Avaliação da resistência à flexão de cerâmicas dentais Y-TZP: efeito de material e espessura



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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JULIO DE MESQUITA FILHO" FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE ARARAQUARA TAIS CRUZ MARTINEZ Avaliação da resistência à flexão de cerâmicas dentais Y-TZP: efeito de material e espessura Araraquara 2011

Tais Cruz Martinez Avaliação da resistência à flexão de cerâmicas dentais Y-TZP: efeito de material e espessura Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciências Odontológicas - Área de Dentística Restauradora, da Faculdade de Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista para obtenção do título de Mestre em Ciências Odontológicas Orientador: Prof. Dr.Osmir Batista de Oliveira Junior Araraquara 2011

Martinez, Taís Cruz Avaliação da resistência à flexão de cerâmicas dental Y-TZP: efeito de material e espessura / Taís Cruz Martinez.-- Araraquara: [s.n.], 2012. 86 f. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia Orientador: Prof. Dr. Osmir Batista de Oliveira Junior 1. Cerâmica 2. Zircônio 3. Propriedades físicas I. Título Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marley C. Chiusoli Montagnoli, CRB-8/5646 Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Odontologia de Araraquara / UNESP

Tais Cruz Martinez Avaliação da resistência à flexão de cerâmicas dentais Y-TZP: efeito de material e espessura COMISSÃO JULGADORA DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTE Presidente e Orientador: Prof. Dr. Osmir Batista de Oliveira Junior 1o. Examiandor: Prof. Dr. Paulo Francisco Cesar 2o. Examinador Prof. Dr. Luis Geraldo Vaz Araraquara, 28, janeiro de 2011

Dados Curriculares Tais Cruz Martinez Data de nascimento: 14/02/1977 Naturalidade: Araraquara - SP Filiação: Vicente Martinez y Martinez Junior Regina Celia Cruz Martinez 1996-1999: Graduação em Odontologia 2000-2006: Atuação em Consultório Odontológico Privado 2006-2007: Curso de Especialização em Dentística Restauradora - APCD/FAEPO - Araraquara 2008-2008: Estágio de Atualização na Departamento de Odontologia Restauradora - área de Dentistica na Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp 2008-2010: Mestrado em Ciências Odontológicas, área de Dentística Restaurada da Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp

Dedicatória Ao meu marido Alessandro, por todo o seu amor, incentivo, dedicação, companheirismo e principalmente pela compreensão em minhas ausências! Te amo... A minha mãe Regina, pelo apoio, paciência e por seus incansáveis esforços para que eu pudesse alcançar meus objetivos sempre! Obrigada por tudo! As minhas irmãs Tatiana e Talita, pela amizade, amor e carinho sempre que precisei! Ao meu sobrinho Ricardo, por alegrar e iluminar minha vida! Ao meu irmão Daniel, pelo amor, carinho e incentivo! Aos meus cunhados Ricardo e Darley, pelo incentivo e pela "torcida"! Aos meus grandes amigos João Fernando Kina e Fabiana Takatsui, pelo incentivo, torcida e principalmente, pela eterna amizade Enfim, dedico a todos que torceram por mim.

Agradecimentos Especiais Ao meu orientador Prof. Dr. Osmir Batista de Oliveira Junior, pela orientação, apoio, oportunidade e incentivo durante esses anos de convivência. Minha gratidão e sinceros agradecimentos! Aos professores Drs. Marcelo Ferrarezi de Andrade, Edson Alves de Campos e José Roberto Cury Saad pelos ensinamentos, acolhimento e confiança. Às minhas colegas de turma de Mestrado: Fernanda, Marília e Mayra que me acompanharam durante toda esta jornada Aos demais amigos e colegas de Pós Graduação: Fernando, Janaina, Carolina, Carlos, Juliana, Andiara, Rafael, Matheus, Victor, Willian e Fábio, pelos momentos compartilhados Aos professores Luis Geraldo Vaz e Carlos Alberto de Santos pela disponibilidade e atenção Ao Prof. Dr. Paulo Francisco Cesar pelos ensinamentos, disponibilidade e atenção Aos funcionários do Departamento de Odontologia Restauradora: Dna. Cida, Marinho, Wanderley, Conceição e Neli. De forma especial agradeço à Creuza por todo o carinho e atenção. Todos vocês foram importantes no dia a dia do curso! À Mara, que foi sempre incansável diante das dúvidas, problemas e solicitações; e aos demais funcionários da seção de Pós Graduação: Rosângela, Flávia e Alexandre. Obrigada pela paciência!

Agradecimentos À Universidade Estadual Paulista - Unesp e à Faculdade de Odontologia de Araraquara, representadas pelo Digníssimo Reitor Herman Jacobus Cornelis Voorwald e pelo Digníssimo Diretor José Cláudio Martins Segalla. Ao Programa de Pós Graduação em Ciências Odontológicas, representado pela Prof a Dr a Josimeri Hebling e pelo Prof. Dr. Osmir Batista de Oliveira Junior. À todos os professores do Programa de Pós Graduação em Ciências Odontológicas, pelos conhecimentos e experiências compartilhados. Aos funcionários da biblioteca Adriano, Maria Inês, Silvia, Eliane, Ceres, Cristina, Marley, Maria Aparecida e Odete, pela receptividade, orientação e disponibilidade. À Faculdade de Odontologia de Universidade de São Paulo - USP, pelo suporte laboratorial. Em especial ao Prof. Dr. Paulo Francisco Cesar. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico - CNPq, pelo auxílio financeiro concedido durante todo o curso. A todos que de alguma forma colaboraram para a formação deste trabalho.

Sumário Lista de abreviaturas 11 Resumo 13 Abstract 15 1. Introdução 17 2. Revisão da Literatura 24 3. Proposição 57 4. Material e Método 59 5. Resultados 71 6. Discussão 74 7. Conclusão 80 8. Referência 82

Lista de Abreviatura

11 Lista de abreviaturas Å Angström c - cúbica CTE Coeficiente de expansão térmica E Módulo de elasticidade EDS Espectroscopia Dispersiva de enerfia g/cm 3 - grama por centímetro cúbico GPa Gigapascal Hv Dureza Vickers K IC Tanacidade à fratura m monoclínica MPa Megapascal P Pressão aplicada t tetragonal TZP zircônia tetragonal policristalina rpm Rotações por minuto SENB ensaio em barra de flexão em três pontos wt% - porcentagem em peso Y 2 O 3 Óxido de ítrio 2θ Ângulo de difração de raios X µm micrometro C graus Celsius σ - Tensão σ f Tensão de fratura

