Senhor representante do Secretário de Estado da Economia e do Desenvolvimento Regional. Senhor Coordenador-Adjunto do Observatório do QREN

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Transcrição:

1 Senhor representante do Secretário de Estado da Economia e do Desenvolvimento Regional Senhor Presidente do Conselho Regional Senhores Autarcas Senhor Coordenador-Adjunto do Observatório do QREN Senhores Dirigentes da Administração Pública Desconcentrada Caros colegas da CCDR Alentejo e do INALENTEJO a todas as pessoas que participam Boa tarde, agradeço a Vossa presença. Desejo que esta jornada de reflexão seja gratificante e produtiva As palavras que hoje vos dirijo revestem significado especial, dado que em breve passarei o testemunho quanto ao exercício das funções que desempenho. Decorreram mais de 4 anos desde que fui nomeado como Vogal Executivo na primeira Equipa de Gestão do Inalentejo e quase dois anos de mandato como Presidente da CCDR Alentejo e, por inerência do cargo, de Presidente da Comissão Directiva. Apresentarei um balanço dos principais resultados do Programa. Quanto ao futuro, dado que o Dr. Joaquim Aranha vos apresentará em seguida uma exposição sobre o processo de Reprogramação e respectivas consequências, farei apenas breves considerações no final da intervenção. Começo por recordar alguns tópicos de reflexão que apresentei na primeira Comissão de Acompanhamento do Inalentejo a que presidi (em Junho de 2010), procurando evidenciar factos que condicionaram o desenvolvimento do Programa, gerando consequências determinantes na eficiência da gestão e nos resultados obtidos. Faço-o com uma perspectiva construtiva, de que se possam retirar e partilhar ensinamentos para o próximo período de programação, de 2014-2020, e também para medidas de reprogramação profunda do actual programa, que venho a preconizar nos últimos dois anos.

2 A vigência do Inalentejo reporta-se ao início de 2007, nomeadamente quanto aos efeitos sobre a elegibilidade da despesa. No entanto, a primeira Equipa de Gestão só iniciou funções no final de Outubro de 2007. Embora se registasse nos meses anteriores alguma actividade operacional preparatória do arranque do Programa, apenas no final de 2007 foi possível desencadear as primeiras iniciativas dirigidas à apresentação de candidaturas, traduzidas na abertura de alguns (poucos) avisos no final do mês de Dezembro. O ano de 2008 foi, em boa medida, dedicado à consolidação dos diferentes regulamentos, de afinação de normas a incluir nos avisos de abertura de concursos, e à operacionalização das estruturas técnicas, num quadro muito exigente derivado da introdução de grandes alterações face ao modelo adoptado em períodos de programação anteriores, sem que tivesse ocorrido uma fase preparatória das Equipas de Gestão e das respectivas Estruturas Técnicas de Apoio. Por outro lado, o por Alentejo integrado no QCAIII vigorou até meados de 2009, gerando sobreposições quer na solicitação de trabalho técnico exigente, quer na oportunidade de apresentação de candidaturas por parte dos beneficiários. As profundas alterações introduzidas, contaram com reduzida incorporação de contributos resultantes do "Capital de Experiência" acumulado na Gestão dos anteriores Programas Operacionais Regionais do Alentejo. Como explicitei na referida Comissão de Acompanhamento de Junho de 2010, considero que houve insuficiente ponderação prévia das dificuldades subjacentes à concretização de opções essenciais, de que dou alguns exemplos: adopção de taxas de co-financiamento muito diferenciadas por Eixos e Tipologias de Operações; Introdução em diversos regulamentos de uma fase prévia à candidatura de operações, consubstanciada na apresentação de candidaturas de planos ou programas estratégicos; Contratualização com as Associações de Municípios. Em resultado, deparámos com uma muito complexa e lenta operacionalização do Programa, com naturais reflexos nos seus indicadores de desempenho, que irei evidenciar na segunda parte da minha intervenção.

