Manual de Avaliação Prévia para seleção de ações e apoio à decisão em projetos tipo da EDP Distribuição

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Transcrição:

DECivil Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura Manual de Avaliação Prévia para seleção de ações e apoio à decisão em projetos tipo da EDP Distribuição Medida 25 - Medida financiada no âmbito do Plano de Promoção de Desempenho Ambiental 2009-2011, aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos

Equipa Técnica Coordenação Maria do Rosário Partidário (Instituto Superior Técnico) Consultor especialista Júlio de Jesus Equipa técnica (Instituto Superior Técnico) Bernardo Rodrigues Augusto Paulo Castro Santos

ÍNDICE 1. Enquadramento e objetivos 4 2. A quem se dirige este Manual 6 3. Como utilizar o Manual 7 4. Projetos da EDP Distribuição e seus eventuais impactes ambientais 9 4.1 Conceitos de avaliação de impactes e de impacte ambiental 9 4.2 O regime jurídico da AIA em Portugal 14 4.3 O regime da Análise de Incidências Ambientais (AIncA) na Rede Natura 2000 15 4.4 O regime da Avaliação de Incidências Ambientais (AIncA) dos projetos de fontes de energia renováveis 16 4.5 Síntese da aplicação dos regimes de AIA e de AIncA aos projetos da EDP Distribuição 16 4.6 Projetos da EDP Distribuição abrangidos pela Medida 25 17 4.7 O ciclo dos projetos da EDP Distribuição abrangidos pela Medida n.º 25 17 4.8 Tipologias de impactes ambientais de linhas de distribuição e de subestações 22 5. Metodologia para identificação e avaliação prévias de impactes ambientais associados a projetos da EDP Distribuição 27 5.1 Objetivo e descrição da metodologia e critérios de seleção 27 5.2 Documentação a produzir 33 5.3 Benefícios ambientais esperados e análise de sobrecusto 34 5.4 Aplicação da metodologia 37 6. Mitigação 39 7. Seguimento e monitorização 41 Anexo 1 Abreviaturas, acrónimos e siglas 43 Anexo 2 Glossário 46 Anexo 3 Referências bibliográficas 56 Anexo 4 Ficha de projeto 58 Anexo 5 Lista de entidades com responsabilidade específicas no licenciamento de projetos da EDP Distribuição ou potencialmente interessadas nesse processo 64 Anexo 6 Aplicação a casos-piloto 67 Anexo 7 Ficha para comentários e sugestões 71 3

1. Enquadramento e objetivos O Manual de avaliação prévia para seleção de ações e apoio à decisão em projetos tipo da EDP Distribuição, que constitui o presente documento, é desenvolvido no âmbito da Medida 25 do Plano de Promoção do Desempenho Ambiental (PPDA) 2009-2001 do setor elétrico, financiado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). A Medida 25 tem como principal objetivo: o desenvolvimento e a implementação de um modelo de apoio à decisão que integre a componente ambiental nas fases de planeamento, construção e exploração da rede de distribuição, e antecipe conflitos ambientais em projetos suscetíveis de terem efeitos negativos no ambiente. Desenvolve-se através de um mecanismo de avaliação prévia que, utilizando critérios e indicadores apropriados, permita selecionar as ações que possam suscitar efeitos ambientais significativos e que, nesse caso, tenham vantagem em ser objeto de uma avaliação prévia de impacte ambiental. Da prática nacional e internacional decorre que a avaliação prévia de impactes ambientais permite contribuir para o objetivo enunciado, através da consideração de fatores ambientais e sociais no processo de tomada de decisão. Em fase de planeamento de novas infraestruturas e de modificações significativas de infraestruturas existentes a avaliação prévia do risco de ocorrência de impactes ambientais negativos significativos permite uma tomada de decisão fundamentada e mais sustentável. Antecipar a identificação destes impactes no processo de ampliação e manutenção da rede de distribuição pode ajudar a otimizar soluções, ambientalmente mais recomendáveis, e identificar atempadamente medidas de controlo que evitem ou reduzam efeitos negativos significativos no ambiente, decorrentes da execução do processo. Entendeu assim a EDP Distribuição que a abordagem adequada ao objetivo proposto incluía o desenvolvimento e implementação de um modelo de apoio à decisão, fundamentado na avaliação prévia de impactes ambientais, que integre a componente ambiental nas fases de planeamento e construção da rede de distribuição, e antecipe conflitos ambientais em projetos suscetíveis de terem efeitos negativos no ambiente. Este modelo constitui um contributo para a sustentabilidade dos projetos da EDP Distribuição, ao incorporar a componente ambiental, a par com as componentes económica e social. Como objetivos específicos da Medida 25 destacam-se: O desenvolvimento de um mecanismo voluntário de seleção de ações, baseado nos potenciais impactes ambientais negativos dessas ações e harmonizado com os critérios constantes do anexo V, do DL n.º 69/2000, com a redação dada pelo DL n.º 197/2005; A experimentação da metodologia a desenvolver em projetos suscetíveis de determinarem impactes significativos no ambiente e aos quais se poderá aplicar a metodologia de seleção de ações; A identificação dos benefícios ambientais resultantes da adoção deste mecanismo de seleção de ações que permita aumentar a eficiência e a sustentabilidade da decisão. Importa realçar que a EDP Distribuição não está abrangida pela obrigatoriedade do regime de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) previsto na legislação em vigor, embora considere que a opção voluntária de utilização deste tipo de ferramenta pode, nalgumas circunstâncias, constituir uma mais valia para a Empresa e para o Ambiente. Não obstante, e por razões de coerência técnica e conceptual, a definição da metodologia e a preparação do Manual têm como base de trabalho o DL n.º 69/2000, de 3 de maio, com a redação dada pelo DL n.º 197/2005, de 8 de novembro, sobre AIA de projetos (n.º 4, art. 1º e Anexo V). Deste modo o presente Manual apresenta o enquadramento teórico e a metodologia de um mecanismo de avaliação prévia que, através de critérios e indicadores apropriados, permita selecionar as ações que possam suscitar efeitos ambientais significativos e que, nesse caso, possam ser objeto de uma avaliação de impacte ambiental. Apesar de se considerar a metodologia proposta como um importante contributo para a consideração dos aspetos ambientais e sóciais nas decisões sobre projetos, existe o risco da sua aplicação limitar a necessária reflexão e a adaptação às especificidades de cada projeto e do seu local de implantação. Este risco é usual em metodologias que se destinam a ser aplicadas, de modo expedito, a uma grande quantidade de projetos. 4