Resumo

13 MARTINEZ, T C. Avaliação da Resistência à Flexão de dental Y-TZP: efeito de material e espessura [Dis sertação de Mestrado]. Araraquara:Faculdade de Odontologia da UNESP; 2011. Resumo O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência à flexão de cerâmicas de zircônia estabilizada por ítrio em função de marca comercial e espessura. A resistência à flexão (MPa) foi testada pelo método uniaxial de 3 pontos, conforme Norma ISO 6872/2005 em Máquina de Ensaios Universal EMIC DL 2000, usando célula de carga de 5kN, velocidade de 0,5 mm/min. e suporte com 20 mm de distância entre os apoios. Foram testados 2 sistemas cerâmicos de zircônia parcialmente estabilizada por ítrio (Y-TZP) ZirCAD - Ivoclar Vivadente e Lava TM Framework - 3MESPE e 2 espessuras (norma ISO: 2,00 mm e uso clinico: 0,7 mm): ZC_2; ZC_0,7; LV_2 e LV_0,7. ANOVA one way e post Hoc de Bonferroni foram utilizados com significância para p<0,05. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as médias de resistência a flexão entre ZC_2 (Média = 673,62 e dp = 129,95), ZC_0,7 (Média = 533,63 e dp = 129,84), LV_2 (Média = 593,56 e dp = 122,78) e LV_0,7 (Média = 673,02 e dp = 81,36). Conclusão: Os sistemas cerâmicos Y=TZP ZirCAD e Lava apresentam resistência a flexão (MPa) semelhantes independente da espessura. Espessuras de 0,7 mm podem ser utilizadas nos testes de resistência a flexão para melhor simular as situações de uso clinico dos sistemas cerâmicos Y-TZP Palavras chaves: Cerâmica; Zircônio; Propriedades físicas.

Abstract

15 MARTINEZ, T C. Evaluation of Flexural Strength of Y-TZP dental ceramic: effect of material and thickness [Dissertação de Mestrado]. Araraquara:Faculdade de Odontologia da UNESP; 2011. Resumo The objective of this study was to evaluate the flexural strength of ceramics by Yttrium stabilized zirconia as a function of thickness and trademark. Flexural strength (MPa) was tested by the method of three uniaxial points, in accordance with ISO 6872/2005. The Universal Testing Machine EMIC DL 2000, using a 5 kn load cell, crosshead speed of 0.5 mm / min. and holder with 20 mm distance between supports was used. We tested 2 systems ceramic zirconia partially stabilized by yttrium (Y-TZP) ZirCAD - Ivoclar Vivadente and LavaTM Framework - 3MESPE and 2 thicknesses (ISO: 2.00 mm and clinical use: 0.7 mm): ZC_2; ZC_0 7; LV_2 and LV_0, 7. One-way ANOVA and post hoc Bonferroni was used with significance for p <0.05. There was no statistically significant difference between the mean flexural strength between ZC_2 (Mean = 673.62 and SD = 129.95), ZC_0, 7 (mean = 533.63 and SD = 129.84), LV_2 (Average = 593, 56 and SD = 122.78) and LV_0, 7 (mean = 673.02 and SD = 81.36). Conclusion: Y-TZP ceramic systems ZirCAD and Lava have flexural strength (MPa) similar independent of the thickness. Thickness of 0.7 mm can be used in tests of flexural strength for better simulate the clinical conditions of use of Y- TZP ceramic systems. Keywords: Ceramics, Zirconium; physical properties.

1. Introdução

17 1. Introdução A estética utilizando cerâmicas odontológicas pode ser considerada uma arte que foi desenvolvida ao longo dos anos, por meio de treinamentos e experiências. Sua história tem cerca de 200 anos e se iniciou no século XVIII, quando foi empregada inicialmente para a confecção de próteses totais, em substituição dos dentes de animais até então utilizados, a fim de reproduzir a cor e a translucidez dos elementos dentais humanos com maior naturalidade e estética. Desde sua introdução na odontologia, as cerâmicas odontológicas têm merecido atenção devido ao seu alto mimetismo com a estrutura dental. Atualmente, devido a evolução dos diferentes sistemas cerâmicos, são consideradas os melhores materiais para reproduzir as propriedades mecânicas e estéticas do esmalte dental 8. Apesar de suas excelentes propriedades estéticas, até os idos dos anos 60, esse material não era largamente empregado devido a sua alta fragilidade sob forças oclusais decorrentes da mastigação, falta de adequada adaptação marginal e técnica de cimentação deficiente. Com o surgimento das restaurações metalocerâmicas, a cerâmica passou a ser largamente utilizada, tanto na confecção de restaurações unitárias como em próteses fixas de vários elementos. Esse ganho de maior resistência resultou em perda de propriedades estéticas e uma grande

18 dificuldade de se restabelecer um termino cervical com adequado contorno e de alto mimetismo. A busca por sistemas restauradores de alta resistência mecânica e livres de metal tem levado ao desenvolvimento de diferentes cerâmicas, modificadas por leucita, dissilicato de lítio, infiltradas por alumínio, de alumina infiltrada por vidro, de fluorapatita, de zircônia, de zircônia densamente sinterizada e parcialmente estabilizada por ítrio entre outras. Dentre as principais vantagens dos atuais sistemas cerâmicos metal free pode-se destacar sua excelente estética e biocompatibilidade, estabilidade química 3,16 e mais recentemente alta resistência mecânica o que possibilita inclusive a convecção de abutment de implante totalmente cerâmico 16. Outra razão para a substituição do metal por cerâmicas é que a matéria prima das cerâmicas é extremamente abundante na natureza, sua industrialização é de baixo impacto ambienta e custo reduzido, o que irá permitir no futuro o acesso a estas restaurações indiretas a um numero cada vez maior de usuários. Paralelamente, o desenvolvimento de sistemas adesivos confiáveis possibilitou o desenvolvimento de procedimentos clínicos confiáveis e de alta longevidade. Exemplo disso são as facetas laminadas que tem o maior percentual de longevidade dentre materiais restauradores dentais. Além da adequada fixação da restauração indireta, a evolução da técnica adesiva possibilitou a obtenção de resistência adequada as restaurações realizadas com cerâmica feldspática e o desenvolvimento de

19 sistemas que combinam uma cerâmica de alta resistência utilizada como infra estrutura e uma de cobertura com desempenho estético otimizado 38.. As cerâmicas à base de zircônia têm várias características que as tornam semelhantes aos aços como por exemplo, coeficiente de expansão térmica e módulo de elasticidade. Além disto, como para o ferro, a zircônia possui várias formas alotrópicas e pode ser estabilizada para adquirir uma variedade de microestruturas e propriedades. E, mais notável, ambos os sistemas apresentam transformação martensíticas em temperaturas relativamente baixas. Assim como a transformação martensítica no aço, a transformação de fase tetragonal para monoclínica na zircônia pode ser usada para modificar sua resistência mecânica e a tenacidade à fratura através de ajustes na composição química e de controle cuidadoso da microestrutura. O principal objetivo na obtenção de qualquer cerâmica resistente mecanicamente por transformação (Transformation-Toughened Ceramics - TTC), e particularmente no caso das cerâmicas à base de zircônia, é a produção e retenção de uma fase metaestável tetragonal (t-zro ), na 2 temperatura ambiente e que se transforme em monoclinica (m-zro ) apenas 2 sob a influência de aplicação de tensões externas. O controle da composição química e o tratamento térmico produzem uma microestrutura de fase tetragonal que dificulta a ocorrência de transformação martensítica durante o resfriamento na temperatura ambiente 27.

