Deriva dos continentes e tectónica de placas

Documentos relacionados
Conhecer os argumentos a favor da Teoria da Deriva dos Continentes. Explicar a razão pela qual a Teoria da Deriva dos Continentes não foi aceite.

WEGENER (1912) Os continentes, agora afastados, já estiveram juntos formando um único supercontinente a Pangeia rodeado por um único oceano a

WEGENER (1912) Os continentes, agora afastados, já estiveram juntos formando um único supercontinente a Pangeia rodeado por um único oceano a

Tectónica de Placas e Grandes Estruturas Geológicas. Fábio Cruz Nº10 12ºA

10º ANO - GEOLOGIA. Tectónica de Placas

TESTE DE AVALIAÇÃO HISTÓRIA DA TERRA / TECTÓNICA

Marco G E O G R A F I A ESPAÇO NATURAL EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DA TERRA

João Paulo Nardin Tavares

LITOSFERA SIMA SIAL. Litosfera (crosta): camada rochosa da Terra (até 70 km de profundidade).

5ª FICHA DE AVALIAÇÃO CIÊNCIAS NATURAIS - 7º ANO DE ESCOLARIDADE NOME Nº TURMA. Enc.Ed. Prof. Classif.

DERIVA CONTINENTAL E TECTÔNICA DE PLACAS

Colégio Santa Dorotéia

Texto complementar: Litosfera evolução Disciplina: Geografia. As esferas da Terra

A teoria da deriva dos continentes

A EVOLUÇÃO DOS CONTINENTES: TEORIAS DE MOVIMENTAÇÃO DE CROSTA E TECTÔNICA DE PLACAS

A DANÇA DOS CONTINENTES

A grande incidência da actividade sísmica em determinados locais.

Ricardo Nogueira nº19 12ºA

A Terra, um planeta em mudança

GEOLOGIA PARA ENGENHARIA CIVIL TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS

DERIVA CONTINENTAL E PLACAS TECTÔNICAS. Fonte:

Frank Press Raymond Siever John Grotzinger Thomas H. Jordan. Entendendo a Terra. 4a Edição. Cap 2: Placas Tectônicas: A Teoria Unificada

GEOLOGIA GERAL CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Estrutura geológica da Terra Dinâmica interna

Estrutura Interna da Terra. Extensivo

Estrutura da Terra e Tectônica de Placas

GRANDES ESTRUTURAS GEOLÓGICAS

Agentes formadores e modeladores do relevo. A Dinâmica interna do globo terrestre: A Estrutura interna da Terra

6ºano 3º período matutino 8 de agosto de 2014

Noções de Geologia. Prof. Msc. João Paulo Nardin Tavares

GE GRAFIA Estrutura Interna

GEOGRAFIA SÉRIE: 1º ano DERIVA CONTINENTAL Profº Luiz Gustavo Silveira

FONTES ENERGÉTICAS. Prof. Dr. Adilson Soares E- mail: Site:

Litosfera e Hidrosfera

A Teoria da Tectónica de Placas. Prof. Isaac Buzo Sánchez

A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos; Ela surge após o Big Bang, há 15 bilhões de anos;

A estrutura da Terra. Prof. Eder C. Molina IAGUSP.

23/11/2017. # Movimentos da Crosta Terrestre: # Erupções vulcânicas; # Terremotos; # Falhas geológicas. # Alfred Wegener ( ):

A TERRA E SUA FORMAÇÃO SIMULADO DE CIÊNCIAS 6º ANO - 2º BIMESTRE

ESTRUTURA INTERNA DA TERRA CROSTA

COLÉGIO 7 DE SETEMBRO DISICIPLINA DE GEOGRAFIA PROF. RONALDO LOURENÇO 1º ANO CAPÍTULO 05 ESTRUTURA GEOLÓGICA

Grandes estruturas geológicas e tectónicas de placas

GEOMORFOLOGIA E AS FORÇAS ATUANTES NA DINÂMICA DA TERRA MÓDULO 26 LIVRO 2 PÁGINAS 132 A 138

GEOLOGIA GERAL PROF. ROCHA

A ORIGEM DA TERRA CAPÍTULO 1 2º PERÍODO

Geografia Física Geral Agentes Internos. Prof. Diego Moreira

Processos Geológicos Internos -Aula 5-

Estrutura Geológica da Terra. Professora: Jordana Costa

GEOLOGIA ESTRUTURAL Introdução e Conceitos Fundamentais

GEOLOGIA. Professor: Adilson Soares E- mail: Site:

Geologia e Relevo do Brasil. Matheus Lemos

GEOLOGIA ESTRUTURAL Introdução e Conceitos Fundamentais

Deriva de placas. América. Eurasia 30 mm/ano. S.Pinker

ANÁLISE DE UM EPISÓDIO HISTÓRICO

Tectônica de Placas: A Teoria Unificadora. Fundação Carmelitana Mário Palmério - FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil

GEOLOGIA GERAL PROF. ROCHA

é a herança para os nossos filhos e netos com a sua atmosfera rica em oxigénio, permite-nos respirar com a camada de ozono, protege-nos das radiações

ACESSO AO ENSINO SUPERIOR EXAME LOCAL EXAME DE GEOLOGIA

FORMAÇÃO E ESTRUTURA DA TERRA

S O. PauloValentim 2010

DINÂMICA DA TERRA. A Geografia Levada a Sério

Bem Explicado Centro de Explicações Lda. CN 7º Ano -Deriva dos Continentes e Tectónica de placas.

DECIFRANDO A FORMAÇÃO DA TERRA

é a herança para os nossos filhos e netos com a sua atmosfera rica em oxigénio, permite-nos respirar com a camada de ozono, protege-nos das radiações

Planificação anual de Ciências Naturais 7º Ano de escolaridade

EXERCÍCIOS DE MONITORIA 2º PERÍODO - DISCURSIVAS GEOGRAFIA

A Terra. Um planeta em mudança. Escola Portuguesa do Lubango Hélder Giroto Paiva. Page 1

Evolução Geológica da Terra

Tempo Geológico. Também conhecido como tempo da natureza. É o tempo das transformações naturais que. acontecem sobre o nosso planeta, sendo por isso

Teste diagnóstico de Geologia (10.º ano)

Paulo Tumasz Junior. Geologia

O relevo e suas formas MÓDULO 12

Estudo para Geologia

ROTEIRO DA RECUPERAÇÃO 1º TRIMESTRE 6º ANO GEOGRAFIA PROF. HÉLITON DUARTE

10º ANO - GEOLOGIA A TERRA, UM PLANETA A PROTEGER

Geografia. Cartografia DINÂMICA GEOLÓGICA E AS FORMAS DA LITOSFERA. Professora: Diego Moreira Professor: Diego Moreira

PROJETO DE RECUPERAÇÃO PARALELA 1º Trimestre

Atendendo à escala do tempo geológico, e tendo em conta unidades geocronológicas, encontramos enquadrado no :

DOMÍNIO/SUBDOMÍNIO OBJETIVOS GERAIS DESCRITORES DE DESEMPENHO CONTEÚDOS

ATIVIDADE DE GEOGRAFIA PARA 8ºS ANOS - SALESIANO. Site padogeo.com Atividade Nº 16: Dinâmica interna da Terra

Professor(a): Cristiano Santana GEOLOGIA. Assunto: Estrutura interna da Terra

GEOMORFOLOGIA I. Professor: Diego Alves de Oliveira 2017

O PLANETA TERRA: ORIGEM, ESTRUTURA E DINÂMICA. Geografia Professor: André

ESCOLA SECUNDÁRIA DR. SOLANO DE ABREU ABRANTES ATIVIDADES/ ESTRATÉGIAS

Planificação de Ciências Naturais 7º ano de escolaridade

Geologia é a ciência da Terra, palavra que vem do grego: As rochas são as fontes de informações da qual a Geologia busca decifrá-las;

CONTRIBUTOS PARA O ESTUDO DO INTERIOR DA TERRA

GEOLOGIA PARA ENGENHARIA CIVIL TECTÔNICA DE PLACAS: ORIGENS

APRENDIZAGENS ESSENCIAIS GEOLOGIA 12º ANO

Escola Secundária de Valongo

Decifrar as formas. Nesta aula, vamos acompanhar o trabalho

ESCOLA FERREIRA CASTRO 13/14 PROFª SANDRA NASCIMENTO III TECTÓNICA DE PLACAS

TEMPO GEOLÓGICO O INTERIOR DA TERRA TECTÔNICA DE PLACAS

Relacionar os vários tipos de limites de placas com zonas de destruição, conservação e construção da crusta terrestre.

Paulo Tumasz Junior. Rochas (continuação)/ Geologia II

1. (Ufu) Vulcão Shinmoedake entra em erupção no Japão Fumaça é lançada a até 3 mil metros de altura.

Diagrama esquematizando as camadas que compõe a Terra. As cores são ilustrativas.

Apostila de Geografia 07 Noções de Geologia

Figura 1 Fragmentação e evolução dos continentes desde a Pangeia até à atualidade: A Pangeia à 225 milhões de anos, B Continentes na atualidade.