A implementação da Medida 25 é da responsabilidade da EDP Distribuição, que para o efeito conta com a participação do IST, cuja coordenação é assegurada pela Professora Maria do Rosário Partidário. Para o efeito o IST recorre a diferentes especialistas de áreas ambientais consideradas prioritárias no âmbito das atividades de distribuição de energia elétrica. Foi constituído um equipa alargada, multidisciplinar, da EDP Distribuição, para prestação de apoio ao Projeto. O desenvolvimento da Medida 25 decorreu em estreita articulação com duas outras medidas do PPDA: a Medida 20, sobre Integração Paisagística de Infraestruturas Elétricas, da responsabilidade do CIBIO Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, e a Medida 23, sobre Gestão Sustentável das Faixas de Proteção da Rede de Distribuição, da responsabilidade da FloraSul. A metodologia e o presente manual beneficiaram ainda das discussões e contributos recebidos nos workshops de divulgação, realizados em Lisboa e no Porto, e numa ação de sensibilização interna, realizada em Coimbra. 2. A quem se dirige este Manual Este Manual dirige-se fundamentalmente aos envolvidos na aplicação da Metodologia de Avaliação Prévia do Impacte Ambiental aos Projetos da EDP Distribuição de linhas aéreas e subterrâneas e de subestações, nomeadamente: Responsáveis e técnicos pelo planeamento, projeto, construção, manutenção e desativação desses projetos; Responsáveis e técnicos pela gestão do ambiente e sustentabilidade; Fornecedores de serviços relacionados com as atividades de planeamento, projeto, construção, manutenção e desativação; Entidades da Administração responsáveis por licenças ou autorizações dos projetos; Organizações não governamentais e outras entidades ou pessoas interessadas na aplicação da Metodologia adotada. 5

3. Como utilizar o Manual Este Manual permite aceder: Aos principais conceitos de avaliação de impactes e de impacte ambiental (Secção 4.1); Aos aspetos fundamentais dos regimes nacionais de AIA e de avaliação de incidências ambientais (AIncA) na Rede Natura 2000 e dos projetos de fontes de energia renováveis e à sua aplicação aos projetos da EDP Distribuição (Secções 4.2 a 4.5); Ao elenco de projetos da EDP Distribuição abrangidos pela Medida 25 e ao ciclo dos projetos da EDP Distribuição (Secções 4.6 e 4.7); Às tipologias de impactes ambientais de linhas de distribuição e de subestações (Secção 4.8); À metodologia para identificação e avaliação prévias de impactes ambientais associados a projetos da EDP Distribuição, incluindo critérios de seleção, documentação a produzir e benefícios ambientais esperados (Secção 5); À tipologia de medidas de mitigação, a adotar para evitar, minimizar ou compensar os potenciais e eventuais efeitos negativos, em diferentes fases de planeamento, construção, exploração e desativação de projetos (Secção 6); À tipologia mecanismos de seguimento e monitorização que constituem um controlo periódico fundamental para a eficácia ambiental da gestão de projetos (Secção 7). Na parte final do manual encontra-se: Uma lista de abreviaturas, acrónimos e siglas (anexo 1); A Figura 3.1 ilustra a estrutura do Manual, distinguindo entre as secções de enquadramento (a verde), as secções fundamentais para a aplicação da metodologia (a amarelo) e os elementos complementares (a azul). 1. Enquadramento e objetivos 2. A quem se dirige este Manual 3. Como utilizar o Manual 4. Projetos da EDP Distribuição e seus eventuais impactes ambientais 5. Metodologia para identificação e avaliação prévias de impactes ambientais associados a projetos da EDP Distribuição 5.1 Descrição da metodologia e critérios de seleção 5.2 Documentação a produzir 5.3 Benefícios ambientais esperados e análise do sobrecusto 5.4 Aplicação da metodologia 6. Mitigação 7. Seguimento e monitorização Anexo 1 - Lista de abreviaturas, acrónimos e siglas Anexo 2 - Glossário Anexo 3 - Referências bibliográficas Anexo 4 - Ficha de projeto Anexo 5 - Lista de entidades Anexo 6 - Aplicação a casos piloto Anexo 7 - Ficha para comentários e sugestões Legenda: Enquadramento Aplicação da metodologia Elementos complementares Figura 3.1 Estrutura do Manual. Um glossário dos termos técnicos utilizados (anexo 2); Referências bibliográficas usadas no manual (anexo 3); A ficha de projeto requerida pela metodologia de seleção de ações (anexo 4); A lista de entidades com responsabilidade específicas no licenciamento de projetos da EDP Distribuição ou potencialmente interessadas nesse processo (esta lista não é exaustiva e deve ser regularmente atualizada e completada) (anexo 5); Uma descrição da aplicação a dois casos-piloto (anexo 6); Uma ficha para comentários e sugestões (anexo 7). 6