3 Permitam-me que exemplifique e fundamente, com alguns dados cronológicos relativos aos processos de Contratualização com as Comunidades Intermunicipais e das Redes de Cidades para a Competitividade e Inovação (as RUCI) Quanto à Contratualização As primeiras orientações da Comissão Ministerial de Coordenação sobre esta matéria datam de 19 de Março de 2008. Nos meses subsequentes desenvolveu-se um processo complexo e exigente, com uma componente técnica e outra política, esta última envolvendo as CIM s e os respectivos municípios, o Governo e a ANMP (Associação Nacional de Municípios Portugueses). Apenas a 22 de Dezembro de 2008 foi possível proceder à Assinatura de Contratos de Delegação de Competências com as CIM, na sequência da aprovação dos respectivos Planos Territoriais de Desenvolvimento. Estavam decorridos dois anos de vigência do programa e mais de um ano sobre o início de actividade da Autoridade de Gestão. No decurso de 2009, operacionalizou-se a criação, ou reforço, das Estruturas Técnicas das CIMs a afectar ao processo, bem como a sua articulação com o Secretariado Técnico do Inalentejo. No decurso de 2010 e de 2011 a tutela governamental acompanhou de perto este processo, sendo relevantes os Memorandos de Entendimento celebrados a 9 de Março de 2010 e 10 de Fevereiro de 2011 entre o Governo e a ANMP. Estes memorandos abrangeram diversas matérias relevantes para o desenvolvimento dos Programas Regionais, em particular no que toca à contratualização. Devo mencionar, a este propósito, que o memorando de 9 de Março de 2010 estabeleceu a avocação de competências pelas Autoridades de Gestão dos Programas Regionais, envolvendo diversas responsabilidades antes contratualizadas com as CIMs. Esta alteração deu origem à celebração de uma Adenda aos Contratos com as CIM, destinada a consagrar o sistema de avocação de competências que se mantém em vigor à data actual.

4 Embora definido como transitório este regime de avocação, é significativo que decorridos quatro anos não tenha sido possível concretizar um modelo de contratualização no pleno sentido do termo, que permita evitar, como todos desejamos, a duplicação de trabalho e uma repartição pouco nítida de responsabilidades. Estas palavras não invalidam o meu reconhecimento pelo desempenho profissional de quantos têm trabalhado nas Estruturas Técnicas das CIM. Sublinho também a boa colaboração institucional com as Presidências das CIM. Abordo em seguida, a título exemplificativo, o desenvolvimento das candidaturas no âmbito das Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação (RUCI), um instrumento enquadrado na Política de Cidades e, tal como as PRU Parcerias para a Regeneração Urbana, contempladas em regulamentos do Eixo 2 do Inalentejo. O regulamento das RUCI foi aprovado a 9 de Outubro de 2007 e o primeiro aviso de abertura de concurso para os Programas Estratégicos foi aberto a 2 de Abril de 2008. No entanto, apenas a 18 de Dezembro de 2009 foi possível assinar os dois primeiros protocolos de financiamento de programas estratégicos e proceder a 19 de Dezembro à abertura de aviso para candidatura de operações. As primeiras candidaturas de operações foram aprovadas a 30 de Dezembro de 2010, decorridos mais de 3 anos sobre a aprovação do Regulamento das RUCI e 33 meses após a abertura do primeiro aviso relativo aos Programas Estratégicos. Quem acompanhou o processo de perto, sabe que esta morosidade não se ficou a dever a menor empenhamento ou profissionalismo dos técnicos do Inalentejo, nem a menor preocupação da Autoridade de Gestão. Certo é que os reflexos se fazem sentir nos resultados do Programa A 16 de Junho do corrente ano, a CMC aprovou um novo "Regulamento Específico da Reabilitação Urbana", que revoga os Regulamentos das "Parcerias para a Regeneração Urbana" e das RUCI. Pretendeu-se, com esta alteração agilizar procedimentos, facilitando a aprovação mais célere de operações enquadradas no âmbito da Política de Cidades. No entanto, na data actual ainda não foi possível abrir os respectivos avisos de concurso, por falta de clarificação de algumas orientações relevantes

5 Apresento agora os principais resultados do Programa, optando pela selecção de indicadores de natureza financeira. Evidencio, em primeiro lugar, o peso do Inalentejo no contexto regional quando considerados os 4 Programas Operacionais do QREN relativos à Política de Coesão e que incidem na nossa região, três deles como é sabido de âmbito nacional, PO Valorização do Território, PO Potencial Humano e PO Factores de Competividade. Os valores indicados reportam-se a 30 de Setembro de 2011. Em termos de fundo aprovado, o Inalentejo surge em 2º lugar, com 27% do montante global, destacando-se o POVT, com 36%, fundamentalmente em função de elevados investimentos a co-financiar no domínio de infraestruturas de transportes e logística, bem como do Empreendimento de Alqueva (assinala-se que no QCAIII este último empreendimento foi cofinanciado através do poralentejo ). Nos indicadores correspondentes a execução e pagamentos o peso relativo do Inalentejo é ligeiramente inferior, correspondendo a 23,7% do total do Fundo Pago, enquanto o POPH ocupa a primeira posição com 30,4% relativamente a este indicador. Abordo em seguida os principais indicadores financeiros do Inalentejo, comentando os gráficos e os valores constantes dos slides que acompanham a exposição. A taxa de execução do Programa situava-se no final de Novembro em cerca de 21%, enquanto a taxa de pagamento face ao programado se situava em valor próximo de 27%. Refira-se que o valor de execução inclui os montantes de adiantamentos certificáveis no âmbito dos Sistemas de Incentivo. De assinalar ainda que o valor correspondente a Aprovado Total (807,6 M em final de Novembro) inclui também compromissos ainda não correspondentes a operações, enquanto o Aprovado Efectivo (731,3 M, na mesma data) inclui apenas os compromissos resultantes da aprovação de operações. Comparando o desempenho dos Eixos 1 e 5, correspondentes à agenda da competitividade, com o dos Eixos 2, 3 e 4, correspondentes à agenda de valorização do território, constatamos taxas de execução e de pagamento bem mais favoráveis na agenda de valorização do território, 24,3% de taxa