20 Por isso, a utilização de cerâmicas à base de zircônia (ZrO 2 ) de alta densidade relativa vem sendo proposta, em função desses materiais apresentarem biocompatibilidade, alta dureza e resistência ao desgaste, além de resistência à flexão e alta tenacidade à fratura 5,6. No entanto, a zircônia pura não pode ser utilizada na fabricação de peças protéticas sem adição de estabilizantes. A zircônia estabilizada com ítrio (Y-TPZ) tornou-se uma alternativa à utilização da alumina como cerâmica estrutural, por apresentar maior resistência à flexão, maior tenacidade à fratura e menor módulo de elasticidade 27. A elevada tenacidade à fratura desse material ocorre devido a transformação de fase induzida por tensão e consequente expansão volumétrica (3% a 6%). Essa expansão promove o aparecimento de campos de tensão compressiva que podem absorver parte da energia necessária para a propagação de trincas, aumento com isso a tenacidade à fratura do material e evitando sua fratura 35. A conhecimentos das propriedades mecânicas bem como estudos sobre os valores de tensão de ruptura de um material, são fundamentais para o estabelecimento de seu desempenho clinico. Erros experimentais de um ensaio em adição e sobrepostos à variação dos valores de resistência gerarão dados não confiáveis, assim, muito cuidado se deve ter para detectar e minimizar os erros nos testes de caracterização destes materiais. A baixa confiabilidade deve-se também à ausência de normalização da maioria dos métodos de ensaio 27.

21 Apesar do uso de vários tipos de teste para a medida de resistência mecânica, o ensaio de flexão parece ser o mais promissor para a avaliação de resistência à fratura dos materiais cerâmicos de alto desempenho 27. Por ser o mais rápido, simples e de menor custo para ser executado, o ensaio de flexão é preferencialmente utilizado na geração dos dados necessários aos trabalhos desenvolvidos nos laboratórios, centros de pesquisas, universidades e indústrias 27. Existem várias diferenças entre os sistemas cerâmicos comerciais com destaque para o tamanho do grão dos cristais 1,20,40, porcentagem de poros 10,23,24, densidade, procedimento de sinterização 7,12,19,33,36, calor 7,12,15,18 e porcentagem de fases monoclínicas e tetragonal 2,4,30. Por isso, um dos principais desafios refere-se a espessura mínima de desgaste, necessário para que as restaurações cerâmicas apresentem o desempenho clinico adequado. As restaurações metalocerâmicas exigem um desgaste mínimo da estrutura dental de aproximadamente 1,5 mm, enquanto as restaurações metal free sem reforço de infra estrutura ou reforçadas por alumina e/ou vidro, exigem um desgaste maior para ter desempenho mecânico semelhante (2,00 mm). Apesar dos fabricantes dos sistemas cerâmicos reforçados por zircônia estabilizada por Ytrio (Y-TZP), afirmarem que estes exigem mínimo desgaste da estrutura dental, para garantir o adequado desempenho mecânico e estético das restaurações, ainda existem dúvidas sobre o desempenho dos diferentes sistemas cerâmicos Y-TZP comerciais, uma vez que muitos estudos

22 são realizados sem a normatização e padronização cientifica estabelecidas internacionalmente como a ISO 6872. Este fato impossibilita a comparação dos resultados relatados na literatura e dificulta a avaliação adequada do desempenho dos sistemas de zircônia reforçados por Ytrio.

2. Revisão de Literatura

24 2. Revisão da Literatura Kosmaĕ et al. 20 (2000), avaliaram os efeitos do desgaste dental e do jateamento na resistência à flexão biaxial e módulo de Weibull de diversas cerâmicas de Y-TZP contendo 3% mol de ítrio. Além disso investigaram a suscetibilidade a danos, a degradação a baixa temperatura e a solubilidade química de cerâmicas odontológicas. Os resultados revelaram que o desgaste mecanico reduziu a resistência média e módulo de Weibull, enquanto o jateamento mostrou-se um método efetivo para aumentar a resistência das cerâmicas, porém de alto custo e baixa confiabilidade. O material com grão fino apresentou maior resistência após a sinterização, mas era menos tolerante a danos do que o de grão maior. Os testes de degradação em ácido acético e solução de amônia demonstraram que uma quantidade significativa de zircônia tetragonal tinha sido transformada em zircônia monoclínica, mas os autores não observaram microtrincas nem tendência de diminuição da resistência dos materiais. Em função dos resultados obtidos, os autores puderam concluir que as cerâmicas Y-TZP foram mais resistentes em ambiente alcalino do que em ambiente ácido, e houve uma forte dependência no tamanho do grão na transformação de fases. Já o grupo de cerâmicas Y-TZP contendo uma pequena quantidade de alumina apresentou maior tolerância aos danos e estabilidade superior em ambiente ácido, sendo este, o material mais promissor para aplicações dentárias.