4. Projetos da EDP Distribuição e seus eventuais impactes ambientais 4.1 Conceitos de avaliação de impactes e de impacte ambiental A Avaliação de Impactes (AI) pode ser simplesmente definida como o processo de identificação das futuras consequências de uma ação em curso ou proposta (IAIA, 2009). As finalidades da AI são as seguintes (IAIA, 2009): Fornecer informação para o processo de decisões relativamente às consequências biofísicas, sociais, económicas e institucionais de ações propostas; Promover a transparência e a participação do público nos processos de decisão; Identificar procedimentos e métodos para o seguimento (monitorização e mitigação das consequências adversas) ao longo dos ciclos de política, planeamento e projeto; Contribuir para um desenvolvimento sustentável. A AI tem uma natureza dual, cada uma com as suas próprias abordagens metodológicas: como um instrumento técnico para a análise das consequências de uma intervenção planeada (política, plano, programa, projeto), fornecendo informação às partes interessadas e aos decisores, e de intervenções não planeadas, tais como desastres naturais, guerras e conflitos; como um procedimento legal e institucional ligado ao processo de decisão de uma intervenção planeada. Impacte é a diferença entre o que aconteceria sem a ação e o que aconteceria com a ação. Os termos impacte e efeito são frequentemente usados como sinónimos. No entanto, há quem distinga os efeitos de determinada ação, considerando-os a origem dos impactes. Em avaliação de impactes, risco pode ser definido como um impacte com uma reduzida probabilidade de ocorrência. É importante a distinção entre os impactes reais e os impactes percebidos pelo público. A prática da AI conta com uma família de instrumentos e ferramentas, tipicamente baseados nas ciências naturais e físicas e nas ciências sociais, de previsão das consequências futuras expectáveis de possíveis decisões: AIA, aplicada usualmente a projetos; AI sectoriais, por ex. AI sociais, AI na saúde, AI no património, AI visuais, AI económicos; Avaliação Ambiental Estratégica, aplicada a políticas, planos, programas; AI na Sustentabilidade; AI transfronteiras, aplicada a ações que têm impactes em mais do que uma jurisdição; AI cumulativos, que corresponde à avaliação conjunta de várias ações passadas, presentes e razoavelmente previsíveis no futuro, independentemente de terem ou não o mesmo proponente. A Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) foi a primeira a ter reconhecimento legal (em 1970, com a entrada em vigor da National Environment Policy Act - Lei Nacional de Política Ambiental dos Estados Unidos da América) e é, sem dúvida, a forma de Avaliação de Impactes mais aplicada e bem estabelecida em todo o mundo. A IAIA definiu AIA como o processo de identificação, previsão, avaliação e mitigação dos efeitos relevantes - biofísicos, sociais e outros - de propostas de desenvolvimento antes de decisões fundamentais serem tomadas e de compromissos serem assumidos (IAIA/IEA, 1999). Esta definição reflete as características fundamentais da AIA: trata-se de um processo, ou seja de um conjunto de atividades que decorre no tempo, de uma forma faseada; inclui a identificação de efeitos, ou seja o estabelecimento de relações de causa-efeito (por ex. a presença de uma linha aérea num corredor de aves migratórias apresenta um risco de colisão); inclui a previsão dos efeitos identificados, ou seja a sua qualificação e quantificação, no espaço e no tempo (por ex., qual a mortalidade de determinadas espécies de aves, por quilómetro de linha, em diferentes períodos do ano); inclui a avaliação dos efeitos identificados, ou seja a classificação da sua importância de acordo com critérios previamente definidos (por ex., a avaliação da mortalidade por colisão de aves poderá ter como critérios principais o estatuto de proteção legal, o estatuto de ameaça e a percentagem relativamente ao total da população de cada espécie); 7

inclui a mitigação dos efeitos, ou seja a indicação das medidas adotadas para evitar, reduzir ou compensar os principais efeitos negativos (por ex., se a avaliação indicar que o risco de mortalidade por colisão num determinado troço de linha aérea será importante, poderão colocar-se dispositivos de sinalização da linha ou mesmo optar por um traçado alternativo); considera a análise dos efeitos de uma forma abrangente: biofísicos, sociais e outros relevantes; aplica-se a propostas de desenvolvimento, formulação mais ampla do que a de muitas legislações, como a portuguesa, que limitam a aplicação da AIA a projetos; explicita o seu papel de instrumento de apoio à decisão. A IAIA define os seguintes objetivos da AIA (IAIA, 1999): Assegurar que o ambiente é explicitamente considerado e incorporado no processo de decisão sobre propostas de desenvolvimento; Antecipar e evitar, minimizar ou compensar os efeitos adversos significativos biofísicos, sociais e outros relevantes de propostas de desenvolvimento; Proteger a produtividade e a capacidade dos sistemas naturais e dos processos ecológicos que mantêm as funções desses sistemas; Promover um desenvolvimento que seja sustentável e que otimize o uso dos recursos e as oportunidades de gestão. Ambiente tem tido numerosas definições e âmbitos, ao longo do tempo e consoante os contextos e as jurisdições em que é utilizado. Em Portugal, a Lei de Bases do Ambiente (Lei n.º 11/87, de 7 de abril) define ambiente como o conjunto dos sistemas físicos, químicos, biológicos e suas relações e dos fatores económicos, sociais e culturais com efeito direto ou indireto, mediato ou imediato, sobre os seres vivos e a qualidade de vida do homem (artigo 5.º) e enumera seis componentes ambientais naturais o ar, a luz, a água, o solo vivo e o subsolo, a flora, a fauna e três componentes ambientais humanos a paisagem, o património natural e construído, a poluição. A norma EN ISO 14001:2004 Sistemas de gestão ambiental - Requisitos e linhas de orientação para a sua utilização define ambiente como envolvente na qual uma organização opera, incluindo o ar, a água, o solo, os recursos naturais, a flora, a fauna, os seres humanos, e as suas inter-relações. A Diretiva 85/337/CEE, relativa à avaliação dos efeitos de determinados projetos públicos e privados no ambiente, e a Diretiva 2001/42/CE, relativa à avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, enumeram os fatores ambientais a considerar nessas avaliações. No Quadro 4.1 apresentam-se os fatores ambientais considerados na norma EN ISO 14001:2004 e nas referidas Diretivas 85/337/CEE e 2001/42/CE. Quadro 4.1 Fatores ambientais considerados nas diretivas 85/337/CEE e 2001/42/CE e na norma EN ISO 14001:2004 Norma EN ISO 14001:2004 Diretiva 85/337/CEE Diretiva 2001/42/CE o ar o ar a atmosfera o clima os fatores climáticos a água a água a água o solo o solo o solo os recursos naturais a flora a flora a flora a fauna a fauna a fauna os seres humanos o homem os bens materiais o património cultural a paisagem a biodiversidade a população a saúde humana os bens materiais o património cultural, incluindo o património arquitetónico e arqueológico a paisagem O conceito de ambiente adotado no presente manual inclui os seguintes fatores: a população; a fauna, a flora e a biodiversidade; o solo; a água; a paisagem; o património cultural arquitetónico e arqueológico; o ordenamento do território, incluindo as condicionantes resultantes dos instrumentos de gestão territorial em vigor, e as servidões e restrições de utilidade pública. 8

