1 Rituais e Simbolismo HA 736-2018/2 60 horas/4 créditos Prof. Miguel Carid Naveira (PPGA/UFPR) Sexta-Feira, 14h:00-18h:00, Sala 617 Ementa O presente curso tem por objetivos principais a familiarização com diversas abordagens antropológicas do ritual e o estudo de etnografias que privilegiam a descrição e análise das ações rituais. Através da leitura de textos clássicos e contemporâneos, teóricos e etnográficos, pretende-se acompanhar o percurso dos estudos de rituais, seus primeiros debates, suas conexões temáticas, as contribuições mais atuais; examinando e problematizando os esforços descritivos, analíticos e sintéticos dos diversos autores/as, bem como a relação de suas interpretações com as ações e reflexões de seus interlocutores em campo, pretende-se alcançar uma compreensão antropológica, ou seja dialógica, do par teoria/etnografia. Avaliação A avaliação consistirá em: 1. Elaboração escrita de uma resenha crítica de uma das sessões incluídas no módulo A (o aluno/a escolherá a sessão que preferir dentre as incluídas no módulo A). A resenha será apresentada oralmente por seu autor/a em sala de aula. (50% da nota final). 2. Realização de uma prova teórica escrita sobre os textos incluídos no módulo B (50% da nota final). Caso o aluno seja reprovado realizará uma prova final escrita sobre os textos incluídos no módulo C. A nota final será a média da nota alcançada ao longo do curso com a obtida na prova final. 1
2 BIBLIOGRAFIA Sessão 1 Apresentação e discussão do programa, os objetivos e a metodologia do curso. MÓDULO A Sessão 2 - Definindo o ritual SNOEK, Jan. 2008. Defining Rituals. Em: Theorizing Rituals - Issues, Topics, Approaches, concepts, Jens Kreinath, Jan Snoek, Nd Michael Stausberg (eds.). Leiden/Boston: Numen Book Series, pp. 3-36. PEIRANO, Mariza. 2002. Rituais como estratégia analítica e abordagem etnográfica. Em: O dito e o feito: Ensaios de antropologia dos rituais. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Núcleo de Antropologia Política/UFRJ, pp. 7-11. HANDELMAN, Don. 2008. Conceptual Alternatives to Ritual. Em: Theorizing Rituals - Issues, Topics, Approaches, concepts, Jens Kreinath, Jan Snoek, Nd Michael Stausberg (eds.). Leiden/Boston: Numen Book Series, pp. 37-49. CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. 2013. Drama, ritual e performance em Victor Turner. Sociologia & Antropologia, Rio de Janeiro, vol. 3, num. 6, pp. 411-440. Sessão 3 - Mito e ritual: Debates clássicos SMITH, Robertson. 2012 (1894). Lecture I: Introduction: The subject and the method of enquiry. Em: Religion of the Semites, William Robertson Smith. New Jersey: Transaction Publishers, pp. 2-27. LÉVI-STRAUSS, Claude. 2011 (1971). Finale. Em: O homem nu (Mitológicas, v. 4). São Paulo: Cosac Naify, 643-659. CRÉPEAU, Robert. 1999. Mito e ritual entre os índios kaingang do Brasil meridional. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 3, num. 6, pp. 173-186. Sessão 4 - Ritual, sociedade e sobrenatureza DURKHEIM, Emile. 2009 (1912). Origens dessas crenças (Final). Em: As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Martins Fontes, pp. 209-250. MENEZES, Renata. 2012. Tradição e atualidade no estudo das festas: Uma leitura de Saint Besse, de Robert Hertz. Em: Festa com perspectiva e em perspectiva, Léa Freitas Perez, Leila Amaral e Wania Mesquita (orgs.). Rio de Janeiro: Garamond, pp. 43-65. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1986. Em: Arawete: Os deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., pp. 646-700. Sessão 5 - O rito e suas fases VAN GENNEP, Arnold. 2011 (1909). Classificação dos ritos ; A passagem material ; Os indivíduos e os grupos. Em: Os Ritos de passagem. Petrópolis: Vozes, pp. 23-52. 2