25 Tinschert et al. 37 (2000) realizaram um estudo com o objetivo de testar a hipótese de que as cerâmicas industrializadas tem um menor coeficiente de variação de resistência a flexão e uma melhor composição estrutural que as cerâmicas confeccionadas manualmente em laboratório. Para tal, estudaram a resistência a flexão, em quatro pontos das cerâmicas CEREC Vita Mark II (porcelana feldespática / Vita), Dicor (fluormica tetra sílica / Dentsply), In-Ceram Alumina (oxido de Alumínio + infiltrado de vidro / Vita), IPS-Empress (leucita / Ivoclar), Vitadur Alpha para infra-estrutura (feldespática reforçada por Alumina / Vita), Vitadur Alpha para cobertura (feldespática/vita), VMK 68 (feldespática / Vita) e zircônia-tzp (95% de oxido de zircônio parcialmente estabilizado por 5% de Y 2 O 3 / Metoxit AG). Trinta corpos-deprova, em forma de barra e dimensões médias de 1,7 x 3,2 x 30 mm foram confeccionados de acordo com as recomendações dos fabricantes e submetidos ao teste de resistencia a flexão. Os resultados mostraram que a maior resistencia foi obtida pelo material zircônia-tzp (913 MPa), seguido pelo In-Ceram Alumina (429,3 MPa) e Vitadur Alpha para infra-estrutura (131 MPa). Não houve diferenças estatísticas entre as demais cerâmicas estudadas (86,3 MPa para CEREC Vita Mark II; 70,03 MPa para Dicor; 83,9 MPa para IPS- Empress; 60,7 MPa para Vitadur Alpha cobertura; e 82,7 MPa para VMK 68). Os maiores módulos de Weibull foram obtidos pelas cerâmicas CEREC Vita Mark II e zircônia-tpz (23,6 e 18,4 respectivamente). Os menores valores deste modulo foram obtidos pelos materiais Dicor e In-Ceram Alumina (5,5 e 5,7 respectivamente), enquanto que valores intermediários foram observados para o IPS-Empress (8,6); VKM 68 (8,9); Vitadur Alpha para cobertura (10,0) e para infra-estrutura (13,0). Os autores ressaltaram que quanto maior o modulo

26 de Weibull menor são os erros na determinação da resistencia e maior e a confiabilidade clinica do material. Os autores concluíram que somente as cerâmicas produzidas industrialmente obtiveram os maiores módulos de Weibull tornado-as, mais confiáveis, porem estudos devem ser feitos para analisar a estabilidade destes materiais em longo prazo. Preocupados com a impossibilidade de confeccionar infraestruturas de cerâmica pura de mais de 17 mm com o sistema CEREC 2; Apholt et al. 3 (2001) estudaram a possibilidade de união de duas barras de Alumina ou Zircônia. Para tal, realizaram teste de resistencia a flexão, em três pontos das cerâmicas In-Ceram Alumina (Vita) e In-Ceram Zircônia (Vita), processadas de maneira convencional ou pelo sistema CEREC II. Quinze corpos-de-prova em forma de barra, e dimensões de 13 x 4 x 3 mm 3 foram produzidos para cada um dos seguintes grupos controle: C1) In-Ceram Alumina processado pelo sistema CEREC II ; C2) In-Ceram Alumina convencional (no laboratório dos autores); C3) bloco de In-Ceram Alumina convencional (no laboratório Vita); C4) Bloco de In- Ceram Alumina cortado com disco diamantado e C5) In-Ceram Zircônia processado pelo sistema CEREC II. Para o estudo das técnicas de união das barras também foram confeccionados 15 corpos-de-prova divididos da seguinte forma: T1) In-Ceram Alumina processado pelo CEREC II e seccionado ao meio, perpendicular ao longo do eixo do espécime; T2) In- Ceram alumina processado de forma convencional, seccionado ao meio, perpendicular ao longo eixo do espécime; T3) In-Ceram Alumina processado pelo CEREC II e seccionado transversalmente em 45 o e 4 mm; T4) In-Ceram Alumina processado pelo CEREC II e seccionado transversalmente em 45 o e 3 mm; T5) In-Ceram Alumina processado pelo

27 CEREC II e seccionado perpendicular ao longo eixo do espécime, com posterior arredondamento dos ângulos formados pelo corte e T6) In- Ceram Zircônia processado da mesma forma que o grupo anterior. O teste mecânico foi realizado com span de 10 mm e velocidade de 0,5 mm/min. Com base nos resultados do teste de flexão os autores concluíram que a junção de barras para formar infra-estruturas maiores foi bem sucedida e que o In-Ceram Zircônia em combinação com o arredondamento dos ângulos formados pelo corte obteve os maiores valores de resistencia a flexão. Ardlin 4 em 2002 realizou um estudo para determinar a estabilidade química e o efeito do envelhecimento (ácido acético 4% a 80 C durante 168 horas) na resistência à flexão, superfície e estruturas cristalinas de dois tons, P0 e P17, de cerâmica Y-TZP usada para reconstrução dental. Os autores confeccionaram quarenta espécimes de Y-TZP, vinte do tom P0 e 20 do P17. Todas elas foram lixadas e polidas de forma padronizada. Dez espécimes de cada tom foram expostos a envelhecimento em baixa temperatura. A resistência à flexão dos 40 espécimes foi registrada. As superfícies dos espécimes foi avaliadas usando microscopia eletrônica de varredura (MEV), difração de raio-x e registro de rugosidade. A solubilidade química no ácido acético 4% foi registrada por perda de peso. Avaliação em MEV foi utilizada para analise da superfície de Y-TZP e amostras de porcelana feldspática imersas em SnF 8%. Como esperado, as duas tonalidades, analisadas tiveram alta resistência à flexão e esta não foi afetada pelo envelhecimento, demonstrando a alta estabilidade química nas soluções testadas. No entanto, a análise superficial e da estrutura cristalina dos materiais evidenciaram transformação de fase tetragonal para monoclínica e

28 pequenas elevações na superfície da cerâmica após o teste envelhecimento. Os autores concluíram que as ceramicas de Y-TZP indicadas para inlays, coroas e pontes tem alta resistência à flexão em comparação com outras cerâmicas odontológicas e são quimicamente estável. Sua solubilidade química foi menor do que o limite mínimo estabelecido pela norma ISO 6872:1995 para cerâmica odontológica. Pelo fato da cerâmica de zircônia estabilizada por ítrio ser um material de alto desempenho com excelente biocompatibilidade e propriedades mecânicas, esse material tem sido indicado como substituto do metal para a confecção de infra estruturas para próteses fixas parciais na região posterior. Em função disso, em 2002, Luthart et al. 23 analisaram a hipótese de que a resistência e a confiabilidade das cerâmica de zircônia Y-TZP são afetados pelo desgaste da superfície interna das coroas, e variavam de acordo com o parâmetro desse desgaste. Sendo assim, os autores determinaram a resistência à flexão, rugosidade superficial e tenacidade à fratura em amostras usinadas, desgastando-se face e região periférica dos coppings com diferentes velocidades e profundidade de corte. Os autores verificaram que o desgaste da superfície interna reduz significativamente a resistência e confiabilidade da zircônia Y-TZP comparada com a amostra controle. Concluíram que fresagem pela técnica CAD/CAM precisa ser melhor desenvolvida a fim de otimizar as propriedades das cerâmicas Y-TZP.. Chevalier et al. 7 (2004) realizaram um trabalho com o objetivo de investigar o efeito prejudicial do aparecimento da fase cúbica em cerâmicas 3Y- TZP. Para tal, utilizaram cerâmicas experimentais produzidas pelo método de co-precipitação de pó ultra puro de Y-TZP contendo 3% mol de ítrio prensado