Recorrendo mais uma vez à norma EN ISO 14001:2004, aspeto de uma organização é definido como o elemento das atividades, produto ou serviços de uma organização que pode interagir com o ambiente e impacte como qualquer alteração no ambiente, adversa ou benéfica, resultante, total ou parcialmente, dos aspetos ambientais de uma organização. Pode, assim, considerar-se que os impactos resultam dos efeitos dos aspetos das organizações: Aspeto Efeito Impacte Os impactes ambientais são, assim, alterações num dos fatores acima referidos como consequência de uma ação, no presente caso a construção, exploração ou desativação de um projeto da EDP Distribuição. As legislações sobre AIA utilizam a expressão significativo para referir os impactes mais importantes (e relevantes para a decisão). Quando é que um impacte é significativo? Esta é uma noção difícil, sendo talvez das questões mais subjetivas em AIA. A determinação do significado de um impacte depende tanto do contexto geográfico e socioeconómico em que os impactes vão ocorrer, como dos agentes em presença, e consequentemente, dos seus respetivos valores sociais e culturais. O que é significativo para um indivíduo ou comunidade não o é necessariamente para outro indivíduo ou comunidade. Dentro de uma mesma comunidade há sempre expectativas e pontos de vista diferentes entre os seus indivíduos. Entre comunidades passa-se o mesmo. Há então que recorrer a critérios e regras que permitam avaliar o significado dos impactes. Na série de guias da Comissão Europeia sobre AIA (ERM, 2001a e 2001b) é apresentada uma lista de critérios para avaliar o significado dos impactes ambientais. De acordo com essa lista, as questões a considerar são as seguintes. Haverá uma grande alteração nas condições ambientais? Serão afetados muitos recetores* de outro tipo (fauna, flora, negócios, infraestruturas)? Serão afetados recursos ou outros valores escassos? Existe o risco de normas de qualidade ambiental serem ultrapassadas? Existe o risco de afetação de sítios, áreas ou valores protegidos? Haverá uma elevada probabilidade de ocorrência do impacte? O impacte permanecerá por muito tempo? O impacte será permanente em vez de temporário? O impacte será contínuo em vez de intermitente? Se for intermitente, será frequente em vez de raro? O impacte será irreversível? Será difícil evitar, reduzir, reparar ou compensar o impacte? Os impactes podem ser classificados de forma diversa. Uma breve revisão pela literatura existente permite verificar a existência de numerosas classificações de impactes. Existem dois objetivos nos sistemas de classificação de impactes: Um é fornecer informação sobre a natureza de um impacte, podendo daí tirar-se ilações úteis para a sua mitigação, para o desenvolvimento do projeto e para a decisão. Por exemplo, é relevante saber se um impacte é direto ou indireto, pois a forma de o evitar ou minimizar será certamente distinta. Outro é o de contribuir para a avaliação do significado do impacte, de uma forma qualitativa ou através de métodos quantitativos. As novas características sairão fora-daescala do ambiente existente? O efeito resultante será pouco usual na área ou particularmente complexo? O efeito far-se-á sentir numa área muito extensa? Existe algum potencial impacte transfronteiriço*? Serão afetadas muitas pessoas? 9

Adotando a sistematização de um Guia recentemente publicado (APAI/REN/APA, 2007) apresenta-se a seguinte grelha de classificação de impactes: Classificação dos potenciais impactes Critérios Escala Definição Sentido Complexidade/Efeito Natureza transfronteiriça do impacte Probabilidade de ocorrência Duração Frequência (periodicidade com que) Reversibilidade Magnitude (dimensão) Valor do recurso afetado e/ou sensibilidade ambiental da área do impacte Escala (geográfica) Capacidade de minimização ou compensação Positivo Negativo Direto Indireto Transfronteiriço Não transfronteiriço ImprovávelPouco provável Provável Certo Temporário Permanente Raro Ocasional/Sazonal Diário Reversível Parcialmente reversível Irreversível Reduzida Moderada Elevada Reduzido Moderado Elevado Confinado à instalação Não confinado mas localizado Não localizado Minimizável Minimizável e/ou compensável Não minimizável nem compensável O sentido de um impacte será positivo ou negativo consoante este produza benefícios ou danos no ambiente O efeito de um impacte será direto caso este advenha diretamente das atividades inerentes à implementação, exploração ou desativação da infraestrutura ou indireto caso seja um impacte transmitido em cadeia Reflete se o impacte ocorrerá apenas dentro ou também fora de fronteiras A probabilidade (possibilidade de) procurar medir as hipótese de um impacte ocorrer ou não Reflete o intervalo de tempo em que se manifesta o impacte Reflete o número de vezes em que se manifesta o impacte Reflete a medida em que o ambiente alterado pelo impacte regressa à situação inicial Reflete a grandeza do impacte, tendo em conta a dimensão da população ou do recurso afetado Reflete o valor do ambiental do recurso e a sua sensiibilidade Reflete a extensão do impacte, em termos de área geográfica Reflete se o impacte e ou não minimizável e/ou compensável A avaliação do significado deve resultar da ponderação de todos estes critérios. 10