6 de execução e 32,9% de taxa de pagamento face ao programado, do que na agenda da competitividade, com taxas de execução e de pagamento de 14,3% e 15,9%, respectivamente. Os dados que acabo de mencionar estão articulados com o melhor desempenho dos Eixos 2, 3 e 4 na fase inicial do Programa, principalmente do Eixo 3, com peso muito relevante. O gráfico que acompanha este ponto da exposição, evidencia um peso muito significativo do ano de 2011 no valor global de Fundo pago pelo Inalentejo (próximo de 46% do valor pago desde início do programa), mas este facto é mais expressivo nos Eixos 1 e 5, reflectindo o seu arranque mais tardio. A análise da evolução dos principais indicadores no período já decorrido confirma as dificuldades que marcaram o período de 2007 a 2009 em virtude dos factos que referi no início desta intervenção. Em 2010 e, principalmente, em 2011 deu-se uma aceleração do ritmo de desempenho do Programa, resultante do processo de aprendizagem, ou adaptação, por parte dos beneficiários e das estruturas técnicas envolvidas na Gestão, bem como do efeito positivo de algumas alterações introduzidas, nomeadamente o ajustamento das taxas de co-financiamento. Assim, a taxa de execução irá duplicar no decurso de 2011, se tivermos em linha de conta o valor já apurado no final de Novembro, 21,1%, por comparação com 10,9% no final de 2010, o mesmo se verificando com a taxa de pagamento face ao programado, que passou de 14,6% no final de 2010 para 27% no final de Novembro de 2011. Pelo contrário, os valores quase nulos registados no final de 2008, 0,01% de taxa de execução, 0,02% de taxa de pagamento face ao programado são bem a evidência do arranque tardio da operacionalização do Programa. Os progressos registados no decurso de 2011, foram particularmente sensíveis em algumas componentes do Programa, de que destaco: - No conjunto das operações abrangidas pela agenda da competitividade, o incremento de 95% no valor de pagamentos aos beneficiários; - No conjunto das operações abrangidas pela agenda de valorização do território, o incremento de 91% no valor da Execução. Devo ainda mencionar alguns indicadores quanto à evolução da componente do Programa objecto de contratualização.

7 O valor contratualizado com as CIM, 255,9 milhões de euros, representa 29,4% da dotação global FEDER do Inalentejo. Em 2011, no conjunto das tipologias de operações contratualizadas, registaram-se aumentos de 96% na execução e de 93% nos pagamentos aos beneficiários. No final de Novembro o nível de execução da componente contratualizada era de 26,7% e o dos pagamentos aos beneficiários de 33,3% da dotação programada. Estes valores significam que a performance da componente contratualizada se situa acima dos valores médios de desempenho do Programa, devendo ainda assinalar-se que no final de Novembro um terço da dotação FEDER contratualizada já se encontrava paga aos beneficiários. Destaco a evolução de valores de dois indicadores: taxa de pagamento face ao aprovado e taxa de reembolso. A taxa de pagamento face ao aprovado registava em final de Novembro o valor de 31,2%, com um acréscimo sensível face ao valor do final de 2010. Na fase actual de desenvolvimento do Programa assistimos a um crescimento assinalável dos pedidos de reembolso apresentados pelos promotores, como reflexo de um maior grau de concretização das operações aprovadas. Acreditamos que esta evolução positiva se acentuará nos próximos meses. A taxa de reembolso traduz a relação entre os pagamentos efectuados e a execução, que corresponde à despesa validada. Verifica-se uma evolução favorável deste indicador: 155,7% no final de 2009, 133,6% no final de 2010, 128,1% no final de Novembro de 2011, como reflexo de um menor peso dos pagamentos por adiantamento. Para boa gestão do programa, é desejável que o valor deste indicador continue a baixar, traduzindo progressos ao nível da apresentação de despesa quitada e da respectiva validação. Comento em seguida, de forma breve, a ilustração gráfica de indicadores da evolução dos pagamentos aos beneficiários. O primeiro gráfico, referente à evolução mensal do valor acumulado de pagamentos, confirma a intensificação do crescimento destes fluxos financeiros, com particular incidência em 2011, nomeadamente no segundo semestre.