29 a frio a 300 MPa e sintetizado a vácuo numa temperatura de 1.450 C - 1.550 C por 2 a 5 h. Pequenos cilindros de 10 mm de diâmetro x 5 mm de espessura foram confeccionados, desgastados e polidos. O conteúdo da fase monoclínica foi mensurado pela difração de raios X (XRD) com penetração na amostra de aproximadamente 5 μm. Seguidamente, os espécimes foram colocados numa autoclave a 134 C com 2-bar de pressão, o que corresponde a um procedimento de esterilização. Com isso os autores objetivaram iniciar termicamente a transformação da fase tetragonal para monoclínica; e segundo os seus cálculos uma hora desse tratamento corresponderia ao equivalente aproximado de 4 anos de uso in vivo. A seguir, os espécimes foram novamente avaliados por XRD e por microscopia de força atômica, a fim de se verificar as mudanças na topografia superficial das cerâmicas induzidas pela mudança de fase cristalina da cerâmica.. Os autores concluíram que a presença de grãos da fase cúbica tem um impacto prejudicial na resistencia. Que o processamento de cerâmicas com 3Y-TZP devem ser realizadas a temperaturas suficientemente baixas para evitar o aparecimento de microestruturas duplas (cúbica tetragonal), e ao mesmo tempo a temperaturas suficientemente altas para obter a densidade suficiente de este material; a sugestão é que seja entre 1.400 C e 1.450 C. Guazzato et al. 14 (2004) publicaram os resultados de um trabalho que tinha por objetivo investigar a real resistência à flexão e o modo de fratura de discos de porcelana com infra-estruturas de zircônia (Y-TZP). Oitenta corpos de prova foram confeccionados e divididos em quatro grupos: somente porcelana de cobertura; somente porcelana de infra-estrutura; com duas camadas de porcelana de cobertura no topo e com duas camadas de

30 porcelana de cobertura e a porcelana de infra estrutura no topo. A carga máxima no momento da fratura foi calculada pelo teste de flexão biaxial (piston on tree-ball) e a analises de elementos finitos foi utilizada para estimar o estresse de tensão máxima na fratura. Os resultados mostraram que os espécimes que apresentavam somente a porcelana de infraestrura, e os de duas camadas de cobertura no topo foram mais fortes com diferenças estatisticamente significantes dos espécimes somente de porcelana de cobertura, ou que os que tinham duas camadas de porcelana de cobertura e a porcelana de infra-estrutura no topo. Os autores concluíram que o material que fica na base é o que determina a resistência mecânica, tenacidade e modo de fratura do conjunto. Hirvonen et al. 18 (2004) examinou o efeito da adição de pó de cordierita (até 20% peso) sobre a condutividade em nas propriedades térmicas e mecânicas dos nanocompósitos fabricados com matriz Y-TZP preparado pelo método de sinterização sem pressão (PSM), bem como sua estrutura e a temperatura de sinterizção. A análise estrutural foi feita por difração de raios X (XRD), microscopia eletrônica de varredura e microscopia eletrônica de transmissão, medidas de densidade assim como a análise térmica diferencial (DTA) e termogravimetria (TG). Os testes mecânicos incluiam tenacidade à fratura e resistência à flexão. Os resultados obtidos mostram a possibilidade de controlar a quantidade de zircônia tetragonal com formação de grãos de tamanho nanométrico através de uma adequada seleção da temperatura de sinterização. Salientaram que coeficiente de condutividade térmica de compósitos de base de Y-TZP com zircônia, fabricado a partir do pó com mais de 15 vol.% de conteúdo de cordierita, parece ser menor do que a da zircônia

31 pura, apesar dos materiais utilizados apresentarem individualmente alta condutividade térmica. A análise DTA-TG confirmou a excelente estabilidade do composto em temperaturas elevadas e comprovou a ausência de oxidação dos nanocompósitos Em 2004, Kosmaĕ 21 estudou os efeitos do desgaste, jateamento e do envelhecimento na resistência à flexão biaxial de cerâmicas Y-TZP contendo 3% mol ítrio. Observou que o desgaste com utilização de ponta em alta rotação diminui a resistência média e a confiabilidade do material, enquanto o jateamento pode fornecer uma poderosa ferramenta para o fortalecimento da superfície. Os materiais de granulação grossa eram menos suscetíveis aos defeitos induzidos pelo desgaste, provavelmente devido à maior tenacidade à fratura. Durante o envelhecimento a 140 C por 24 horas, uma camada de cerca de 100 µm de espessura na superfície da cerâmica foi transformada em fase monoclínica no grupo padrão de Y-TZP, resultando em diminuição considerável da resistência, enquanto os materiais "jateados apresentaram uma resistência muito maior para a degradação de baixa temperatura. Concluiram que a preexistência de zircônia monoclínica na superfície da cerâmica dey-tzp jateada impede a propagação de defeitos durante a exposição do material a ambientes aquosos. Luthard et al. 24 (2004) publicaram um trabalho com os seguintes objetivos: A) testar a hipóteses que os defeitos de superfície e micro-fendas são induzidos pelo desgaste das coroas e B) analisar o material removido e a camada superficial desgastada assim como estimar o tamanho das microfendas provocadas pelo processo de fresagem da porcelana Y-TZP simulando

32 a confecção de coroas. Para este trabalho Os autores utilizaram corpos-deprova em forma de disco e cilindro confeccionados a partir de uma cerâmica altamente sinterizada com 97% mol de ZrO 2 e 3 mol% de Y 2 O 3. Os resultados evidenciaram defeitos e micro-fendas de 2 a 15 μm nas superfícies das coroas desgastadas. Os autores concluíram que o desgaste de cerâmicas altamente sinterizadas como Y-TZP provoca danos na micro-estrutura do material. Salientam que a mudança do parâmetro do desgaste não é uma solução para este problema e que métodos alternativos como cerâmicas parcialmente sinterizadas e procedimentos que não provoquem desgastes devem ser desenvolvidos para melhorar a resistência de coroas e pontes fixas confeccionadas em CAD/CAM. Zhang et al. 40 (2004) estudaram as propriedades de fadiga em grãos finos de Y-TZP no teste de flexão cíclica. Para isso zircônia estabilizada com3% mol de 3% mol de itrio (Prozyr Y-TZP, Norton, East Granby, CT) e alumina (AD995, CoorsTek, Golden, CO). As amostras foram lixadas e polidas até se obter especimes nas dimensões de 25 X 25 X 0,6 mm (Y-TZP) e 25 X 25 X 1 mm (alumina). A analise por difração de raios X (EDX) indicou que não houve tranformação de fase para monoclínica nas superfícies polidas (dentro do limite de detecção de 3%). Uma configuração multicamada com placas de cerâmica ligada a um substrato polimérico compatível e carregada com forças concentradas nas superfícies de topo, simulando estruturas de camada de base em coroas dentárias e próteses de substituição de quadril, foi utilizada como modelo básico de teste. O tempo crítico para o inicio de falha em trinca radial nas superfícies cerâmica submetidas a cargas máximas foram mensuradas em especimes de Y-TZP com superfícies polidas, com superfícies pre-danificadas