4.2 O regime jurídico da AIA em Portugal O regime jurídico da AIA atualmente em vigor em Portugal foi aprovado pelo DL n.º 69/2000, de 3 de maio. Este diploma viria a sofrer diversas alterações, das quais a última foi aprovada pelo DL n.º 179/2005, de 8 de novembro, que republicou o DL n.º 69/2000. Este diploma transpõe para o direito interno a Diretiva 85/337/CEE, relativa à avaliação dos efeitos de determinados projetos públicos e privados no ambiente, com as alterações introduzidas pelas Diretivas 97/11/CE e 2003/35/CE. A decisão, designada como Declaração de Impacte Ambiental (DIA), proferida no âmbito do procedimento de AIA é prévia à autorização ou licenciamento de todos os projetos sujeitos a AIA. Essa decisão é tomada baseada na análise efetuado num documento preparado pelo proponente do projeto, designado como Estudo de Impacte Ambiental (EIA), na apreciação técnica efetuada por uma comissão nomeada para o efeito e nos resultados de uma consulta pública. Posteriormente à decisão, o proponente deverá efetuar a monitorização*, podendo em alguns casos ser necessário a entrega de um documento que pormenorize o cumprimento das condições fixadas na DIA e uma nova consulta pública. De acordo com o n.º 3 do artigo 1.º do DL n.º 69/2000 estão sujeitos a AIA os seguintes projetos: Os projetos tipificados no anexo I do DL n.º 69/2000; Os projetos enunciados no anexo II. No caso dos projetos enunciados no anexo II, é feita uma distinção de limiares para os que se localizam em áreas sensíveis: áreas protegidas*, sítios da Rede Natura 2000* e zonas de proteção do património cultural classificado*. No que se refere a projetos de redes elétricas, o anexo I inclui a seguinte categoria de projetos: linhas aéreas de transporte de eletricidade com uma tensão igual ou superior a 220 kv e cujo comprimento seja superior a 15 km. O n.º 4 do artigo 1.º do DL n.º 69/2000 estabelece que são, ainda, sujeitos a AIA os projetos elencados no anexo II, ainda que não abrangidos pelos limiares nele fixados, que sejam considerados, por decisão da entidade licenciadora ou competente para a autorização do projeto, suscetíveis de provocar impacte significativo no ambiente em função da sua localização, dimensão ou natureza, de acordo com os critérios estabelecidos no anexo V. O DL n.º 69/2000 considera dois regimes excecionais: a sujeição de qualquer projeto por decisão conjunta do membro do Governo competente na área do projeto em razão da matéria e do membro do Governo responsável pela área do ambiente (n.º 5 do artigo 1.º do DL n.º 69/2000); a dispensa, total ou parcial, do procedimento de AIA, em circunstâncias excecionais e devidamente fundamentadas, por iniciativa do proponente e mediante despacho do ministro responsável pela área do ambiente e do ministro da tutela (artigo 3.º do DL n.º 69/2000). O artigo 7.º do DL n.º 69/2000 define as Autoridades de AIA, a quem compete a instrução dos procedimentos de AIA. No caso de projetos de linhas elétricas e subestações a Autoridade de AIA é a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) quando a entidade licenciadora é a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) quando a entidade licenciadora é a Direção Regional de Economia (DRE). A APA também é Autoridade de AIA quando o projeto se situe em área sob jurisdição de duas ou mais CCDR. A Portaria n.º 330/2001, de 2 de abril, fixa a estrutura, o conteúdo e o número de exemplares de alguns dos documentos a entregar pelo proponente, nomeadamente o EIA. O regime jurídico da AIA exige a análise dos impactes ambientais dos projetos associados ou subsidiários de projetos sujeitos a AIA, o que pode incluir subestações e linhas elétricas. Por sua vez o anexo II inclui os seguintes tipos de projetos: transporte de energia elétrica por cabos aéreos (não incluídos no anexo I) com tensão 110 kv e extensão 10 km; transporte de energia elétrica por cabos aéreos (não incluídos no anexo I), localizados em áreas sensíveis, com tensão 110 kv; subestações com linhas 110 kv. 11

4.3 O regime da Análise de Incidências Ambientais (AIncA) na Rede Natura 2000 A Diretiva 92/43/CEE, relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens (Diretiva Habitats) estabelece uma rede ecológica europeia coerente de zonas especiais de preservação denominada «Natura 2000». Esta rede, formada por sítios que alojam determinados tipos de habitats naturais e habitats de determinadas espécies, deve assegurar a manutenção ou, se necessário, o restabelecimento dos tipos de habitats naturais e dos das espécies em causa num estado de conservação favorável, na sua área de repartição natural. A rede Natura 2000 inclui os sítios da Lista Nacional de Sítios, os Sítios de Importância Comunitária (SIC) e as Zonas Especiais de Conservação (ZEC), previstas na Diretiva Habitats. Esta rede compreende também as Zonas de Proteção Especial (ZPE) designadas nos termos da Diretiva 79//409/CEE (Diretiva Aves). A Portaria n.º 829/2007, de 1 de agosto, publicita os SIC existentes em Portugal. É previsível que ainda venham a ser aprovados no território do Continente mais sítios da Lista Nacional de Sítios, para futura designação como SIC. Os SIC serão posteriormente classificados como ZEC. 4.4 O regime da Avaliação de Incidências Ambientais (AIncA) dos projetos de fontes de energia renováveis O DL n.º 225/2007, de 31 de maio, estabelece, nos seus artigos 5.º e seguintes, um procedimento de AIncA para os projetos de centros electroprodutores que utilizem fontes de energia renováveis (FER) e que não estejam sujeitos a AIA. Esse procedimento é da responsabilidade da CCDR territorialmente competente e baseia-se num EIncA apresentado pelo promotor. O n.º 2 do artigo 5.º estabelece que o EIncA deve incluir a análise dos impactes das instalações acessórias. O artigo 10.º deste diploma estabelece que as linhas elétricas de interligação e as subestações constituem instalações acessórias do centro electroprodutor. Os projetos da EDP Distribuição encontram-se fora do âmbito deste regime. 4.5 Síntese da aplicação dos regimes de AIA e de AIncA aos projetos da EDP Distribuição O Quadro 4.2 ilustra o âmbito de aplicação dos regimes de AIA e de AIncA aos projetos da EDP Distribuição. O regime aplicável aos sítios da Lista Nacional de Sítios, SIC, ZEC e ZPE encontra-se aprovado pelo DL n.º 140/99, de 24 de abril, alterado e republicado pelo DL n.º 49/2005, de 24 de fevereiro. O n.º 1 do artigo 10.º do DL n.º 140/99 prevê que as ações, planos ou projetos não diretamente relacionados com a gestão de um sítio da lista nacional de sítios, de um SIC, de uma ZEC ou de uma ZPE e não necessários para essa gestão, mas suscetíveis de afetar essa zona de forma significativa, individualmente ou em conjugação com outras ações, planos ou projetos, devem ser objeto de avaliação de incidências ambientais [AIncA] no que se refere aos objetivos de conservação da referida zona. O n.º 2 do mesmo artigo determina que a AIncA segue a forma do procedimento de AIA quando o referido procedimento seja aplicável nos termos da respetiva legislação (DL n.º 69/2000 ver ponto 4.2). Nos restantes casos, a AIncA é designada como Análise de Incidências Ambientais e inclui a elaboração pelo proponente de um Estudo de Incidências Ambientais (EIncA) e a sua entrega ao Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) (ou, em determinadas circunstâncias, à CCDR) e uma eventual consulta pública. Os projetos situados em Rede Natura 2000 estão, portanto, sujeitos a AincA sempre que possam ter impactes negativos nos objetivos de conservação da zona em que se localizam. 12