Transcrição:

Deriva dos continentes e tectónica de placas

Em que consiste a teoria da deriva continental? A teoria da deriva continental foi apresentada pelo cientista Alfred Wegener.

Em que consiste a teoria da deriva continental? Na Era Paleozoica todos os atuais continentes teriam estado unidos, formando um único supercontinente - a Pangeia. O gigantesco continente estaria rodeado por um único oceano, designado por Pantalassa.

Em que consiste a teoria da deriva continental? Posteriormente, na Era Mesozoica, o supercontinente Pangeia terse-á começado a fragmentar em continentes menores que, desde então, se têm vindo a deslocar até às posições que atualmente ocupam.

Em que se baseava Wegener para defender a teoria da deriva continental? Wegener fundamentou a teoria da deriva continental baseando-se em argumentos: morfológicos paleontológicos geológicos paleoclimáticos

Em que se baseava Wegener para defender a teoria da deriva continental? Argumentos morfológicos A semelhança entre as linhas de costa dos continentes, particularmente entre a América do Sul e África, sugeria, segundo Wegener, que estes dois continentes pudessem ter estado outrora ligados.

Em que se baseava Wegener para defender a teoria da deriva continental? Argumentos paleontológicos Quando estudava o registo fóssil de algumas espécies, Wegener verificou que existiam muitas semelhanças entre os fósseis distribuídos pelos diversos continentes. Atendendo a que estas espécies fossilizadas nunca poderiam atravessar os oceanos existentes entre os atuais continentes, a distribuição destes fósseis apenas se podia explicar caso os continentes tivessem estado ligados no passado.

Em que se baseava Wegener para defender a teoria da deriva continental? Argumentos geológicos Wegener constatou que existiam em diversos continentes, atualmente distanciados, rochas e estruturas geológicas idênticas e com a mesma idade.

Em que se baseava Wegener para defender a teoria da deriva continental? Argumentos paleoclimáticos Wegener também se interessou pelos vestígios dos antigos climas (paleoclimas) existentes nas rochas de vários continentes, sobretudo vestígios de glaciações.

Em que se baseava Wegener para defender a teoria da deriva continental? Argumentos paleoclimáticos Ao estudar estes vestígios de antigas glaciações, Wegener constatou que apareciam também em continentes com climas tropicais. Sugeriu então, que os continentes no passado estivessem mais próximos do Polo Sul e que depois se tivessem deslocado para as posições atuais.

Em que se baseava Wegener para defender a teoria da deriva continental? Que forças seriam capazes de fazer deslocar os continentes, constituídos por enormes massas rochosas, através da superfície terrestre? Para responder a esta questão, Wegener propôs como «motores» da deriva continental o movimento de rotação da Terra e as forças gravíticas exercidas pela Lua e pelo Sol sobre a Terra.

Em que se baseava Wegener para defender a teoria da deriva continental? A explicação de Wegener não foi convincente, uma vez que se provou que estas forças eram insuficientes para originar a deriva continental. Assim, esta teoria não foi aceite e ficou em discussão durante décadas, até que os avanços da ciência e da tecnologia levaram os cientistas a retomar as ideias de Wegener e a propor uma nova teoria a teoria da tectónica de placas.

Como surgiu a teoria da tectónica de placas? Esta teoria resultou da evolução científica e tecnológica verificada em meados do século XX, em domínios ainda desconhecidos nos tempos de Wegener: o conhecimento da morfologia dos fundos oceânicos; a datação (absoluta) das rochas dos fundos oceânicos.

Como surgiu a teoria da tectónica de placas? Morfologia dos fundos oceânicos Com a ajuda do sonar foi possível descobrir que o fundo oceânico não é completamente plano, contrariamente ao que se julgava.

Como surgiu a teoria da tectónica de placas? Morfologia dos fundos oceânicos Das formas de relevo existentes nos fundos oceânicos destacam-se: as fossas oceânicas, depressões estreitas onde o fundo marinho atinge grandes profundidades; as dorsais (ou cristas) médio-oceânicas, cadeias montanhosas submarinas. Estas dorsais, geralmente localizadas nas zonas médias dos oceanos, ao longo do seu eixo contêm vales estreitos os riftes.

Como surgiu a teoria da tectónica de placas? Datação das rochas dos fundos oceânicos As sondagens realizadas no fundo dos oceanos possibilitaram a recolha e a datação das rochas nesses locais. Estas pesquisas revelaram que as rochas dos fundos oceânicos são surpreendentemente jovens, quando comparadas com as rochas continentais. As rochas são mais recentes junto aos riftes e mais antigas à medida que nos afastamos da dorsal, para ambos os lados. Os fundos oceânicos encontram-se em expansão. Aparecimento da teoria da tectónica de placas.