33 mecanicamente, e depois de um tratamento témico de envelhecimento. Nenhuma diferença nas condições de falha crítica foram observadas entre o carregamento monotônico e cíclico em superfícies polidas, ou entre as superfícies polida e danificadas mecanicamente, de acordo com a fadiga controlada por um crescimento lento de trincas. No entanto, os dados relativos a amostras danificadas mecanicamente e sumetidas ao envelhecimento experimental mostram quedas substanciais na resistencia a tensão e os tempos de falha no carregamento cíclico indicando um papel aumentando de processos mecânicos e térmicos, em certos casos. Em todos os casos, a tensão sustentável na Y-TZP permaneceu superior ao da alumina, o que sugeriu que com as medidas adequadas para evitar instabilidades estruturais inerentes, Y-TZP poderia proporcionar um desempenho superior em aplicações de biomecânica. Guazzatto et al. 15 (2005) realizaram uma pesquisa com o objetivo de estimar a influencia do jateamento, orientação de desgaste, polimento e calor na resistencia a flexão de uma cerâmica Y-TZP. 160 espécimes em forma de barra (20 x 1,3 x 4 mm) foram confeccionados a partir de bloco cerâmico DC-Zirkon (5% mol de Y 2 O 3 TZP, DSC Dental AG, Allschwill, Switzerland) e divididos em 4 grupos de acordo com o tratamento de superfície a seguir: Grupo S: jateamento; Grupo SH: jateamento + calor; Grupo GPA: desgaste paralelo ao longo eixo; Grupo GPAH: desgaste paralelo ao longo eixo + calor; Grupo GPE: desgaste perpendicular; Grupo GPEH: desgaste perpendicular + calor; Grupo P: Polimento; Grupo PH: polimento + calor. Seguidamente os corpos de prova foram levados ao teste de flexão em 3 pontos para calcular a resistência a flexão e a analises de difração de raios X para estimar a

34 quantidade relativa da fase monoclínica. Os resultados evidenciaram maiores valores de resistencia a flexão e maiores porcentagens de fase monoclínica no grupo que foi somente jateado (1540 MPa; 9.5%) e no grupo que sofreu desgaste paralelo (1330 MPa; 8.3%). O menores valores(955 MPa; 0.3%) foram observados no grupo que recebeu jateamento e calor. Os autores concluíram que o jateamento e polimento podem ser recomendados para aumentar a resistência das cerâmicas YTZP; desde que não sejam seguidas pela aplicação de calor. Luthy et al. 25 (2005) propuseram-se determinar in vitro a resistencia e confiabilidade de infra-estruturas de quatro elementos para dentes posteriores confeccionadas com cerâmica vítrea reforçada com dissilicato de lítio (Empress 2 / Ivoclar); zircônia infiltrada com vidro (In- Ceram Blancks / Vita) e zircônia estabilizada com ítrio - TZP (Cercon Blanks / DeguDent). 15 corpos-de-prova de forma idêntica foram confeccionados com cada material. O desenho da infra-estrutura simulava uma ponte fixa de primeiro pré-molar ate segundo molar onde os conectores tinham uma seção transversal de 7,3 mm 2, altura ocluso gengival de 2,8 mm e 2,7 mm de largura buco lingual. Para a confecção da infra-estrutura de zircônia TZP, primeiramente o enceramento da infra-estrutura foi digitalizado a laser (Cercon brain). A seguir os blocos de zircônia (Cercon Blanks), foram fresados (Cercon-smart ceramic system/ DeguDent) e sinterizados a 1.350 o C por 2h. (Cercon heat). Para a confecção das infra-estruturas de zircônia infiltrada com vidro, os blocos cerâmicos (In- Ceram blanks) foram fresados com o sistema Celay (Mikrona) e infiltrados com vidro (In-Ceram Zirconia glass powder) seguindo as recomendações dos fabricantes. Para o sistema Empress 2 foi utilizado o forno EP 500 (Ivoclar),

35 onde, após a eliminação da cera, as pastilhas cerâmicas foram submetidas a uma temperatura de 920 o C, com pressão de 5 bar por 30 minutos. O teste mecânico foi realizado numa máquina de ensaios universal a uma velocidade constante de 0,5 mm/min. Os resultados mostraram a maior resistencia e maior modulo de Weibull para a zircônia estabilizada com ítrio - TZP (755 N / 7,0). A zircônia infiltrada com vidro (518 N / 4,5) e o Empress 2 (282 N / 5,7) respectivamente. Com isto, os autores concluiriam que as infra-estruturas de zircônia estabilizada com ítrio - TZP demonstraram as melhores propriedades mecânicas, porém os conectores para este tipo de infra-estruturas devem ter mais de 7,3 mm 2 e não menos como pode ser encontrado na literatura. White et al. 39 (2005) publicaram um trabalho onde investigaram a variação da resistencia a flexão, de barras compostas por camadas de infraestrutura de zircônia e porcelana de cobertura. Oito diferentes tipos de barras foram confeccionadas utilizando Y-TZP (Lava System) e porcelana feldespática (Lava Ceram Veneer ceramic); cada um desses grupos tinha 10 espécimes com dimensões de aproximadamente44 x 4 x 4 mm. O módulo de elasticidade dos materiais foi medido pelo método acústico (pulso eco-ultrason) e a força máxima do modulo de ruptura foi determinado usando o ensaio de flexão em 3 pontos numa maquina de ensaios universal. Os resultados mostraram que os corpos de prova de porcelana de cobertura tiveram valores de resistência a flexão de 77 a 85 MPa. Já os corpos-de-prova com infraestrutura de zircônia registraram valores muito maiores (636 a 786 MPa). O modulo de elasticidade da porcelana de cobertura e da infraestrutura foram de 71 e 224 GPa respectivamente. Com isso os autores concluíram que o sistema de infraestrutura a base de zircônia, por eles testados, teve valores de

