ORIENTAÇÕES PARA RECURSO PROF. MICHEL KNOLSEISEN

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Transcrição:

ORIENTAÇÕES PARA RECURSO PROF. MICHEL KNOLSEISEN INSTRUÇÕES SOBRE O RECURSO Conforme consta no item 5.2.1 do Edital, o prazo para recurso inicia às 12 horas do dia 28 de julho de 2012 e termina às 12 horas do dia 31 de julho de 2012. O examinando deve atentar para as limitações de caracteres para o recurso da peça prático-profissional e das questões. O item 5.4 do Edital prevê que as razões podem ser limitadas em até 5.000 (cinco mil) caracteres. Deste modo, o candidato terá que apresentar as razões de recurso da peça prático profissional em até 5.000 (cinco mil caracteres) e 5.000 (cinco mil) caracteres por questão. Os recursos devem ser interpostos exclusivamente pelos meios eletrônicos contidos no site da OAB/FGV. Em hipótese alguma o candidato deve se identificar nas razões de recurso. Qualquer forma de identificação na parte destinada às razões culminará na desclassificação liminar do candidato (item 5.5.1). O examinando não poderá utilizar termos desrespeitosos à banca, à OAB ou qualquer das seccionais. Caso isto ocorra, o recurso será desclassificado (item 5.13). O RECURSO De um modo geral, o aluno deve procurar os erros materiais da banca de correção, isto é, os acertos que não foram pontuados pelo corretor. Para isto, o examinando deve indicar exatamente as linhas onde está a resposta correta, mostrando, assim, que foi injustiçado.

Porém, em algumas hipóteses, o próprio posicionamento da banca deve ser atacado, por dizer respeito a algum equívoco ou um posicionamento controverso. Ou seja, neste caso, em virtude do equivoco apontado, o item deve ser anulado.. Neste contexto, serão expostos os argumentos para tentar anular item do edital, bem como para demonstra o erro material na correção da questão por parte da banca. PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL ITEM - 5 Neste ponto, inicialmente, é preciso alertar que serão expostos argumentos que buscam a anulação do quesito referente ao pedido de habilitação do assistente de acusação. Contudo, tais razões não estão dentro do limite de cinco mil caracteres impostos pelo edital. Isto porque, o que se busca é apresentar ao recorrente fundamentos para buscar a anulação do quesito, sendo de sua responsabilidade adaptar estes fundamentos às limitações constantes no edital. No item 5 do gabarito da peça prático profissional foi exigido que o candidato apresentasse na peça de interposição do recurso o pedido de habilitação do pai da vítima como assistente de acusação. Para quem colocasse tal pedido seria atribuída a nota 0,25. A peça trata de recurso de apelação interposto pelo assistente de acusação previsto na forma do artigo 598 do CPP. No entanto, ao contrário do que decidiu a banca, o pedido de habilitação do assistente de acusação era desnecessário.

Na segunda fase do primeiro Exame de Ordem de 2005 elaborado pela OAB/PR, também foi exigido do examinando a formulação de uma apelação supletiva, nos termos do artigo 595. No entanto, no espelho daquela peça não foi exigido o pedido de habilitação do assistente de acusação. E a razão para esta postura tomada pela banca da OAB/PR foi bem simples: qualquer eiva no processo de habilitação do assistente de acusação não passa de mera irregularidade, como, aliás, já decidiu o STJ: PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. IRREGULARIDADES NA PRIMEIRA FASE DO PROCEDIMENTO DO JÚRI. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO EM ALEGAÇÕES FINAIS. PRECLUSÃO. NULIDADE DA DECISÃO DE PRONÚNCIA NÃO ALEGADA EM SEDE DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. NÃO OBSERVÂNCIA DE FORMALIDADE NA HABILITAÇÃO DE ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. MERA IRREGULARIDADE. PRODUÇÃO DE PROVAS PELO ASSISTENTE. ART. 271 DO CPP. EXCESSO DE LINGUAGEM NA DECISÃO DE PRONÚNCIA. INEXISTÊNCIA. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO DA QUALIFICADORA. INOCORRÊNCIA. DECISUM QUE OBSERVOU ADEQUADAMENTE O REGRAMENTO DO ART. 413, 1º, DO CPP E DO ART. 93, IX, DA CF. DESPACHO QUE CONFIRMA A PRONÚNCIA EM SEDE DE JUÍZO DE RETRATAÇÃO. DESNECESSIDADE DE NOVA FUNDAMENTAÇÃO. ORDEM DENEGADA. 1. As irregularidades ocorridas na primeira fase do procedimento escalonado do júri devem ser arguidas por ocasião das alegações finais, nos termos do que dispõe o artigo 571, inciso I, do Código de Processo Penal.