8 O valor acumulado situava-se, no final de Novembro, em 234,4 M, correspondendo 38,8M a pagamentos no âmbito dos Sistemas de Incentivo às Empresas. Os Sistemas de Incentivo dispõem de uma dotação indicativa no valor de 175 M, que corresponde a 20% da dotação global do Programa. A taxa de pagamento face à dotação programada situa-se em 22%, no âmbito dos Sistemas de Incentivo, alguns pontos abaixo da taxa de pagamento média do Programa que é de 27%. A comparação entre o valor acumulado de pagamentos submetidos pela Autoridade de Gestão ao IFDR e o valor transferido para os beneficiários revela nos últimos meses de 2011 diferenças significativas, ao contrário do que se verificou até final de 2010. Assim, no final de Novembro de 2011 registava-se um diferencial de 26,2M correspondente a pedidos de pagamento já submetidos pela Autoridade de Gestão ao IFDR e com transferência ainda não concretizada, verba com algum significado dado que corresponde a cerca de 11,8% do valor de pedidos de pagamento submetidos pela Autoridade de Gestão desde o início do Programa. Se analisarmos a progressão dos valores médios mensais dos pagamentos, evidencia-se um aumento assinalável no decurso de 2011, em particular nos últimos cinco meses. Assim, o valor médio mensal submetido pela AG ao IFDR nos últimos meses corresponde a 13,3M, que pode comparar-se, por exemplo, com o valor médio de 6,3M em 2010, ou mesmo com os 7,7 M no 1º semestre de 2011. Os valores em causa, quando conjugados com a informação de que dispomos sobre a evolução da despesa apresentada pelos beneficiários à AG, fazem prever um crescimento sustentado nos próximos meses do valor de transferências de FEDER para os beneficiários do Inalentejo, com reflexos positivos para a região. Antes de concluir este ponto devo ainda mencionar que as transferências do IFDR nos primeiros dez dias de Dezembro ultrapassaram os 13M, o que compara com a média mensal de 9,24M nos últimos cinco meses e constitui um sinal muito positivo.

9 Em conclusão e síntese, estamos perante um conjunto de indicadores de melhoria da performance do Inalentejo, que perspectivam uma evolução favorável no decurso do próximo ano. Concluirei a intervenção, com algumas palavras sobre o futuro. Como afirmei em entrevista recente a um órgão da imprensa regional, "a minha atitude perante a gestão do programa é sempre de exigência, inconformismo e procura dos melhores resultados". Nesta perspectiva, embora tudo indique que cumpriremos a meta estabelecida de duplicação da execução no decurso de 2011, sublinho que os resultados conseguidos são insuficientes, deparando-se à Autoridade de Gestão do Inalentejo um desafio muito exigente para o futuro. Como enfrentar esse desafio? Em cooperação com as Autoridades Nacionais e Comunitárias, é fundamental promover a revisão de aspectos que constituem estrangulamentos significativos à boa execução do Programa. Não é tarde para reflectir e decidir sobre alguns aspectos do modelo de governação e gestão, no sentido de agilizar e tornar mais rápidos os procedimentos técnicos e o sistema de decisão. É importante não perder tempo e avançar em 2012 com uma reprogramação mais profunda, que contemple novos aumentos das taxas de co-financiamento, que tenho defendido desde início do mandato como Vogal Executivo do Inalentejo e como Presidente da Comissão Directiva, e que possa também identificar áreas do Programa com menor capacidade de realização e execução, adoptando em tempo oportuno medidas eficazes de reafectação de dotações. Aos técnicos que dão o seu melhor pelo sucesso do Programa, alguns dos quais estão hoje aqui presentes, deixo uma palavra de renovada confiança e de gratidão pela possibilidade que me foi proporcionada de trabalharmos em conjunto ao longo dos últimos anos. Évora, 12 de Dezembro de 2011 O Presidente da CCDR Alentejo e da Comissão Directiva do Inalentejo João de Deus Cordovil