36 resistência a fratura, substancialmente maiores que outros materiais para infraestrutura de cerâmica pura citada literatura. Policristais de zircônia tetragonal estabilizada por ítrio(y-tzp) são usados como um material para aplicações odontológicas, por exemplo, inlays, coroas e pontes. No entanto, a Y-TZP pode sofrer transformação de fase, o que resulta em micro-rachaduras. Por esta razão, estudos de estabilidade em ambiente oral são de grande importância. Assim, Andrzejczuk et al.2 (2006) realizaram um estudo para avaliar a estabilidade hidrotermal de zircônias de baixa porosidadeestabilizadas por ítrio em água e solução ácida. Cerâmica com uma densidade fracionada da fase tetragonal variando de 90% a quase 100% foram produzidas por sinterização de pastilhas prensadas à seco em diferentes temperaturas. A resistência à flexão e à composição da fase foram determinados para as amostras antes e após a exposição as condições experimentais A influência das transformações de fase na morfologia da superfície foi investigada através de um microscópio eletrônico de varredura. Os resultados mostraram que as amostras sinterizadas a 1450 C com uma densidade de mais de 95% apresentaram forte tendência a sofrer transformação de fase tetragonal para monoclínica durante autoclavagem em água a 200 C por 24 horas. Concluiram então que a expansão de volume devido à transformação de fase resulta em micro-rachaduras, que tem um efeito negativo sobre as propriedades mecânicas do material investigado. Curtis et al. 9 (2006) realizaram uma pesquisa com o objetivo de investigar a influencia da simulação de forças mastigatórias, que rotineiramente ocorrem no meio oral durante a vida útil de uma reconstrução com cerâmica Y- TZP. Para tal, avaliaram a resistência a flexão, módulo de Weibull e dureza

37 superficial de corpos-de-prova em forma de discos (13 mm de diâmetro x 1.54 mm de altura) obtidos a partir de um bloco de cerâmica com 5-mol% de Y-TZP (LAVA 3M ESPE). As amostras foram divididas em 10 grupos com 30 espécimes cada. Os grupo A e E foram mantidos nas condições em que foram confeccionadas as espécimes (sem polimento), e constituíram os grupos controle; os grupos B ed foram submetidos a 2000 ciclos contínuos a 500 N (383 420 MPa), 700 N (536-588 MPa) e 800 N (613 672 MPa). Os grupos F e H foram também submetido a ciclos contínuos de carga somente que imersos em água a 37 o C por 2000 ciclos a 500 N; 700 N e 800 N. Os grupos I ej foi mantido seco e submetido a um máximo de 80 N (61 67 MPa) por 104 e 105 ciclos para simular nível de forca mastigatória que as coroas e pontes de cerâmica pura receberão ao longo da sua vida útil na boca. Seguidamente os espécimes foram submetidos ao ensaio de Flexão e de dureza Vickers. Os resultados não mostraram diferença significante na resistência a flexão entre todos os grupos. Já o aumento do modulo de Weibull foi significante para os espécimes imersos em água (8,6 ± 1,6, 8,5±1,6, 10,3±1.9) comparados com o grupo controle (7,1±1,3), já o grupo submetido a extenso ciclo de 10 5 resultou numa significante redução do modulo de Weibull (5,3 ±1,0) comparado com o grupo controle. Foram localizadas áreas com aumento da dureza superficial diretamente abaixo da região que sofreu a ação do endentador. Os autores concluíram que o aparecimento de áreas com maior dureza superficial pode ser resultado de um mecanismo de transformação da resistência ou aumento da densidade do material por esmagamento. A redução da confiabilidade dos espécimes submetidos a 80 N por 10 5 ciclos foi associada o acumulo de dano critico como resultado das extensas forças mastigatórias naturais.

38 Em outro trabalho, Curtis et al. 10 (2006) examinaram a influência de diferentes técnicas de modificação da superfície interna antes da cimentação, 12 jogos de cerâmica Y-TZP (LAVA 3M ESPE) em forma de disco com 13 mm de diâmetro x 1.5 mm espessura foram utilizadas e divididas aleatoriamente em seis grupos donde foram abrasionados com alumina de 25, 50 e 110 μm e guardados protegidos da umidade ou em água a 37oC por 24 h. Quatro grupos sofreram desgaste com uma broca diamantada fina ou grossa, com água ou a seco. A resistência a flexão bi-axial, e modulo de Weibull de todos os espécimes foram determinados; assim também como a rugosidade, dureza superficial e composição das fases. Os resultados identificaram que não existia diferença estatisticamente significante (p<0.05) na resistencia a flexão entre os corpos de prova abrasonados com 25, 50 e 110 μm de alumina e o grupo controle. Porém, um aumento significante do módulo de Weibull foi identificado nos espécimes abrasionados com alumina e conservados sem umidade (10.7±1.9, 10.6±1.9 e 10.6±1.9) quando comparados com o grupo controle (7.5±1.3) e os espécimes guardados em água. Também foi observado que a abrasão com alumina diminuiu a rugosidade superficial comparada com os controles. Já o desgaste com a broca diamantada grossa reduziu significantemente a resistência a flexão e o módulo de Weibull, comparado com o controle, mas não ouve diferenças significantes para o desgaste com a broca diamantada fina. Os autores concluíram que a combinação da redução da rugosidade superficial e a formação de uma camada superficial de estresse compressivo como resultado da abrasão com alumina aumentou a resistencia a flexão dos materiais analisados.

39 Papanagiotou et al. 28 (2006) investigaram a possível degradação da resistencia flexural de um novo material cerâmico composto por Y-TZP (Vita In-Ceram YZ) depois de ser exposta a vários procedimentos de degradação a baixa temperatura (LTD) e procedimentos de polimento final. Os autores também avaliaram possíveis alterações micro estruturais na superfície de este material utilizando MEV e difração de raios X; a composição química foi analisada pela espectroscopia de energia dispersiva (EDS). Foram utilizados 310 barras de 25 x 4 x 2 mm obtidas a partir de blocos de zircônia YZ-40 para Cerec (8 barras por cada bloco), sintetizadas no forno ZYcromat (Vita) e divididos em 9 grupos experimentais: Grupo C: controle; Grupo B24h: água fervente por 24h; Grupo B7d: água fervente por 7 dias; Grupo H6h: guardado em ar úmido a 250 o C por 6h; Grupo H24h: guardado em ar úmido a 250 o C por 24h; Grupo H7d: guardado em ar úmido a 250oC por 7 dias; Grupo P: polido; Grupo A: desgaste por ar abrasivo; Grupo AB: desgaste por ar abrasivo mais água fervente por 7 dias. A resistência flexural de todos os espécimes foi determinada usando o teste de 3 pontos numa maquina de ensaios Universal com célula de carga de 10 kn e velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados demonstraram que os tratamentos não provocaram efeitos negativos significantes na resistência a flexão, que foi de 796,7 a 950,2 MPa. O modulo de Weibull foi de 5.6 a 9.3 e a maior transformação da fase tetragonal para a monoclínica foi encontrada nos grupos: B7d e Grupo H7d. As analises por MEV e SEM mostraram menor concentração de ítrio nos espécimes do grupo B7d. Com tudo isso os autores concluíram que os vários procedimentos de degradação a baixa temperatura (LTD) e de polimento final não reduziram a