2. As nulidades da decisão de pronúncia devem ser questionadas por meio de recurso próprio, qual seja, recurso em sentido estrito. 3. Eventual eiva no processo de habilitação do assistente de acusação não passa de mera irregularidade. (...) (HC 83.243/PB, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 23/08/2010) Como se vê, o critério de correção contido no item 5 do gabarito oficial divulgado pela OAB deve ser revisto, uma vez que não se mostrava necessária a exigência de habilitação do assistente de acusação. Deste modo, a pontuação contida no referido item deve ser atribuída também ao candidato que não fez em sua petição de interposição o pedido de habilitação do assistente de acusação. QUESTÃO 02 ITEM 01 No item 1 do gabarito da questão 02, exigiu-se do candidato que respondesse que Larissa agiu sob o erro de tipo essencial, previsto no artigo 20, caput, do Código Penal. No entanto, o que ser percebe neste quesito é que o candidato que colocou apenas que Larissa agiu sob o erro de tipo deve ter a nota atribuída integralmente. Isto porque, nesta hipótese, agente chegou ao fim que era o almejado pelo examinador: demonstrar que Larissa não tinha dolo, porque não sabia que estava transportando substância entorpecente. Por outro lado, a questão não trouxe nenhum elemento que pudesse confundir o examinando no sentido de que estava-se diante de uma situação de erro de tipo acidental. Ou seja, a questão não trouxe nenhum elemento que exigisse do examinando a diferenciação entre erro de tipo acidental e erro de tipo essencial.

Assim, a pontuação deve ser atribuída integralmente ao examinando que colocou em sua resposta que Larissa estava sob o erro de tipo, nos termos do artigo 20, caput, do Código Penal. ERROS MATERIAIS Em relação aos erros materiais cometidos pela banca, isto é, as situações em que o candidato colocou na peça ou nas questões os pontos exigidos pelo examinador, mas, ainda assim, não obteve nota, o texto deve ser claro e conciso. Isto porque, nesta hipótese, o objetivo maior será o de indicar no recurso a não pontuação, embora tenha ocorrido o acerto por parte do examinando. Seguem alguns modelos que podem ser utilizados tanto para o apontamento dos erros materiais contidos tanto na peça quanto nas questões. Estes modelos foram retirados de recursos elaborados em exames passados, os quais obtiveram êxito. Questão 3 Segundo o espelho de correção no item 3B1 o qual alega que não há formação do crime de quadrilha quando a reunião se deu para a prática de apenas um delito. O recorrente citou em sua resposta, linha 11/18, a citação do referido disposto em relação ao afastamento do crime de quadrilha pelo motivo de ter cometido apenas 1 crime, que conforme a questão o único delito foi o de estelionato, item esse que não fora pontuado. Portanto, pleiteia-se a nota integral em relação a esse item. Questão 4A

A redação da parte do recurso: O gabarito considerou como correta a resposta que indicava que havia sido praticado o crime do artigo 6 da lei 7492/86. No presente caso, o candidato citou em sua resposta a citação expressa da Lei 7492/86. Desenvolveu, portanto, parte do raciocínio exigido na resposta da questão. Inclusive, demostrou conhecimento de que o caso se encaixava nos termos de lei específica. Assim, deve ser atribuída nota parcial ao candidato. Questão 4B O recorrente deve ter a sua nota revista, porque expressamente consignou em sua resposta A ausência de dolo na conduta conforme a linha 6 da presente prova. Como se vê ainda que parcialmente, o recorrente apresentou sua resposta de acordo com o gabarito oficial, o qual alega que poderia se argumentar que não agiu com dolo. Por consequência, não se justifica a atribuição de nota zero pela resposta apresentada, devendo ter a nota máxima nesse quesito, no caso (0.6). Diante do exposto, a reforma é à medida que se impõe.