Quadro 4.2 Aplicação dos regimes de AIA e de AIncA aos projetos da EDP Distribuição Regime de Avaliação de Impactes AIA (DL 69/2000, com a redação do DL 197/2005) AIncA em Rede Natura 2000 (DL 140/99 alterado pelo DL 49/2005) AIncA de projetos de FER (DL 225/2007) Art. 1º, n.º 3 + Anexo I Art. 1º, n.º 3 + Anexo II Art. 1º, n.º 4 + Anexo II Art. 1.º, n.º 5 Aplicação aos projetos da EDP Distribuição Não abrangidos porque o anexo I apenas inclui linhas aéreas com tensão 220 kv Não abrangidos porque o anexo II apenas inclui infraestruturas de transporte (e não de distribuição) Não abrangidos porque o anexo II apenas inclui infraestruturas de transporte (e não de distribuição) Qualquer projeto pode ser abrangido por esta disposição de exceção Abrangidos os projetos localizados em Rede Natura 2000 que suscetíveis de afetar essa zona de forma significativa Não abrangidos porque o seu licenciamento é da responsabilidade do promotor da instalação electroprodutora e não da EDP Distribuição 4.6 Projetos da EDP Distribuição abrangidos pela Medida 25 De entre os projetos da EDP Distribuição, considerou-se que os suscetíveis de provocarem impactes ambientais negativo são constituídos pelas seguintes tipologias: Linhas elétricas aéreas e subterrâneas, de AT (a 60 kv) e de MT (essencialmente a 30 kv e 15 kv). Subestações. Os projetos das redes de distribuição de energia elétrica em baixa tensão e de iluminação pública encontram-se fora do âmbito do presente Manual. 4.7 O ciclo dos projetos da EDP Distribuição abrangidos pela Medida n.º 25 4.7.1 As infraestruturas abrangidas pela Medida n.º 25 A Rede Nacional de Distribuição (RND) é constituída pelas redes de alta e média tensão, que incluem as linhas aéreas e os cabos subterrâneos de Alta Tensão (AT) e Média Tensão (MT), e pelas subestações de distribuição (AT/ MT e MT/MT). Existem ainda, postes de corte/ seccionamento AT ou MT que, por não possuírem capacidade de transformação, se consideram integrados na rede respetiva. A alimentação da rede em AT é assegurada pelas subestações da RNT, designadas de ponto injetores. A rede de Média Tensão (MT) é alimentada a partir das subestações AT/ MT, excetuando uma zona de Lisboa, que é alimentada diretamente pela subestação Sacavém da RNT. A distribuição em AT é efetuada à tensão de 60 kv, existindo apenas uma linha AT de 132 kv no norte do País, entre a central hídrica do Lindoso e a SE Ruivães. A estrutura rede AT é genericamente emalhada, sendo a exploração efetuada em malha fechada sempre que possível e conveniente. A maior parte da rede AT é aérea, existindo no entanto uma forte componente subterrânea nas zonas urbanas de Lisboa e Porto. As subestações AT/MT são automatizadas e telecomandadas, o que flexibiliza a reconfiguração da rede e a reposição do abastecimento em caso de incidente. Geograficamente, estas instalações encontram-se naturalmente mais concentradas nas zonas de maior densidade de cargas, em que a redução do comprimento médio das saídas MT e a criação de possibilidades de alimentação alternativas contribuem, assim, para assegurar uma melhor qualidade de serviço aos clientes. A distribuição MT é efetuada, predominantemente, nos níveis de tensão de 30 kv, 15 kv e 10 kv, sendo os níveis mais baixos utilizados tipicamente em regiões de maior densidade de cargas e no litoral, enquanto que os 30 kv são utilizados em regiões de maior dispersão. Existem também subestações MT/MT, responsáveis pelo abaixamento da tensão de distribuição de MT de 30 kv para 15 kv ou 10 kv. Existem ainda pequenas redes a 6 kv que têm vindo a ser substituídas para níveis de tensão mais elevados. A rede MT é explorada radialmente. Nas zonas urbanas ou semiurbanas ela possui uma estrutura em fuso ou em anel, sendo maioritariamente subterrânea; nestas zonas, a maioria das saídas MT das subestações dispõem de alimentação alternativa. Nas zonas rurais, a rede MT possui uma estrutura essencialmente radial arborescente e é maioritariamente do tipo aéreo. Para facilitar a exploração e a melhorar a qualidade de serviço, a rede MT possui, ao longo do seu curso, órgãos de corte telecomandados ou dotados de algum tipo de automatismo. No Quadro seguinte apresentam-se alguns dados estatísticos da RND. 13

Quadro 4.3 Extensão de linhas de AT e MT e número de subestações (em 31-12-2009) Infraestruturas Extensão N.º Linhas AT (60/132 kv) Linhas MT (6/10/15/30 kv) aéreas subterrâneas aéreas subterrâneas 8.445 km 468 km 58.261 km 15.113 km Subestações 399 As linhas aéreas de AT são constituídas pelos seguintes elementos principais (EDP Distribuição, 2009): Cabos condutores e cabo de guarda; Cadeias de isoladores (em geral de vidro ou porcelana vidrada); Apoios (postes), metálicos ou em betão armado, respetivas armações e fundações;\ Sistema de ligação à terra, por varetas revestidas de cobre e cabos de cobre; Acessórios de fixação (pinças de amarração e de suspensão, mangas de reparação); Amortecedores de vibração; Conjuntos sinaléticos; Balizagem aeronáutica dos cabos e dos postes, diurna e noturna, nos casos em que é obrigatória; Dispositivos de proteção à avifauna, nos casos em que se justifique. As linhas aéreas de MT são constituídas pelos seguintes elementos principais (EDP Distribuição, 2009): Cabos condutores; Cadeias de isoladores (em geral de vidro ou porcelana vidrada); Apoios (postes) em betão armado, ou, em casos excecionais, metálicos, respetivas armações e fundações; Sistema de ligação à terra, por varetas revestidas de cobre e cabos de cobre; Seccionadores de linha e, eventualmente, ógãos de corte de rede; Balizagem aeronáutica dos cabos e dos postes, diurna e noturna, nos casos em que é obrigatória; Dispositivos de proteção à avifauna, nos casos em que se justifique. Os cabos condutores são os elementos responsáveis pela condução da energia elétrica. O cabo de guarda tem como função a proteção dos cabos condutores contra descargas atmosféricas e a transmissão de dados. Os apoios ou postes são os elementos cuja função é suportar os cabos condutores e de guarda. Os isoladores são os elementos que evitam a passagem de energia elétrica dos cabos condutores para os apoios. As linhas aéreas dispõem de uma faixa de proteção, estabelecida no DR n.º 1/92, de 18 de fevereiro, com vista a garantir a segurança da linha. Nesta faixa, que tem uma largura variável entre 15 e 45 m, é efetuado o corte e decote das árvores que for suficiente para garantir as distancias mínimas de segurança previstas regulamentarmente. As linhas subterrâneas de AT são estabelecidas ao longo de vias públicas e normalmente em passeios em valas abertas para o efeito ou em galerias técnicas. São constituídas por cabos condutores, devidamente protegidos, e por caixas de visita para inspeção e manutenção. É também possível a colocação de cabo de telecomunicação para transmissão de dados necessários à exploração da linha. Para além dos cabos, há a referir a colocação na vala onde se colocam os cabos da linha subterrânea de lajes de proteção e de rede plástica e fitas de sinalização. A proteção destas linhas contra descargas atmosféricas é efetuada na transição para linha aérea ou nas instalações terminais. As subestações são instalações que albergam os equipamentos necessários à transformação dos níveis de tensão e à distribuição do trânsito de energia elétrica por várias linhas. Existem dois tipos de subestações: As subestações de corte aberto, na qual os equipamentos estão ao ar livre, funcionando como isolador o próprio ar; 14