40 resistência a flexão das barras de zircônia e que o jateamento abrasivo aumentou a resistência das cerâmicas testadas. Considerando que alta tenacidade à fratura do nano compósito ZrO 2 /Al2O 3 estabilizado com cério (Ce-TZP/A) poderia ser superior ao da Y- TZP em uso clínico Fischer et al. 12, em 2007, decidiram investigaram a resistência à fratura e ao trincamento da cerâmica de revestimento de Ce- TZP/A (Nanozir, Matsushita Electric Works) e Y-TZP/HIP (Hint-ELs). em relação a sinterização As estruturas foram usinadas (HiCut e Hint-ELs), sinterizados, e a cerâmica de cobertura foi aplicada (hitherm e Hint- ELs),seguindo as instruções do fabricante (Cerabien ZR e Noritake). A resistência à fratura das coroas foi avaliada em um ensaio de corte (n = 10). A resistência à flexão biaxial foi medida de acordo com a ISO 6872 (n = 10). Para avaliar a compatibilidade térmica entre a infra-estrutura e cerâmica de cobertura o coeficiente de expansão térmica (CTE) de todos os materiais foi determinada (n = 3) e um teste de fissuras foi realizado (n = 12). A resistência à fratura foi igual para coroas com Ce-TZP / A (866,6 ± 132,1 N) e Y-TZP (904,5 ± 168,2 N), sinterizados, enquanto as coroas com Y-TZP/HIP foram significativamente mais fortes (1.380,6 ± 253,2 N) (t de Student teste, p <0,05). Estes valores foram correlacionados com a resistência à flexão biaxial observada para os materiais:(ce-tzp / A: 1238,0 ± 200.0MPa, Y-TZP sinterizadas: 1181,8 ± 232.5MPa e Y-TZP/HIP: 1521,8 ± 163.8MPa). Nos especimes de Y-TZP/HIP e Y-TZP sinterizados foram observadas falhas por lascamento da cerâmica de cobertura ou fratura total do conjunto, enquanto que não foram observados lascamentos nos especimes confeccionados por Ce-TZP/A. No teste de fissuras ambas sinterizadas e Y-TZP/HIP foi ligeiramente melhor do que a Ce-

41 TZP / A. CTE foram os seguintes: Ce-TZP / A: 10,3 µm / mk, Y-TZP sinterizadas: 10,7 µm / mk, Y-TZP/HIP: 10,9 µm / mk, e Cerabien ZR: 9,9 µm / mk. Com esses resultados os autores concluíram que o coeficiente de expansão térmico do revestimento cerâmico tem que ser ajustado para estruturas de Ce-TZP/A. Pittayachawan et al. 29 (2007) realizaram um estudo que tinha como objetivo avaliar a influencia da inclusão de corantes na esistência flexural, dureza e resistência à fadiga de zircônia do sistema Lava TM. Discos padronizados LAVA TM (15mm x 1,3 mm) foram fornecidos pelo fabricante fabricante (3M ESPE), de acordo com a norma ISO 6872. A temperatura final de sinterização foi de 1500 C. Os espécimes foram divididos em oito grupos de acordo com a cor: incolor e FS1-FS7 (a cor relacionada com a guia de cores Vita A-D). As amostras foram lixadas, com lixas diamantadas de 10µm em ambos os lados. Todos os espécimes foram polidos somente de um lado com aplicação sequencia de lixa 1000 (Struers, UK) por 10 min, então polidas com suspensão DP (Struers) contendo diamantes policristalinos (Struers) de tamanho 9µm por 20 minutos e finalmente, 3µm por 10 minutos usando uma máquina de polimento a uma velocidade de 150 rpm. Para todo lixamento e polimento foi usado um dos dois struers da máquina RotoPol-11 (Struers). Foi avaliado a resistência flexural biaxial e a dureza Vickers. Para gerar as número de curvas clássica de tensão, os discos de zircônia incolor(n= 24), FS4 (n=24), FS7 (n=32) foram aleatoriamente selecionados e submetidos a teste de fadiga. Uma carga senoidal cíclica (2 Hz) foi aplicada sobre os espécimes imersos em água a 37 C variando de 50 a 90% a tensão média de fratura das amostras (MPa). Um limite de fadiga de 500.000 ciclos foi definido. A confiabilidade da força foi analisada

42 utilizando o método de Weibull. Todos os grupos tiveram uma resistência flexural média dureza e módulo de Weibull (m) de aproximadamente 1100MPa, 1300HV e 9,8-12,9, respectivamente. A análise de variância (ANOVA) não mostrou diferença significativa na resistência à flexão biaxial entre os oito grupos (p> 0,05). A ANOVA não mostrou diferenças significativas nos valores de dureza entre os grupos, exceto FS1 e FS5, que apresentaram valores de dureza significantemente maiores do que FS4 e FS7 (p <0,001) e FS5 também teve um maior valor de dureza do que FS3 (p <0,05). Além disso, os grupos sem coloração, FS4 e FS7 sobreviveu a 5 10 5 ciclos em um nível de tensão na faixa de 60-65% da resistência à flexural média. Os autores puderam concluir que a tonalidade não afeta a resistência à flexão das cerâmicas Y-TZP e que o limite de fadiga dos grupos FS4 e FS7 (descoloridos) pode ser definido como situado entre 60 e 65% da tensão necessária para a fratura dos especimes. Teixeira et al. 36 (2007) fizeram um estudo sobre o efeito da adição de Al 2 O 3 na ZrO 2 tetragonal visando a utilização desta cerâmica como material dentário. Amostras contendo 0, 10, 20 e 30 wt.% eram prensado a frio (80 MPa), e em seguida sinterizadas por 120 minutos variando-se a temperatura de sinterização (1500, 1550 e 1600 C). Os efeitos das condições de sinterização foram analisadas por difração de raios X e microscopia eletrônica de varredura. A dureza e a tenacidade à fratura foram determinadas pelo método de indentação Vickers. Além disso, as amostras foram submetidas ao teste de flexão em 4 pontos. Observaram relação direta entre a dureza das amostras (13,4 e 15,8 Gpa) e a quantidade de Al 2 O 3 adicionada à matriz de ZrO 2. No entanto, ressaltam que a adição de aluminio não resulta em diferença