3 TURNER, Victor. 2013 (1969). Liminaridade e communitas. Em: O processo ritual. Petrópolis: Editora Vozes, pp. 97-126. TURNER, Victor. 2012 (1982). Liminal ao liminoide: Em brincadeira, fluxo e ritual. Um ensaio de simbologia comparada. Mediações, Londrina, num. 2, pp. 214-257. Sessão 6 - Exercício 1 Entrega de uma resenha crítica (6-8 páginas) de um dos seminários pertencentes ao modulo A e apresentação oral da resenha. MÓDULO B Sessão 7 - A eficácia ritual MALINOWSKI, Bronislaw. 1993 (1948) El arte de la magia y el poder de la fe. Em: Magia, ciência y religión. Barcelona: Planeta-Agostini, pp. 25-33. EVANS-PRITCHARD, Edward. 2005 (1976/1937). O oráculo de veneno na vida diária ; Problemas suscitados pela consulta ao oráculo de veneno. Em: Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar, pp. 136-174. LÉVI-STRAUSS, Claude. 2008 (1958). A eficácia simbólica. Em: Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, pp. 201-220. SEVERI, Carlo. 2010 (2004). Memoria, proyección, creencia o la metamorfosis del enunciador. Em: El sendero y la voz: Una antropología de la memoria. Buenos Aires/Montevideo/México: Grupo Editorial SB, pp. 219-272. Sessão 8 - Do ponto de vista da festa BATESON, Gregory. 2008 (1958/1936). As cerimônias do Naven ; Conceitos de estrutura e função ; A expressão do ethos no Naven. Em: Naven: Um exame dos problemas sugeridos por um retrato compósito da cultura de uma tribo da Nova Guiné, desenhado a partir de três perspectivas. São Paulo: Edusp, pp. 73-86; pp. 87-97; pp. 241-257 FREITAS, Léa. 2012. Festa para além da festa. Em: Festa com perspectiva e em perspectiva, Léa Freitas Perez, Leila Amaral e Wania Mesquita (orgs.). Rio de Janeiro: Garamond, pp. 21-42. DA MATTA, Roberto. 1980. Carnavais, paradas e procissões. Em: Carnavais, malandros e heróis. Rio de Janeiro: Zahar, pp. 35-66. Sessão 9 - Abordagens perfomativas 1 - Discursos URBAN, Gregory. 1991. An approach to Culture and Language. Em: A Discourse-Centered Approach to Culture: Native South American Myths and Rituals. Austin: University of Texas Press, pp. 1-28. ROSSE, Eduardo. 2016. Processos de variação nas estéticas ameríndias. Revista de antropologia e arte, Campinas, num. 06, pp. 104-120. OACKDALE, Suzane. 2009. Ritual and the Circulation of Experience. Negotiating Community in the Twentieth-Century Amazon. Em: Ritual 3
4 Communication, Gunter Senft e Ellen Basso (eds.). Oxford/New York: Berg, pp. 153-170. Sessão 10 - Abordagens performativas 2 - Ações TAMBIAH, Stanley. 1979. A performative Approach to Ritual. Radcliffe- Brown Lecture in Social Anthropology, 57p. HOUSEMAN, Michael. 2003. O Vermelho e o Negro: Um experimento para pensar o ritual. Mana, 9(2), pp. 79-107. MONTARDO, Deise. 2002. A música, a dança, o corpo e a saúde no xamanismo guarani. Em: Através do Mbaraká: Música e xamanismo guarani. Tese de doutorado em Antropologia Social, USP, pp. 219-265. Sessão 11 - Prova escrita dissertativa individual sobre os textos incluídos no módulo B MÓDULO C Sessão 12 - Palavras, enunciações PITARCH, Pedro. 2000. El mal del texto. Em: Sustentos, aflicciones y postrimerías de los Índios de América, Manuel Gutiérrez Estévez (ed.). Madrid: Casa de América, pp. 137-156. TOWNSLEY, Graham. 1993. Songs Paths: The Ways and Means of Yaminahua Shamanic Knowledge. L Homme, vol. 33, num. 126-128, pp. 449-468. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Arawete. 1986. A palavra alheia: o Outro como música, e seus Cantores. Em: Araweté: Os deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar/ANPOCS, pp. 526-621. Sessão 13 - Afetos e redes LAGROU, Els. 2007. Fabricando corpos pensantes: Nixpupima. Em: A fluidez da forma: arte, alteridade e agência em uma sociedade amazônica (Kaxinawa, Acre), Rio de Janeira: Topbooks Editora, pp. 411-530. AFFONSO, Ana Maria. 2014. Da Opy e seus movimentos. Em: De pessoas e palavras entre os Guarani-Mbya. Tese de doutorado, PPGA/UFF, pp. 239-309. Sessão 14 - Historia e transformação 1 SAHLINS, Marshall. 1990 (1987/1985). Capitão James Cook; ou o Deus Agonizante. Em: Ilhas de Historia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, pp. 140-171. GORDON, César. 2006. Fazer o belo: consumo. Em: Economia selvagem: Ritual e mercadoria entre os índios Xikrin-Mebêngôkre. São Paulo: Editora Unesp, pp. 301-350. KELLY, Jose Antonio. 2005. Notas para uma teoria do virar branco. Mana, num. 11, vol. 1, pp. 201-234. 4
5 Sessão 15 - Historia e transformação 2 CALAVIA, Oscar. 2004. In search of ritual Tradition, Outer World and Bad Manners in the Amazon. The Journal of the Royal Anthropological Institute, vol. 10, num. 1, pp. 157-173. GOW, Peter. 2001. The girl s iniciation ritual. Em: An Amazonian Myth and its History. Oxford: Oxford University Press, pp. 158-187. GUERREIRO, Antonio. 2015. Aqui está parecendo um aeroporto : os brancos nos rituais. Em: Ancestrais e suas sombras: Uma etnografia da chefia kalapalo e seu ritual mortuário. Campinas, SP: Editora da Unicamp, pp. 415-431. 5