As subestações de corte fechado, nas quais os equipamentos se encontram instalados em compartimentos pressurizados contendo hexafluoreto de enxofre (SF6), gás que funciona como isolador. Estas subestações encontram-se em geral alojadas em edifícios, sendo muito mais compacta. 4.7.2 O planeamento, projeto e licenciamento das infraestruturas abrangidas pela Medida n.º 25 A EDP Distribuição é concessionária exclusiva da RND, constituída pelas infraestruturas de AT e MT (DL n.º 182/95, de 27 de julho). Cabe à EDP Distribuição, enquanto concessionária da RND, assegurar o planeamento, construção e gestão da rede, de forma a permitir o acesso de terceiros e gerir de forma eficiente as instalações (Artigo 35.º,alínea d), DL n.º 29/2006, de 15 de fevereiro). A EDP Distribuição elabora periodicamente o Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Distribuição (PDIRD), onde é feita a previsão a três anos dos principais projetos de desenvolvimento a considerar na expansão da RND. O planeamento da expansão das redes de distribuição tem por objetivo assegurar a existência de capacidade nas redes para a receção e entrega de eletricidade, com níveis adequados de qualidade de serviço e de segurança, no âmbito do mercado interno de eletricidade (Artigo 41.º, DL 29/2006, de 15 de fevereiro). O PDIRD atualmente em vigor abrange o triénio 2009-2011. O PDIRD orienta o planeamento dos projetos de linhas AT e MT e de subestações. No caso das linhas é definida uma área de estudo e, por vezes, um corredor base, tendo em conta o ponto de origem e o ponto de destino. No planeamento da RND são seguidos critérios de planeamento que assentam no cumprimento das exigências regulamentares, nomeadamente em termos de qualidade de serviço e cumprimento de padrões de segurança para planeamento da RND, procurando simultaneamente o aumento de eficiência da rede, o retorno dos investimentos a efetuar e o acautelamento das questões ambientais. O Projeto de Linhas AT e MT pode ser precedido da fase de Estudo Prévio, na qual é selecionada uma área de estudo, tendo em consideração os pontos de ligação da Rede e as principais características ou condicionantes de natureza física, ecológica e sócio-económica da região, previamente identificadas (EDP Distribuição, 2009). Nesta fase, poderão ser materializados, total ou parcialmente, traçados alternativos (EDP Distribuição, 2009). Na fase de projeto, procede-se às atividades de topografia e identificação de parcelas e proprietários, bem como à consulta de entidades no âmbito de licenciamentos necessários. De entre estes licenciamentos ou autorizações realçam-se as relativas a áreas protegidas e sítios da Rede Natura 2000, à Reserva Agrícola Nacional, à Reserva Ecológica Nacional, ao domínio hídrico, às zonas de proteção dos bens imóveis do património cultural classificado e a servidões administrativas diversas. O licenciamento das infraestruturas da RND é da competência das Direções Regionais de Economia. 4.7.3 As atividades de construção e exploração As principais atividades de construção de linhas aéreas são as seguintes: Instalação do estaleiro e parque de material. Reconhecimento, sinalização e abertura de acessos. Sempre que possível são utilizados ou melhorados acessos existentes. A largura dos acessos depende do tipo de veículos utilizados. Desmatação e abertura de faixa. A desmatação e o abate de arvoredo ocorrem ao longo da faixa de proteção da linha. Trabalhos de topografia. Estes trabalhos incluem a piquetagem (cravação de estacas no terreno) e marcação dos caboucos dos apoios. Abertura de caboucos. Esta atividade é realizada com recurso a retroescavadoras. A escavação limita-se aos caboucos, cujo dimensionamento é feito caso a caso, de acordo com as características do terreno. Construção de maciços de fundação e montagem das bases. Inclui a instalação da ligação à terra. Envolve operações de betonagem no local. O dimensionamento das fundações encontra-se normalizado para situações correntes e é calculado para situações geológicas particulares. Montagem e colocação dos apoios. Inclui o transporte, assemblagem (no caso de estruturas metálicas) e levantamento dos postes e montagem de conjuntos sinaléticos. Os postes (ou as peças dos postes metálicos) são transportados para o local em camiões e levantados com o auxílio de gruas ou mastros de carga. Instalação de cabos. Inclui o desenrolamento, regulação e fixação dos cabos condutores e do cabo de guarda. Esta atividade é realizada com os cabos em tensão mecânica (ou seja, esticados), assegurada por maquinaria específica (equipamento de desenrolamento de cabos em tensão mecânica). No cruzamento de obstáculos, tais como estradas, linhas férreas, outras linhas aéreas, linhas telefónicas, são montadas, durante os trabalhos de montagem, estruturas (pórticos) para proteção desses obstáculos e dos cabos. 15