Em que consiste a teoria da tectónica de placas? Esta teoria admite que a litosfera está dividida em diversos fragmentos as placas litosféricas que se deslocam uns em relação aos outros, a baixa velocidade. Apresentam uma espessura entre 70 e 100 km; São constituídas por crosta e por uma porção do manto superior. Podem ser de dois tipos: placas oceânicas: estão cobertas por um oceano e não possuem na sua superfície massas continentais; a sua crosta é basáltica (crosta oceânica); placas mistas: apresentam na sua superfície um continente e prolongam-se sob o oceano. Na zona continental a crosta é granítica (crosta continental) e no oceano é basáltica (crosta oceânica).

Em que consiste a teoria da tectónica de placas?

Em que consiste a teoria da tectónica de placas? As placas litosféricas assentam sobre uma zona do manto que se encontra parcialmente fundida: a astenosfera. Pensa-se que o movimento das placas litosféricas se deve à existência de correntes de convecção nesta região do manto.

Em que consiste a teoria da tectónica de placas?

Que tipos de limites de placas litosféricas existem? A teoria da tectónica de placas permitiu aos geólogos interpretar muitos dos fenómenos geológicos que ocorrem no nosso planeta, sobretudo nos limites das placas litosféricas. O tipo de movimento relativo existente entre as placas litosféricas permite distinguir os seguintes limites de placas litosféricas: limites divergentes; limites convergentes; limites transformantes.

Que tipos de limites de placas litosféricas existem? Limites divergentes Ocorre nos locais onde duas placas litosféricas se afastam uma da outra, ou seja, divergem. Estes locais correspondem aos riftes. Embora a maior parte dos riftes se situe nos fundos oceânicos, também existem alguns casos de riftes visíveis à superfície dos continentes, como acontece, por exemplo, na África oriental.

Que tipos de limites de placas litosféricas existem? Limites convergentes Situam-se nos locais onde duas placas convergem, isto é, onde se aproximam uma da outra. Nos limites convergentes ocorre destruição da litosfera.

Que tipos de limites de placas litosféricas existem? Limites transformantes Neste tipo de limite, duas placas litosféricas não convergem nem divergem, mas movimentam-se uma em relação à outra, em sentido oposto, ao longo de uma falha. Estes limites, onde não há criação nem destruição de litosfera, são frequentes nos fundos oceânicos, embora também se possam encontrar em certas zonas continentais.

A teoria da tectónica de placas permite aos geólogos interpretar a intensa atividade geológica que se verifica nos locais onde se situam os limites das placas litosféricas, fornecendo-lhes, assim, uma visão global da dinâmica interna da Terra.

Síntese A mobilidade dos continentes foi sugerida por Wegener, que propôs a teoria da deriva continental. Segundo esta teoria, há milhões de anos todos os atuais continentes estavam unidos formando um único supercontinente - Pangeia rodeado de um único oceano Pantalassa. Pangeia ter-se-ia fragmentado em massas continentais menores que se deslocaram para as posições atuais. A teoria da deriva continental apoiava-se em argumentos morfológicos, geológicos, paleontológicos e paleoclimáticos. A teoria da deriva continental não foi aceite pelos cientistas da época, uma vez que as forças propostas por Wegener para explicar a mobilidade dos continentes (a rotação da Terra e a atração do Sol) eram insuficientes. A invenção do sonar permitiu aos cientistas conhecer a morfologia dos fundos oceânicos, revelando a existência de fossas oceânicas e de dorsais médio-oceânicos, acompanhadas de riftes.

Síntese A datação das rochas dos fundos oceânicos permitiu concluir que estas são tanto mais recentes quanto mais próximas se encontram dos riftes. A teoria da tectónica de placas admite que a litosfera está dividida em placas, que se movem umas em relação às outras. Os continentes, como fazem parte das placas, acompanham os movimentos destas. A mobilidade das placas litosféricas é explicada através da existência de correntes de convecção de magna existentes na astenosfera. Estas correntes ascendem na zona dos riftes, a partir de onde as placas se afastam, e descem na zona das fossas, onde as placas são impelidas a mergulhar no interior do manto. Os limites das placas, que podem ser divergentes, convergentes ou transformantes (conservativos), são zonas de grande atividade geológica. Entre os fenómenos geológicos que aí ocorrem contam-se o vulcanismo, os sismos e a formação de montanhas.