou a Empresa ré, ora apelada, a restituir de forma simples os valores indicados na petição inicial pela autora, ora apelante, e essa condenação foi cumprida de forma voluntária pela Empresa ré no dia 06 de junho de 2016 (v. fl. 137). Contudo, como apenas a autora apresentou Apelação, incabível qualquer modificação em relação a essa condenação. Como quer que seja, embora incontroversa a cobrança indevida, tem-se que o alegado dano moral indenizável não restou mesmo configurado, mormente considerando que a autora, ora apelante, Apelação nº 1007553-80.2015.8.26.0576 - São José do Rio Preto - VOTO Nº 5/7
ajuizou a Ação em causa mesmo após receber oferta de devolução em dobro do valor debitado de sua conta corrente mantida na Caixa Econômica Federal. Demais, o padecimento da autora nas tratativas levadas a efeito para reaver o desembolso com o pagamento das mencionadas cobranças não passou deveras de mero aborrecimento, transtorno ou percalço do cotidiano, sem a concretização de abalo psicológico apto a ensejar o dever de indenizar. Resta, pois, a rejeição do Recurso. A propósito, veja-se a Jurisprudência: 0000257-58.2015.8.26.0306 Relator(a): Mourão Neto Comarca: José Bonifácio Órgão julgador: 27ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 20/10/2015 Data de registro: 28/10/2015 Ementa: Consumidor. Ação de restituição dobrada cumulada com pedido de indenização por dano moral. Serviço de telefonia. Sentença de procedência em parte, que rejeitou a pretensão indenizatória. Pretensão à reforma manifestada apenas pelo autor. Inviabilidade. Autor que alega ter desaparecido o valor de R$ 40,00 (quarenta reais) do saldo do seu celular pré-pago, ao que se seguiu tentativa frustrada de solucionar a questão com a ré. Dano moral não caracterizado. Não comprovada circunstância excepcional que tenha colocado o consumidor em situação de extraordinária angústia ou humilhação. RECURSO DESPROVIDO. 0012807-91.2011.8.26.0220 Relator(a): Morais Pucci Comarca: Guaratinguetá Órgão julgador: 27ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 25/03/2014 Data de registro: 26/03/2014 Ementa: Apelação. Prestação de serviço. Telefonia. Ação declaratória c/c pedidos de obrigação de fazer e de indenização por danos morais. Alegação do autor de que embora tenha solicitado à ré, em junho de 2011, o cancelamento do serviço contratado, cobranças continuaram a ser realizadas. Revelia. Presunção de veracidade das alegações do autor. Sentença que julgou parcialmente procedente o pedido para reconhecer a resilição do contrato firmado pelas partes. Apelação do autor para que seja reconhecida a procedência do pedido de indenização por danos morais. Cobranças indevidas que se qualificam como mero dissabor. Inexistência de alegação e tampouco comprovação da inscrição de dívida em nome do autor nos cadastros de órgãos de proteção ao crédito e de cobranças abusivas que expusessem o autor à situação humilhante e lhe trouxessem excessivos transtornos. Danos morais não configurados. Pedido indenizatório não acolhido. Sentença mantida. Recurso desprovido. 0043409-80.2010.8.26.0000 Relator(a): Luiz Eurico Apelação nº 1007553-80.2015.8.26.0576 - São José do Rio Preto - VOTO Nº 6/7
Comarca: Órgão julgador: 33ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 19/03/2012 Data de registro: 19/03/2012 Ementa: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TELEFONIA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS ARTIGO 333, I, DO CPC DANO NÃO CONFIGURADO AÇÃO IMPROCEDENTE - APELAÇÃO NÃO PROVIDA Impõe-se, pois, a rejeição do Recurso, ficando mantida a r. sentença apelada pelos próprios e jurídicos fundamentos, arcando a autora com o pagamento da verba honorária em favor da ré, pela sucumbência recursal, que é arbitrada por equidade em R$ 500,00, ex vi do artigo 85, 11, do Código de Processo Civil de 2015, mas com observância da gratuidade (v. artigo 98, 3º, do Código de Processo Civil de 2015). Diante do exposto, nega-se provimento ao Recurso. DAISE FAJARDO NOGUEIRA JACOT Relatora Apelação nº 1007553-80.2015.8.26.0576 - São José do Rio Preto - VOTO Nº 7/7