Colocação eventual de dispositivos de balizagem aérea e de proteção da avifauna. Estes dispositivos podem ser necessários na proximidade de aeroportos, aeródromos ou heliportos (ou de rotas de aproximação ou descolagem) ou em zonas de concentração de aves. A exploração de linhas aéreas envolve as seguintes atividades de manutenção e de conservação: Inspeção periódica do estado de conservação da linha, para deteção de situações suscetíveis de afetar a segurança de pessoas e bens ou o funcionamento da linha; Observação da Faixa de Proteção, para deteção precoce de situações suscetíveis de afetar o funcionamento da linha; Substituição de componentes deteriorados, por exemplo, cadeias de isoladores; Execução do Plano de Manutenção da Faixa de Proteção, incluindo intervenções de corte de vegetação e outras medidas de gestão da vegetação. A construção de linhas subterrâneas envolve a abertura de valas, nalguns casos executadas por perfuração dirigida (na travessia de obstáculos como linhas de água ou vias de comunicação, por exemplo), a colocação de cabos e o encerramento da vala. A exploração de linhas subterrâneas envolve atividades de inspeção e de reparação. A construção de subestações envolve as seguintes atividades principais: Instalação do estaleiro e parque de material. Instalação de equipamentos. Inclui a instalação de aparelhagem de alta tensão e respetivas ligações, instalação de transformadores de potência, instalação de serviços auxiliares (baixa tensão), instalação dos sistemas de comando, controlo e de proteção da SE e execução dos projetos de telecomunicações e informáticos. A exploração de subestações, que são telecomandadas, envolve as seguintes atividades de manutenção e de conservação: Limpeza de isoladores; Verificação de circuitos e respetivos ensaios; Conservação de ruptores dos transformadores de potência; Verificação do gás hexafluoreto de enxofre (SF6) (no caso das subestações de corte fechado ); Conservação dos comandos dos seccionadores; Verificação do eletrólito e ensaios nas baterias de acumuladores. 4.8 Tipologias de impactes ambientais de linhas de distribuição e de subestações No Quadro 4.4 apresentam-se os principais tipos de impactes dos vários projetos da EDP Distribuição abrangidos pela Medida n.º 25. Neste quadro apenas se consideram as fases de construção e de exploração. Muitos dos impactes da fase de desativação são similares aos da fase de construção, com exceção dos relacionados com a gestão de resíduos, muito mais relevante na desativação. Abertura de acessos. Sempre que possível são utilizados ou melhorados acessos existentes. Trabalhos de topografia. Estes trabalhos incluem a piquetagem (cravação de estacas no terreno). Construção da plataforma. Esta atividade inclui a desmatação e a execução de aterros e escavações. Abertura de caboucos e execução de fundações. As fundações são em betão, geralmente armado. Construção das infraestruturas da subestação. Estas infraestruturas incluem edifícios, arruamentos interiores, maciços para equipamentos, caleiras de cabos, redes de terra, redes de águas, redes de esgotos e vedações. 16

Quadro 4.4 Impactes ambientais de linhas de distribuição e subestações Tipo de projeto Fase Fator ambiental Tipo de impacte potencial População Ocupação temporária de terrenos Desvio temporário de vias Condicionamentos ao tráfego Incómodos devidos a poeiras e lamas Risco de acidentes com pessoas exteriores à obra Afetação da economia local pela perturbação de acessos ou das condições existentes Ruído de construção Emprego local Estímulo da economia local pelo fornecimento de bens e serviços Efeito de barreira pelos acessos Afetação da flora (destruição, stress), incluindo espécies protegidas ou ameaçadas Risco de incêndio Afetação de habitats (destruição, perturbação, fragmentação), incluindo habitats protegidos ou de espécies protegidas ou ameaçadas Perturbação de espécies da fauna Afetação de corredores de conectividade ecológica Mortalidade de espécies da fauna, por desmatação, escavação, colisão, atropelamento Afetação do solo natural (destruição, alteração das características do solo) Risco de contaminação do solo (derrames, resíduos) Aumento da erosão hídrica do solo Mobilização de solo contaminado Poluição da água pelas águas de escorrência (sólidos suspensos, ph, etc.) Risco de contaminação da água (derrames, resíduos) Alterações do escoamento e da infiltração (impermeabilização, transposição por acessos) Alteração temporária das características da paisagem (acessos, estaleiros, maquinaria, etc.) Alteração definitiva da paisagem pela introdução de novos elementos (exceto linhas subterrâneas) ou alterações nos elementos existentes (corte de faixa de arvoredo, por ex.) Risco de afetação (destruição total ou parcial) de vestígios arqueológicos em ações de desmatação ou escavação Afetação temporária ou permanente do enquadramento visual de elementos ou conjuntos do património arqueológico, arquitetónico ou etnográfico Afetação temporária ou permanente do enquadramento visual de locais ligados a práticas culturais Ocupação temporária ou permanente de áreas sujeitas a servidões ou restrições de utilidade pública Alteração da aptidão e vocação do território, incluindo da envolvente da instalação, definida em planos de ordenamento do território Ruído da instalação Campos eletromagnéticos Desvalorização da propriedade na envolvente Afetação de algumas atividades económicas na envolvente Acréscimo de potenciais impactes associados à construção e exploração de linhas Emprego (manutenção) Acréscimo de potenciais impactes associados à construção e exploração de linhas Fauna, flora e biodiversidade Subestações, Linhas aéreas, Linhas subterrâneas Construção Solo Água Paisagem Património cultural Ordenamento do território População Fauna, flora e biodiversidade Solo Risco de contaminação do solo Água Risco de contaminação da água Subestações Exploração Paisagem Património cultural Ordenamento do território Alteração das características da paisagem Acréscimo de potenciais impactes associados à construção e exploração de linhas Afetação do enquadramento visual de elementos ou conjuntos do património arqueológico, arquitetónico ou etnográfico Afetação do enquadramento visual de locais ligados a práticas culturais Acréscimo de potenciais impactes associados à construção e exploração de linhas Ocupação de áreas sujeitas a servidões ou restrições de utilidade pública Alteração da aptidão e vocação do território, incluindo da envolvente da instalação, definida em planos de ordenamento do território Acréscimo de potenciais impactes associados à construção e exploração de linhas 17